Textos escolares

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares da categoria textos escolares

sobre o ensino-aprendizagem e as suas dificuldades

 
sem me querer aqui "armar" em pedagoga e /ou psicóloga,mas, mais uma vez,sem me "envergonhar" ou sequer "arrogar" do facto de ter alguma experiência nestas coisas que fazem parte do processo do ensino-aprendizagem,venho-vos falar de algumas coisas que,não sendo apenas do âmbito escolar, me parecem pertinentes para o “site” nesta altura de um certo "balanço" que sinto se faz por aqui.

é que,partindo do facto de que o luso-poemas tem sido uma óptima fonte de aprendizagem para mim e de que também o pode ser para muitos outros com vontade de evoluir e de aprender ,e de que tenho ,ultimamente ,muitas vezes constatado que se fala muito de "complexos" por cá,resolvi,em vez de "mandar" e "ouvir" mensagens ("bocas",algumas até em forma de "poema") que passam de uma forma pouco clara e pouco séria ,reflectir um pouco mais sobre este assunto.a minha esperança é que reflictam comigo e não “fomentar guerras” ou conflitos inúteis.

posto isto, peço abertura de espírito e uma atitude livre de qualquer espécie de cinismo quando, e se, decidirem ler este texto.lembrem-se que não me assumo por aqui como professora,nem aluna,mas como alguém capaz de partilhar,de ensinar e de aprender.como todos nós nos devíamos,em suma,acho eu,sentir.porque todos os sítios,acho eu, são bons para o fazer.

servindo-me do meio escolar como exemplo,a experiência tem-me demonstrado que há dois tipos de aluno que aprende com dificuldade:"o que pensa que sabe sempre tudo" e "o que pensa que nunca percebe,nem nunca há-de perceber, nada".

muitas vezes o professor é visto pelos alunos, erradamente, como "o que pensa que sabe tudo",mesmo que não lhe passe semelhante coisa pela cabeça.e isto porquê?

pelo simples facto de que ao revelar alguns conhecimentos e apetência pelo pensamento ,o professor pode estimular ,inadvertidamente ,os complexos de inferioridade de alguns alunos,que imediatamente pensam que nunca chegarão àquele patamar que consideram tão longínquo do seu.sentem-se humilhados, inferiorizados.daí a não se esforçarem por aprender vai um passo.este "sentimento",aliás, também pode acontecer em relação aos colegas de turma e não só em relação ao professor.

mas,o que este tipo de aluno não pensa é que se alguém,colega ou professor aprendeu um dia alguma coisa e continuará sempre a aprender é porque, ao contrário ,se calhar,de ser um arrogante ,cheio de complexos de superioridade,é alguém com a humildade , a auto-confiança e capacidade de trabalho necessárias e suficientes para ter sido capaz de o fazer(aprender)e de continuar a fazê-lo.(e esta,hein...?)

no dia que uma pessoa parar de aprender e evoluir,verifique-se se uma destas situações não estará a ocorrer.até pode ser que "o filho da mãe" seja um arrogante mesmo.ou um "coitadinho" assumido, uma pessoa com baixa auto-estima,que se acha incapaz de aprender.se assim for,em qualquer dos casos,achará que não tem mais nada a aprender,nem se esforçará para que tal aconteça.

apesar de quase todos sermos adultos por aqui,verifico que este clima, muito habitual numa sala de aula, tem-se vindo a instalar também pelo luso.não me cabe a mim utilizar as técnicas habituais para combatê-lo como faço habitualmente na escola:o reforço da auto-estima dos que não a têm,o assumir e transmitir de uma imagem de professor como sendo alguém que partilha conhecimentos e incentiva a descoberta,num processo em que todos podem colaborar à medida das suas capacidades e desenvolver-se,deste modo.
mas...se estivesse na escola,era assim que actuaria.

aqui,onde não sou professora de ninguém,opto por escrever textos e espero que reflictam sobre eles,com abertura de espírito e pouca mesquinhez,porque acredito que sejam capazes de os interpretar.opto por crescer por dentro e aprender com os outros também. Acredito que se esforcem por o fazer,como eu me esforço quando leio os vossos textos.

Espero que dos vossos comentários a este texto surjam opiniões válidas sobre o tema e não mais acusações e reacções desprovidas de qualquer racionalidade.reacções como algumas que que tenho visto já por aqui embuídas de sentimentos pouco dignos do ser humano,mas que todos sabemos lhe são tão próprias.

Apenas porque,vale a pena pensar nisto...
 
sobre o ensino-aprendizagem e as suas dificuldades

A escola é o templo de todos os tempos

 
A escola é o templo de todos os tempos
 
Naquele tempo em que os tempos
se vendiam às portas da escola,
havia quem passava de lado
Sem dar tempo ao tempo
na aquisição dos tempos
de todos os tempos,
que lhe asseguraria o real jeito na fala e na escrita
em todos os tempos no tempo:
no presente
no futuro
no passado
no passado mais-que-perfeito,
pra além do condicionalismo
dos tempos no tempo.
Oh! O fulano botou fora o brilho
da língua da sua língua.
Comprar tempos, quando o tempo
ia a tempo na flor da pele,
é adquirir um tesouro,
um tesouro que afina a língua
de todas as línguas.
Hoje, o fulano fala e atrapalha
o caminhar dos tempos no tempo.
E esse fulano, sou eu...
Que bom, passar na escola e,
Embebedar-se de tempos verbais!
A escola é o templo de todos os tempos
No tempo.

Adelino Gomes-nhaca
 
A escola é o templo de todos os tempos

O senhor "sabe tudo"

 
O neto João precisava de uma "personagem" para
apresentar na escola...
e então:
Personagem: O Sábio
Nome: Senhor "Sabe Tudo"
Idade: Indefenida
Nacionalidade: Desconhecida

O Senhor "Sabe Tudo",tudo sabe.
Não sabemos como sabe,
Nem porque sabe,
Mas sabe!
Responde a todas as perguntas
que nós temos para lhe fazer.
Com ele,muito temos
Que aprender!...

