O Deus Que Habita Em Mim!
O Deus que habita minh'alma,
Vem da aurora dourada
Com seus raios vivificadores
Que renovam as Esperanças e a Fé
Para um novo dia...
Vem dos lírios dos campos e
Dos jardins floridos...
Vem do crepúsculo do Sol com
Seu espetáculo de cores douradas
No horizonte...
Vem da noite enluarada
Com suas estrelas brilhantes,
Reluzentes, estrelas cadentes
E sua Lua encantada...
O Deus que habita minh'alma,
Vem do divino orvalho
Da madrugada
Com suas gotículas prateadas
Caindo sobre as flores delicadas...
Vem do lindo azul do mar,
De toda à natureza,
Das matas verdes e igarapés,
Cachoeiras e do lindo
Canto dos passarinhos
Como o canto do rouxinol e
Do bem-te-vi...
Vem dos Salmos de Davi....
O Deus que habita minh'alma
É o Deus do Amor, da mística rubra flor,
Do peregrino e trepidante beija-flor,
Dos nobres sentimentos
E enlevados pensamentos...
Vem da chuva que faz brotar...
Vem do místico arco-íris
Com suas cores sutis...
Vem da melodia
Da inspirada poesia...
Enfim, o Deus que habita em mim
É o mesmo que está em toda parte,
Em tudo e em todos,
No meu e no teu coração,
Somos filhos da mesma criação,
Do mesmo Pai Criador,
Portanto, somos todos Irmãos,
Filhos do Amor!
Elias Akhenaton
Sou Poeta sim porque não?
SOU POETA SIM PORQUE NÃO?
Levanto um muro e fico só?
Tanto que poderia dizer-te!
Mas de mim não tenhas dó,
Que hei-de sempre querer-te.
Hora a hora Deus melhora
E o dia hoje me é vantajoso
Em meus versos digo na hora
Bate meu coração!Bate corajoso.
A Vida é este palco
Onde sou o que quiser
Mas nada nem ninguém acalco
Na estrada que percorrer.
Se sou isto e sou aquilo?!
Não sou eu imitação!
Meu caminho, vou segui-lo!
Atrás do muro não fico não.
Sou testemunha, vejo tudo!?
Estou no palco, faço feitiço
Finjo ser cego e mudo
Censura, não me importo com isso.
Tenho registo de memória
Sou Poeta e até fogosa
Conto p'ra todos a minha história
Sou *Poeta e também rosa.
rosafogo
Afinal cheguei à conclusão que sou mesmo Poeta.
Me desculpe quem assim não achar.
Se tu soubesses
Se tu soubesses
Se tu soubesses meu bem
quanto eu gosto de ti.
Guardei-te no coração
porque uma ternura assim
acho que nunca senti.
Mesmo que o teu ardor
por mim, não seja igual
dá o teu a quem quiseres,
nem por isso eu deixarei
de te querer bem, afinal.
Enraizada no meu âmago
não vale a pena lutar
seria uma luta injusta
fazer-te este pedido
…se me pudesses amar!
Seres o Sol da minha vida
seres a Lua feiticeira
ficar nas nuvens pairando
sem medo dos altos voos
ó, poesia fagueira
pois tenho de confessar,
nunca estás longe de mim
dou por ti, suspiros e ais
e noitadas de prazer
só por te amar tanto, assim.
Um Novo Capítulo II
Um Novo Capítulo II
Adeus, pela última vez.
Me vou, de vez eu vou embora
Em frente, sem olhar para trás
Tudo já foi bem pensado
Com um só resultado
Eu estou indo ver outras paragens
Sorver essas milhentas aragens
Que me irão fazer renascer
De nada adianta insistires
Já se gastaram todos os perdões
E caso não saibas, os encontrões
Com que fizeste tua vida a me dar
Nos olhos levo pauzinhos a abri-los
Não vás tu me tentar iludir de novo
Vou deixar a cidade e mudar de rio
Esse meu destino é escolha minha
Por uma vez, não irás mais mandar
em todas as minhas razões e ideias
que as décadas passaram tão rápido
e apenas tu comandaste essas rédeas
Vou embora com o espirito livre e
Vou dançar todo o tempo que me apetecer
Com a música aos gritos
Vou voar no trapézio alto de um jardim
E daqui a nada já chego ás estrelas
Ansiosas de me conhecer e brilhar
Já reservei o meu poiso na querida Lua
E tirando o chapéu ao Sol me despedi
Falta-me ir beijar e abraçar o meu Tejo
Que me deu tantas telas mágicas
E agradecer-lhe por todas as nuvens
Passageiras de chuva muito necessária
Adeus, estou partindo e vou em frente
Estou indo pela última vez, vou
Fuuiiiiiiii
Figueira da Foz, 2 Outubro 2016
Maria
a que se cansou de ser flor e se deixou fazer semente
num outro lugar junto a um rio que corre para o mar.
tempo solvente
preciso de um tempo menino
correndo pra lá e pra cá
com uma pipa colorida
disputando o céu com os pássaros,
medindo forças com o vento
até cansar os braços.
necessito de um tempo
menino
iluminado por um sol
a pino
deixando pele morena-dourado
e com um ardido avermelhado
lançando no ar o cheiro
de moleque queimado.
preciso de um tempo menino
correndo de peito nu
e pés descalços
com a pura intenção
de se atirar no primeiro riacho
preciso de um tempo
menino
mergulhando e boiando
com alma entregue
desobrigada de ser triste
desobrigada de compromissos
careço de um tempo criança
pra amolecer o adulto tempo
que sedimentou sentidos,
enrijeceu sentimentos
e esgotou os pressupostos
pra triturar seu estado granítico
Para quem escrevo?
