Poemas infantis

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares da categoria poemas infantis

A criança. A vida. A candura...

 
A criança. A vida. A candura...
 
Como é bom ter uma criança...
Em seu esplendor!
Seja como for.
Não pode faltar amor!
Senão ficam tristes descolorindo
Seu mundo de sonhos.
Sonhos: sonhados,
Não percebidos por sua inocência.
A criança. A vida. A candura...
A ternura de ser inocente
Compara-se ao bailar das folhas
Tocadas pelo vento...
Ao nascer do sol, ao brilho das estrelas,
No desabrochar das flores – um rebento!
Impetuoso perfume da vida...
No sabor dos doces, mesclados de carinho.
Tê-las ou não tê-las no seu ninho?
Um sorriso divino – valioso tesouro,
Renova a esperança - inspira confiança!

Guarulhos, 08/11/2014 – Mary Jun
 
A criança. A vida. A candura...

PLIM, PLOC, TREC, BLEM... VIVA!

 
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Plim, Plim, Plim, Plim
A fadinha disse a mim
Que o príncipe encantado
Era sapo, era sim

Ploc, Ploc, Ploc, Ploc
Meu beijo desencantou
O príncipe que era sapo
No cavalo me levou

Trec, Trec, Trec, Trec
Destemido derrubou
A floresta tenebrosa
E a magia acabou

Blem, Blem, Blem, Blem
Foi o sino, badalou
No castelo da realeza
E a festa começou

Viva, Viva, Viva, Viva
O Príncipe e a Princesa
Gritam todos de alegria
Felizes serão com certeza

Texto inserto na Antologia; "Trago-te um sonho nas mãos", Autores e Temas Originais, Lda., 2009, Coimbra-PT, direitos autorais revertidos em prol da ASAS - Associação de Solidariedade e Ação Social de Santo Tirso
 
PLIM, PLOC, TREC, BLEM... VIVA!

Azáfama no Jardim

 
Azáfama no Jardim
 
Azáfama no Jardim

O ZANGÃO parou na rosa
O LOUVA A DEUS na violeta
e a ABELHA laboriosa
Cruzou-se com a borboleta.

Passa o vento rezingão
Leva tudo à sua frente
Só o GAFANHOTO é que não
Que logo salta de repente.

Não pára a FORMIGUINHA
Corre a encher o celeiro
Tráz cheia a barriguinha
Tem comida p'ró ano inteiro.

Mas aquele canto divino
É a CIGARRA que o canta
Diz que cantar é o destino
E assim seus males espanta.

Ouve o conselho de alguém?
Não! Nem ninguém a faz calar!
E não é que o Inverno aí vem?!
E ela sem comida arrecadar.

Faz calor, sinto-me mal!
Diz ela: mas vou com saudade!
Vou cantar p'ró fresco milheiral
Mas levo comigo vossa amizade.

Fica triste o GRILO e responde:
Canto eu agora sem companhia?!
Vais-te embora e o sol se esconde
E eu choro escondido na malvasia.

São agora horas mortas
Já a Lua vem espreitar
Ali pr'o lado das hortas
Há PIRILAMPOS a passear.

Mais pr'o lado do figueiral
Anda a PERDIZ disfarçada
Com a prole e tão feliz afinal!
Deixemo-la em paz sossegada.

Já o manto branco da aurora
Chega é manhã do novo dia...
Esvoaçam todos alegres agora
Cumprimentam-se com alegria.

BOM DIA! BOM DIA! BOM DIA!

rosafogo

Desafio à minha amiga Stérea.
Hoje lembrei-me, duma outra poesia que fizémos algum tempo atrás e apeteceu-me brincar um pouco com as palavras, fazendo um poeminha infantil.
 
Azáfama no Jardim

pardaizinhos

 
pardaizinhos
 
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Os pardaizinhos cinzentos
cantam todos, tão cedinho,
e acompanham, as suas notas,
meu jeito de andar sozinho.

Encanta os meus ouvidos
seu coro de voz gostosa,
tal como o meigo suspiro
duma saudade amorosa.