Então senhor "Sabe Tudo", que idade tens ?
-Muita, muita idade ...

Onde nasceste ?
-Lá longe,na terra de ninguém.

Como aprendeste tantas coisas?
-Li nas estrelas, no sol, na lua e no mar...

Quem te ensinou?
-O mundo, com ele aprendi tudo...

De onde vieste ?
-Do Infinito...

Quem te enviou?
-Foi Deus que me enviou para te ajudar,
a ti, e a todos os que precisarem da minha
ajuda. Juntos havemos de vencer!...

Afinal, Senhor "Sabe Tudo" quem és tu?
-SOU A TUA VONTADE DE VIVER ! ...
 
O senhor "sabe tudo"

FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO (II)

 
Filosofia, antes de tudo, é conhecimento.
Não é crítica pura... não é ideologia... não é a pregação unilateral de ideias: é o conjunto das ideias humanas partilhadas de forma indagadora, para serem aprimoradas e vividas pelos Homens de todas as épocas.
Quando inseriram, novamente, a Filosofia nos currículos escolares, uma luz acendeu-se nas mentes e nos corações de todos aqueles que amam o conhecimento.
Esperava-se uma Filosofia universal, onde ideias fossem discutidas, onde a admiração pelo saber dos antigos fosse despertar nas crianças e nos jovens, a plenitude do Pensamento, que leva a todos os lugares possíveis, menos ao caminho da ideologia e da violência através das ideias.
Na História Humana, existiram filósofos que se importaram com o tempo (o tempo do relógio, real, e o tempo do abstrato, virtual), que dissertaram sobre os prazeres dos amores e das alegrias do espírito e da inteligência, e outros, ainda, que levaram multidões a seguir ideologias carregadas de ódio, que não podem ser chamadas exatamente de "filosofia", mas de doutrinação política.
Nos livros e nos discursos escolares, desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, até a Universidade, adotou-se como "filosofia" o pensamento de Karl Marx. Sempre pensei que Karl Marx deveria ser um escritor lido com curiosidade e com admiração, mas jamais pensei que, novamente, ele voltaria aos bancos escolares para orientar o pensamento filosófico numa crítica pura a um tipo de sistema político, econômico e religioso.
Desta maneira, a palavra filosofia perde inteiramente o seu sentido de despertar o Conhecimento pelo Conhecimento, e a razão pela razão. Transforma-se, isto sim, numa visão unilateral das ideias políticas, dizendo, sutilmente às crianças e aos jovens o que eles devem odiar e o que podem amar.
A filosofia deveria transcender as ideologias, para que os filósofos pudessem ser amados e compreendidos como queriam, isto é, como geradores universais de questionamentos, não no sentido de mudar o mundo e as pessoas, mas no sentido de transformar a alma e a vida de quem usa a filosofia como Porta para a Confraternização dos povos e das ideias, sem lesioná-las, sem pervertê-las.
Karl Marx deixou um compêndio de ideias políticas, jamais uma filosofia pura e simples. Há que se aplaudir o seu pensamento que vale para todas as épocas, mas ele está sendo usado para doutrinar contra e a favor... isto não é trabalho da FILOSOFIA.
Por interesses de grupos, Marx é um ícone que move multidões, não para somar, mas também para dominar.
Existe alguma diferença entre tais grupos de interesses que pretendem chegar lá, e aqueles que estão lá?

Saleti Hartmann
Professora e Poetisa
Cândido Godói-RS
 
FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO (II)

Estudos

 
Estudos
 
Livros... livros... livros,
Estudo... estudo... estudo,
Caramba!
Vai um copo,
ou começamos já na pratica?

cavaleiro.100.dama
 
Estudos

Férias numa Sesimbra invadida pelos franceses

 
(capítulo 1)

A meio do terceiro período escolar, os meus pais mentiram-me: disseram, a mim e ao meu irmão, que tinham tirado dias de folga para irmos a Sesimbra. A mãe disse que o nosso carro ia para a oficina, e que tínhamos de ir ao aeroporto buscar o seu afilhado, que vinha da Madeira, no carro da tia. Mas a mãe também disse que, quando fossemos para o aeroporto, tínhamos de levar as malas porque a tia tinha de ir às compras e ia comprar muita coisa e as malas não iam lá caber. Eu e o Martim (o meu irmão) acreditamos. Eu e o Martim, que estávamos a fazer as malas, ouvimos a mãe dizer, alto e bom som, que íamos ver um avião por dentro.
Quando chegamos ao aeroporto, a mãe foi entregar as malas e mandou-nos irmos dar uma volta pelo aeroporto. Quando a mãe regressou, já sem as malas, fomos para a sala de espera do aeroporto. A mãe apontou para um avião e disse que era aquele que íamos visitar.
Passado um bocado, fomos para o avião vê-lo por dentro. A mãe disse que tínhamos de fingir que íamos voar e, portanto, tivemos de nos sentar.
Quando o avião estava prestes a levantar voo, entrei em pânico, e estava sempre a dizer: mãe vamos sair! Mãe vamos sair!...
E continuava desesperada, quando a mãe nos diz: Afinal não vamos para Sesimbra, vamos para Paris!
Eu fiquei de boca aberta e cada vez mais em pânico e perguntei: mãe, o piloto é experiente? Ele já fez muitos voos? Este avião é seguro?
E perguntei muitas mais coisas, ao que a mãe respondeu: sim, este avião é o mais seguro. A TAP (Transportes Aéreos de Portugal) é a companhia de aviões mais segura e ainda só teve um acidente com estes aviões mas foi há muito muito tempo.
Mais tranquila, sossegada e com menos pânico, deixei-me ficar sentada. Momentos depois, a mãe disse que o avião ia levantar voo e, na verdade, começou a andar.
- Tamos a andar – disse o Martim.
- Claro que estamos, não querias ficar aqui parado o tempo todo, Martim – murmurei eu, mas nem a mãe nem o Martim ouviram.
- Encostem-se, vamos começar a andar mais depressa e depois vamos voar!
E começamos mesmo a voar. Íamos a uma grande velocidade.
- França, aqui vamos nós! – disse eu – Paris, aqui vamos nós!

