Revelia †
- mas você é um menino!
- e dai?
- Dai que meninos não usam maquiagem.
- Quantas caras você acha que o Diabo usa para ser amado como Deus?
Em silêncio...
Observou o céu procurando o caminho das estrelas onde sabia que estava guardado dele o verdadeiro coração.
"Não somos o bastante para nós."
Momentos de sonho encantado
Muitas palavras envolventes
Sem perceber esqueci o passado
Éramos nós... Somente.
Tivéssemos parado o tempo,
Naquele bom dia!
De certo não estaríamos
Agora vivendo melancolia.
Saudades... Deixará.
Em meu sofrido coração
Mas amizade assim não dá
Prefiro viver na solidão.
Tentei te ajudar a viver o amor
Amor fraterno sem maldade
Mas vejo que prefere a dor
Ilusões e falsa felicidade.
Hoje me resta a triste narrativa
Que não somos o bastante para nós
Em lágrimas só resta á certeza
De saber e dizer que seremos sós.
Love Will Lead You Back - Dayne Taylor
Minha luz quebrada
MINHA LUZ QUEBRADA
Quando dei por mim o Sol se punha
Com a Saudade, fiquei desatenta.
A Vida é testemunha
Do meu calar, desta memória sonolenta.
Não sei o que é feito de mim!?
Ouvi rumor trazido pela ventania
Que na estrada, já lá bem no fim!?
Uma silhueta imprecisa se via.
Raio a raio vai-se o Sol a diluir
Cansei de remar contra maré e até de lembrar
Perdi agilidade tropeço ao seguir
Repouso agora na inquietação
Nu trago o olhar e o coração
Apenas os sonhos continuo a desabotoar.
Já se fecha o dia, minha luz quebrada
Os pássaros regressam ao ninho com saudade
Eu sinto-me nesta viragem mutilada
E aos meus dedos vai faltando vontade.
Da terra o cheiro a tojos e giestas
Em mim a estranheza de mais um dia passado
Balouçam as folhas a que o vento faz festas
E eu sou a menina sonhadora,
Num sonho encantado,
Já da Vida perdedora...
rosafogo
Este poema...
neste poema há o rosto
duma mulher triste
nas palavras abriga-se assustada
tem a idade dum tempo sem idade
e o bocejar cinzento
quando o pensamento se passeia
pelos labirintos da saudade.
neste poema há ainda outros sinais
palavras surdas de consoantes e vogais
que ora são rios de mel
ora são agitações e fel...
este poema é feito
de cicatrizes, rugas e sonhos
e insónias que não deixam adormecer
encantos e desencantos
memórias de momentos de prazer
de ternura, de dureza e insensatez
de palavras surdas providas
da minha surdez...
palavras encostadas aos meus lábios
alheias ao tempo
surgem em ventos de desejo
recordando o tempo que me agasalhou
outrora...
e eu acalento o sonho...hora a hora...
natalia nuno
rosafogo
Mentiras e mais mentiras...
Quando meu coração por você chorou,
Não sabia que ele seria enganado outra vez,
Sem saber senti o gosto amargo da desilusão,
Você mente tão bem que você engana
a você mesmo,sempre com palavras deliciosas
Falar manso,soube me envolver,soube me conquistar,
Hoje nem mais vou te perguntar sei que vais mentir novamente,
Então deixa o tempo passar,essa amargura sumir,
A decepção ganhar outros ares,me deixa só
Prefiro isso do que mais mentiras.
Jurou-me amor,que seu coração explodia de alegria quando me via
Você mente muito bem!!!
Você acha que não percebo as coisas,acha que meu instinto é pouco
Mas você se enganou eu sou mais esperta que você,
Você só é esperto no quesito MENTIRA.
Mas isso para mim não é esperteza é falta carinho,respeito amor
amizade e de ser companheiro.
Você mente muito!!!