Olho-me ao espelho e
a interrogação fica na boca
porquê esta pressa louca?
Há sempre uma hora a morrer
um dia a desaparecer
e eu aqui entre os outros
julgando-me forte
olho as minhas pegadas sobre a terra
caminho, sonho
e esqueço a morte.
E escrevo para quê?
E para quem escrevo?
Certamente para quem lê!
E para quem não lê,
e todos são uma multidão.
Para ti, são as palavras
que sem quereres lê-las
te vão entrando no coração,
se não te forem indiferentes
terás a minha gratidão
gratidão dum
coração que não pára
como o mar,
pois há nele memória e solidão,
enquanto o poeta caído
continua a sonhar...
Escrevo a palavra quotidiana
e o que digo é pouco ou nada
falo do tempo e da saudade
nesta língua por mim amada.
natalia nuno
rosafogo
Aquela árvore
Aquela árvore
Olho-te, bendigo-te
para ela vai ternura.
Plantei-a, cuidei-a
como a uma criatura.
Tão pequenina era
cavei a terra, afofei
aquela mini raiz
com as mãos a tapei.
Reguei-a sempre
no tempo escaldante
e ela agradecia
a água refrescante.
Veio o chuvisco, vi
com grande euforia
que ela despontava
e crescia, crescia!
Começa a criar tronco
e de braços abertos
à Natureza, ao Céu
emancipados, libertos.
O verde lindo, surgindo
folhas arredondadas
macias, sinuosas
fortes mas delicadas.
Hoje uma árvore, bela
pujante bem copada,
refresca e perfuma
na sombra desejada,
soa o frufru das folhas,
e naquele suave torpor,
inspira-me e avenada
faço poemas de amor!
A Vida é sempre nova!
Na Vida tudo é novo.
A música que ouço – apesar de se poder repetir –
Contêm novidades pois o momento é sempre diferente.
E o pensamento que me percorre o cérebro nunca é o mesmo.
E o sonho que ganha forma é também outro.
E o poema que escrevo neste momento
É diferente daquele que escreveria noutro instante.
Em tudo existe o perfume da novidade para dar brilho à Vida!...
Quem sabe quantos se alimentam desses momentos
E quantos os desperdiçam?!...
Quem desfruta, pode registar e aprender.
Quem não o faz, permanece à margem e nunca saberá da sua perda.
E a Vida segue nova – sempre nova –
Para dar melodia e cor à nossa existência!...
Saibamos ser merecedores da sua mensagem!
12.08.2009, Henricabilio
A minha ilha enlutada
O pranto ressoa na ilha enlutada
no enlameado das aguas em furor
jaz sem honra a beleza amortalhada
d´um exíguo paraíso outrora em flor
Suspende-se a vida em estupefacção
de um povo bravio, soterrado na dor
perdem-se vidas na estúpida tragédia
e ao olhar incrédulo … surpreendido
junta-se a agonia do futuro sem cor
Em momentos de autentico desalento,
alimentando-se da sua própria dor
cerram forte os punhos…. crentes
trajando a ilha de renovada cor
Num pranto incontido …sufocante
chora-se os corpos na morte perdidos
e murmura-se uma prece resignada
de um povo, unido na reconstrução.
Escrito a 22/02/10
Basta saber-me viva
BASTA SABER-ME VIVA
Meu coração é uma gaiola dourada
Nela se solta o Amor e a Amizade
Branca, como o branco desta folha intocada
Nela um pássaro vai chilreando saudade.
Hoje lhe abri as portas
E a felicidade andou pertinho
E as lembranças já mortas?!
Fui deixando p'lo caminho.
Mas na verdade me doeu
E na garganta um nó ficou
Nas lembranças,também habitava eu
Se por lá fiquei, agora quem sou?
Apago-me como flor sem sol, tanta vida lá atrás
Já pouca coisa resta, o silêncio sobre mim se deita
Nesta descida entre a saudade e o frio, tanto faz!
Mastigo incertezas, já que a Vida não é perfeita.
Deixo-me a pensar com meus botões
Enquanto cai uma chuva enfadonha
Basta saber-me viva de ilusões
Minha alma malferida, ainda assim,sonha
Insistem os chilreios em meu coração
E há largueza por onde entra a claridade
Mas quando já não restar emoção?!
Serei como raiz sem apego, sem lugar
Morrerei de saudade...
Levada p'lo tempo, deixando-me por ele apanhar.
rosafogo