
Oração (03/10/04 - 01:25 a.m)
Data 26/06/2007 13:00:54 | Tópico: Poemas
| Oração (03/10/04 - 01:25 a.m) Davys R. de Sousa
Oh, poema, ouçais-me Que falso é o amor que ao cego E ao doente de alma enfermiza. Ei-lo que transvia o homem E ridiculariza-o com um nó cego Entre as suas mãos e a alma.
Oh, poema, ouçais-me Desde poeta o preço escrito: Insígnia dualista. Nasceu nu para o mundo de quem é santo mesmo pecando contra a luz e a escuridão: Urnas de tesouros abandonados para Pandoras.
Ouçais-me que o "Dragão" vos acordou Com tais chamas ardentes no coração Até queimar-se sobre a oração. Mas, credo ao que venha para mal, E rompa vosso rosto com o pranto, para que vos despertais! E com tal espada de fogo penetra-vos.
Ouçais-me, oh poema: Libertais a enganada alma roubada, o coração desconsolado. Mesmo que aquele vos atirasse Contra vós e o ímpeto sumo de amor, dali, ausencia-se um deus-homem Que morre e renasce Com o sol despindo a sombra Para que se veja, que vós estais vivo!
E aquele à noite aos labirintos paira carpindo, chorando, chorando, chorando, mesmo morto: Porque a alma não vive mais.
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