
DOS QUE CAMINHAM SEM OLHAR
Data 05/10/2009 18:16:10 | Tópico: Poemas -> Sociais
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Meus olhos cegos pela indiferença dos que caminham sem olhar para os lados, onde dorme o silêncio e a escuridão da pobreza, com seus infantes quase nus, sujos, numa esquina qualquer, de braço esticado e mão pedinte, aos que passam apressados, suplicando uma esmola, um pouco de atenção, roubada desde bem cedo pelo estigma dos senhores abastados.
Meus olhos tolhidos pelas lágrimas dessas crianças desafortunadas, repartindo o pouco que lhes resta com os mais novos, caídos em prantos de dor, porque a fome é muita e o cuidado não chega para satisfazer todos, mais “alimenta” minha repulsa para com as pessoas, que não têm um golpe de asa, revoltando-se contra tudo que é inumano, pondo um sorriso nos lábios destes meninos.
E um imenso nó tolhe minha garganta por completo, deixando-a seca e áspera e meu dorso verga-se ante o peso no espanto de quem nada faz.
Jorge Humberto 04/10/09
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