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Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares da categoria artigos

FOCINHO DE PORCO NÃO É TOMADA

 
FOCINHO DE PORCO NÃO É TOMADA

Sim, às vezes é preciso dizer o óbvio. É preciso escrever com todas as letras: FASCISTA. Digam o que disserem, não somos obrigados a deixar que o ódio puro e simples nos governe, embora entenda que muitos estejam dispostos a abrir mão de suas liberdades ou fazer vista grossa para o ataque a minorias. Também entendo que alguns considerem esse extremismo que tantos elegem seja um mal necessário para que tenhamos uma ordem social que permita às pessoas trabalhar em paz. Ainda assim, é preciso reconhecer que a justiça exercida com as próprias mãos não é justiça, sim vingança. Por mais decepcionante que a Polícia e o Judiciário possam parecer, agir sem mandado do povo, ou seja, regulado por regras e processos, é o primeiro passo para a generalização da violência e da barbárie.

No final das contas, o desejo de justiça tão louvável das pessoas será usado como opressão contra elas mesmas.

Estes que pretendem nos governar alçados ao poder por uma maioria revoltada mas superficial, não terão limites mesmo quando os factos, a verdade e o bom senso os desmentirem. Reescrevam os livros de História e queimem os de Filosofia! -- exortam eles -- reduzam os códigos Civil e Penal ao obscurantismo biblista!... -- e, sobretudo -- a arma nas mãos de homens de bem a julgar o certo e o errado e, afinal, decidir a vida e a morte...

Focinho de porco não é tomada. Não, fascistas não são melhores que os narcotraficantes que dizem pretender exterminar. O que fascistas de facto costumam exterminar são as vozes que lhes contestam e ainda as minorias pacíficas e incompreendidas -- como eram os judeus na Alemanha de Hitler -- como o hoje candidato majoritário à presidência de nossa República promete fazer com a militância LGBT. Ex-militar não é herói. Polícia que atira para matar, também não. Leis que oprimem minorias são imorais e, civilmente, precisam ser desobedecidas.

O país que eu quero, por mais piegas que isso seja, é um país guiado pela tolerância, não pelo ódio.

Agora, de consciência limpa, eu vou votar.
 
FOCINHO DE PORCO NÃO É TOMADA

CURIOSIDADE DA ORTOGRAFIA

 
Ortografia antes de 1911/1943 Ortografia atual (Acordo de 1990)
Acção (ainda vigente em Portugal) Ação
Actividade (ainda vigente em Portugal) Atividade
Acto (ainda vigente em Portugal) Ato
Adeante Adiante
Alphabeto Alfabeto
Alumno Aluno
Anecdota Anedota
Anno Ano
Anonymo Anónimo(português europeu), Anônimo(português brasileiro)
Appellido Apelido
Apprehender Apreender
Architectura Arquitetura
Assucar Açúcar
Athletismo Atletismo
Athmosphera Atmosfera
Augmentar Aumentar
Atraz Atrás
Baptismo (ainda vigente em Portugal) Batismo
Belleza Beleza
Bibliotheca Biblioteca
Bocca Boca
Cahir Cair
Catholicismo Catolicismo
Civilisação Civilização
Chimica Química
Chlorophylla Clorofila
Christão Cristão
Collecção Coleção (em Portugal ainda se usa "Colecção")
Colonisação Colonização
Columna Coluna
Comprehensão Compreensão
Commercio Comércio
Communicação Comunicação
Comtudo Contudo
Craneo Crânio
Creação Criação
Creança Criança
Dansa Dança
Deos Deus
Diccionário Dicionário
Differente Diferente
Difficil Difícil
Diphthongo Ditongo
Direcção (ainda vigente em Portugal) Direção
Ecclesiastico Eclesiástico
Edade Idade
Egreja Igreja
Electricidade (ainda vigente em Portugal) Eletricidade
Elle/Ella Ele/Ela
Epocha Época
Escripta Escrita
Escriptor Escritor
Escriptorio Escritório
Escriptura Escritura
Esphera Esfera
Estadoal Estadual
Exgottar Esgotar
Exhibição Exibição
Exhuberante Exuberante
Expectaculo Espetáculo (Em Portugal ainda se usa "Espectáculo")
Falla Fala
Fructa Fruta
Geographia Geografia
Grammatica Gramática
Guarany Guarani
Gymnasio Ginásio
Hespanhol Espanhol
Hydraulico Hidráulico
Hydrographia Hidrografia
Hygiene Higiene
Ichthyologia Ictiologia
Idea Ideia
Insecto (ainda vigente em Portugal) Inseto
Immovel Imóvel
Indemne Indene
Instrucção Instrução
Introducção Introdução
Lyrio Lírio
Lucta Luta
Keratose Queratose
Kilometro Quilômetro(português brasileiro), Quilómetro(português europeu)
Martyr Mártir
Mathematica Matemática
Melancholia Melancolia
Methodo Método
Monarchia Monarquia
Mez Mês
Objecto (Ainda vigente em Portugal) Objeto
Occasião Ocasião
Officio Ofício
Ophthalmologia Oftalmologia
Orthodoxia Ortodoxia
Orthographia Ortografia
Oxygenio Oxigênio(português brasileiro), Oxigénio(português europeu)
Pae Pai
Paiz País
Pateo Pátio
Patriarchalismo Patriarcalismo
Phantasia Fantasia
Phantasma Fantasma
Pharmacia Farmácia
Phenomeno Fenômeno(português brasileiro), Fenómeno(português europeu)
Philanthropia Filantropia
Philarmonica Filarmônica
Philosophia Filosofia
Phorma Forma
Phosphoro Fósforo
Photographia Fotografia
Phrase Frase
Phthysica Tísica
Physica Física
Portuguez Português
Producto Produto
Prognathismo Prognatismo
Prohibição Proibição
Propheta Profeta
Psalmo Salmo
Psychologia Psicologia
Redacção (ainda vigente em Portugal) Redação
Rheumatismo Reumatismo
Sacco Saco
Sahida Saída
Scena Cena
Sciencia Ciência
Signal Sinal
Successo Sucesso
Systema Sistema
Technico Técnico
Telegrapho Telégrafo
Telephone Telefone
Theatro Teatro
Theorya Teoria
Theologia Teologia
Thesouro Tesouro
Thorax Tórax
Triumpho Triunfo
Tupy Tupi
Tyrannia Tirania
Typo Tipo
Typographia Tipografia
Victoria Vitória
 