Maggie, 9 anos

Esta é a primeira parte da história das últimas férias em família, escrita pela minha filha e que eu, como mãe muito orgulhosa, resolvi mostrar-vos a todos.
 
Férias numa Sesimbra invadida pelos franceses

Até o melro

 
Sobre a sebe do quintal, pousa um belo melro. Mesmo ao lado de um saco de plástico, cujo brilho, em dia solarengo, o atraíra. Roda a cabeça, inspeccionando por breves momentos, e logo, virando para o lado oposto o seu alaranjado bico, levanta, em vôo rápido, a sua negra plumagem. De novo pousa, perto, na relva, agora junto a um pequeno pedaço brilhante - de celofane, ou plástico, talvez de um qualquer maço de cigarros, ou de embalagem de pastilhas elásticas... Olha à volta, escolhendo, segura o achado e leva-o voando, directo ao ninho no plátano próximo. Merece bem o nome de turdus merula, um pássaro que sabe reciclar.

(inédito)
 
Até o melro

A EDUCAÇÃO TRADICIONAL, VISTA POR OUTRO ÂNGULO

 
A EDUCAÇÃO TRADICIONAL, VISTA POR OUTRO ÂNGULO

Saleti Hartmann
Professora

O que faz a vida interessante é a capacidade que o Homem Civilizado tem, de pensar a Educação, refletir o Sistema de Ensino que pretende, no contexto em que vive, incluindo momento histórico, cultural e espiritual. A História da Educação, então, é a soma das experiências adquiridas ao longo dos séculos, oferecendo aos seus estudiosos e pesquisadores uma farta base de argumentos, um forte pilar como fundamento e a certeza de que o Mundo Civilizado sempre tem uma saída nos seus tempos de crises. Basta dizer um grande NÃO ao negativismo, e encarar os novos desafios com muita Fé e muita Coragem, sem deixar de lado – jamais – os princípios e valores que devem reger os pensamentos e os atos humanos.
Quem tem tempo e oportunidade de ler e estudar os grandes pensadores e filósofos em Educação, tanto do passado mais antigo como do tempo presente, perceberá que a EDUCAÇÃO jamais foi inconseqüente, jamais perdeu o rumo no que respeita aos motivos (e objetivos) que moveram (e movem) as consciências mais despertas do Planeta, procurando ser, sempre, uma alavanca mediadora entre passado e futuro, entre o que “é” e o que “gostaríamos que fosse”.
Com base neste pensamento, reporto-me, principalmente, a um determinado período da EDUCAÇÃO mundial e brasileira, onde adotou-se como forma de caminhar, a chamada “educação tradicional”, que hoje, infelizmente, é bombardeada somente com críticas negativas, como se este período nada tivesse acrescentado de positivo à construção da História humana na Terra.
Se analisamos o período da educação tradicional, visando, também garimpar o que ela pôde contribuir para o crescimento cultural e mental da Civilização, sem o estigma de qualquer ideologia, apenas com o objetivo de estudar os pensadores em educação desta época, nos surpreenderemos com a fortaleza que foi a escola dentro de um contexto dominado pelo fanatismo religioso, político e econômico, onde pessoas foram educadas de forma a se transformarem em seres humanos responsáveis, fortes moralmente, e bem preparados para viver o seu tempo da maneira rígida como naquela época era a exigência.
O mundo da Educação Tradicional viu passarem duas guerras mundiais, viu os costumes e valores sendo transformados da noite para o dia e preparou-se para formar pessoas de caráter forte e objetivos determinados. A educação não pôde ser “light”, porque os tempos não eram suaves.
Quem estuda com mais cuidado o período da Educação tradicional, pode conferir que dela o nosso tempo herdou valores preciosos, que não devem ser perdidos, porque fortaleceram a vida e o caráter de gerações como a de nossos pais e a geração que hoje, está experienciando meio século de história neste planeta.
Inevitavelmente, podemos conferir que os pontos positivos da educação tradicional, entre outros, foram: o poder de concentração (que ajuda os engenheiros a construir grandes obras como pontes, edifícios, usinas hidroelétricas, com a responsabilidade de quem sabe que não está projetando a vida somente para o tempo de agora, mas para ultrapassar, se possível, várias gerações além e aquém da nossa e dos nossos netos). Este requisito também fortalece o caráter humano, para que haja respeito pela vida alheia, em todos os momentos, em qualquer tempo histórico, político e cultural. Na época da Educação Tradicional, havia mais RESPEITO MÚTUO.
Outra característica que considero fundamental para uma boa formação mental, é a tão criticada memorização, que (ao contrário do que muitos pensam e falam), fez um trabalho de dinâmica do registro das informações no cérebro dos alunos de então. Senão, vejamos a principal justificativa da memorização, que é o uso da lousa e de outros materiais não permanentes no tempo da educação tradicional, que exigia, antes da compreensão do assunto, a sua memorização, para depois, aos poucos, ser assimilado pelos que tivessem a mente desperta para os acontecimentos da sua época e do seu mundo. O uso da lousa obrigava os alunos a fazer anotações rápidas, que logo depois eram apagadas, mas que eram “cobradas” no decorrer da vida escolar do aluno, e depois, ainda, na vida profissional. Pessoas que vivenciaram aquele período, ainda hoje mostram uma fortaleza mental, um conhecimento definitivo das noções básicas dos cálculos práticos e dos princípios norteadores de uma vida de sucesso, no trabalho e na família, que hoje fazem falta na vida social dos indivíduos.
Portanto, toda vez que leio ou escuto críticas severas ao sistema tradicional de ensino, logo chego à conclusão de que a pessoa em questão não se aprofundou na sua pesquisa de época e contexto social, histórico e cultural, que provocou tantas exigências, aparentemente traumatizantes, mas que permitiu um fortalecimento mental, emocional e cultural, num momento histórico delicado e exigente, que ainda estamos tentando esquecer.
 
