
AOS MENINOS DE RUA
Data 19/11/2009 18:08:48 | Tópico: Prosas Poéticas
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Entre ruas sujas de excrementos de animais meninos brincam, na doce inocência de sua infância. Os carros ali parados em cima dos passeios não são incómodo para os seus jogos e sua criatividade vê-se a todo o instante, improvisando campos para brincar dê lá por onde der. Nas janelas roupas secam ao vento a brancura do dia e a todo o momento senhoras vêm à janela gritar com os meninos, para que estes tenham cuidado com a bola, por causa das roupas limpas e dos vidros partidos. Os meninos ouvem atentamente e acham sempre que essas coisas não lhes vão acontecer a eles, afinal só querem brincar e têm cuidados reservados, para não afectar ninguém, mas no empolgamento é natural que uma ou outra roupa absorva o impacto de um bola chutada por um verdadeiro campeão e por não ter para onde ir a bola se direccione a um vidro, acabando o jogo na hora, com todos a fugirem para suas casas para não serem acusados de tal infracção. Passado o susto todos se reúnem e se tiverem sorte recuperam a bola e descem até à baixa da cidade, para aí continuarem a peleja, em cima de um espaço bem mais abrangente e coberto de erva bem verde. Muitos trazem frutas e pão para irem comendo consoante o passar do dia vai pedindo novas energias. E assim são muitos meninos de rua, alguns vão algumas horas à escola mas acabam fugindo e todos reunidos até que a lua se mostre alta no céu, são eles os amigos, os irmãos e os pais uns dos outros… Amigos inseparáveis de todas as horas e circunstâncias, sua lealdade para com os outros é inquestionável, e não os tomem por ignorantes, que a si se governam muito bem. E quando os pais regressam a casa, os meninos, meio adormecidos, contam como foi mais um dia de lutas e de imensas vitórias, junto dos seus, de agora e de sempre.
Jorge Humberto 18/11/09
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