
Dias cinzentos
Data 18/11/2009 11:58:31 | Tópico: Poemas -> Tristeza
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Dias cinzentos noites mal dormidas sonhos desfazem-se feito miragens pesadelos se descortinam como tempestades
Inquietam-me os segundos, mimnutos, horas de uma ampulheta que verte celeremente os grãos de vida atormentam-me os gestos des(feitos) como as palavreas murmuradas ao silêncio d'alma Dias assim, do choro reprimido da dor deveras sentida do lamento do poeta nos portais do drama da existência humana, Nestes tempos, afora outros lá fora, a violência que dizima jovens cá dentro, a turbulência de vidas em conflito de uma adolescência perdida nos desencantos
Sentidos aguçados, angústia, depressão No sofrimento das paixões cotidianas Subitamente paralisam nossos filhos Nas dúvidas e inquietações da vida moderna
Duro sentir-se impotente, Reagir mas sem perder o toque de ternura Quando a raiva impera Somente a candura aplaca
Quando parece que toda a dor do mundo Se concentra à tua volta, Como um vulcão prestes à erupção, Dá os primeiros sinais de fumaça,
No querer mudar e no deixar ficar, Nas sutis manifestações do comportamento humano Nos mecanismos de auto-defesa, Como julgar a singularidade, nos arraigados padrões de patologia e normalidade?
Na esperança de uma bonança Após uma tempestade que se irrompe Sobre nossas vidas, nossos lares, Resta a fé, a coragem e a esperança... E na reconstrução dos sonhos, dos ritmos vitais, somente o amor será capaz de suportar os obstáculos e conflitos desses delicados momentos...
AjAraújo, poema intimista de drama real e cotidiano pelo qual passa muita gente, tampouco poupa o poeta, Outono, 2003.
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