Poemas de humor

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares da categoria poemas de humor

Convite, despedida...

 
Já marquei o meu enterro
Estão todos convidados
Acabou-se este desterro
De meus atos tresloucados

Não precisam levar flores
Nem quero choro, ou gritos
Levem só, os meus amores
E garrafões, de cinco litros

E para a festança animar
Quero tudo vestido a rigor
Pois nesse dia vai-se casar
A filha, do senhor reitor…

Menina muito prendada
Sempre lhe fiz muito bem…
Foi ela que me deu a facada
E o lindo caixão, também!
 
Convite, despedida...

Erótico Xadrez ou Xeque ao Rei

 
***

Mas que confusão a minha,
com o XADREZ... Perguntei:
Se o REI não come a RAINHA,
a RAINHA come o quê?!...

A RAINHA sobe à TORRE,
que é difícil de trepar...
E logo o BISPO a socorre,
ela está com falta d' ar.

O REI monta o seu CAVALO
em manobras militares...
Vem um PEÃO avisá-lo,
que na TORRE ouvem-se arfares!...

No CAVALO monta o REI
acorrendo ao seu castelo.
Vem o BISPO: Já a acordei...
Teve mais um pesadelo.

Fica o REI mais tranquilo
tem um reino abençoado...
Ele só pensa naquilo:
Monta! (Mas anda montado.)

28.06.2009, AdolFo Dias
 
Erótico Xadrez ou Xeque ao Rei

Humor

 
Humor

Humor faz parte da vida
e rir faz bem podem crer,
dá sal, pimenta, paladar
se há jeito, mais trejeito
para quem as sabe dizer
lá pelas seis da manhã
toca o sino no convento
as irmãs, são acordadas
preparam-se à pressa,
as vestes são um tormento.
Correm todas à capela
acendem então as velas,
e entra a madre superiora.
A seguir, há um sussurro
uns risinhos entre elas.
Acabado o ofício, saem,
rezaram as matinadas.
Correm logo para as celas
e pedem perdão, perdão,
mas riem às gargalhadas.
Ao passar no corredor
uma noviça atrevida
pergunta à superiora:
a madre sente-se bem
ou foi noite mal dormida?
Mas por quê, essa pergunta?
Diz a noviça com prontidão
saiu do lado errado da cama
Madre e distraída calçou
as chinelas do padre João!
 
Humor

Santa Gisele Bündchen

 
santificada Gisele
do alto do seu salto alto
rogai por nós...
mata as minhas amigas de inveja
mando o Di Caprio
e todos os paparazzos pra cá
abençoai o jejum
tira a mãe da conversa correndo
para o bem de todas as curvas
tudo que envolve mãe, engorda!
livrai-nos da celulite
repete irmã: "Xô celulite!"
mata nossa fome de cada dia
com uma folhinha de alface
perdoa toda legging e pochete
moleton e bluzinha de seda
perdoa sem se sentir ofendida.
afoga a chapinha,
a cafonice e chatolice
assim na terra como no céu!
não nos deixai cair da passarela,
só as outras!
não perdõe, não perdõe mesmo!
as engraçadinhas, magrinhas e bonitinhas
ô raça!
livrai-nos desse mal!
persegue elas até falarem
Amém

uqalquer semelhança com fatos reais,
é mera coinscidéncia...
 
Santa Gisele Bündchen

METE NA BOCA E FICA LOUCA (PORQUE É DOMINGO)

 
Todos os dias
Vou ver a minha namorada
Que fica zangada
Se não lhe dou nada.
Então,
Eu lhe meto na mão
Aquilo que ela gosta
E ela,
Grande gulosa
Com vontade corajosa,
Depois de acariciar
Com muito amor
Aquele esplendor
Logo o mete na boca
E ela fica louca
Com os olhos a brilhar.
Que seja branco ou preto
Ela até sobe ao tecto
Com esta guloseima.
E se o leite sente
Ela fica quase demente
E o lambe até ao fim
Ela o prefere bem duro
Mole, não o acha bom.
Que querem? Ela é assim!
Ela com ele se debate
E como a não quero perder
Todos os dias lhe vou oferecer
Um muito bom chocolate.