A EDUCAÇÃO TRADICIONAL, VISTA POR OUTRO ÂNGULO

MAGISTÉRIO!

 
Em bancos escolares, só estive até o quarto ano, na época, denominado de “Primário!” tendo por mestra uma competente professora, a senhora Alaíde Amparo Durães, de doce memória nos escaninhos da minha mente.
Saindo de Diamantina-MG. Fiz supletivos até o segundo grau, estudando em vários livros, todavia, sem a ajuda dos professores.
Dessa forma, resolvi prestar a minha homenagem ao magistério que, tanta falta me fez pelos caminhos da vida, da seguinte forma:
Ser mestre é a sublime reunião de todas as profissões e a razão de ser e de estar de todos os ofícios e afazeres, dos mais simples, aos mais complicados.
Ser professor é ser a essência do todo em tudo!
Qualquer coisa que exista no universo elaborado (ou imaginado) pelo ser vivente, alguém teve que se adiantar para o ministério da sua utilização correta, professando o seu uso da maneira mais adequada ao funcionamento.
Não existiria nenhuma civilização sem o professor, à sua origem seria pior que a “Torre de Babel” e tomaria as direções mais variadas em ângulos dos mais desencontrados e curvaturas das mais desconexas.
A genitora foi à primeira mestra sobre a face do planeta, à qual, mesmo sem nenhum “estudo”, ministrava ao filho os primeiros ensinamentos em prol de seu desenvolvimento, depois, numa seqüência não cronológica por excelência, veio Moisés, Abraão, os Profetas, Juízes, Reis, Jesus Cristo, Apóstolos, filósofos e outros.
Em determinada fase do desenvolvimento, houve a necessidade da formação dos professores em colégios, academias e afins, separando às suas cátedras, religiões, especializações etc. Porém... Sempre, de forma individual, continuaram sendo Professores ou Mestres! Verdadeiros instrutores do comportamento, saber, ciências, artes, religiões e, monitores da vivência de cada aluno que tivera a felicidade de lhe cair nas mãos.
Não falarei dos maus professores, se eles existem, são pela carência da própria sociedade que os formam, Eles, para mim, não são mestres e sim: maus alunos! Não só das faculdades, mas... Da vida!
Já houve um tempo em que o professor era valorizado, recebia homenagens, nomes de ruas, avenidas e até cidades. Os esposos das mestras, muitas das vezes, eram conhecidos como o “marido da professora!”.
Hoje, a classe dos mestres está relegada a planos secundários pelo próprio Estado, escolas, pais de alunos e, Por covardia... Todos nós! Inclusive colegas deles, que não se valorizam digladiando-se à procura do poder em prejuízo do saber que têm a obrigação de distribuir, eqüitativamente, a todos!
O cascalho pode cobrir o diamante, todavia, nunca poderá sobrepujar seu valor e brilho. As nuvens podem tapar o sol,mas, jamais! Vencerão seu calor e os seus raios fulgurantes, por serem passageiras e, o sol, mesmo sendo “eterno, sempre terá por ajudante às estações do ano”.
A humanidade pode relegar a saúde, escolaridade e a segurança a planos inferiores, entretanto, com tal gesto! Nunca conseguirá obstruir a doença, ignorância e a violência: ferrenhos antônimos dos valores assim relegados!
Dia virá em que o diamante aflorar-se-á majestoso e o sol brilhará para todos e, nesse dia:
O professor estará orientando e ditando às normas em prol do saber, unificando tudo a favor de todo o ser humano!
Quaisquer profissões
Têm valores elevados,
Somando-se frações
Difundindo os predicados

A célula da sociedade
É a família reunida,
Todos sabendo a verdade
Dos labirintos da vida.

No lar, é só obedecer,
Respeito, afeto e amar,
Na escola... O saber,
Para a vida enfrentar!

Em casa, a mãe com afeição,
Corrige, exemplifica e elogia!
Na Aula, uma mãe, por adoção,
Doutrina educa e... Premia!

Dos milhares de labores,
Um deles tem mais vitória:
É a classe dos Professores
Enchendo o país de glória!

Ser professor é sacrificar
Entregando-se de coração
Aos misteres do ensinar
Com saber e dedicação!

Sebastião Antônio BARACHO
conanbaracho@uol.com.br
 
MAGISTÉRIO!

A lição das maças

 
A lição das maças
 
O preconceito ainda assombra as crianças.
Tão pequeninas e indefesas, alvos desse monstro.
Que tenta contaminá-las sem ter direito.
Ensinar, orientar, funciona tenho certeza.
Maças elas conhecem, a adoram saborear.
Uma verde, outra vermelha. Dão água na boca só de olhar!
Mas não são para degustar. A lição vão ensinar.
Pergunta feita:- O que é isso?
Resposta pronta:- Maças
Mas uma pergunta:- São diferentes?
Vem a resposta:- Sim. Uma é verde outra vermelha.
Pegando a faca e partindo ao meio.
Novamente a pergunta:- São diferentes por dentro?
Resposta certa:- Não. São iguais.
Assim aprendem que a casca pode ser diferente, mais
a essência é a mesma.
Bela aula. Bela lição.
E alguns adultos quando vão aprender essa verdade e parar de assombrar as crianças com o monstro do preconceito?



