
Intempéries e infortúnios
Data 05/12/2009 22:14:20 | Tópico: Poemas
| Ah, essa navalha nas palavras A dilacerar tua carne. Essa ácida saliva em chuva corrosiva A dissolver a tinta que enfeitava tua fachada. Por que não sou mais apenas flores? Por que não mais retiro delas os espinhos? Tuas mãos estão feridas E teu sangue esvai-se pelos braços... Braços níveos qual porcelana fina. Ah, esses punhais monossilábicos, Essas interjeições em quádruplo sentido. Meus olhos têm muito a dizer, Minha pele, energia a oferecer, No entanto, serei eu somente faca? Carinho. Eis o que tenho. Admiração. Amor, quem sabe. A natureza apesar de bela Tem suas intempéries. Tenho meus infortúnios. Mas haverá, como sempre houve, Manhãs lindas... Tardes ensolaradas.
Frederico Salvo
|
|