
Mórbido
Data 22/06/2007 11:45:01 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| Mórbido
Visões de meu pensamento caiem, de súbito. Ô Gênio da Noite – Primogênito de Tanatus. Vós que arrancais minhas vontades Pelas tuas: A CASTIDADE DO PERIGO DO DRAGÃO. Eu, filho da carne, descendente da eclosão – Matéria e energia, descendente da luz e trevas.
Os céus de minh’ alma queimam Assim como uma noite escura, Posta a uma lua fúnebre e póstuma. O tempo é adiado. A vida, odiada.
Em mim, vermes que sugam de tod’ a alma A essência co-enigmática. Um morcego nefasto concentra-se em meu pensar – Hospedeiro cefalocida.
Beijos de morte se instalam em meus sentidos Como no ar, alegre, a mosca que se confronta A esta lama de inconscientes protozoários.
Eu, filho da luz e trevas. Enterre-me a última ilusão, Nesta Terra que só o sol da meia-noite queima, Anjos caídos dizem: - Procura na ilusão, tua decrépita esperança, Maga de Mil Faces! Eis o dedo que aproxima o homem do genitor.
Visões queimam com minha dor. Bebeis, vós, o pranto coberto por sangue De espinhos que rasgam os meus olhos, Minh' alma, meus sentidos. E enlanguesceis o meu corpo. - Assim ao Homem o espírito se revela! Alma febril galopando sob ardentes sóis elegíacos.
Que teve o fígado de Prometeus, Enternecido em Vulcano Espírito de Vênus e a ira de Zeus: Alma Mater em brasas! Minh’ alma sagrada sangra Como se fosse por espinhos encravados Em sua seiva, rosas negras como o † ALTO DA NOITE †, Em que arcanjos e querubins suscitam a escuridão, Em nome de Lúcïfër-Märä ou Värsävätï – Ö TËNTÄDÖR.
Eu, poeta do nada, porém de tudo Que detenho, Tenho em mim, uma alma clara E trevas, de um amante. Ao meu grito, me dispo, Às minhas vestias e medos, me grito.
Assim, em minha complexidade Nasce uma noite devorada Longe do Perigo do Homem Lançada n’ alma para eternidade. - Alfôjar despojado de minha vida.
|
|