
ENTRE A NATUREZA UNIÃO DO AMOR
Data 17/11/2009 18:06:12 | Tópico: Poemas -> Amor
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Por outro lado a lua hoje está cinzenta e um enorme escarcéu invadiu o mar, com ondas revoltas elevando os barcos bem alto por entre as muralhas de água, a cada onda que passa, trazendo galgos brancos de espuma.
Na segurança da falésia, observo tudo, visto-te de linho e dou por mim pensando em como somos tão pequenos quando a natureza se resolve manifestar em todo o seu fulgor de águas e de mato, enquanto te olho profundamente nos olhos.
Começa a chover desesperadamente e encontro um monólito para no abrigar e encho-te de beijos aquecendo-te com o meu corpo, enquanto lá fora as águas não param pegadas que estão, enquanto nós abraçados falamos da fogueira dos teus olhos.
Por agora podemos sair de nosso abrigo visto que a chuva desvaneceu mas um vento cortante põe-nos de sobre aviso. E ao chegarmos junto do precipício vemos que o mar está infernal batendo raivosamente contra as paredes da rocha desgastada pela erosão.
As folhas das árvores viradas do avesso, por força do vento adquirem uma cor verde mais clara e seca e eu proponho-te um ritual: por meio de uma fita vermelha uniremos nossos pulsos e faremos correr o sangue deste amor, que apenas será separado pela falta do mesmo.
E o vento perpassa por nosso cabelos, enquanto pingos de sangue se espalham pela natureza, e a mãe Cornuda que a tudo preside, diz que o que une não mais separa, só a falta de amor desobrigará, por ora unidos, para todo o sempre em harmonia com a mãe natureza…
Jorge Humberto 16/11/09
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