CURIOSIDADE DA ORTOGRAFIA

DESABAFO

 
Na estrada da vida encontramos obstáculos difíceis,mas não impossíveis de serem vencidos.A maioria dos seres humanos não é feliz, nem deixa que outros possam ser.
Seguem mentindo,caluniando, invejando etc.
Mas, ah! Por que será?
A sede de vingança e de autodestruição.
Na maioria das vezes não gostam nem do que estão fazendo, ou até mesmo do que estão sentindo. Mas para mostrarem ao mundo que são superiores, submetem-se a coisas terríveis, perseguem, traem e ainda acham que é amor.
Puro egoísmo! Quantos confundem amor com sexo...
Quando o verdadeiro amor é diferente.
O amor por si só é algo sublime,
capaz de suportar pelo prazer de amar. Sendo a entrega perfeita, a harmonia então acontece: Os sentimentos são Iguais, sentem o afã do coração só em pensar no seu amado, sofrem juntos, reconhecem-se pela voz. Existe o respeito mutuo tudo é divino. Há doçura, e o zelo é tão grande que compara-se a um diamante lapidado: uma joia rara, de que cuidamos com muito carinho para não quebrar ou ser roubado; porque uma vez perdido, não mais se pode achar.
Devemos dar valor a tudo que Deus coloca em nossa vida, principalmente quando se trata de vida íntima.
A alma é muito delicada:Sendo ferida e contrariada, fecha-se em sofrimento e torna-se bastante incompreendida.
Então, fica difícil quando se perde a confiança! Quantas vezes o amor bate na nossa porta e a fechamos! Depois, falamos que não temos sorte e que o amor nunca nos procurou...

Mary Jun - 23/11/2012
 
DESABAFO

ATAQUES VERBAIS

 
ATAQUES VERBAIS
 
A maneira mais inteligente
de se defender dos
ataques verbais
Um dos maiores desafios do nosso dia a dia é gerenciar nossos relacionamentos, de forma a não deixarmos que os conflitos nos afetem e nos levem para a destruição

Sheldon Cooper disse: “Eu sou um receptor polimerizado, e você um reagente inorgânico, então qualquer projétil verbal que você lançar na minha direção será refletido, voltará pela mesma trajetória, e irá te atingir.”

Tenha certeza disso: quando um ser humano ofende o outro com palavras de ódio e furor, ele atrai para si, um amontoado de negatividades que faz com que o universo inteiro se volte contra ele, ou seja, no fim, não é o receptor do ataque que sofre e sim o seu emissor (efeito boomerang).

