
Amarga existência (AjAraujo)
Data 15/12/2009 23:22:11 | Tópico: Poemas -> Reflexão
|  Ao cair da tarde... vêm notícias do porto chegam na maresia E correntes do Sul
O cais já adormece... os pescadores enxugam gotas De suor, caminham exaustos, No retorno ao distante lar...
A vida que se repete... nos comboios, Trens que cruzam e atravessam espaços
Linhas de nossa aventura Intensa labuta diária por este tempo distante de nosso próprio horizonte...
Às vezes se sente... Suave como uma brisa... a percorrer os poros, Cantar uma última canção
Da terna natureza Escondida e abandonada na periferia das cidades, Na vastidão de arranha-céus...
Somente uma vaga luz... De um farol distante na baía Por entre as trevas da noite Nuvens carmim encerram o dia
Para onde caminha a passos Tão largos a humanidade? Quem será capaz de conduzir este rebanho perdido?
Ainda que tu digas não, Já chega, basta; não adiantará, o perfil do mundo não mudarás de um instante para outro...
Pois, são vagas perdidas... Na ampulheta do tempo que se esvai na rapidez De uma estrela cadente...
São vagas e nada mais o que a pena descreve nesse desfile cíclico Da amarga existência...
AjAraújo, o poeta humanista reflete nos verdes anos da vida, escrito em Setembro de 1974.
Art by Camile Pissarro ~ Sunset Rouen
|
|