A. da fonseca

PROTEGIDO PELA S.P.A. LISBOA
 
METE NA BOCA E FICA LOUCA (PORQUE É DOMINGO)

Gargalicho

 
Gargalicho

Achei muito engraçada!
Palavra, tão pitoresca
muito pura, na província,
é melodia e quer dizer
uma bica de água fresca!
De vez em quando
lembro-me de uma palavra
gostosa e já esquecida
surge e vem á tona
que a cabeça, tudo grava.
Num instante, só um segundo
como passam num écran
as letras que estão escondidas
se agrupam articuladas
como se fossem um clã.
Como se tivesse um púcaro
e neste pequeno esguicho
ponho as mãos em concha
e bebo desta fonte
até me saciar, escorripicho.
Gosto de aprender
com estes pequenos nadas
a cabeça não protesta
e não gosto de me ver
com as minhas mãos paradas.
Esta mania que tenho
de tudo versejar
vem de trás, do Vaz poeta
que de maneira nenhuma
eu queria envergonhar!

Vólena

.
 
Gargalicho

«« Pequem estão à espera de quê««

 
«« Pequem estão à espera de quê««
 
Pequei , pequei porque amei
Como quem ama o sol ao nascer
Pequei por excesso de bem querer
Por iludir-me no dia em que julguei
Que tinha o direito de pecar
Ou somente o direito de sonhar
Acho que me estou a baralhar

Pequei por tentar encontrar
Uma vida um caminhar
Lado a lado sem amarras
Triste tola
Pensavas que alcançavas
Assim tudo de mão beijada
Que era simples
Estrelavas os dedos
Assim sem mais enredos
Aí… estavas tu...adorada

Claro… imaginei-me apaixonada
E depois
Ternamente beijada
Tem coisa mais engraçada

Quem nunca pecou
Perdeu a esperança
Instalou-se a desconfiança
Ignorou
Que nestas coisa do amor
Quem não arrisca não petisca
Portanto pequem
Estão à espera de quê
De olhar para trás
Verem que envelheceram
Sem ser capaz
De dar o salto
Ou cair do salto
Tanto faz
Interessa é encontrar o rapaz

O tal
Aquele que aquece a alma
Que nos faz fazer figuras tolas
Daquelas que põe os cabelos de pé
De qualquer crente de fé
Pois é

Agora falando sério
Pequei
Porque acreditei
Que tu
Eras um pecador
Mas não
Eras somente
Um sonhador
E eu
Vi-me de repente
Dentro de um grande tambor
Ai que dor
O pior
É dor de amor

Apetece-me gritar
Sr. Doutorrrrrrrr
Ai que horror
Acaba alguém
Por falar

Coitado nunca pecou
Por isso
O dedo apontou

Antónia Ruivo
 
«« Pequem estão à espera de quê««

O CAMIÃO

 
O CAMIÃO
 
Arrancaste sem travões
numa pressa acelerada,
arrastaste o chão em fumo
num mar de areia espalhada.
Desarrumaste o sentido
da auto-estrada sem fim
em desalinhos despido
de curvas, rectas e assim…
Entre a encosta e a descida
correste na contramão
forjando destino e vida
na palma da nossa mão.
Atrelado transportavas
martelo e escopro a preceito
e na lua martelavas
nosso acidente perfeito.
Verteste a lua no sol
e a estrada foi rua cheia
no meu ventre um girassol
na minha alma a candeia.

E eu, um simples peão,
errante de coração
amo, adoro o grandalhão
camião de ocasião…
 
O CAMIÃO

Dueto muito sério

 
Dueto de truz com o Jaber
no msn, em jeito de brincadeira


Vejo-te atravessar a rua, linda e segura
Nesse ar altivo e bamboleante
Cativas-me e desprezas-me
Fazes-me o teu olhar vibrante…

Vibrei sim ao ver-te ali no escuro
Mais parecias uma sombra errante
Eu de medo saltei logo o muro
E tu atrás de mim em tom pedante…

Pedante não, enganas-te não sou
Não te vale nada saltar o muro
Se me continuas a atormentar
Roubo-te já um , aqui no escuro…

Se me roubares um, com outro fico
Atiro-to à cachola, sai directo
A seguir grito socorro e com o bico
Do sapato, tiro-te o bom aspecto.