Infelizmente algumas pessoas do nosso convívio são ignorantes, hostis e pouco educadas, o que torna nossa interação social um desafio constante e estressante por vários momentos em nossa vida, cabendo a nós, seres inteligentes, criar estratégias para lidar eficientemente com essa questão.

Vale mencionar que quando um troglodita age dessa forma, ele está demonstrando as duas maiores falhas emocionais do homem, a conhecer: à insegurança e o medo. A primeira existe porque ele não acredita que pode ter crédito com alguém através de uma postura equilibrada e ética, assim ele pensa que a força está na imposição e não na influência. Já a segunda é por conta da psicose e do pânico por aquilo que ainda não chegou, ou seja, como se o futuro estivesse prestes a abraça-lo, enforcando sua aura e secando para sempre seu espírito, restando para ele, apenas a opção de reagir com agressividade.

Obviamente, atitudes como essas tem o poder de machucar muito uma pessoa, fazendo com que a mesma se sinta coagida e pressionada além do que pode suportar, principalmente se tal criatura gozar de um temperamento sensível e frágil. Desta forma, é inaceitável que alguém insulte a outra parte e não sofra nenhuma punição por isso. Em muitos casos e relatos contemplamos a multiplicidade de pessoas que foram prejudicadas por comportamentos assim e tiveram ferimentos gravíssimos em sua alma: tiveram sua psique triturada, sua motivação debulhada e sua autoestima esmagada.

Sabendo então da gravidade da questão, qual seria a estimada solução? Muitos pensam que rebater é uma forma inteligente de mostrar coragem e ausência de intimidação, porém afirmo com veemência que essa é uma escolha estúpida e ineficaz. Ora, nos igualarmos aos nossos inimigos consiste em transferir a ignorância deles para dentro de nossas casas, fazendo com que nossos telhados sejam recheados de malignidades que farão com que as toxinas endiabradas do inferno permeiem nossas cabeças sem que possamos notar. Por isso Dalai Lama brilhantemente disse: “Responder à ofensa com ofensa
é como lavar a alma com lama!
O silêncio é um dos argumentos
mais difíceis de se rebater.”

Matéria completa no site do autor
PABLO BRAVIN
 
ATAQUES VERBAIS

BRASIL: UM CONCERTO DESARRANJADO DE DESESPERANÇOSO CONSERTO

 
Diz-se em forma de ditado popular que “a esperança é a última que morre”, no entanto, está cada vez mais difícil de acreditar e de ter esperança que o nosso país tenha uma solução para todas as coisas erradas que acontecem por aqui.

Ao sentarmos diante da televisão para vermos um noticiário, ao lermos um jornal ou uma revista, ao final dessas tarefas simples e cotidianas, a sensação que sentimos é de enjoo, de náusea, de profunda decepção para com os destinos do país geridos por nossos gestores atuais, causando-nos uma descrença imensa e constatando uma curva descendente na parábola de moralidade e de confiança nas instituições de nosso querido Brasil.

A malversação do dinheiro público, por meio de atos e fatos administrativos praticados com cavalares doses de corrupção, seja por meio do agente público ativo ou passivo, seja pela concussão, seja pela falta de vergonha na cara, culminada e garantida pela impunidade, se constitui na novela preferida difundida em todos os meios de comunicação em todos os horários.

Vemos ainda notícias: de brasileiros e de brasileiras morrendo em filas de hospitais, à míngua; de brasileiros e de brasileiras estudando em condições lastimáveis; de brasileiros e de brasileiras se deslocando nas grandes cidades do país feito sardinha em lata, pois, o transporte público é caótico, afinal gestor público não anda de ônibus ou de trem; de brasileiros e de brasileiras sendo assaltados e às vezes assassinados por bandidos, seja no seu ir e vir ou o que é pior, em sua própria casa; sem que haja uma ação de contra ataque efetivo do Estado com o intuito de coibir e de prender esses desocupados e malfeitores.

Sobram-nos alguns questionamentos: onde andam os “maestros” e “regentes” desse Concerto chamado Brasil? Em tese quem seriam esses “maestros”? Será o que sentem esses “maestros” quando veem os fatos narrados no parágrafo acima do presente artigo? E nós músicos (povo) dessa orquestra chamada “Brasil” o que estamos fazendo para mudar esse quadro?

