
Lisboa
Data 16/01/2010 19:01:30 | Tópico: Poemas
| Prédios coloridos de varandas curtas Tão formais e belos quanto vadios Era vosso o silêncio nas marchas e lutas Como o era o fado que escapava dos navios
As castanhas e verdes colinas recordadas Apenas pelo tempo que as viveu Têm agora no amarelo e rosa das fachadas A esperança colorida de quem as ergueu
E se é mais alto o relevo quando humano Por muito pequena que seja a diferença Foi porque a tragédia não tornou profano O ímpeto fálico da crença
Lisboa também és Tejo e mar Aí se revelaram teus olhos portugueses Teu olhar engrandeceu o verbo navegar Em caravelas esbugalhadas até mares chineses
Mas apesar de toda a tua nobreza costeira Gosto mais da tua beleza interior Dos sítios onde as mesinhas de cabeceira Amortecem as mãos no despertador
E então muitas vidas são lançadas Em escritórios, lojas e na própria rua Fazem fila as tarefas mal começadas Que a vida de agora continua
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