POETA PINTOR
poesia-me quando
me percorres o corpo
com o olhar do poeta pintor
ávido por um mote
uma tela ao seu dispor
e põe-me a beleza pressentida
sensível aos dedos
escreve-me um enredo
na folha úmida do olhar
abrevia-me como num haicai
e demora-me na odisseia
cheia de ousadia
a palavra desaparece, fica vã.
pra declamar-me, apaixonado fã
sem plateia, ao final do dia...
Maria Lucia (Centelha Luminosa)
Tempestade dos Anjos
E a chuva cai por cair?
Não! Perdidamente ela cai,
Decai, descai, cai
E seduz suavemente no seu sorrir.
Eu sei que a chuva cai só em mente,
Sempre com a mesma intensidade,
Mas algo vai mudar brevemente,
Quando cair a mais bela tempestade.
Sinto-me tão caída no chão,
Meu anjo derrubaste me tão bem
e abristes as asas no meu coração;
Abraça-me com as tuas asas, elas cabem,
cabem, encaixam-se bem nas minhas,
Deita-te num só jeitoso impulsionar meu
e deixa-me sentir o sabor a mar do teu olhar.
Podes deixar-me morrer aqui no chão
Ou dar-me um pouco do teu ar se tiveres vontade;
Eu prometo se fazeres-me sorrir
que faço cair no teu divino coração
a mais preciosa tempestade.
Íris Correia/Quandoachuvacai - A.C.O.R
https://acor13.blogspot.com/2017/09/tempestade-dos-anjos.html?m=1
Quem me dera
Imagem Google
Quem me dera saber, se é você ao não!
O tal que me acertou invisivelmente;
O tal que provocou na mente agitação;
Também atingi você como você se sente?
Deixou-me sem ar e eu senti medo,
Como sempre sinto de nunca mais te atentar,
De nunca mais sorrir pra você!
Hoje quem me dera o teu sentimento ,tocar!
Quem me dera que fosse mais cedo,
Quem me dera saber que é mentira
Mentira não, mas apenas minha fita!
É que paixão acaba depressa e o amor?
Não espero que declare nada,
porque não tem que dizê-lo
só se quiser loucamente fazê-lo,
pare com esse olhar intenso que me consome!
Você é tão perspicaz, que o que escrevi
Vai ser película aderente no seu olhar
Perdoa-me todo este jogo de amar,
Que me perco sempre no seu jeito de estar !
Quem me dera que fosse mais cedo,
Quem me dera saber que é mentira,
Mentira não, mas apenas minha fita!
É que paixão acaba depressa e o amor?
Deixou-me sem ar e eu senti medo,
Como sempre sinto de nunca mais te atentar,
De nunca mais sorrir pra você!
Pare com isso se só me quer ver chorar!
Iris Correia/ Quandoachuvacai-A.C.O.R
Solta-me na noite
Atira-me no mar
Do teu desejo
Afoga-me em ondas
De prazer.
Solta-me na noite
Do teu querer
Arrasta-me em vielas
Ébrias do teu ser.
Aquece-me na fogueira
Do teu sangue
Queima-me no teu corpo
A ferver.
Toma-me na tua fantasia
De fera indomada
Que eu te tomarei em magia
De lua apaixonada.
PERSEGUIÇÃO
Amor é vidro liso, vivo, escorregadio
Estrada livre: a gente passa na ida
Escorrega na volta e não se corta: volta
E amanhã a gente passa no mesmo caminho
Carrego o peso do verso não feito
O sabor de um beijo não dado
Sou aqueles segundos passados
Que marcaram tempo algum
Vou cheirando as esquinas
Procurando você – vou indo
Ando por toda a cidade
E não encontro nada
Quebro os ponteiros do relógio.
Desatinado durmo no espaço vazio
E não paro o tempo que corre louco
Dentro de mim e acordo com o dia:
Gritando seu nome!
... Verdades...?
... Verdade...?
Busco na poesia refrigério
Para atender o coração...
Seu devaneio e mistério
Do que surge da vocação!
Fico a sonhar saudade
Vivificando minh’ alma...
Contigo sou realidade
Nada a temer, tudo é calma!
O objetivo é alcançado,
O coração pulsa forte.
É tu meu norte adornado
De esplendor consorte!
Será loucura? Brame d’alma
Vive gritando dentro de mim...
É morte? É vida? Ou trauma?
Trazer a luz é sempre assim!
Filho da fantasia, alegria amor
Dor da solidão d’onde dá vida...
Desmedida no papel ou computador
Traço atemporal, tela vencida!
Desfolho o passado enamorado
Voo de um lado para o outro...
Tal qual um colibri noutro
Tempo esquecido e chorado!
Naquele luar fulgurante
Por teus olhos perdidos...
Na constante noite cintilante
Por meu amado querido!
Deu-me toda, toda a liberdade
Em minhas noites insones...
Vivo dupla dualidade codinome:
Poemas, utopia, ou verdade...?
Mary Jun
Dissensão
Absorta em meus pensamentos
És o mocinho e o vilão
Se me apraz teu modo de amar?
Interrogação ou sinal conspícuo?
Tens um silêncio expressivo,
Olhos eloquentes, abraço compungido
Ora és desidioso, um batráquio
Noutros momentos és suave, doce...
Tens baunilha no arco do cupido!
Lado a Lado
Desejo dormir e despertar junto a ti
Comemorar as conquistas
Descansar após a jornada do dia
Em teu colo ser consolada quando necessitar
Quero ter muitos motivos para sorrir
Ser acolhida em teus braços quando chorar
Ficar ao teu lado, te cuidar
Pretendo te amar
Nosso amor multiplicar
Cantar e dançar canções para te encantar
Demonstrar todo o meu gostar
Sentir a tua paixão me acalmar
Se for da vontade de Deus,
nossos sonhos iremos realizar!
As pétalas do teu corpo
Desnudo as pétalas do teu corpo
em dedos febris me consumo
do teu olhar teço pássaros de fogo
do teu cabelo bordo cascatas fome
No meu rosto cintila Andrômeda
no meu peito latejos de mariposa
na minha boca a suculenta romã
nas minhas mãos o fulgor da manhã
No torvelinho da tua alma me perco
nas vítreas gotas dos teus poros, gotejo
na aura do meu estonteamento, levito
no insano momento de languidez, feneço
E no silêncio das minhas mãos febris
poeto versos no teu corpo consoante
na embriaguês das eternas vogais,
sussurro o sibilado vocábulo, amo-te
Escrito a 25/09/10
Beija-me
A solução é desaparecer.
Sou só uma apaixonada,
Que observa o amanhecer
E que anda curva na estrada.
Deito a vista e imagino
o desejo das nossas bocas
a tentação do teu ar divino.
Eu choro mas não importa
Eu olho-te e isso é tudo.
Não me digas, não me sigas
Se for para me seguir peço que digas
Que sentes amor, ou então faz como eu,
Olha-me, olha-me só,
que isso irá corar-me.
Se um dia o suspiro falar o desejo;
Beija-me unicamente.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
https://acor13.blogspot.com/2021/11/beija-me.html