Imagens do Gloogle
poderia ter sido um sorriso poema
não se fecha janela ao sol
quando este dá vida a recônditos
impedidos de irem ao encontro da luz
abandono de parapeitos
entristece flores
e entrega às colinas
solidão
mesmo que a vitamina
esteja com a validade vencida
teus versos ainda mastigo
linha à linha
para saborear
púberes palavras tuas
tal e qual
beijo alastrado de poesia.
aperreia e cava
o peito a fome inabalável
que desvia a hidrografia que ainda resta
para o túmulo aberto das mãos
então,
no fio de força que me resta
pergunto-te...
precisavas ser folha em branco
só para ter meus olhos em pranto?
Sonho ou pesadelo
SONHO OU PESADELO?
Desenlaça-se da tua a minha mão
Ficam para trás os sorrisos
A dor chega ao coração
A saudade vem sem avisos.
Desfazem-se os ùltimos abraços
A despedida é lenta e dolorosa
Já ao longe ouço passos
O gemido duma alma silenciosa.
Sufocam-se os gestos
Ao rubro emoções
Só nos sobram restos
Prevejo angústias e provações.
Olho os retratos a sépia de outrora
Recordo momentos p'la vida fora
E a vida a nos deixar, bem chegando a hora.
Pesadelo, que me castiga com maldade
Ou sonho onde desfolho lembrança!?
À minha alma chega o bálsamo da saudade
Enquanto me debruço na janela da infancia.
Uma gota de àgua faz transbordar
Uma nuvem cinzenta do meu interior
E as minhas faces ela vem regar
Levando-me ao meu infantil frescor.
Não sei do meu tecto,
do meu chão
O meu silêncio é tudo o que sei
Nem onde perdi afectos,
onde tenho o coração
Sei apenas da saudade, esta que guardei.
rosafogo
FAÇO DE CONTA
No espelho, já só resta o vidro
Em mim o silêncio me habita
Saudade branda, rosto esquecido.
E o sabor acre da desdita.
Bebo a taça a transbordar
O resto que de mim sobrou
Levo a vida a representar
Que sou, o que já não sou.
Digo adeus num aceno furtivo
À vida que foge a cada instante
Que eu sei já não muita, mas vivo,
A um emurchecer... semelhante.
Só as lembranças me detêm
Pois perdi o rumo
Não sei de onde as forças me vêm
Na vida que me leva, que é fumo.
Faço de conta que ignoro
O que sou, e o espelho quer
Por um pouco de paz imploro
Pedindo aos olhos que esqueçam de ver.
Sonho-me como é minha vontade
Salto a imagem do espelho obscurecida
No interior do meu olhar a saudade
Esqueço o tempo e a vida
Conspiro contra a realidade.
rosafogo
natalia nuno
O tempo chegou cedo
O TEMPO CHEGOU CEDO
O que me resta de mim?
Apenas pequenos nadas
E que são por fim,
lembranças, imagens já desfazadas.
Da terra trago cheiros
As saudades trago das gentes
Restos das manhãs de nevoeiros
Na memória ainda presentes.
Dentro de mim?
Faz-se silêncio
Aguardo serena a aurora
É chegada a hora?
Ainda assim...
O tempo me faz medo
já passa por mim,
lhe rogo em segredo,
não parta, não me leve tão cedo.
Esqueço as raízes,
largo meu lugar,
levo cicatrizes,
vazio o olhar.
Espalho-me no vento
E num passo lento
Já tão quase nada!?
Me sinto sem tempo
quase abandonada.
Sou agora semente perdida,
flor esquecida.
Vai-se a claridade,
com ela a saudade.
Resta-me assim!?
Apenas despedir-me de mim.
rosafogo
A dor de uma saudade eterna
No abismo escuro de uma profunda dor,
O coração chora a saudade que arde,
Um vazio cortante, que esmaga como compressor,
E a alma suspira, sem paz, sem alarde.
Nas lembranças doces de um tempo passado,
Onde risos ecoavam, como sinfonia,
Agora resta um eco, um silêncio calado,
E a dor da saudade em cada dia.
A falta que faz tua presença querida,
É uma ferida aberta, que não cicatriza,
O peito apertado, a alma combalida.
Mas a saudade, embora dolorida,
É prova do amor que em nós se eterniza,
E assim, na dor, minha esperança é nutrida.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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