Carta a um amor ausente
- Carta a um amor ausente -
“Minha força - o Amor”
Misto de divino e profano
teu sentir se faz imenso
um dia, eu vi a desilusão
espelhada no teu olhar
numa aflição impar eu corri
a perguntar-te o que fora
a resposta veio como um punhal
bramindo feroz num só gesto
a dor exasperante tentou
tomar conta do meu corpo
mas esse amor me protege
e eu reagi, retirando o punhal
limpei-o desse meu sangue forte
que não conhece o que é perder
e coloquei-o em cima da mesa
olhei no fundo dos teus olhos
a pergunta já tu a advinharas
e cobarde foste respondendo
tão mal quanto era a desculpa
para me ferires com teu egoísmo
acreditar nos outros sempre fora fácil para ti
duvidar de mim, era teu porta estandarte
e da vergonha que deverias sentir, nem sombras
mas eu sempre forte, lutadora e perssistente
nunca desisti de ti, lutando por ti e por mim
tirei-nos da tormenta em que nos lançaras
e foi assim que uma vez mais eu te ensinei
o lugar do sentimento que dizias ter por mim
E o nosso amor foi para casa convalescer
mas era urgente, era premente que
deixasse sair as lágrimas de meus olhos
da revolta imensa do meu interior
sem que tu as visses assim tão zangadas
na incompreeensão de todos os meus
mais delicados e nobres sentimentos
tu te achavas superior em sabedoria
do que, sempre, se deveria fazer ou dizer
Ah! Mas de lágrimas enchutas e cara lavada
eu renasci forte para pôr ordem na nossa vida
e no dia seguinte já ninguém se atrevera
a levantar um olhar na minha direcção
Nada como se dar ao respeito e tratar do assunto
em primeira mão em vez de mandar recado
foi assim que aprendi há muito em casa de meus Pais.
“Mulher honrada ou não tem ouvidos
ou se os tem precisa ver para reagir”
Eu vi, eu reagi, fim de conversa, vamos embora, que se está a fazer tarde.
Eureka, 02 Janeiro 2016
Ano de Dois mil e dezasseis
INDEFERIMENTO
INDEFERIMENTO...
Leio nas páginas do teu querer
Os versos luminosos da tua palavra branda
E decifro teus desejos impossíveis
Que escorrem da janela dos teus olhos tristes
Querendo o céu com todas as estrelas
Mas a palavra NÃO foi necessariamente imposta
E em tantas outras páginas a encontramos
E deixamos esta Sentença desfavorável transitar.
Sem recursos, sem poder apelarmos à outra instância.
Indeferindo um amor que achamos ser justo.
Então...
Ficaremos às margens de uma história
De bem com o que temos
Nas palavras trocadas...
Da música que embala....
De vagas imagens...
Mas na calma do encontro ao acaso...
Usei algumas expressões que são da área jurídica.
Presente mais que perfeito
o sol se mistura com a chuva
e decalques dourados
rodopiam no ar;
é uma nuvem que brinca, sem se importar
com o sol, sobre um pequeno
pomar onde uma Lady cuida das plantas,
tenras e perfumadas, recém brotadas.
no angulo do quintal o quadro
mostra que o tempo há muito
plissou-lhe a pele e escalou
seus cabelos em tons de prata crua,
mas suas mãos não perderam o
viço da suavidade; seus toques bailam
nas miudezas que acabam de vingar
com um carinho maternal.
sua voz sai como um segredo;
como se um tom mais alto
pudesse danar a sedosidade
dos brotos, e suspiro com inveja
santa inalando junto com minha carência
o ar perfumado de ervas molhadas,
quando aqueles olhos jades
caem sobre mim com um sorriso
de quem vê sua menina,
como se eu fosse ainda a menina
que balbuciava lhe pedindo o colo;
- mãe!
Gaiteiro
Gaiteiro
Num baile que eu fui lá nos pagos
Foi chegando um gaiteiro do bem
No balcão ele tomu alguns tragos
E dai não sobrou pra mais ninguém
As mulheres entraram em cochichos
E queriam agradar o tal forasteiro
Logo, aí começaram os cambichos
Darem em cima do tal missioneiro
Quando abriu a cordiona amarela
E mil vaneiras na hora ele tocou
Um peão c'uma risada banguela
E disse gaiteiro que nada gostou
Nessa hora começou um bochincho
Então pra cima o gaiteiro disparou
E o peão quis bater no missioneiro
Ficou feio, porque ele só apanhou
A moçada correu toda pra escuridão
E no salão não ficou mais ninguém
O forasteiro montou em seu alazão
Pois de medo correu mais de cem.
jmd/Maringá, 31.05.23
Alazão - cavalo de cor avermelhada ou marrão.
bochincho - briga em bailes, bares etc,
cochichos - falas nos ouvidos.
cambichos - mulheres a procura de namoros.