( O preconceito que a aula trabalhou era o racismo,que se fez presente entre crianças do jardim I)

Su Aquino
 
A lição das maças

Se formos a ver (a História)

 
Em rigor (se formos a ver bem), alguém que conhecesse a História conheceria tudo, porque tudo, na História, acontece, no espaço e no tempo.
Quem soubesse a história da química ou da literatura, ou da religião...seria um cientista tão exímio que nem existe, porque só em teoria é concebível.
A História é tudo, não esqueçamos.
E, sem História, não sabemos grande coisa, para não arriscar dizer coisa nenhuma.
Mas esta esmagadora grandeza da História é empolgante e vivificadora, porque permite os voos mais ousados, incríveis e triunfantes do pensamento e do sentimento que o pensamento provoca. As datas são, quase, a essência da História e o "mecanismo" que, quando menos esperamos, faz luz sobre um documento, uma inscrição, permitindo-nos conferir-lhe conexões imprevistas e reveladoras, como se estivéssemos num jogo de xadrez que se transfigura, ou, inopinadamente, uma chave abrisse a porta que nunca esperaríamos, pelo simples efeito do pensamento e da imaginação.
Diria que a História está para o pensamento e para a imaginação como o futuro está para a ignorância.
 
Se formos a ver (a História)

A escola da Margarida

 
Na escola da Margarida há espaços lindos para os meninos e as meninas brincarem, e as salas de aulas são grandes.
Os professores são os amigos crescidos que se preocupam e que ensinam coisas importantes para a vida futura.
Todos os dias as amizades florescem na Escola da Margarida.
Todos os dias as crianças estão felizes e assim aprendem a conhecer o mundo.
A Escola da Margarida é tão bonita porque tem crianças lindas e espertas que ajudam a simplicidade das coisas boas da vida.
E os outros meninos, das outras escolas, querem conhecer a Margarida, a menina que tem uma escola tão boa e especial.
Talvez um dia a Margarida vos mostre a sua escolinha ou vos escreva a contar o que lá acontece…

Este texto foi dedicado e oferecido à minha filha Margarida que tem 6 anos, pelo Paulo Afonso.
A Margarida tem a felicidade de estar uma escola boa, com espaço para brincar. Por sorte tem também uma professora interessada e que a tem ajudado a descobrir o mundo da escrita, da matemática...
E como gosta de escrever (anda sempre com um caderno e uma caneta) resolveu responder ao pedido do Paulo e explicou o que se passa na escola dela.

Na escola eu faço muitas coisas e também aprendo muitas letras. Já aprendi muitas letras.
Na escola eu já aprendi os números até 11 mas sei os números até 100 na matemática. Eu gosto da matemática.
Na escola eu e os meus amigos falamos do estudo do meio e do tempo.
Na escola eu no recreio salto à corda e com as minhas amigas elas seguram na corda.
Na escola 6 eu tenho uma professora que se chama Verónica e também outras professoras.
Eu gosto muito da escola.
A minha professora é boa porque me ensina muitas coisas.
 
A escola da Margarida

UMA PERGUNTA AO JOÃOZINHO...

 
Neste mês do Professor - como em qualquer outro dia, mês e ano - cabe uma reflexão sobre a avaliação de quem ensina, que é uma cobrança feita por todos os "lados", não importando o esforço em tentar transmitir algo para quem realmente não deseja estudar.

Como professor, estamos diante de Joãozinho, que simplesmente se nega a fazer provas ou trabalhos solicitados, somente por birra. Joãozinho não está doente, não tem problemas psicológicos, e gosta de passar a aula conversando e brincando com os colegas.
Depois de tentar - de todas as maneiras - conquistar o interesse do Joãozinho, enfim, olhamos bem dentro dos seus olhos, e vamos diretamente à questão:
- Joãozinho, você tirou zero, novamente na prova. O que tem a me dizer?
- Tanto faz! Eu não gosto de estudar, mesmo!!!
O professor insiste:
- Você sabe, Joãozinho, que quem nos avalia como professor, repete, sempre, que nós somos culpados se você não aprende?
Joãozinho apenas ri e se diverte.
- Diga-me, então, se você não estudou porque não o quis fazer, se está com as notas baixas, porque não gosta de estudar, você também acha que a culpa é minha?
O menino olha, ainda sorrindo, e responde, bem à vontade:
- É claro que não, professor! Mas isso não me importa, porque acho a escola uma chatice...
Impotente diante deste aluno tão sincero, nós, professores ficamos à mercê da sua disposição em estudar ou não... simplesmente por birra... Porque não somos avaliadas pelos outros 15 alunos que se dedicam e se interessam no aprendizado, mas sim somos avaliadas pelo Joãozinho, e por causa dele, nós, professores, "não sabemos cativar, não temos criatividade na metodologia, e não somos bons educadores".... é o que nos dizem aqueles que nos cobram em palestras e em seminários, como se o professor tivesse que ter uma varinha mágica para despertar neste tipo de aluno pelo menos o senso de colaboração durante o período de uma aula.
Na atualidade, o Joãozinho é a vítima e o professor é o réu.
Será que todos os anos de dedicação e preparo para exercer o magistério, não significam nada, só porque o Joãozinho não quer estudar?
Gostaríamos de continuar a ser respeitados pela bagagem adquirida ao longo do tempo, e poder cobrar um mínimo de responsabilidade deste tipo de aluno, que parece não estar consciente que a Vida, muito mais do que uma brincadeira, é uma construção onde todos - não só o professor - devemos usar sempre os nossos melhores talentos na direção de um mundo melhor... principalmente, o jovem, que, logo ali, estará assumindo as rédeas da Civilização. Porque, assumindo as suas responsabilidades, jamais vai culpar as gerações anteriores por todos os males que o atingem.
Parabéns, Professor!!!
Não percamos nossas mentes brilhantes e maduras, diante do Joãozinho vazio de sonhos...só porque quer!!!
Ainda somos uma importante alavanca, por cujas salas de aula, continuam passando também grandes advogados, médicos, engenheiros... Sonhadores!!!
Sonhadores e Forjadores de um Mundo novo, sempre fundamentado nos melhores Valores Humanos que são as colunas que sustentam a Civilização, desde o começo da participação humana na sua construção e eterna reconstrução.

Saleti Hartmann
Professora e Poetisa
Cândido Godói-RS
 
UMA PERGUNTA AO JOÃOZINHO...

...E Por Falar em Inclusão.

