Poemas de desilusão

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O TUDO E O NADA

 
O TUDO E O NADA
 
"Só uma palavra me devora, aquela que meu coração não diz"
- Fagner-

Veja só
o que restou:
– o vazio!
e o vazio é tudo!
Preenchê-lo para quê
se já transborda
de nada!

para que
transfusão de versos
onde pulsa transtorno
que é poesia

sossegar
o que me agita
a escrita
onde nem imaginas

libertar o grito
que a garganta
estrangula

tanto me aturde
e fascina
o que te define

Eu te amo sim!
Sim, eu te amo!
ecos somente
no vazio
de poemas
mal lidos
nenhuma palavra
foi mordida
nos versos minguados
do meu estio

Restou sim
o tudo e o nada
só pra não te dizer
- estou sentida!

Maria Lucia (Centelha Luminosa)
 
O TUDO E O NADA

Sem dinheiro para o perfume...

 
Sem dinheiro para o perfume...
 
Um olhar final ao espelho...

Um casaco um pouco velho,
As calças,disfarçam bem,
Blusa já muito usada
Mas passada,
Lembrando tempo de alguém
Muito querido(sua mãe)
E sabe que ela, na vida
Nunca se deu por vencida ...

Situação complicada,
Agora desempregada
O seu dinheiro não abunda.
Vê a vida a desandar,
Sem um cais para ancorar
Como um navio que se afunda...

Olha o espelho novamente
E mesmo que tristemente
Levanta com força a cabeça
e pensa:
Que o infortúnio não vença!
Vou continuar a lutar
E a vida vai melhorar...

E a imagem altiva e bela
Lá do fundo do espelho
Olha de novo p´ra ela
E diz-lhe sem um queixume:
-Vai! Força! Arrasa!
Então,
Pinta os lábios de vermelho,
Salto alto,sai de casa,
Mas já lhe falta o perfume!...
 
Sem dinheiro para o perfume...

(Com)penetrada

 
 
Maldito Don Juan, maldito.
Olhos ferozes que enredaram os dela.
Por quê?
Acorda, Pollyana, não sonha.
Sentir-te-á uma novilha abatida.
O sádico com discurso de príncipe encantado,
falava em prosa:
-Permita-se! Por favor, sem protocolos, meu amor, pois a vida é curta, não vou te fazer nenhum mal.
A inocente apaixonada sonhava com os olhos abertos e beijava com os olhos cerrados,
compenetrada no discurso do tagarela.
(Com)penetrada, as lágrimas desciam...
 
(Com)penetrada

Sem palavras

 
Sem palavras
 
As palavras maternas são como chuva

ácida que danificam o que tenho de

mais belo, são como o perfumado fruto

conhecido como Abricó de Macaco que

pesam, mas só servem como

ornamento.

Ah! Quem me dera se houvesse por

um instante, alguma intenção de

agradar, acolher, apoiar, mas não,

suas palavras são infestadas de

enxofre, desmancham sorrisos,

amedrontam só me entristecem.

Creio que qualquer estranho seria

capaz de, em poucas palavras, fazer

brotar um sorriso, aquecer meu

coração, transmitir ternura em um

aperto de mão, através de um abraço

ou espontâneo sorriso!
 
Sem palavras

ADEUS, SEJAS FELIZ!

 
ADEUS, SEJAS FELIZ!
 
fui para ti, a musa, a lua
no palco da noite, corpo de luar
fizemos amor em cena de estréia
sua voz em meu corpo parecia cantar:

- Maria!...Maria, tu és tão bonita
venha pros meus braços eu quero te amar!

brilhava no céu amarela pepita
cabeleira de ouro iluminou nosso dia
a dança do amor foi magia, contudo
descerrou a cortina, foi o fim de tudo

Maria!...Maria!...Tu és tão bonita!
no palco do amor, nosso último ato.
a cena de adeus é o que eu tenho de fato!

o dia escurece no túnel do tempo
a chuva nos olhos vai me desabar
do amor que se foi pra mudar o momento
a lembrança é tormento que diz:
- adeus para sempre e sejas feliz!

Maria Lucia (Centelha Luminosa)
 
ADEUS, SEJAS FELIZ!

Se o relógio parar

 
Se o relógio parar
 
SE O RELÓGIO PARAR

Enquanto na luz dançam grãos de poeira
e o relógio taquetaqueia
eu medito cansada e absorta
sentada, com o livro à minha beira
haja quem leia!
Que hoje não leio nada, estou morta.