Nem te vale até pedir socorro
Porque sei bem que não o queres
Roubo-te e está roubado e morro
Nesses lábios malmequeres…

Ai que lindo já me conquistaste
Parti o salto não posso fugir
Com essas flores iluminaste
Meus dentes podres a cair….

muahhhh

jaber - roquesilveira

um pouco de boa disposição para este domingo
 
Dueto muito sério

Finalmente percebi que não sou lá grande costureira de poesia

 
Finalmente percebi que não sou lá grande costureira de poesia
 
Nada percebo de versos
Feitos por medida
Chamam-lhes métricas
Ou redondilha

Redonda era a rodilha
Feita de trapos a tal rodela
É que isto de equilibrar a bilha
Não ía lá se não fosse com ela

Desenganem-se os alfaiates
E as costureiras de meia tigela
Que costuram o poema só pelas rimas
Há que usar o preceito da fita métrica

Que raio de coisa esta
Que não consigo atinar
A poesia é muito complexa
Dá-me vontade de a deixar

Vou mas é atirar-me à prosa
Pode ser que me safe melhor!
 
Finalmente percebi que não sou lá grande costureira de poesia

Maddie

 
Maddie
 
 
Através da loucura estamos em contato com o que há de melhor em nós.

Pensou: Migo, o que você usou?

Ela se sentiu a Sandra Bullock em Maluca

Paixão, obcecada e perigosa, correndo atrás

de um par de pernas com calças!

Hilário, mas quem é doida de refutar?

Curiosamente lembrou da personagem

Madeline Hatter e logo se animou.

Com essa boneca se identificou, do discurso

do amigo, na caixola, quase nada ficou.

Ponderou. Sendo amante de poções

mágicas,

diminuiu o que não lhe acrescentava,

aumentou o que era bom.

Não optou pelo chá de sumiço.

Resolveu esperá-lo recobrar o juízo,

experimentando um fondue!

Amigo, que sua destruição seja apenas uma febre de carinho. Psiu! Eu te adoro, nunca minto, posso até ser doidinha, mas juro que não mordo! Vou seguir seus conselhos, prometo!
 
Maddie

Puta que pariu o quisto!!!

 
Em plena euforia do título do Benfica - 10 de Maio {nem tive tempo de festejar(rss)} - fui ao Hospital da Caldas por causa de um quisto infetado... E depois de 3 horas de espera fui finalmente chamado.

Não houve contemplação, nem antibióticos: Uma anestesia local - que não resultou - um bisturi e uns minutos de dor e desconforto.

Soltei uns palavrões, aliás, só parte dos palavrões - tenho tenho muito respeito pelas senhoras.

Eis um poema escrito na perspetiva médica - satarizando uma situação real:

* * * * * * * * *
Empunhei o bisturi
De médica novata
E fui-me a ti…

PUS-me
A golpear o PUS
Do teu QUISTO
E sujei a bata.
(com a infecção,
A anestesia riu-se
E disse:
Não).

Nisto
Soltaste um urro
Aflito…
Olhem QU’ ISTO!...
Seu burro,
Abafa m'esse grito!

“Doutora!...
Vou dizer uns palavrões –
Não leve a mal –
Mas como é uma senhora
Digo só a parte final…
… Olhõõõees!!!
… Da-ssseee!!!
… Araaalhoooo!!!
… Uta que pariiiiuuuu!!!”

Que coisa bonita!...
Eis mais um poeta
Da treta,
Que grita
Com uma dorzita!

10.05.2010, AdolFo Dias
 
Puta que pariu o quisto!!!

sal rosa do Himalaia

 
olha só amor, seja o que for
desde que o Brasil foi descoberto
esse armário não se mexe
as horas vivem cortadas pelas meias três oitavo
volto ao secador e o espelho me penteia

disseram para ter fé no telefone
mas o telefone indagou:
-quem eu sou em tuas lembranças?!
confesso que até o sol relutou em nascer.

entre yogurt'es e manuais chineses
assistindo o pernalonga na tevê
no evangelho, a revelação final:
-neste caso, o sujeito não é inocente
corte suprema já!!

foi homicídio desculposo
(aquele que tem intenção de matar)

coincidência ou não
eu tenho uma testemunha que é assim com Deus...

nessa desgraceira toda
só me resta ser triste...
pescar, caçar
pra complementar a renda do meio do mês
sem selfie.