Comecemos, pois, pelos poderes instituídos e constituídos de nossa República Federativa:

Legislativo – missão precípua: legislar em causa do povo, e o que vemos? Um verdadeiro antro de homens e mulheres que se misturam e se lambuzam com uma lama fétida chamada CORRUPÇÃO e uma defesa veemente de interesses voltados para eles próprios, onde consomem orçamentos bilionários para não fazerem nada, ou melhor, legislarem em causa própria;

Executivo – missão constitucional: administrar os bens, patrimônios e dinheiros públicos, no entanto, constituem-se numa horda de homens e de mulheres especializados em assaltar os cofres públicos, com objetivos claros de se locupletarem, de enriquecerem ao término de seus mandatos, transformando, pois, o nosso Brasil em lídimo valhacouto de marginais de toda espécie.

Judiciário – missão: mediar, arbitrar e julgar os conflitos e confusões judiciais, no entanto o que presenciamos? Um verdadeiro emaranhado de leis e mais leis que perpetuam recursos e mais recursos que contribuem muita das vezes em desestímulo para o cidadão, que culminam com a morosidade conhecida do Judiciário, sem contar com a triste e conhecida blindagem, característica desse Poder, além de doses altíssimas de corrupção.

Com relação aos nossos “maestros” eleitos por nós mesmos: estão por aí, se esgueirando no “não sabia”, no “não vi”, “já recebi o relatório pronto”, enfim, se tornando doutores em camuflagem, em dissimulação, em enganação, e protagonizando cada vez mais e mais filmes ultrajantes, lastimáveis, desprovidos de mínima dose moral, de respeito a essas que seriam autoridades, onde, não consigo visualizar como seria a imagem desses bandidos travestidos de políticos, de administradores públicos dormindo, por exemplo, sendo responsabilizados cotidianamente por mazelas e infortúnios do povo brasileiro, além de uma escassez assombrosa de líderes e de pessoas com índole para exercerem cargos de gestão dos recursos públicos.

E o que falar dos músicos dessa Grande Orquestra? Nós, o povo, estamos encurralados, espremidos e oprimidos pelo grande sistema reinante, no entanto, nós só temos uma única saída, fazer valer o poder que temos insculpido em nossa Carta Social nos Artigos 14 e 61, regulamentado pela Lei 9709/98, chamado de “voto”, e numa escala mais acentuada de exercício de poder temos o “Projeto de Lei de Iniciativa Popular” que tem como exemplo recente: a Lei da Ficha Limpa.

Finalizando, pois, temos sim um fio de esperança, o uso desse Instrumento Constitucional só depende de uma mudança radical de “ATITUDE”, onde paremos de reclamar: que temos maus políticos, mas não agimos para extirpá-los; que temos cidades sujas, mas não paramos de jogar lixo na rua, de fora dos carros; que temos uma educação péssima, mas na hora de comparecer à reunião de Pais e Mestres, arrumamos as desculpas mais variadas possíveis. Enfim, enquanto não nos conscientizarmos de que temos que mudar, o nosso futuro estará sempre comprometido com o nosso presente, pois, a mesmice gera essa resiliência acochambrada e viciada, gera um gráfico de uma função constante e, melancolicamente vamos continuar presenciando e assistindo sempre ao mesmo Concerto: horrendo, triste e desafinado, chamado Brasil.

Escrevi este artigo originalmente no ano passado antes do pleito eleitoral, mas, hoje, quase um ano depois vejo que o cenário é o mesmo: desesperador, triste, patético e de horizonte sombrio.

originalmente escrevi este artigo na data acima, mais de uno depois, em função dos últimos acontecimentos, tristes, horrendos, percebo que nada mudou, perdão mudou sim, talvez o modo operador das falcatruas, triste, para o nosso país, vermos o nosso maestro ou maestra, cada vez mais perdida, combalida e no centro da rosa dos ventos, ou seja, na sabe a direção que seguir, hum! Talvez até saiba, a direção do pernicioso, do ludibriante, do engodo. Lamentável meu querido e amado Brasil.
 
BRASIL: UM CONCERTO DESARRANJADO DE DESESPERANÇOSO CONSERTO

UMA LIÇÃO DE PATRIOTISMO

 
Toda a vez que ouço pessoas jovens falando de descrença e zombando dos que ainda têm a coragem de se dizerem patriotas, eu volto o meu pensamento para quem me ensinou a ter um carinho muito grande pela minha Pátria, não importa qual o momento político ou econômico que ela esteja vivenciando.

Busco o exemplo da força e da coragem naqueles idosos que na sua juventude vieram ao Brasil - dos quatro cantos do mundo - em busca de uma nova vida, e a encontraram através do trabalho e da determinação.

A vida não está fácil hoje, mas também não foi um mar de rosas no passado, e certamente não será só maravilhas no futuro.