 
O Ensino Brasileiro está sendo pensado na direção de novos rumos, no sentido de melhorar a qualidade da Educação, promovendo reflexões e transformações profundas, como a INCLUSÃO que, por enquanto, anda devagar, pois existem muitas adaptações a serem feitas, tanto no setor físico e estrutural como na dimensão humana dos objetivos traçados.
Lê-se muito, pensa-se bastante e discute-se ainda mais a respeito dos melhores meios de promover a INCLUSÃO nas escolas do nosso País. Como num ato de mágica, o professor-educador tem nas suas mãos a tarefa de adaptar os métodos pedagógicos usados em sala de aula, além de fortalecer as próprias emoções, com o fim de demonstrar prontidão para estar sempre à disposição de uma variedade de necessidades manifestadas pelos alunos, o que inclui a capacitação instrumental e psicológica que abranja as várias gamas de deficiências que vão se apresentando no processo de assimilação do conhecimento (ou não)....
De turmas homogêneas (quanto à idade e à capacidade física), o professor passa a atender turmas completamente heterogêneas, onde as dificuldades físicas misturam-se às dificuldades de ordem mental, que não permitem o aluno a ser incluso ter o mesmo aproveitamento que os seus coleguinhas estão tendo, no mesmo período de tempo que eles.
De maneira nenhuma, este artigo deseja ser um libelo contra a inclusão, ao contrário, é um manifesto de aceitação e de admiração pelas intenções de trazer para a vida social “normal”, aquelas crianças que o nascimento – ou alguma doença – impede de conviver no mesmo mundo onde o sorriso, a lágrima, as emoções, são fatos universais, independentemente das deficiências ou/e dificuldades existentes a nível individual.
Quero, apenas, através deste pequeno Manifesto, lembrar que é importante trazer o próprio professor(a) para dentro do processo de Inclusão, no sentido de não jogar toda a carga de responsabilidade nas suas mãos.
A Comunidade Escolar, e o próprio governo que faz o papel de mentor da inclusão social, precisam intuir, com a maior boa vontade, que trata-se de algo extremamente novo dentro do Ensino Brasileiro, o objetivo de trazer à luz da convivência coletiva, as nossas crianças que, aqui na Terra, são como Anjos à espera de um carinho, de um garimpo mais profundo por suas mentes e suas almas, reforçando a idéia de que somos feitos – TODOS – do Amor e para o Amor.

Geralmente, toda a mudança extrema, acontece de forma muito lenta, muitas vezes ultrapassando o período de uma ou duas gerações, para depois, ser considerada bem fundamentada e no nível de aceitação excelente.
Portanto, ao observar diversos tipos de reações negativas por parte de pais e de boa parcela do governo, diante da aparente impossibilidade que o professor apresenta nos primeiros momentos do processo de INCLUSÃO, acusando-o de irresponsável, ou despreparado, tomei a liberdade de lembrar a todos, que o processo inclusivo não tem um só caminho, um só rumo: principalmente o professor-educador precisa ser incluído nos projetos de mudanças, de maneira a merecer o respeito de todos, quando, num primeiro momento, parece apresentar toda a espécie de dificuldades. É admirável a prontidão e a disposição que o professor apresenta para contribuir o máximo possível para diminuir as distâncias que o preconceito provoca em todas as dimensões da vida social.
A teoria da inclusão apenas começou a ser aplicada e compreendida, e o professor não é o responsável pelas falhas estruturais que os prédios escolares ainda apresentam, e nem pela impossibilidade de apresentar instrumentalização e tecnologia própria a cada deficiência manifestada. A teoria surgiu e foi apresentada muito antes da oferta de capacitação aos professores, por isso, suplicamos a caridade de uma compreensão sobre as dificuldades de toda ordem que estão sendo enfrentadas, a partir da decisão legal de incluir, em nossas escolas, as crianças que apresentam problemas físicos, mentais e cognitivos.
Não existe a figura de um “Super-Homem” na dimensão dos educadores, existe sim a vontade coletiva de acertar, de aprender, evoluindo junto com o momento, e existe, principalmente, a necessidade do professor ser incluído no mesmo objetivo do Amor, da diminuição das discriminações e na boa vontade de vê-lo, não como alguém perfeito, mas sim um SER HUMANO caminhando da mesma forma que o resto da Humanidade, tendo de se adaptar a cada criança, a cada dificuldade manifestada, e ainda, conquistar a aprovação sisuda de pais, dos representantes do governo e de outras classes que discriminam demais a classe do professor, sem motivo aparente.
...E, por falar em INCLUSÃO, que tal incluir o professor naquele sentimento de respeito e de admiração que tanto incentivam a sua luta diária contra a ignorância e contra a barbárie?!!!??
 
...E Por Falar em Inclusão.

O PROFESSOR E A SÍNDROME DE BURNOUT

 
Professor também adoece. E muito!

“Nem síndrome do pânico, nem depressão, nem stress. A síndrome de burnout é uma exaustão física e mental muito comum em profissões que exigem o contato direto com as pessoas, especialmente quando a relação é de ajuda, como policiais, enfermeiros, médicos e professores. O termo burnout vem do inglês burn – queimar – e out – externo -, ou, simplesmente, exaustão. Quem é acometido pela doença tem diminuição do interesse pelo trabalho, da energia, humor, criatividade, ideia, autoconfiança e outros fatores de motivação. No caso dos professores, o desconforto cresce ao passo que a vontade de lecionar diminui.”

Quando se imagina um professor em sala de aula, geralmente não se tem uma visão geral do quanto ele perde energia, ao tentar contentar mais ou menos 20 alunos – senão mais -, nas suas vontades, necessidades e diferenças, que vão desde os mínimos detalhes até grandes problemas de aprendizagem. Aliados a isso, estão as cobranças dos pais, governos e sociedade, no sentido de olhar o professor como o grande culpado de qualquer situação negativa que acontece numa escola. O professor, geralmente, inicia a sua carreira de forma positiva, pois, ainda hoje, a vocação é fator crucial para a escolha desta verdadeira missão, que é EDUCAR.