Vania Lopez
 
sal rosa do Himalaia

QUERIA DAR TRÊS POR DIA

 
Eu queria por dia dar três.
Uma pela manhã,
Uma ao meio-dia
E outra antes de adormecer.
Mas ando cheio de azia
Pois pouco consigo fazer.
Longe vão os tempos...
Em vinte e quatro horas dava cinco
E sem ter algum problema.
Mas hoje por muito que esprema
O meu cérebro não obdece.
O pobre, até ele esquece
Que é uma necessidade
De eu poder fazer prazer
A idosos e à mocidade
Ah.. esta idade!!!
Mas que querem? Hoje por dia,
Só posso dar uma... pobre poesia!

A. da fonseca
 
QUERIA DAR TRÊS POR DIA

Dedico-te (À Betha Costa)

 
Não me calo

este calo

tira-me a razão.

Não me calo!

Porque falo?

-Porque me dói

o meu dedão!!!

PS: - À Betha Costa, querida e rezingona amiga
 
Dedico-te  (À  Betha Costa)

mais vale um gosto

 
zangou com o vestido
levantou a discórdia
feito céu antes da chuva

parecia até que o vestido o traiu!
chamou por Deus
organizando um exército de orações para combate
os girassóis torceram o caule em fila dupla
numa obediência cega
como se a roupa fosse sol

pensei na prestação do vestido...
já quase trocando por uma burca
ou vendando com tarja preta

... optei por elevar o espírito
mantive o ar distante e com direção
na falta de algo melhor
fiz que sim com o sorriso

bah! Que homem quando resolve
dispõe de uma facilidade masculina para oração
intercalando “Aí meu Deus” com “Aí meu Jesus”

em nome do futebol feminino
levanto um brinde ao ressentimento
ecumênica por todos os lados
passo por sua boca sem sequer uma rajada de balas!

valha-me Deus!!!!! que loucura tem perdão...
mas brigar por um vestido?!
é um escândalo... indesculpável.

tem explicação não... (aff)

Vania Lopez
 
mais vale um gosto

Hoje estou p'ra reinação

 
Sou roqueira, sou fatal
Gosto do roque a valer
Mas se o danço passo mal
Fico dos intestinos a sofrer.

E depois é o que se vê
Arroto postas de pescada
Por baixo nem você crê!?
Ando sempre toda borrada!

Se eu tivesse vergonha?!
Deixava-.me estar calada
Mas quém o roque não sonha?
Vivo de inveja engasgada.

Ando à procura de quê?
De quem me dê atenção
Coitada de mim ninguém vê
Que vivo na solidão...

Se houver alguém sem par
Me corteje pois então
Que o meu mal é falta...(de ar)!
Se preciso atiro-me ao chão.

rosa (fogo)
Qualquer semelhança com a outra Rosa é pura fantasia.
Este não necessita comentários, que a artista ausentou-se.
 
Hoje estou p'ra reinação

Excelência seu doutor

 
Excelência seu doutor
 
Excelência seu doutor

Em uma pequena cidade
Pra banda do interior,
Um jagunço muito temido
O povo apavorou.

Quando chegou de madrugada,
Toda cidade acordou,
Seus compassas soltando fogos,
Em muito clima de terror.

Alto, magro e cabeludo,
Dava medo só em olhar,
Mas reunia toda cidade e disse!
Era candidato e a ideia iria finalizar.

Naquele exato instante,
Que o povo tudo escutou,
Alguns as pernas tremiam
Outros os olhos arregalou.

Uns já se convenciam
Que era eleitor,
Já levantava a bandeira
E gritava: Esse é meu vereador!

O povo apavorado,
Os que são eleitores conscientes,
Preferiram tomar uma pinga,
Para dormir mais quente.

Aqueles mais exaltados,
Não queriam acreditar,
Que tinha que votar no infeliz
Que todos veio atormentar.

A campanha logo começa,
Santinho pra todo lugar,
Os mas fervorosos até
A ele queriam rezar.

