VERSOS CONTRA O DESERTO

Data 15/01/2010 12:20:08 | Tópico: Poemas






A mente perpassa ao largo do compasso.
O sonho diariamente adquire a cromática do cadáver:
A vida, a cada queda de ravina,
Fica mais intensamente circunscrita.


O onipotente penedo de ontem,
Agora célere e definitivamente se liquidifica:
Os arrebóis da esperança se descorporificam,
Convertendo-se em estafetas do paraíso da Ruína.


A paz cai nas garras
Da areia movediça:
Planeta onde o sangue
Que irrompe dos moribundos corpos
Vira miríades do aurífero petróleo.


Ah, eu queria morar no iracundo remanso
Qual era a têmpera, a voz e a Verve do Poeta de Itabira:
Talhar os versos que componho
Com a lâmina da sabiamente Lírica eloquência abrasiva,
Florescida da sua singeleza funda e ferina:
Pois só assim eu cravaria a minha lira
No coração da desertificação da vulcânica fluência dos dias.



JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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