Poemas de intervenção

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares da categoria poemas de intervenção

Entre +

 
 
E apenas deite teu coração
Dentro do meu.
Quietamente
Mansamente
Como quem voltou
Ao lar
Ou
Contente
Feliz
Cantando poesia
No som do olhar
Entre
Se quiser
Do único jeito
Que houver
Ou puder

Entre...
E fique para sempre
Dentro dos segundos
Que tiver
 
Entre +

entenda

 
talvez este momento
de querer-te
se deite afiuzado
em plataforma equilibrada
ou apenas revoluteia
desempachado.

a paixão se emasculou.
rompeu os fios da virilidade.
não quer mais ser pêndulo
conivente aos apelos do precipício

não está efetivamente volatizado,
(o querer-te).
ainda há sentir que
paira,
paira,
temeroso de arriscar (se)

e espalma o ar
o tempo
o chão

fertilizando-se
para poder
rebrotar
viço de viver
sem ti
 
entenda

Fique bem

 
 
Não deixarei que desabes.

A esperança é um caminho que deves trilhar

sem pressa.

És mais forte que o cansaço dos dias, das

horas.

As tristezas podem ser recorrentes, mas tudo

passa.

Tropeces nas memórias, nas elegias, mas

não te percas.

Deves resistir às sombras.

O restante pode ser imaginação, mas eu

não...

Jamais serei indiferente ao teu sofrimento

Estou contigo!
 
Fique bem

Maio De Olhos Vendados

 
 
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Maio De Olhos Vendados

em todas as madrugadas, companheiros,
há um sol que morre estampado numa nota
sem valor
e para que a luz volte a definir o dia
do que não mais regressará
é necessário que o medo,
também possa vender-se
por uma qualquer moeda
desvalorizada
e a coragem,ou a loucura de combater sem pensar,
se aposse de todos os valores
velhos ou novos
carregados de rugas que sejam o festim dos anos
carregados de recém nascidos que sejam o alvorecer
duma nova casa ....
delírio-sinónimo das estrelas que eu não sei pintar
em todos os crespúsculos
há uma lua sem fundamento
que voa sem rede que a possa amparar
que já devia ter morrido...
em verdade, companheiros,
como pode a lua surgir no céu
quando o sol de vendido
é apenas uma cega recordação?...

Luíz Sommerville Junior, 240320130601

Imagem do filme 1984
 
Maio De Olhos Vendados

1º De Maio - Pela memória dos nossos apelidos

 
1º De Maio - Pela memória dos nossos apelidos
 
ainda ontem
fomos as carruagens
dos comboio lotados de sonhos
que na pista accionavam multidões
o trem
sumiu...
as viagens
nas trilhas sem fim
dos nossos olhares
essas
não cessam
d´alastrar
no destino comum
dos nossos neurónios
mas
as serenatas nos lençóis abandonados
-o odor escarlate de violões , envelhecidos !-
silenciados ao mofo aprisionados , ninguém ...
... as ensaiava ...
lá onde a sereia morreu apaixonada
pelo capitão que trajava na lapela
um lenço bordado de lábios , cravados !
pelo batom que reflete a imortalidade
há quem lhe chame arma
há quem lhe chame flor d´abril
- é apenas a carne rasgada da traição
que ainda insiste em repetir o bordão
ou refrão duma só palavra
- revolução !
e ...
ainda é tempo
d´abrir os livros que são entradas
ainda é momento
de fechar aquelas bocas que jamais aprenderão
a beijar !
sim , vou rasgar o meu voto
à entrada da urna que sentencia o nosso funeral
sim , vou teimar no sonho na portada
do ventre que grita ensaguentado
pela luz - dia !
por que ...
os abandonados sem leito são hinos , rejuvenescidos !
onde o tudo o que é caduco morre para que soe a balada
abraçada ao perfume que da vida é libertada , alguém ...
a encarnará , aqui ... onde uma noiva se entrega ao castelo
d´útero aberto à formação daquele que da pátria faz a nação
e acena à boca amada com o lenço de gala
manchado com o lindo arabesco que das núpcias verteu
afinal , ontem , num lar dilacerado pelo divórcio , foi abril ...
e hoje numa terra engalanada pela boda da esperança
é maio ...
daquela menina que dá as mãos ao menino ,
sim , são pequeninos , são crianças
os olhos maravilhados que entregam aos noivos as alianças
e ela sorri e imortaliza-se no ouvido dele :
- sou tua ! sou a tua terra , e tu
estás disposto a ser o meu país ?