Estou o tempo a controlar!
Ele que tanto me contraria
e se a poeira assentar
talvez escreva poesia.

Não faço ideia da hora
a vida está toda na minha mente
agora até ela me ignora
me dá sempre uma resposta diferente.

Gosta de me desencorajar
e o relógio continua a taquetaquear.

À minha frente minha chávena de chá
olho fixamente a janela
estou só, tanto se me dá!
Que ninguém se aproxime dela,
escrevo meias palavras e ao de leve
bebo meu chá, um suspiro me susteve,
de dar um grito, prefiro a serenidade
assim me deixo na sombra da tarde.

o tempo tanto me contraria
mas o relógio parou
a poeira assentou
e eu escrevi esta poesia.

Poesia de saudade!

natalia nuno
 
Se o relógio parar

Geringonça

 
Geringonça

É uma palavra engraçada no seu modo de dizer
mas que faz parte daquelas tomadas como calão.
Talvez surgisse agora palavreado "on top”
e isto temos a certeza que português não, é não.

A nossa língua cresceu tanto graças à rede social
que o inglês já a atravessou pelo mar e os canais,
implantou-se de labita, chapéu alto, como um lord
que o português gentílico, não se reconhece mais.

Que é o do orgulho, a honra de se ser português
que se troca brio por palavrões e gestos obscenos
agredindo os ouvidos e a educação por sua vez.

Educadores que são os responsáveis, por favor!
Parem esta calamidade dos maus entendedores
não sejamos maltratados, empobrecidos, sem valor.
 
Geringonça

P'ra mim que me perdi

 
P'ra mim que me perdi
 
P'RA MIM QUE ME PERDI

Voam os anos, subtraem-me os dias
Meus sonhos são agora inutilidade
Palavras velhas são minhas companhias
Tão velhas impregnadas de saudade.
Sinto a vida que me foge, fico amarga
Sento-me no meu tempo inventado
P'ra ver se esta dor me larga
E me deixa o dia de ilusões dourado.

Sempre o tempo a espiar-me!
Porquê este tempo a ameaçar-me?!

Deixo os cotovelos pregados à mesa
Murcha meu rosto em ânsias que explicar não sei
Afogo as horas nesta tristeza
E corro atrás de sonhos que já sonhei.
Dobro o jornal ponho de lado
Nem ler, nem escrecer me apetece hoje
É como se me tivessem as mãos amputado
Pendida a reviver a vida me foge.

Eu hoje sou nada!
E o nada não se vence!
Deixo esta queixa derramada
Meu crepúsculo jà à noite pertence.

rosafogo
 
P'ra mim que me perdi

Poema Profano

 
(“A escrita salva-nos da loucura” – Orhan Pamuk, Nobel da literatura de 2006)

* * *

Hoje não vou cantar a Vida,
Nem os homens,
Nem os outros animais,
Nem as plantas,
Nem os mares, nem as montanhas,
Nem o vento, nem o sol,
Nem o azul profundo...

Hoje quero esquecer tudo,
Esquecer-me de mim...
Vou até esquecer DEUS!...

Quero fechar os olhos
E fixá-los no Caos distante
- O Zero Absoluto -
Partindo em alucinada viagem
Para dormir por Eternidades,
Nos braços do Grande Nada.

Quero abraçar outra realidade;
Adormecer sem sonhos,
(Que me importa que o meu sono
Não tenha sonhos?!...)
Pois tenho medo da Vida.

Sim!... Sim!...
Chamem-me cobarde,
Mas deixem-me dormir!...

22/09/2007, NelSom Brio

http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/677609
 
Poema Profano

Prosódia

 
Clama o nome
no manuscrito envelhecido
das palavras.

Jamais se concluiu
o anagrama silencioso
dos versos encrespados
à beira dos lábios!

Nunca mordeu o fel
da sua própria prosódia,
mas ainda escuta
a pronúncia dos verbos frenéticos
da loucura
nos poros.

Gosta da morfologia
que adquirem as sílabas
murmuradas paulatinamente
ao ouvido,
quando se incorporam
na líbido do palato.

Mas, o tempo é o términus
da verdade compactada
navegando à bolina
numa frase por escrever.

Porque não rasga o paradigma
e cruza o portal do sonho?

Nem que seja para morrer
da síncope da consoante
cravada no coração
que continua a bater…

Talvez o sorriso nasça
na proa das ondas vocálicas
do olhar
e a sonoridade renasça
pela mão da ironia…

num discurso
onde a voz ativa
seja a luz de um novo dia.
 
