
No plantio do desejo e na urdidura de um beijo
Data 24/06/2007 08:53:53 | Tópico: Poemas
| No plantio do desejo e na urdidura de um beijo desenho a punção na elasticidade de uma tela um traço descontinuado de pleonasmos e metáforas, onde me oculto em alusões breves a quem me sela o corpo no toque da alma, no rodízio incandescente das palavras, no concubinato das letras, a quem me aglutina, me domina e me fascina, em alocuções, em eufemismos e interjeições no despertar de sensações eximidas, pressentidas, antecipadas, na sublimação magnânime do prazer.
Multiplico-me e mortifico-me no desdobrar de adjectivos, na alegoria cavernosa de ser a tua secreta rosa, de desejar ser somente mulher, a que tímido provas e ávido logo sorves e devoras na tumescência em crescente desta infinda demora.
Que por ti, em cada sílaba sibilada em pousio de campo deserto e vazio, a alma chora.
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