
As Estepes Geladas da Minha Voz
Data 15/01/2010 13:36:37 | Tópico: Poemas
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As Estepes Geladas da Minha Voz
(Ano 2007, Painel em caneta de prata e ouro e cristais sobre tela acrílica preta, 60x60 cm, Colecção Particular)
XVI. As Estepes Geladas da Minha Voz
Não encontro mais paz agora, na imensidão das planícies e estepes geladas da minha voz. Quero gritar e dizer ao mundo da minha dor. Falar do que me dilacera e mata lentamente, como as drogas que são colocadas no meu corpo e que aprisiono para te poder sentir. Não sei do que falo, pois a minha voz só pode ser vista e ouvida na imensidão das montanhas longínquas, Ecos do País do Frio e da Morte, nas estepes geladas da minha voz. Que morre então para além do corpo? É minh´Alma feita dessa imensidão de liberdades, sem prisões inventadas, fora de ilusões ou sem rumo. Navego sempre que quero nos mares de sargaço dos meus sonhos. E o azul dos céus vem de noite beijar a língua de areia junto das montanhas do teu corpo. E os teus seios contam histórias de encantar como aquelas que na minha infância tanto desejei ouvir... e agora anseio pelas mãos que percorrem as orgias do meu corpo e pelos corpos que junto ao meu querem habitar. Mas nada mais escolho, nem ninguém, para além de ti, que sempre te juntaste a mim, nos campos elíseos dos novos sonhos de grito e dor, nas estepes geladas da minha voz.
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