Prosódia

Revelia †

 
 
- mas você é um menino!
- e dai?
- Dai que meninos não usam maquiagem.
- Quantas caras você acha que o Diabo usa para ser amado como Deus?
Em silêncio...
Observou o céu procurando o caminho das estrelas onde sabia que estava guardado dele o verdadeiro coração.
 
Revelia †

"Não somos o bastante para nós."

 
"Não somos o bastante para nós."
 
Momentos de sonho encantado
Muitas palavras envolventes
Sem perceber esqueci o passado
Éramos nós... Somente.

Tivéssemos parado o tempo,
Naquele bom dia!
De certo não estaríamos
Agora vivendo melancolia.

Saudades... Deixará.
Em meu sofrido coração
Mas amizade assim não dá
Prefiro viver na solidão.

Tentei te ajudar a viver o amor
Amor fraterno sem maldade
Mas vejo que prefere a dor
Ilusões e falsa felicidade.

Hoje me resta a triste narrativa
Que não somos o bastante para nós
Em lágrimas só resta á certeza
De saber e dizer que seremos sós.

Love Will Lead You Back - Dayne Taylor
 
"Não somos o bastante para nós."

Minha luz quebrada

 
Minha luz quebrada
 
MINHA LUZ QUEBRADA

Quando dei por mim o Sol se punha
Com a Saudade, fiquei desatenta.
A Vida é testemunha
Do meu calar, desta memória sonolenta.
Não sei o que é feito de mim!?
Ouvi rumor trazido pela ventania
Que na estrada, já lá bem no fim!?
Uma silhueta imprecisa se via.

Raio a raio vai-se o Sol a diluir
Cansei de remar contra maré e até de lembrar
Perdi agilidade tropeço ao seguir
Repouso agora na inquietação
Nu trago o olhar e o coração
Apenas os sonhos continuo a desabotoar.

Já se fecha o dia, minha luz quebrada
Os pássaros regressam ao ninho com saudade
Eu sinto-me nesta viragem mutilada
E aos meus dedos vai faltando vontade.
Da terra o cheiro a tojos e giestas
Em mim a estranheza de mais um dia passado
Balouçam as folhas a que o vento faz festas
E eu sou a menina sonhadora,
Num sonho encantado,
Já da Vida perdedora...

rosafogo
 
Minha luz quebrada

Este poema...

 
neste poema há o rosto
duma mulher triste
nas palavras abriga-se assustada
tem a idade dum tempo sem idade
e o bocejar cinzento
quando o pensamento se passeia
pelos labirintos da saudade.
neste poema há ainda outros sinais
palavras surdas de consoantes e vogais
que ora são rios de mel
ora são agitações e fel...

este poema é feito
de cicatrizes, rugas e sonhos
e insónias que não deixam adormecer
encantos e desencantos
memórias de momentos de prazer
de ternura, de dureza e insensatez
de palavras surdas providas
da minha surdez...
palavras encostadas aos meus lábios
alheias ao tempo
surgem em ventos de desejo
recordando o tempo que me agasalhou
outrora...
e eu acalento o sonho...hora a hora...

natalia nuno
rosafogo
 
Este poema...

Mentiras e mais mentiras...

 
Mentiras e mais mentiras...
 
 
Quando meu coração por você chorou,
Não sabia que ele seria enganado outra vez,
Sem saber senti o gosto amargo da desilusão,
Você mente tão bem que você engana
a você mesmo,sempre com palavras deliciosas
Falar manso,soube me envolver,soube me conquistar,
Hoje nem mais vou te perguntar sei que vais mentir novamente,
Então deixa o tempo passar,essa amargura sumir,
A decepção ganhar outros ares,me deixa só
Prefiro isso do que mais mentiras.
Jurou-me amor,que seu coração explodia de alegria quando me via
Você mente muito bem!!!
Você acha que não percebo as coisas,acha que meu instinto é pouco
Mas você se enganou eu sou mais esperta que você,
Você só é esperto no quesito MENTIRA.
Mas isso para mim não é esperteza é falta carinho,respeito amor
amizade e de ser companheiro.
Você mente muito!!!