Me faz bem ouvir seu canto,
tão humilde mas tão belo,
evoca um mundo feliz,
o mundo que eu tanto anelo.

Vão pulando pelo chão
esses lindos passarinhos,
seus bebês querem comer,
estão famintos nos ninhos.

Procuram qualquer bocado,
qualquer inseto que passa,
para que os filhinhos tenham
esse olhar cheio de graça.
 
pardaizinhos

Mosquito enxerido

 
  Mosquito enxerido
 
Eta mosquitinho enxerido
Nesse constante zumbido
Maltratando meu ouvido.

Seu esconderijo eu revelo
Maledeto magrelo
Metido à cinderelo.

No escurinho você ganha
Mas minha raiva é tamanha
Que não haverá barganha.

Pego a revista com sede
Desta vez cairá em minha rede
Com presteza será estatelado contra a parede.

Nereida

https://novanereide.blogspot.com

..
 
  Mosquito enxerido

...Menino, menina CRIANÇA!...

 
...Menino, menina CRIANÇA!...
 
Apenas um sorriso, um olhar, uma lágrima...
E corações rendem-se, serenados:
serenados, com a vida.

Criando em nós a paz,
alegria e harmonia.
Uma riqueza Divina...
Milagre de Deus!

Trás na sua inocência o encanto da lua
pura magia em seu mundo de sonhos e fantasias...
histórias, brincadeiras, doces, contos, presentes.
... Imaculados...

Passamos a amá-los;
Tal qual a nossa vida.
Sim!...Pois é parte de nós;

Navegamos no seu mundo
Como um barco a deriva sem leme.
Ao nos surpreender com suas peripécias...
quando alçam voos sem se preocuparem;

Sorrindo: o sorriso da verdade!
Amam sem cobrar, simplesmente amam...
Precisam apenas: de carinho, amor e respeito.
Para desabrocharem em seu esplendor.
...Menino, menina CRIANÇA!...

11-10-2013 - Mary Jun


A realidade de muitas crianças é mendigando quando deveriam está no aconchego do seu lar. O que Fazer??
 
...Menino, menina CRIANÇA!...

Uma espécie de fada

 
Uma espécie de  fada
 
Fada rurígena
emancipação quer,
Suave como uma pena
colhe o que quer.
.
Passa-se pelo campo,
Com a desejo de voar,
Filamentos presos pelo grampo;
Fecha os olhos
e passa a volitar.
.
Senta-se no pranto,
Cantando como no canto,
Brilhando, brincando e Cantando;
Sua voz quase ninguém ouve(...)
.
Ela canta e um pássaro na hora
imita-a como a natureza o educou,
Com o depenicar da aurora,
Ele, sua voz cortejou.
.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
 
Uma espécie de  fada

Se eu fosse...

 
Se eu fosse uma sereia
Vivia no imenso mar
Conhecia todos os peixes
Com eles podia brincar.

Se eu fosse uma sereia
Seria bondosa e bela,
Ao luar me penteava
Como uma linda cinderela.

Se eu fosse uma sereia
Vivia no mar salgado
Esperava todos os dias
Pelo meu amado.

Se eu fosse uma sereia
Encantava os pescadores,
Cantava lindas canções
Pintava o mar às cores.

Júlia Lopes 4º ano B Muro
 
Se eu fosse...

MEU AMIGUINHO

 
MEU AMIGUINHO
 
Tenho um cão muito pequenino
E o seu nome é Teco
É muito alegre e muito ladino
E às vezes um pouco malandreco

Ele já é muito velhinho
Sua cauda alegremente dança
À espera de um carinho
Quando vê uma criança.

Ele é muito meu amigo
É um cão muito feliz
Nunca fica de castigo
Porque faz o que o dono diz.

Animarolim . 2009
 
MEU AMIGUINHO

Amizade

 
Amizade é feito
manhã
que nos resgata da
escuridão.

Amizade cheira
à hortelã
hálito límpido e bom.

