
SOU GAY 6
Data 24/12/2009 14:07:10 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Em uníssono As folhas repetiam antigas leis Amarelecidas pelo outono Do preconceito.
Cães de fila De olhos abertos como forais conservadores Da colectiva míopia Reconheciam submissas obrigações Repetitivas imposições Preceitos marginalizados Pela razão De um mundo a preto e branco Sem aromas nem matizes! Agrilhoavam o “eu” Na retórica dos discursos Feitos à medida da necessidade De serem cordeiros Ordeiros E infelizes!
Por instantes acreditei Que era igual àqueles Que se cruzavam comigo pelas ruas Conscientes de que a grandeza da alma Consistia em serem imitações Austeras e repetitivas De toda a gente.
Entrei no alucinado mundo Masculino. Subscrevi a sua critividade: - Amei como eles Procriei como eles... Fui um homem sem originalidade.
Todas as mulheres Que repartiam o meu corpo Amei Com quanta paixão O coração Pode conter. Não menti.
Temporariamente Congelei os conflitos Que entre mudos gritos Se soltavam de mim E mutilavam a existência...
Queria muito mais...
De novo chegou até mim A flecha plangente A louca sensação O estranho desejo De ser original De sentir o amor total Invadir carne e nervos E ouvi-lo gritar No plebiscito da vida: - vai!
De imediato Uma metódica procissão de aflitos Acenou o pendão do pecado Acendeu velas de medos Circuncidou a minha alma Num inferno de julgamentos Onde o próprio diabo me feria Por ser diferente.
Será Deus Quem me humilha Quando entre quatro paredes Em forma de sonho ou sono Me diz: - Vai!?
Será Deus Quem me pune Por ter sido feito à sua imagem e semelhança De me ver nele Quando penso, anseio, sinto... Quando Ao gostar dele Gosto de mim!?
Com o olhar Guardava os rostos masculinos Que gravava a canivete Na doce sublimidade De um desejo... Deixava a imaginação transportar-me Nos lençóis de um abraço De um beijo latente No meu mar sem fim. Mordia os corpos musculados Como uma fêmea com cio Entregava-me nos braços Nos abraços Ao sexo ardente Como ao mar se entrega Um potente navio.
Deles Esperava compreensão Protecção Segurança... Pinheiro erecto Na minha esperança!
Ai esta vontade de lhes pertencer De lhes dar tudo O que o meu coração carente O que o meu querer mudo Guardava em si Num cofre de ilusões!
Ai esta paixão Que me deixa alucinado Apaixonado Perdido de mim!
Esta Paixão Imperatriz Que me curvava a seus pés Onde eu Vassalo De um desejo transcendente Desejava apenas ser feliz!
Ai esta loucura tamanha Que em cada manhã Me gritava: - Vai!
António Casado 22 Julho 2008 Livro AMOR IMPERFEITO IGAC 4558/2011
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