Imagens do Gloogle
 
Mentiras e mais mentiras...

poderia ter sido um sorriso poema

 
poderia ter sido um sorriso poema
 
não se fecha janela ao sol
quando este dá vida a recônditos
impedidos de irem ao encontro da luz

abandono de parapeitos
entristece flores
e entrega às colinas
solidão

mesmo que a vitamina
esteja com a validade vencida
teus versos ainda mastigo

linha à linha

para saborear
púberes palavras tuas

tal e qual
beijo alastrado de poesia.

aperreia e cava
o peito a fome inabalável
que desvia a hidrografia que ainda resta
para o túmulo aberto das mãos

então,
no fio de força que me resta
pergunto-te...

precisavas ser folha em branco
só para ter meus olhos em pranto?
 
poderia ter sido um sorriso poema

Sonho ou pesadelo

 
Sonho ou pesadelo
 
SONHO OU PESADELO?

Desenlaça-se da tua a minha mão
Ficam para trás os sorrisos
A dor chega ao coração
A saudade vem sem avisos.

Desfazem-se os ùltimos abraços
A despedida é lenta e dolorosa
Já ao longe ouço passos
O gemido duma alma silenciosa.
Sufocam-se os gestos
Ao rubro emoções
Só nos sobram restos
Prevejo angústias e provações.

Olho os retratos a sépia de outrora
Recordo momentos p'la vida fora
E a vida a nos deixar, bem chegando a hora.

Pesadelo, que me castiga com maldade
Ou sonho onde desfolho lembrança!?
À minha alma chega o bálsamo da saudade
Enquanto me debruço na janela da infancia.
Uma gota de àgua faz transbordar
Uma nuvem cinzenta do meu interior
E as minhas faces ela vem regar
Levando-me ao meu infantil frescor.

Não sei do meu tecto,
do meu chão
O meu silêncio é tudo o que sei
Nem onde perdi afectos,
onde tenho o coração
Sei apenas da saudade, esta que guardei.

rosafogo
 
Sonho ou pesadelo

FAÇO DE CONTA

 
FAÇO DE CONTA
 
No espelho, já só resta o vidro
Em mim o silêncio me habita
Saudade branda, rosto esquecido.
E o sabor acre da desdita.
Bebo a taça a transbordar
O resto que de mim sobrou
Levo a vida a representar
Que sou, o que já não sou.

Digo adeus num aceno furtivo
À vida que foge a cada instante
Que eu sei já não muita, mas vivo,
A um emurchecer... semelhante.
Só as lembranças me detêm
Pois perdi o rumo
Não sei de onde as forças me vêm
Na vida que me leva, que é fumo.

Faço de conta que ignoro
O que sou, e o espelho quer
Por um pouco de paz imploro
Pedindo aos olhos que esqueçam de ver.
Sonho-me como é minha vontade
Salto a imagem do espelho obscurecida
No interior do meu olhar a saudade
Esqueço o tempo e a vida
Conspiro contra a realidade.

rosafogo
natalia nuno
 
FAÇO DE CONTA

O tempo chegou cedo

 
O tempo chegou cedo
 
O TEMPO CHEGOU CEDO

O que me resta de mim?
Apenas pequenos nadas
E que são por fim,
lembranças, imagens já desfazadas.
Da terra trago cheiros
As saudades trago das gentes
Restos das manhãs de nevoeiros
Na memória ainda presentes.

Dentro de mim?
Faz-se silêncio
Aguardo serena a aurora
É chegada a hora?
Ainda assim...
O tempo me faz medo
já passa por mim,
lhe rogo em segredo,
não parta, não me leve tão cedo.

Esqueço as raízes,
largo meu lugar,
levo cicatrizes,
vazio o olhar.
Espalho-me no vento
E num passo lento
Já tão quase nada!?
Me sinto sem tempo
quase abandonada.

Sou agora semente perdida,
flor esquecida.
Vai-se a claridade,
com ela a saudade.
Resta-me assim!?
Apenas despedir-me de mim.

rosafogo
 
O tempo chegou cedo

A dor de uma saudade eterna

 
No abismo escuro de uma profunda dor, 
O coração chora a saudade que arde, 
Um vazio cortante, que esmaga como compressor, 
E a alma suspira, sem paz, sem alarde. 
 
Nas lembranças doces de um tempo passado, 
Onde risos ecoavam, como sinfonia, 
Agora resta um eco, um silêncio calado, 
E a dor da saudade em cada dia. 
 
A falta que faz tua presença querida, 
É uma ferida aberta, que não cicatriza, 
O peito apertado, a alma combalida. 
 
Mas a saudade, embora dolorida, 
É prova do amor que em nós se eterniza, 
E assim, na dor, minha esperança é nutrida. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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A dor de uma saudade eterna