Gosto demais de ouvir as palavras sinceras daquelas pessoas de cabelos brancos e mãos calejadas, que construíram com suor e sacrifícios este país imenso que está aí, apesar das sucessivas crises. Eu me escoro nas palavras deles, que não são vazias, pois vêm confirmadas nos seus rostos enrugados, nas suas mãos bondosas e nas recordações de toda uma vida onde, apesar dos sofrimentos, havia lugar para uma imensa esperança.

Esta esperança parece estar faltando hoje, e no seu lugar está sendo semeada a desilusão e a apatia.

Olhar para trás, às vezes, é importante, porque podemos aprender lições valiosas com as gerações que nos precederam.

Antigamente não havia nenhuma comodidade, nada que indicasse um futuro promissor, a não ser um imenso, um grande sonho nos corações. A única saída era acreditar na vida e enfrentar o trabalho de sol a sol. Apesar disso, o futuro veio, com facilidades e tecnologias jamais imaginadas. E nós não queremos acreditar no nosso futuro e no amanhã das nossas crianças...

É de riqueza imensa o testemunho vivo dos nossos queridos idosos, por isso quero lembrá-los aqui, porque eles nos dão uma verdadeira lição de patriotismo. Se conversarmos com eles, com certeza nos dirão, com os olhos brilhando, de alegria e de saudade, que aprenderam a amar esta Pátria, mesmo encontrando dificuldades e sofrimentos. Eles nasceram em outras terras, e no entanto, trouxeram um amor e um carinho para depositar no chão de sua nova Pátria.

Talvez não encontramos nos nossos governantes o mesmo exemplo de amor à Pátria e de honestidade, que encontramos nas cãs dos nossos idosos. Mas este não pode ser um motivo suficientemente forte para ficarmos descrentes e para deixar que as novas gerações cresçam com a triste sensação de que a sua Pátria não merece o seu carinho e a sua esperança. Sabemos que as pessoas só lutam quando acreditam em algo, quando são movidos por uma esperança qualquer, mesmo que esta esperança se chame utopia.

Não vamos transmitir aos jovens e às crianças a indiferença pela sua Pátria. Porque, na verdade, a Pátria somos todos nós.
Nossa inteligência e nossos talentos orientados para o trabalho e para a solidariedade, são a resposta certa para aqueles que pregam o derrotismo e o desamor. O exemplo de vida dos nossos idosos ensina a verdadeira lição de coragem que precisa ser compreendida e seguida pelas novas gerações.

O Brasil necessita da nossa esperança e do nosso trabalho.

Saleti Hartmann
Professora/Pedagoga e Poetisa
Cândido Godói-RS
 
UMA LIÇÃO DE PATRIOTISMO

VAGABUNDO (ÁLVARES DE AZEVEDO) - HUMOR EM LIRA DOS VINTE ANOS

 
Eu durmo e vivo no sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso,
Nas noites de verão namoro estrela;
Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso!

Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobreza.

Não invejo ninguém, nem ouço a raiva
Nas cavernas do peito, sufocante,
Quando à noite na treva em mim se entornam
Os reflexos do baile fascinante.

Namoro e sou feliz nos meus amores;
Sou garboso e rapaz... Uma criada
Abrasada de amor por um soneto
Já um beijo me deu subindo a escada...

Oito dias lá vão que ando cismado
Na donzela que ali defronte mora.
Ela ao ver-me sorri tão docemente!
Desconfio que a moça me namora!...

Tenho por meu palácio as longas ruas;
Passeio a gosto e durmo sem temores;
Quando bebo, sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores.

O degrau das igrejas é meu trono,
Minha pátria é o vento que respiro,
Minha mãe é a lua macilenta,
E a preguiça a mulher por quem suspiro.

Escrevo na parede as minhas rimas,
De painéis a carvão adorno a rua;
Como as aves do céu e as flores puras
Abro meu peito ao sol e durmo à lua.

Sinto-me um coração de lazzaroni;
Sou filho do calor, odeio o frio;
Não creio no diabo nem nos santos.
Rezo a Nossa Senhora, e sou vadio!

Ora, se por aí alguma bela
Bem doirada e amante da preguiça
Quiser a nívea mão unir à minha
Há de achar-me na Sé, domingo, à Missa.


*Eat, drink and love; what can the rest avail BYRON. D. Juan.
*“Come, bebe e ama; de que pode nos valer o resto?” BYRON.
Tradução: Coleção L & PM Pocket, nº 118, pág. 176.