Luiz Sommerville Junior , 010520110741

.
 
1º De Maio - Pela memória dos nossos apelidos

Percepção Individual

 
 
Para conhecê-lo melhor,

vesti-me de historiadora,

cavei fontes escritas,

visuais e vestígios virtuais.

Sinto-me como viajante,

apreciando-te em fotos e postagens.

Minha percepção é quase palpável...

Não sei se estou no caminho certo

Espero nunca constrangê-lo,

com meu interesse descomunal.

Alegra-me essa busca em compreender

a profundidade da sua alma!
 
Percepção Individual

Os tentáculos do sistema

 
Em qual estágio da vida estamos inseridos? 
Como viver em um sistema como este? 
Política é a arte de fazer barganha 
Um sistema que corrompe as almas 
Destrói os sonhos 
E detona os anseios dos pequenos. 
Não se pode livrar 
Dos tentáculos cruéis do sistema 
Que distribui armadilhas para os pés 
Incautos de uma sociedade 
Alienada pelas mídias sociais. 
Solto um grito de horror 
Por fazer parte de uma geração 
Que suporta sem resignação 
Um rolo compressor midiático 
Esmagar cérebros inteiros 
E os reduzir a simples massa de manobra. 
Há uma força escravizadora 
Que inutilizam nossas mentes 
Fechando todas as portas da liberdade 
Para um pensar equilibrado. 
Como sobreviver dentro desse sistema 
Quando o diagnóstico é de que 
Não há nenhuma previsão de melhora? 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

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Os tentáculos do sistema

Chaves Perdidas Das Portas Horizontais

 
Houve um tempo
em que ninguém amava
o sorriso tristonho do pedinte
suas roupas esfarrapadas , rasgos de panos
emprestados pela beneficência anónima
o mais que provocavam na miséria doirada
dos nobres que se degladiavam por o primeiro lugar
perto do altar dos Congregados
era uma moeda que dizia :
não te atrevas a entrar na igreja !
já viste como o chão dela brilha ?
e o desgraçado , olhando os seus pés calçados ,
com sapatos sem solas , erguia ao céu enovoado
do brasão nobre de invicto
um sopro murmurado d´aceitação :
- sim , meu senhor !
Mas esse tempo findou ...
já não há miseráveis ...
morreram todos!
e ninguém sabe
em que vala enterraram os seus despojos
e ninguém sabe
qual o velório que o representa
e no tempo que há
ou sobra ...
aguardam-se corpos
para as vestes rasgadas e sujas ...

Luiz Sommerville Júnior (heterónimo), 170520121149
O regresso de Poesia Contra o Crime

Link original no blog Palavras Ao Vento
 
Chaves Perdidas Das Portas Horizontais

palavra vadia

 
palavra vadia
 
foges, foges de mim, e nada posso fazer

foges dos amanses, dos aparos dos arrebites
rejeitas o domínio da espera e assim me desespera
vê-la solta por aí sem o trato que quero conceder

foges, foges de mim, transgredindo a perfeição
tão minha pretensão de te querer dominada
para te cobrir de purezas
e só depois,
somente depois
poder te libertar

rebela-te, absoluta e nua
andas por aí como vadias nas ruas
perambulando sob tantos olhares

que de repente possam não vir a
querer (te) entender...
 
palavra vadia

Kariniano

 
Se não fosse o tolo coração,
como escrever um poema
inspirado e colado no chão?
 
Kariniano

"O Silêncio das Estátuas"

 
 
Preciso tanto descansar...
deitar-me a repousar
sobre a terra ...
abraçar o céu
beijar o mar
aí ...
só para eu ter a certeza
que a lua que dança nesta cidade
de cais embriagados pelas pontes
é a mesma
que se noivou com o Sol

nesse tão longe
que é o mais perto
deste mim
a repousar...
o meu destino...
agora!

Abre tuas mãos, meu amor,
solene coração de seda,
e... sente ...
o tombar ...
da coluna marcial
a fechar...
o círculo
mudez do meu gritar
combate!
ah, se houvesse força para lutar ...
mas aos milhares...
os velhinhos e as crianças dobram os joelhos
erguem aos céus os seus olhares
e ... oram ...
escuta-se ao longe o cheiro do fumo ...
um cavaleiro rodopia
no campo de batalha
ainda vocifera:
- vencemos! -
coitado, não enxerga
que é dono dum deserto...
baixinho, quase inaudível,
o murmúrio uníssono do hino
abraça a cruz de Deus
rogando por piedade ...
e... todos se foram ...
Cristo ?
Quem sabe quando e se Ele voltará...