Amizade é compartilhar
momentos
felizes ou não.

Amizade é ser suporte
na queda
na subida oportuno empurrão.

E se, um dia,
sofrer qualquer dano
amizade também é perdão.
 
Amizade

Criança

 
 
Ah! Como é bom ter o berlinde do mundo
entre os dedos naquele rodar maravilhoso
enquanto o tempo passa a mil, tão buliçoso
que mais nos parece apenas um segundo

Oh! Como é bom ter as tranças brilhantes
caídas sobre as promessas do vestido
naquele prazer de brincar descontraído
sem apreensões, viver apenas os instantes

Ah! Como é deliciosa a tal companhia
da bola de futebol debaixo do braço
numa pressa de se acabar o espaço
e marcar o golo que à equipa dará alegria

Oh! Como é deliciosa a boneca de trapos
esfomeada pela atenção da mamã
enfeitando os braços de cada manhã
de ternuras e juras em doces farrapos

E como são virtuosos os tais direitos
perdidos tantas vezes na selva adulta
por egoísmo e loucura que se diz culta
mas que os mantém apenas escritos

Todos os dias são dias de venerar
a geração mais mimosa e pura
sempre é tempo de lhes dar ternura
sempre é tempo de aprender e ensinar!
 
Criança

Café gostoso

 
 
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Quando menino eu tinha uma amiguinha.
Uma vizinha, às vezes,
nos convidava para tomar um café.
Ficávamos ambos, sozinhos, na cozinha,
o café recém-feito,
tão gostoso!!
Então imaginávamos que aquele era o nosso lar,
e morávamos lá, juntinhos,
unidos por um grande amor.
 
Café gostoso

Adopções de Amor e Piedade

 
No seguimento da leitura feita hoje à partilha do poeta Correia - " E amanhã um anjo" venho partilhar, um poema infantil já guardado há dois anos atrás.

Adopções de Amor e Piedade
Capítulo Um – Manuel, o gato cantor

Era uma vez um gato chamado Manuel
assim baptizado por sua mãe adoptiva
pois que era um nome muito comum e
por essa razão, assim se deveria chamar

Manuel era um gatinho calmo e meigo
Que adorava mimos e outras ternuras
Não fora ele um derretido que se dava
Todinho nos colos dos pais e em turras

Manuel era um belo gato pardo cinzento
De focinho redondo e olhos verdes

Manelinho tinha mais cinco irmãos
E sabia que o afecto que recebia
Era igual para todos os manos
E assim era, apesar dele ser o meloso mor

De noite, subia à cama de sua mãe
E se aninhava suavemente a seu lado
De vez em quando, mamãe acordava
Cheia de cócegas que os seus bigodes
lhe faziam, porque Manelinho gostava
de ronronar em volta do rosto da mãe.

A mãe do Manelinho era esquisita
Depois de ser acordava, ela não se zangava
Acendia a luz da mesinha de cabeceira
Sorria para o Manelinho e abraçava-o
Depositando-lhe mutios beijos na testa
Aninhando-se, logo de seguida com ele
a dormir com um sorriso imenso na face

Manelinho gostava muito de cantar
Subia aos móveis para ficar mais alto
E dali miava bem alto suas cantorias
Mamãe sempre dizia: “ ainda me hás-de
Ajudar a pagar as contas com essa vozinha”
E ele ficava pensando“ ela é mesmo esquisita”

Cantava, mas cantava tanto, que os irmãos
Faziam uma grande galhofa gozando com ele
É que os irmãos gostavam mais de brincadeiras
desafiando-o constantemente para as correrias

Manuel descansava a voz e nem sempre queria brincar
O que originava algumas zangas bem sonoras
A que sua mãe assistia rindo a bom rir
E lá ficava ele pensando “ ela é mesmo esquisita
Nem se importa com as nossas zangas”

Numa casa grande toda disponibilizada para ele
Manelinho vivia feliz com todos os manos e os pais
E naquela casa a vida era boa e muito tranquila
como o deveria ser para todos os outros seres vivos
longe da crueldade e da insensibilidade humana.