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Vagabundo é a “história” poética de um homem que não tem teto. De um homem que vive ao relento, gosta de um cigarro e mesmo assim é feliz (“ditoso”).

São quadras (quatro versos) com o seguinte esquema de rimas: o segundo verso rima com o quarto, totalizando quarenta versos divididos em dez estrofes.

São versos decassílabos (dez sílabas poéticas). Vejamos a escansão da primeira estrofe, onde o eu lírico (a voz que “fala” na poesia) se apresenta e diz a sua sina (pobre, mendigo e ditoso):

(“Eu-dur-moe-vi-vo-no-sol-co-moum-ci-/ga-no,”)

(“Fu-man-do-meu-ci-gar-ro-va-po-ro-/-so,”)

(“Nas-noi-tes-de-ve-rã-na-mo-ro-es-tre-/la;”)

(“Sou-po-bre-sou-men-di-goe-sou-di-to-/so.”)

E assim o jovem poeta continua pelas quadras restantes, sempre nessa tonalidade, sem dinheiro, namorador sonha com a donzela, nomeia-se filho da lua e procura sempre o contato com a natureza, etc.

Na profundidade do texto podemos entender que é um homem sem desejos materiais, não tem onde morar, não tem dinheiro, reza para Nossa Senhora, frequenta a missa aos domingos e é feliz.

Tudo narrado (contado) em tom de humor, diferente do restante de sua poesia e, imprimindo um novo viés em suas páginas literárias, deixando de lado palavras como: palor, macilento, cadáver, funéreo, morte, etc., abandonando, assim, as “distorções macabras” que o consagraram na Literatura Brasileira, procurando um novo olhar para seus escritos.

Augusto de Sênior.
(Amauri Carius Ferreira)
(FERREIRA, A. C.)
 
VAGABUNDO (ÁLVARES DE AZEVEDO) - HUMOR EM LIRA DOS VINTE ANOS

O LIVRO DA BRUXA E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

 
Se instituto da liberdade de opinião não pode ser postergado, em seu nome jamais poderá prosperar o proselitismo ou a defesa de ideais espúrios. O exercício da plena liberdade propõe e necessita, porém de certos requisitos fundamentais entre os quais uma ampla visão histórica das situações enfrentadas para que os erros do passado não sejam repetidos. Também, o total conhecimento de todos os elementos envolvidos não desprezando de modo algum as suas aspirações e principalmente reações.
Os regimes totalitários têm medo da imprensa porque a liberdade de expressão quando difundida traz à tona fatos que desejam ver enterrados. Mas a luta pela liberdade não implica a destruição de todos os que pensam de modo diferente, implantando a repressão generalizada. Mais grave que isso, esse conceito pode ser e em determinadas vezes tem sido usado não para atender os justos anseios da sociedade, mas na defesa de interesses de grupos ou pessoas, geralmente os poderosos integrantes das elites dominantes que quando desejam manter seus interesses não abrem mão de quaisquer meios, inclusive a tentativa de manipulação dos meios de comunicação.
A divulgação de todo e qualquer pensamento não é fato imprescindível e condicionante da liberdade de expressão. A publicação de ofensas gratuitas, de fatos não apurados responsavelmente também não é condicionante da liberdade da imprensa. O que se nota atualmente é uma generalização e até banalização do conceito de liberdade de expressão. Nossa sociedade deve agregar a seus valores a serem defendidos o respeito às opiniões divergentes, aos comportamentos diferentes, ao individualismo, aos que se destacam das multidões pela forte individualidade.