Entretranto, minha querida,
arranco do meu peito
o medalhão que te ama
abre as tua mãos , meu amor,
e vê como brilha o ouro
desta minha invisível oferenda ...
sou teu
hoje e para sempre
ainda escuto os metais
inventados para serem donos
da carne que dilaceram
já se ergue a bandeira
dos que venceram
os derrotados...
não morreram
beijaram o sagrado
abraçados ao chão
descansam...
ao meu lado ...

... nos três volumes de História Universal ...

Luiz Sommerville Junior, 280620112044
 
"O Silêncio das Estátuas"

Tempestade

 
 
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Tempestade

Jamais poderei ser
O vento que movimenta a barca
Jamais poderei ser o mar
Em estradas d´água
Que foram a invenção de novos mundos
Jamais poderei ser o timoneiro
Que governa a canção dos marinheiros
até ao destino
Que é o fim
De tudo o que começa
E se vai embora
Jamais poderei ser como Magalhães
- seguir em linha recta!
Para regressar
A este (mesmo) lugar
Com uma nau desfeita
E suas velas e bandeira
irreconhecíveis , de dilaceradas
À deriva

Escrito ontem 270220142301
Reeditado hoje 280220141601

Luíz Sommerville Junior, Eu Canto o Poema Mudo.
 
Tempestade

como se fosse um anjo

 
como se fosse um anjo
 
é dourado envelhecido
olhar
armazenando ouro derretido
percorrendo traços do tempo

nas frouxas mãos
cai o rosto;
não há contenção para segurar
o mar
querendo desaguar
pra fora do corpo

e,

tal qual miscelâneas
vivas de amargor

aqueceu-se na mente
e dos lábios
à fronte
suave e portentosa
e encavernada voz em chama,
levantando amor próprio:

- mulher...!

- despe-te das vestes
que te molha

rasgas as lágrimas
joga os trapos fora

desfaz-te do que te pesa a alma.
faz-te leve arqueio de um sorriso
e ancora-te no meu peito...

que dar-te-ei
o paraíso
 
como se fosse um anjo

A Última Canção *

 
 
..

A Última Canção *

Hoje
Eu poderia escrever(vos)
O poema mais definitivo de todos
Neste tempo de mecanismos imprecisos
Não seria belo, o verso!
Nem musical, o ritmo!
Nem criativo, o tema!
Nem original, a forma!
Nem relevante, o conteúdo!
Seria… definitivo …
Se os corpos
Assassinassem o nome
E entregassem a outras carnalidades
A assinatura
Escrevendo sangue, suor, lágrimas, sorrisos, gritos, mutismos
Transfusões nos próximos e nos longínquos
Saudações e padecimentos vertendo energias, nervografismos!

Qual é o nome que escrevem quando respiram?

LSJ, 160720140237

* a rever
 
A Última Canção *

Sou dona do meu motim

 
Sou dona do meu motim
 
Trago a voz embargada
Um soluço de apreensão
O peito muito apertado
Um litígio com o passado
Um presente envenenado
No sopro do coração

Não patenteei em mim
A sede de justiça e liberdade
Olhos húmidos de esperança
Num Abril feito de sonhos
Não tenho vendas nos olhos
Sou dona do meu motim

Na mão erguida, um cravo
De orgulho e emoção
Sou dum povo que proclama
O direito à equidade
Não deixei cair a esperança
De ser gente de verdade

Maria Fernanda Reis Esteves
54 anos
natural Setúbal
 
Sou dona do meu motim

O choro dos rios

 
O choro dos rios
 
Deixem que os rios falem por si
transbordem o pranto que lhes vai na alma
corram livremente rumo à liberdade
encham de águas mansas mares de austeridade

Sem diques que impeçam a sua viagem
espraiam cansaços em morna enseada
audíveis murmúrios gemem à sua passagem
a paixão pela vida foi-lhes sonegada

Por mais que adiem a última morada
fundem-se num oceano de águas geladas
lágrimas salinas de profundidade
choram a perda de identidade


Maria Fernanda Reis Esteves
53 anos
natural:Setúbal
 
O choro dos rios

E ... (Despedida)

 
 E ...  (Despedida)
 
Em Portugal aumenta , em todas as classes etárias , de forma preocupante , o número de suicídios .