O gato Manuel nasceu em 08/06/2009 e foi registado no Municipio de Lisboa com o nome de “Egas Manelinho”

Eureka, 04.09.2016
 
Adopções de Amor e Piedade

PEDACINHOS DE CRISTAL

 
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No Reino do rei Poema
e da rainha Poesia,
toda princesa é Fada,
quando não; é Poetisa.

Tem coração transparente,
brilho do mais fino cristal,
e com ele não se brinca,
mesmo não sendo por mal.

Se tu o riscares; ele trinca.
Se o maltratares; estilhaça
em miliumas estrelinhas,
tristemente apagadas
espalhadas pelo chão.

Tão diferentes daquelas,
quando olhamos para o alto,
e vemos quais uns olhinhos,
brilhando no céu azulzinho...
[piscando intermitentemente]
Fazendo a gente também piscar.

...incluso na prova final de interpretação de texto para alunos da Educação infantil/Fundamental por quatro anos consecutivos á convite do Colégio Gauss, Niterói, RJ,
 
PEDACINHOS DE CRISTAL

D. Cegonha

 
D. Cegonha
 
D.CEGONHA

A lezíria acordou cedo
Já é grande a confusão
O almoço não está azedo
Querem todos uma refeição.

Sr. Coelho sai a saltitar
Molha as patas na geada
Mas não consegue esperar
Que a fome é apertada.

Lá vem a D. Cegonha
De papo bem levantado
Mas hoje vem enfandonha
Tráz até um ar perturbado.

Anda pela lezíria vaidosa
Mora num vigésimo andar
Morada até perigosa?!
P'rós filhotes a chegar.
De vez em quando ela espreita
P'ra ver Sr. Sapo saltar
Já é tarde quando se deita
Mas sonha que o há-de apanhar.

Ai Jesus! Grita o Sr. Sapo!
Todo ele em alvoroço
D. Cegonha e seu papo
Preparam-se para o almoço.

Logo ali uma algazarra
Até foge D. Libelinha
Também a D. Cigarra
Esquecera a fome que tinha.

Logo passa por ali
D. Doninha acompanhada
Ai Jesus! Que mesmo aqui
Vai ela atravessar a estrada.
Foi tamanho o alarido
Que ao rio Sr. Sapo caíu
Mas que almoço tão sofrido
Molhou-se está cheio de frio.

O rato do campo foge
E evita a confusão
E diz:
Meu Deus que dia o de hoje
Quase morri do coração.

D.Cegonha extenuada
Vai para casa de para-pente
No papo não leva nada.
E já nem sabe o que sente.

Chega de pronto a Lua Cheia
Descansada está então
A barriga não está cheia
E p'ra maior confusão
Passa a rasar Sr. Falcão.

Ai Jesus, como vai ser
Já não posso ir cear não
Já está a anoitecer
É a hora do ladrão
Não quero mais confusão.

Cá em baixo, há grandes sustos
Muitos olhos a brilhar
Por entre aqueles arbustos
Quem é que pode confiar?

rosafogo

Esta histórinha, fiz p'ra minha neta ler na 3ª
classe, mas hoje dedico à minha amiga Sterea
porque sei que ela adora, ler história para adormecer.
 
D. Cegonha

A lagartixa Rosinha

 
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Conheço uma lagartixa,
Rosinha é o nome dela;
simpática e brincalhona
e além disso muito bela.

Tem uma pele bonita,
tem uma cauda comprida;
tomando banhos de sol
parece que está dormida.

Tem uma língua retrátil,
mas não gosta de fofoca,
serve apenas pra levar
os insetos para a boca.

Rosinha é muito querida,
ela é culta e educada,
nunca faz mal a ninguém
e nunca fica zangada!
 
A lagartixa Rosinha

Lua

 
Lua
 
Lua
És tão brilhante
E animante
E também és fascinante.

Lua
És redonda
E atrevida
Espreitas os namorados
De noite e de dia.

