
Etéreo sopro das vidas que tive
Data 27/01/2010 23:49:05 | Tópico: Prosas Poéticas
| A canção ecoava sempre Nítida, cadenciada, brotando do fundo do pensamento brotando de dentro da alma:
...desenha formas de giz decifra marcas antigas refaz caminhos de vento mostra os rumos da minha vida...
E se repetia na memória interminavelmente. A memória era de uma outra "eu" que desde sempre sabia guardada em mim.
Por muitas estradas procurei-me para entender onde ficavam meus horizontes, sempre cantando a cantiga conhecida não sabida de onde.
Meus passos eram pegadas de peregrinos que errantes, também teciam seus sonhos no escuro capotão que os cobria. Num caminho com cheiro de sangue, suor e lágrimas. Ouvindo vozes de anjos e súplicas de homens, gozo de amantes e choros de agonia.
A canção ecoante no peito e nos ouvidos, eterna pulsação cardíaca, fremente e tatuada em mim, era a linha divisória entre o hoje e o ontem, o não e o sim.
E segui andando com intento de chegar a algum lugar que pudesse me dar um rumo... Jamais esperando que minha própria vida me fizesse esse favor.
Assim, percebi meus horizontes bem perto e decifrei a canção:
...desenha formas de giz (mensagens de luz e paz) decifra marcas antigas (acalentando emoções) refaz caminhos de vento (de vidas em que aprendi) mostra os rumos da minha vida (a decifrar as lições.)
Antes que não houvesse mais no meu corpo de vida, nem mais um sopro, tratei de tentar vivê-la, pra revivê-la de novo!
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