
DEPRESSÃO
Data 10/10/2009 15:19:41 | Tópico: Prosas Poéticas
| * * * Neste momento, na minha cabeça só há merda! Sim, merda!... Daquela merda mais nojenta e inútil, que não seca e também não chega a decompor-se, pois assim talvez ainda servisse para adubar as minhas ideias. Mas estas débeis ideias negam-se a brilhar e tornam-se, elas próprias, porcaria da mais improfícua e banal.
Bem tento pegar na caneta e no papel e dar vida às palavras, mas estas recusam-se a pactuar com tal indignidade. No ar pululam moscas sôfregas atraídas pelo odor do dejecto nauseabundo – para elas, perfume! – que proliFERA a olhos vistos. E eu que detesto imundice e moscas, digo mal da minha vida e amaldiçoo o mundo, e todos os homens, e todos os seres vivos, e o sol e o mar, e a terra que me há-de comer.
Um dia destes – amanhã talvez ou hoje ainda – hei-de arrepender-me dos meus impropérios e acabarei de joelhos a pedir perdão ao Criador – o Bom Criador, que tantos erros me têm perdoado. Até lá, a minha cabeça continuará despida de ideias válidas e a transbordar de porcaria fétida e improfícua… Por isso tapem o nariz e aguentem o pivete conforme queiram e possam, ou então partam para longínquo porto. Para já – e enquanto as ideias dormem – é hora da merda reinar!...
07.10.2009, NelSom Brio
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