
Desapareci
Data 11/12/2009 19:11:14 | Tópico: Poemas
| Este dia é último e é meu, O único que não estarei.
Não quero vozes falsas (Sabem as que podem falar)
Aceito flores, coroas, Sentimentos de culpa; Os vossos não.
O que restar do fogo que me consumirá Dividam em partes. Um pouco no solo de onde brota uma árvore.
Na Roca, quero voar em tons cinza, Dispersar-me, Ser do Mundo sem o ter em mim.
Alterem a consciência, Riam-se de episódios passados.
Bebam a dor e esqueçam-na. Fiz o que podia fazer.
Não são necessários hinos ou elegias, Serei tão somente eu.
Agradeço a todos os que tentaram, Grito o perdão que não pode ser perdoado.
Enovelei sentimentos fortes Todos ancorados a vós.
Este novo que vos entrego Traz vestes velhas.
Vem de tempos idos, E tudo o que se lhe seguiu.
Nada de mais, O que era deixou de o ser.
Não respeito leis, Não há ordem.
Não deviam ver isto, E menos senti-lo.
Partirei sem saber ao certo Quão árido se pode tornar o vosso deserto.
Se possível (que não o é) Toda e qualquer memória de mim.
Toda. Começando na existência, Um início de anos atrás.
Não existi, não fui. Apaguem-nas.
Droguei-me com as massas, Enebriei-me em desgraças.
Nem tudo comportam os olhos, Tudo isto à minha volta...
... informação excessiva Violadora de todos os sentidos.
Se me esquecesse o Mundo Nem número mais seria.
O que me fez continuar em todos estes dias desfocados Foram outros sentidos.
O cansaço intrinseco, o arrasto. Ali só posso estar eu.
A falésia do Mundo, Último mergulho.
Queda magnífica Angélica.
16/06/2009
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