Mas, no decorrer dos anos, vão se acumulando insatisfações, tanto dentro quanto fora da classe de aula. A desvalorização do mestre é grande, o respeito pelo seu trabalho diminuiu muito nos últimos anos, porque exige-se muito deste profissional, dando-se em troca minguadas possibilidades de exercer a carreira dentro dos parâmetros reais de saúde e de dignidade, diante de uma turma de pequenas cabecinhas que possuem todos os direitos e nenhum dever.

Quando o professor chega ao seu limite, então, é gentilmente “encostado”, gerando laudos e, segundo o sistema, torna-se um transtorno social. Ninguém repara. Ou, se repara, lançam críticas negativas ao professor doente, como se ele tivesse procurado por esta situação.

A questão que fica é a seguinte:

- Será que a grande maioria suportará um número maior de anos em sala de aula, como pretendem os nossos governantes, sem sentir-se doentes na metade do caminho, e sem amparo de leis que o façam sentir-se digno e com missão cumprida, diante de um quadro caótico, cujas soluções são trocadas por construções de melhores presídios antes de investir em uma melhor educação.

“Recentemente, o SINPRO Rio disponibilizou uma cartilha sobre Síndrome de Burnout no portal Saúde do Professor. (...) Cerca de 30% dos professores sofrem, mas desconhecem a síndrome da exaustão, como também é conhecida.”

Saleti Hartmann
Professora / Pedagoga e Poeta
Cândido Godói-RS
 
O PROFESSOR E A SÍNDROME DE BURNOUT

Teoria de Phillips

 
Hoje não vou agitar as águas do clube.
Vou escrever sobre a teoria de Phillips, que sustentava que havia uma relação inversa e previsível entre inflação e desemprego: quando a taxa de desemprego é alta, a inflação é baixa, e vice-versa.
O mesmo ocorre com outras variáveis que se opõem, quando o valor de uma sobe a outra perde uns pontos.
Mas para além disso há alturas em que valores mais altos se levantam. E por outro lado existe também a nova teoria da divisão que enuncia que nem sempre 1+1 : 2 equivale a 50%.
Tudo isto somado coloca-me uma questão. Se a crise que se instalou contraria a teoria de Phillips e há valores bem mais altos que todos estes elevados à potência, porque continua a chover?
 
Teoria de Phillips

O Prega-Saltos

 
O Prega-Saltos
 
Coelhinhos de várias cores, juntaram-se na casa dos seus avós, para ajudar nos preparativos da Páscoa. As coelhas mais velhas, passam o dia na cozinha da Avó Nascimenta, preparando os doces, para que durante a quaresma, todos possam provar variedades sem fim, de guloseimas que estiveram privados de comer durante o ano.

O Prega-Saltos, um coelhinho muito traquina, decidiu mais uma vez fazer das suas. Desta vez, esperou para apanhar a Avó Nascimenta distraída e esconder a bonita cesta com Ovos Folares, que ela acabara de cozinhar.

Quando esta deu pela sua falta, olhou repentinamente para o grupo de coelhas que estavam com ela e descarregou toda a sua ira e desconfiança,logo na sua neta, que se encontrava á frente.

Perante tal ralhe-te, a coelha, não escondeu a sua fragilidade e começou a chorar. Sabia com toda a certeza, que tivera posto a cesta, exactamente no local, onde a sua avó lhe tivera dito.

Escondido com a cesta atrás do cadeirão de baloiço da Avó Nascimenta, o Prega-Saltos, assistia calmo e sereno a todo este episódio, muito divertido, fazendo grande esforço, para não deixar passar as suas risotas.

Como as brincadeiras nem sempre dão bom resultado e reparando na preocupação da Coelha idosa cada vez mais a acentuar-se, eis que o Coelho Prega-Saltos, decide então acabar com a sua disparatada brincadeira e entregar a cesta á Avó.

Sem que se tenha apercebido, o seu enorme rabo fofalhudo estava preso no cadeirão. Tentou soltar-se, mas rapidamente estatelou-se com a cesta e os folares no chão.

Vendo tudo isto, não foi muito difícil á Avó Nascimenta, descobrir quem tivera momentos antes, decidido pregar-lhe a valente partida.
Valeu ao Prega-Saltos, isso mesmo:
Saltar; saltar, para fugir do alcance das furiosas coelhas, enquanto estas atiram os ovos dos Folares, que tinham caído no chão.

(Desejo-vos uma Páscoa Feliz!)