Toda intolerância é burra e nasce das opiniões preconcebidas sem nenhuma análise e principalmente, sem nenhum conhecimento de todos os fatos.Essas opiniões podem ser alienígenas e de forma maciça serem introduzidas na mente das pessoas, de modo subliminar, mas eficiente. Trazem consigo a aversão sistemática contra os que se destacam ou diferem da maioria.
Conheci a ditadura e vivi sob ela. Também senti na pele os efeitos da intolerância, da perseguição e de como é difícil manter ideais diante dos reveses. Foi no início dos anos setenta que aprendi o que é a intolerância. Com ela percebi que vem junto o preconceito. Um padre da época denunciou durante um sermão que a minha companhia não era saudável para os jovens católicos pois era um ateu. Perdi amigos, vi fecharem-se portas, fui discriminado. E a única coisa que fiz, foi ter na minha estante um livro de capa preta, intitulado “ O Livro da Bruxa” . Para aplacar a sanha anti-religiosa, o fervoroso padre acabou por cometer um ato de preconceito. Pela minha irreverência quis que eu silenciasse. Não conseguindo, tentou isolar-me dos demais, afastar-me de seu rebanho, numa posição na qual não poderia oferecer nenhum perigo. Erraram os dinossauros hilariantes. Não me calei, ainda sou ateu e o livro está na minha estante.
No mundo novo que almejamos, os que não pensam como a maioria devem poder existir sem serem destruídos sistematicamente e covardemente posto que a ordem dominante move-se contra eles, premidas pelo preconceito e pelo pavor da mudança.Sob o pretexto da manutenção do equilíbrio da ordem dominante a ninguém é permitido sair por ai apreendendo o livro da bruxa, esquecido por acaso numa estante qualquer, este por que, por si só, jamais representará perigo. Somente passará a ser perigoso quando seu conteúdo for posto em prática de forma eficiente e sistemática.
Pode-se supor que a simples presença do Livro da Bruxa na estante seria reflexo da prática de feitiçaria? Nada há que apoie tais ideias. Somente as elucubrações maniqueístas provindas de mentes tacanhas. E a prova cabal disso é que existem milhões de livros sem que as teorias que contém sejam necessariamente e obrigatoriamente postas em prática e prejudiquem quem quer que seja. Jamais existirá uma sociedade justa sem o respeito à expressão dos divergentes.

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LM.remora é heterônimo de ©LuizMorais. Todos os direitos reservados ao autor. É vedada a copia, exibição, distribuição, criação de textos derivados contendo a ideia, bem como fazer uso comercial ou não desta obra, de partes dela ou da ideia contida, sem a devida permissão do autor.
 
O LIVRO DA BRUXA E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Branco, macho e rico

 
A igualdade perante a ordem dominante jamais existiu além de um conceito puramente romântico. Essa realidade impressionante costuma ser tenazmente negada pelas elites que determinam o equilíbrio social que mais convém a seus interesses econômicos através da imposição de normas. Mas no conjunto desses preceitos que precipuamente serviriam para disciplinar e proteger tanto as relações entre os indivíduos quanto os próprios indivíduos é que se manifesta a vontade das elites, o, poder das minorias econômicas, intelectuais e dirigentes que formam o seleto grupo dos emergentes das oportunidades.

A tendência das elites é de perpetuarem-se no poder, prevalecendo seus interesses. Doutra forma, se permitissem o acesso das massas à educação, ampliando as oportunidades de mobilidade vertical na estrutura social, fatalmente chegar-se-ia a um modelo onde a minoria pensante seria gradativamente acrescida a cada vez mais de indivíduos esclarecidos, politizados e principalmente ou perigosamente – independentes: enfim, cidadãos na acepção e plenitude da palavra, defendendo a manutenção da cidadania.

Todas as formas de Estado jamais podem declinar de preparar os seus dirigentes. E fatalmente a escolha recai sobre as elites que não representam o povo e nem o Estado. Política e economicamente representam a si mesmas, refletindo seus próprios interesses. E convenientemente, através da mídia e formadores de opinião, justificam que a escolha dos dirigentes de um Estado deve sempre recair sobre indivíduos cultos, bem educados, de boa aparência, com vigor físico e bem nascidos. Obviamente, brancos, machos e ricos.

Uma minoria dirigente, porém, jamais assegurará a perpetuação no poder se não utilizar-se de um intenso mecanismo de propaganda para legitimar política e culturalmente as suas intenções disfarçadas. E dependendo do grau de cultura ou da constituição moral da sociedade é que a atuação será direcionada.

No discurso dessas minorias a sobrevivência do Estado depende do nível cultural de seus dirigentes. Na verdade, a integridade, a honestidade e a capacidade de discernimento podem vir a suprir eventuais deficiências culturais. Inteligência e cultura são conceitos diversos e não necessariamente coexistentes e interligados. Mas para as elites, a própria deficiência numérica – a única que apresentam - é suprida pela capacidade intelectual.

Querem as elites fazer parecer que não se constituem numa classe privilegiada e que sobre si, repousa todo o equilíbrio da ordem, a harmonia nas relações entre os indivíduos, a verdadeira Paz Social. E manter esse equilíbrio faz parte de um sacrifício ingente que exige uma incomensurável capacidade intelectual. Esse modelo, estruturado numa sociedade de classes resiste bravamente a todas as investidas.

O Poder Constituído deve ser o reflexo da vontade popular em cujo nome será sempre exercido. Os ideais da “liberdade, igualdade e fraternidade” sucumbem diante do conceito elitista que o nivelamento econômico colide frontalmente com o sistema capitalista. Caso se fizesse o nivelamento, essa prática viria a anular a competição que é a força propulsora do sistema...