E ... (Despedida)

E ...
podemos gritar
mas é proibido
e ...
podemos chorar
mas é proibido
e ...
podemos rir
mas é proibido
e ...
podemos protestar
mas é proibido
e ...
podemos reivindicar
mas é proibido
e ...
podemos exigir os direitos
promulgados e consignados
mas ... - é proibido !
e ...
podemos cumprir as nossas obrigações
mas é ... - proibido !
e ...
temos os nossos deveres
mas ... é ... proibido ...
e ... afinal ,
que poderes nos proíbem ?...

E ...
a ti e a mim , em luta pelo Bem ,
com os olhos postos na liberdade
firmes na palavra
neste tempo controverso
nós ...

o pronome a quem esgotaram o corpo ...

Luiz Sommerville Junior , 0206201200:04
 
 E ...  (Despedida)

Autópsia Já!

 
sinceramente não sei
quando foi que o site ficou
sem a parte do chat.
sou mesmo desatenta...
mas do que foi
que o chat morreu?

gostaria de saber,
pelo menos desse
fato...
sabendo do diagnóstico
poderemos cuidar
da enfermidade
se se de repente
ela se alastrar pelo Luso
querendo matar outras partes

;)
 
Autópsia Já!

Metamorfose

 
Metamorfose
 
Mudar pode ser doloroso

A metamorfose pode ser incompreendida,

Mas é um privilégio ousar

[E quando parecer difícil]

Você sabe e eu sei que será sempre
complexa,

Mas é também a única forma de nos libertarmos

Nós mantemos as ideias encasuladas

Condenamo-nos à prisão perpétua

Onde jamais poremos os olhos em novos horizontes...

Correntes se quebram, sonhos se realizam

E o tempo... [Você sabe o tempo]

Então você pode fechar os olhos

Permanecer na escuridão da ignorância

E abraçar o nada...

Então você estará mais do que só

Acorrentado às sombras de sua covardia

Romper conceitos pode libertar,

Coragem pode dar lhe asas

[E é tudo que sei]

Eu estou certo que fica mais fácil...

Ame se, sonhe asas e elas serão parte de você

E apenas nelas conseguira ver o mundo do topo

Nós nutrimos a sensação de clausura,

Nós criamos abismos profundos

Onde nossas verdades e desejos são degredados

Nossos corações, despedaçados...

E o tempo cola tudo [todo o tempo]

Então você pode se manter em si

De sapatos preso ao concreto

Ou abstrair, dar a volta ao mundo com suas próprias asas

[Você jamais estará sozinho]

E se cair, tudo ficará bem

Apenas ande descalço...

Dentro desse novo ser mora o livre arbítrio

Você pode ficar ou ir embora

Não há caminho, senão a sua decisão

Você já não cabe em si [herdou o mundo]

Ocupe o espaço que se permitiu

Quando deixou de ser casulo,

Quando assumiu as asas que o fez levitar

Mantenha a sensação do voo

E se você se machucou,

Nada mau anjo,

Siga em frente, continue andando

[nem mesmo essas linhas podem segurar]

não espere uma resposta, senão a sua

Quando estiver livre

Vai lembrar suas asas,

Vai esquecer seu casulo

Ouvindo o vento quebrar à face

[O medo não fez de você um homem nulo]

honey.int.sp

Imagem retirada do Google.
 
Metamorfose

"Não me Digam que Não Falei" do 25 de Abril

 
 
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"Não me Digam que Não Falei" do 25 de Abril

foi ainda ontem
nesse ontem que já não existe
que um passado vago esmaeceu até ao nada
esvaziando em diluição simultânea
todos os sonhos que quase foram realidade...
o sangue arterial..., dela !,
em vermelho e verde ... escorria
como um manto gritante
onde a flor de laranjeira se agitava
em busca da vida que, tristemente, lhe escapava ...
e ... ainda... assim ...
o monumento onde ecoava a insana risada
via-a sentada , perfumada de laranjas ,
com um cravo vermelho na lapela da alma
agora, também ela, ó ironia!,censurada !
e que queixa jovem a poetisa reclamava ?
"um espelho e um canivete" ?
mátria podia ser o nome daquela revolução
em tempo de - acabaram-se os panfletos !
mas quem conhecia melhor do que ela
o poder da palavra portuguesa ?
quem sabia melhor do que ela
espelhar toda a geografia literária
desta terra lusa ?
ai ! ...
foi ... ainda ... ontem
que a morte transbordou e vazou
para o dia de hoje
seja lá como for
ó terra leva para qualquer flor
o perfume dos corações despedaçados

(enquanto o tempo espera pela grandiosa
colecção de emoções que se revoltarão ...)

Luíz Sommerville Junior, 26042014,21:56

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"Não me Digam que Não Falei" do 25 de Abril