Quando recebeu em casa,
A foto do Valdemar,
Dona Serena assustado perguntou,
Esse é o santo que iremos nós votar?

O homem com voz abusada
Em tom alto a intimidar,
Com muita arrogância falou,
Sim, e nem queira contrariar.

Com os braços estendido,
Voz áspera de trovão,
Disse o dia está chegando,
Votem neste santo do sertão.

As eternas fofoqueiras,
Não conseguiam o soluço disfarçar,
Foi quando o delegado sabendo
Mandou chamar Valdemar.

Aqui não quero confusão,
Meu nobre, excelência seu doutor,
Sei que aqui todos já sabem,
Querem votar no senhor.

Então peço que entenda,
A comoção dessa gente,
Desse povo que espera
peixe, onça ou elefante.

Foi quando Valdemar entendeu,
A agitação e situação,
Confessou que não era o candidato,
Veio cumprir uma missão.

Entenda meu delegado,
Vou dizer o que aconteceu,
Apenas vim comprar votos,
Pra eleger o patrão meu.

Diga-me o porquê no santinho,
Não tem a foto do então,
Nosso povo aqui é muito pobre
Por ti começou uma devoção.

Vou explicar diferente,
Que a foto sim é do Valdemar,
Mas ele se chama Irene,
A bicha não quis se identificar.

Naquele exato momento,
Muita gargalhada se ouviu,
A mascara de Valdemar ou Irene,
Em fim por terra caiu.


Cordel do poeta Elias Barbozza
 
Excelência seu doutor

Hoje não matei a fome a um ex-ministro

 
Já foi ministro e a sua palavra foi lei;
Fez discursos, apareceu na televisão
E muitas outras coisas que nem eu sei,
Mas caiu em desgraça e agora clama pão!...

Apareceu aqui na aldeia aos caídos
A lamentar a sua falta de sorte…
O seu fato e gravata pareciam saídos
Dos lendários palácios da corte.

E no entanto era um mero pedinte
Sem carro, sem fortuna, sem nome…
E aqui este pobre contribuinte
É que tinha de lhe matar a fome?!...

Mas esta memória não se esquece
Que o ministro agora já sem pasta,
Não tem senão aquilo que merece,
Que eu bem sei o que a casa gasta!...

“Gosta do peixe frito de um dia pró outro”?
Perguntei ante o cheiro apelativo no ar…
“Adoro, bom senhor”! Respondeu o maroto…
“Volte amanhã, que está agora a fritar”!

05.02.2010, AdolFo Dias
 
Hoje não matei a fome a um ex-ministro

Fruto Exótico.

 
Morena cravo e canela
Sabor exótico
Faz fuzuê
Desfila na viela.

E as sirigaitas cantam
(duas em conversê):

'Que quenga mais vulgar
A biscate do barraco 69
Se acha tão sensual
Só porque tem 19,
Só marido eu tive 9;

'E eu então:
Que até com painho
O mandachuva
Já fiz um 'love',
Me chamam de chocadeira
Lá no forró da plebe
Que desentorto prego 'dosome'
A troco duma dose
De Bola de Neve,
Essa aí pensa que é açaí
Da vila das Palmeiras
E nós frutinhas comuns
Xepas lá da feira...'

E dois pingaiada
No boteco de quase nada
Dão uma bizoiada no remelexo
Andar da bundinha empinada
Quando o vento
Levanta sua saia rodada:

'Ah, que frutinha exótica
(em duo manguaçado)

Será que será
PEQUI - "vem já aqui"
CAGAITA - "meu desejo baita"
ARATICUM - "sem zumzumzum"
ARAÇÁ - "encher meu picuá"
MURICI - "Vem cá beleza tupi"
CAPISTEL - "tô pra ti cabeça-carrossel"
MAMACADELA - "teso numa piscadela".

Qual o sabor dela
Do meio da forquilha
Coberta pela calcinha amarela?'

Ela se foi lá na curva
Quando retornar
Todo mundo desvia o olhar
E mil outros comentários farão,

A fruta diferente do pomar
Os machos querem provar

As fêmeas invejosas
Se mordem
Que nem escorpiões
Nervosas

Uns tapas nela ainda vão dar!

******
 
Fruto Exótico.