Amizades de então
Amizades de então
Uma palavra às vezes fere,
Quando não há interpretação,
Quando a maldade chega disfarçada,
Causado enorme confusão.
Sentimentos que esquecemos,
Amizades de então,
Sonhos brancos ou coloridos,
Nem sempre tudo é emoção.
A fé que segura nosso povo,
Mesmo com fantasias do quero ser,
Nem mesmo eu segurei as palavras,
Quando briguei com você.
Mas quando beijo tuas mãos,
Sentindo o cheiro de teu perfume,
Esvazia minha arrogância,
Abraçando-te com muita ternura.
Brother
Estou perplexa com suas atitudes
Não julguei que a nossa amizade terminasse assim
Você não se arrepende de nada?
Lembre-se das palavras ditas por nós dois
Pensei ter te feito entender
Não sou sem noção
O amor que te confessei é de irmão
Não importa o que você faça ou fale
Só quero fazer você abrir os olhos e o coração
Perceba a minha versão
Não foi egoísmo nem quis tirar sua paz
Para que jogar meu charme?
Não se trata de azaração
Tentei apenas chamar sua atenção
Queria ver meu nome adicionado novamente em sua
agenda, pois te considerava um brother, um amigão
Será que passarei uma eternidade me perguntando
qual o motivo da minha exclusão?
Ainda te espero bater a minha porta
Nunca é tarde para o perdão!
Se não foi pra sempre
Ei, se não foi pra sempre
Não precisa morrer.
Toque a vida pra frente
E pare de sofrer.
Se o pra sempre tombou
Pare de se lamentar
Pelo que já acabou
E continue a sonhar.
Ei, se não foi pra sempre
O tempo não vai parar
Porque a gente
Não sabe parar de chorar.
Se o pra sempre não durar
Não se vista de dor
Deixe o vento passar
Sem aquele cheiro de flor.
Ei,ninguém consegue fazer
Com que o pôr-do-sol seja pra sempre.
Mas sempre há de nascer
Um sol na vida da gente.
Se o pra sempre desistir
De caminhar em sua estrada
Deixe-o livre pra seguir
Procure outra via iluminada.
Lucineide
DESABAFO CARNAL
DESABAFO CARNAL
(Jairo Nunes Bezerra)
Na aproximação lenta desta tristonha noite.
Batendo calçada vi dela o seu vulto solitário...
Forte chuva caia sobre ela tal açoite,
E dela , mesma molhada, virei um usuário!
A minha lasciva ativada reinou na solidão,
E tê-la seria a realização de mais uma fantasia...
Aconteceu... Usei-a sem compaixão.
E sucessivas uniões levaram-nos a novo dia!
Dez reais foi a quantia que gastei na excursão,
Única opção,
Que realizou o meu desejo!
Agora abrigado em meu confortável apartamento,
Penalizado ante a chuva a solidão dela lamento,
E molhada a vejo moradora de rua sem ensejo!
Sem Pesar
Há momentos que não devemos pensar! Será?
Essa foi a forma de me justificar
Diante do ato que me causou tamanho pesar
Se já estávamos molhados, não adiantava recuar
Éramos três
Tentei evitar, mas você insistiu em me testar...
Uma mãe para seu filho
Amar é abrir mão ao coração
É entregar ao mundo uma vida
Acompanhar de perto e sorrir
Estender a mão,dar um abraço
Mostrar que estamos perto
É simplesmente entender o outro
Saber ganhar e perder
Amar é libertar, deixar voar
Agarrar quando necessário
Amparar e acarinhar
Dói-me o peito
Sinto um vazio
Por amar, rendo-me ao teu querer
Contrariada e magoada
Fico feliz por ti
Por te querer bem
Por amar, dou-te o meu consentimento
Deixo-te partir
Realizar um desejo
O teu sorriso é a minha alegria
A tua felicidade preenche o meu vazio
Por amar, estarei sempre a teu lado
Estejas certo ou errado
O meu peito já não dói
O meu vazio desapareceu
Tudo faz sentido meu amor
Meu filho, porque estás feliz!
Estarei sempre de braços abertos
Por te amar, deixo-te sonhar!
Continuarei a ser o teu amparo.
Como vais dormir sem eu te rezar?
Como vais acordar sem eu te chamar?
Vais tomar sempre o pequeno almoço?
Já para não falar nas massagens que adoras!
Vamos ter de nos habituar a menos mimos!
Por te amar, prometo sorrir!
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