Lua
Da meia-noite
Ilumina cá para baixo
Perdi os meu amigos
E no escuro não os acho.


Miguel 4ºano Trofa
 
Lua

O meu Jardim

 
O meu Jardim
 
O MEU JARDIM

P'la manhã nasce o Sol

Aquece toda a Natureza

E logo o Sr. caracol

Aparece, com toda a ligeireza!



No jardim surge a fadiga

Uns rastejam, outros esvoaçam

E logo a Dª.Formiga

Diz bom dia aos que passam.



Alegre o Sr. Sapo

Coaxa a manhã inteira

Arfando ao Sol o seu papo

Com alegria verdadeira!



D.ª Abelha que é mestra!?

Percorre todas as flores

Dª.Cigarra dorme a sesta

E depois, canta aos amores!



Que aflição ali vai!

D. Gafanhoto saltou!

Foi ver, quem deu um ai

Quem a Minhoca devorou?!



D. Grilo de preta asa

Deixou logo de cantar!?

Vendo pousado na salsa

Um passarinho a chilrear!



Dª.Aranha que é esperta

Vai tecendo a sua teia

Cai um incauto, está certa

Que já tem a sua ceia!



É noite, já todos dormem

Só D. Morcego procura...

Chega a Lua e chega bem

Cobre-os a todos com ternura.



Me perdoem os amigos da poesia, espero não me levem a mal, porque hoje o «serão» é para crianças.

rosafogo

Esta ideia de postar poesia infantil surgiu ao ler a poesia de hoje da Poeta amiga Sterea.
 
O meu Jardim

Romance dos grilos enamorados

 
Romance dos grilos enamorados
 
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I

Debaixo dum choupo,
por entre as violetas,
cantam as cigarras,
voam borboletas.

Lindo roseiral
perto se encontrava,
onde tão feliz
as vespa libava.

Também mora lá
um grilinho lindo,
ao que todos chamam
Grilo Gumersindo.

Este bom grilinho
tem um grande amor,
que ele mantém vivo
com zelo e fervor.

Apenas a noite
pousa na floresta,
os grilos convocam
sua mágica orquestra.

Mas nosso grilinho
não quer mais tocar
porque à sua querida
não pode encontrar.

E assim toda a noite
E assim todo o dia,
muito a procurava,
nunca aparecia.

Um dia Gumersindo
foi lá para o Céu,
Porque sem a amada
de pena morreu.

II

Quando um grilo quer assim,
desse jeito, desse modo,
perder o ser mais querido
é perder seu mundo todo.

O destino da grilinha
afinal é revelado,
foi um menino ruim
quem a tinha capturado.

Então ela ficou presa,
numa latinha, encerrada;
por causa de tal tormento
muito sofreu, a coitada.

Até que passado um ano
os papais puderam ver
o mal que o filho causara
com o seu mau proceder.

Depois dela ficar livre
procura ao seu grande amor,
mas sabendo da sua sorte,
morre transida de dor.

Este drama, esta tragédia,
poderia ter-se evitado,
se nenhum bichinho fosse
prendido nem maltratado.

Quem sendo menino goza
com ato tão desumano,
pode acabar finalmente
convertido num tirano.
 
Romance dos grilos enamorados

O mundo dos sinais

 
Encerrado no teu mundo
perfeito e impenetrável
onde é difícil entrar
e interpretar os sinais,
desvendar os teus mistérios,
poder contigo brincar

Crias rotinas de vida
Que não deixas partilhar.
E finges que nem me vês.
No autismo dos teus sonhos
és um menino diferente...
Criança tão especial!

É na leveza das águas
que te soltas, que te entregas
às carícias de um amigo
que, apesar, de ser golfinho,
permites que te dê beijos
que agradeces com abraços

Conheces bem os seus sons
e respondes aos seus estímulos
com um sorriso rasgado
e captas as vibrações,
sabes sua linguagem,
com ele te comunicas.
A mim tu não te revelas,
sou só um simples mortal!

Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
Natural de Setúbal
Email: nandaesteves@sapo.pt
 
O mundo dos sinais