GABRIEL REIS
 
O Prega-Saltos

MOMENTOS DE TERNURA

 
MOMENTOS DE TERNURA

Saleti Hartmann
Professora
Em qualquer situação que nos encontramos – TODOS! – somos viajantes de uma nave espacial chamada Terra, e, não importa o que estamos fazendo, podemos fazê-lo reconhecendo em nosso meio a Ternura que Deus evoca nos seus Filhos e Filhas humanas, quando não matamos de todo a sensibilidade em nossos corações e mentes.
Quero mencionar, aqui, com especial carinho, os momentos de ternura que acontecem dentro de uma sala de aula entre professores e alunos, quando existe um clima de amizade e de respeito mútuo.
Considero a escola e o conhecimento como um ponto de encontro entre mentes e gerações, todos, enfim, à procura de um aperfeiçoamento da inteligência e das relações humanas. A inteligência é uma Dádiva divina. A procura do Conhecimento é um Dom humano. Dentro do relacionamento que envolve este crescimento, acontecem, entre professores e alunos, momentos únicos, de descobertas, de troca de energia e por que não, de TERNURA, pois, por mais iguais que parecemos, cada um está num estágio próprio de compreensão e de evolução, e o elo que nos liga a todos, é o momento mágico em que nos enobrecemos juntos, trilhando os caminhos da Educação.
Não chamo estes momentos de outro nome, a não ser TERNURA.
Porque, crianças, jovens e adultos estão buscando soluções para as questões humanas, cada um de acordo com a sua experiência de vida, cada um com o seu sonho de crescimento, mas TODOS visando um futuro cheio de paz, de amor e de muito discernimento sobre o que é certo e o que é errado.
Certamente, que a sala de aula, às vezes, se transforma numa agitação extrema, quando os ânimos estão alterados, talvez pelo cansaço mental, ou seja por outros motivos humanos, mas, mesmo assim, persiste o momento de ternura, porque somos feitos, também, de reações às vezes negativas, às vezes de teimosia, às vezes, de desencanto. Porém, no outro momento, no outro dia, tudo está bem, de novo, e os alunos recebem os professores com um sorriso no rosto e com encantamento nos corações.
Ali, na sala de aula, estamos todos tramando um futuro de Paz.
Ali, ninguém joga bombas, ninguém esconde seus sonhos...enfim, numa pequena sala de aula é onde se acende a centelha do Mundo que está apenas embrionário nos corações e mentes, que sempre está sendo reconstruído na nossa vontade imensa de sermos realmente os responsáveis pelos destinos do Planeta, sob os desígnios de Deus.
Numa pequena sala de aula, existe a ternura de amar o Meio Ambiente, porque ele representa a nossa sobrevivência, e nele ainda estão guardados os mistérios mais profundos da vida humana, animal, vegetal e mineral.
Os momentos de ternura, porém, para serem duráveis, não podem ser entregues friamente nas mãos das ideologias cheias de ódio e de maldade contra os diferentes, os “contrários”... os momentos de ternura, precisam ser preservados através do nosso olhar universal em todas as direções – política, ideológica, religiosa, cultural – sem buscar a unilateralidade, a unanimidade onde ela jamais existe.
Assim, uma sala de aula representa o mundo em miniatura, e, onde há liberdade de expressão, acontece a ternura do grande ENCONTRO humano, onde somos todos criaturas imperfeitas, caminhando para um destino, que, talvez, jamais se cruze novamente, a não ser no AMOR e no conhecimento que todos levaremos conosco até o fim da nossa história particular.
 
MOMENTOS DE TERNURA

O POMAR

 
O POMAR

O João e a irmã Joana, foram passar uma semana das férias grandes, á quinta do avô.
Na quinta havia um grande pomar, com muita variedade de árvores de fruto, que vistos mesmo de longe, deixaram o João e a irmã maravilhados, não só pela variedade de cores, mas também, pelo sabor suculento e adocicado que se lhes adivinhava.
No outro dia, logo de manhã, perguntaram : ó avô, podemos ir ver o pomar?
Claro que sim!...Mas não subam ás árvores, pois podem cair, e, se colherem algum fruto, lavem-no muito bem antes de o comerem. Depois quando chegarem, venham contar-me o que viram, está bem?
Eles lá foram, olharam, miraram e remiraram, as árvores e os frutos e com algumas pequenas discussões á mistura, apresentaram-se ao avo, todos sujos, mas sorridentes.
Então gostaram? – Perguntou-lhes o avô sorrindo.
Gostamos muito!
Ele até colheu uma pêra que estava na laranjeira grande. – Disse a Joana toda ladina.
E ela colheu cerejas pretas da oliveira que está lá ao fundo..
E o avô sorrindo, sorrindo, perguntou-lhes : E que mais viram os meus queridos netinhos?
Deixa-me ser eu a dizer,.pois tu és uma trapalhona. – disse o João todo pimpão.
Olha avô: A figueira estava cheiinha de limões.
A cerejeira esta carregadinha de pêssegos pequeninos.
...ó avo eu disse-lhe que eram damascos, ele teimou que a cerejeira dava era pêssegos. – Interrompeu a Joana, muito convencida da sua afirmação,
Ela tem a mania que é sabichona, mas são pêssegos que ela dá, não é avô?
Bom, contem -me lá o que viram mais,
A pereira ainda tinha muitas maçãs.
A tangerineira, tem ainda muitas ameixas amarelas
O pessegueiro tem muitos abrunhos.
A nogueira está repleta de avelãs.
E a videira esta cheiinha de azeitonas.
...e o avô sorria...sorria divertido, pensando que os meninos da cidade, conhecem os frutos, mas não conhecem as árvores.
O limoeiro, tem muitas laranjas.
...és mesmo trapalhão....disse a Joana interrompendo o irmão.
Eu vi um abrunheiro, cheio de amêndoas, pois abri um e lá dentro tinha um caroço, que parti com uma pedra, lá dentro tinha uma amêndoa....mas era tão amarga!
O meloeiro, no chão tinha três melancias, pois eu contei-as.
A ginjeira tinha uns abrunhos bem pretinhos e muito docinhos, pois comi um.
Mas olhe que ela nem lavou! – Disse o João, mostrando depois a língua á irmã.
E ele subiu á ameixoeira e colheu dois kiwis!...Ora toma! – Disse a Joana baixinho.
Mentirosa!!! Ela é que...
Pronto!...Pronto! – Interrompeu o avô.
Amanha, eu vou com vocês e lá vos explicarei tudo como deve ser...No entanto vejo que se divertiram, não foi?
Muito...muito mesmo! – Disseram ao mesmo tempo.
Agora, toca a ir tomar banho para depois irmos almoçar.
E lá foram o João e a Joana, pelo corredor ainda falando
...eu não te disse que não era?...Mas era!...Não era!...Era, era!!
E o avô continuou a sorrir.

Delgado
 
O POMAR

Os Traidores

 
Quem realmente foi e são os traidores da humanidade?
Morre mais um hoje, dia dois maio de dois mil e onze?
Uns dizem que foi Judas
Outros declaram que foi Barrabás
Existia até um tal de Osama Bin Laden
Mais quem foi e são os traidores da humanidade?
Calígula poderíamos consagrar como um monstro
Nero sei lá, o maligno
Uns comemoram pela morte dos traidores
E Jesus Cristo perdoa todos
Uns dizem que foi Luca da feira
Outros oram por Eles
Existia até um tal de Calabar aqui no nordeste brasileiro
Mais quem foi e são os traidores da humanidade?
 
Os Traidores