Para STUART MILL, “a massa é sempre uma mediocridade coletiva”. Nesse sentido, mais uma das tendências das elites é impor uma “ditadura do intelecto” o verdadeiro império dos bem nascidos, a nata da inteligência filosófica, hodiernos descendentes de PROMETEU que roubaram dos deuses toda a tecnologia científica. Moradores dos grandes centros urbanos e egressos das universidades prevalecem sobre a “massa inculta e seus líderes, ignorantes e despreparados”.

O poder das elites sempre repousou na existência de um aparato repressivo, fiel e subserviente que cumpre mansamente esse triste e patético seu papel: reprimir as minorias para manter as minorias. É o poder que delega para manter-se no poder. E os atores dessa opereta bufa julgam-se investidos de algum poder ao receberem migalhas das elites. Escolhidos, exercem-no em seus próprios nomes, mas no interesse dos senhores. E para justificarem a delegação, julgam-se estarem em constante vigilância, sempre alertas para impedirem que a “maioria medíocre” ou as minorias de excluídos, subvertam o equilíbrio da ordem dominante, abrindo nas muralhas do poder uma fresta pela qual possam penetrar e num devaneio idílico, porventura permanecerem, desfrutando benesses.

Um aparato repressivo que atenda somente os interesses das elites consiste também numa minoria, numa classe privilegiada, mas à semelhança dos antigos eunucos, sentem o poder, convivem com suas seduções, mas jamais poderão efetivamente utilizarem-se dele. E nessa condição, elegem o modelo de uma elite eunuca, desprezada pelos poderosos e odiada pelas massas, mas necessários e úteis a ambas por pretensamente manterem a harmonia que disfarça o equilíbrio dessa canhestra ordem dominante.

Esse simulacro de poder seleciona seus valores numa expressão qualitativa do reflexo da imagem mirabolante das elites nos espelhos da truculência e da cupidez humanas.

Na realidade, há uma diferença substancial entre o verdadeiro poder e seus simulacros investidos. Estes cortejam os poderosos, odeiam as outras minorias e abominam os que demonstrarem iniciativa e ideias próprias, sendo prática comum exigirem que o autor de uma sugestão seja o único responsável pela sua execução pratica. Aqueles exercem o poder econômico, seduzindo e corrompendo e deixam transparecer conceitos onde se insurgem como defensores da estrutura social, porém, substituindo pela própria vontade os anseios daqueles a quem dominam, oprimem e dizem representar. Quanto aos anseios dos investidos, são facilmente comprados.

O reflexo mirabolante de um poder “branco, macho e rico” não é o reflexo do verdadeiro poder das elites, mas serve aos propósitos daqueles que execram as minorias como uma manifestação espontânea advinda, porém, da necessidade dos verdadeiros senhores em controlar e prontamente dominar qualquer alteração na ordem social.
O verdadeiro poder tem a cor que lhe convier no lapso temporal considerado e assume o sexo mais propício, eventualmente travestindo-se se a situação requerer.
Mais do que isso, é impessoal, ascético, insípido, incolor e inodoro e destina-se à realização das vontades das elites.

Mas sem sombra de dúvidas a principal característica é a pujança econômica. O poder é rico e a riqueza sempre será o poder que propulsionará os que cinicamente mantêm o equilíbrio da ordem dominante.
 
Branco, macho e rico

Si hay un gobierno, jo soy contra

 
- O senhor concorda com o "Fora Temer"?
- Sim. Claro que sim.
- Por quê?
- Um indivíduo que se aliou ao PT - Partido dos Trabalhadores (cujos próceres e tesoureiros foram condenados e presos por corrupção) - nas últimas eleições, não merece o meu respeito, tampouco a minha confiança.

O Anarquismo

Por economia de espaço, tempo e paciência dos amáveis leitores (as), o autor não historiará a gênese desse Movimento Político, situando seu inicio, para efeito desse artigo, em Pierre Josheph Proudhon (França, final do século XIX e inicio do século XX), que lhe deu a estrutura dogmática que vigora ainda hoje.
Isto colocado, teceremos breves considerações sobre o mesmo.

O ideário anarquista
Para a maioria dos estudiosos, o Anarquismo escora-se em três pilares básicos. A saber:

1) Censura ou critica: à exploração do trabalho pelo Capital; à dominação cultural e ideológica exercida pela religião, escola, imprensa, sociedade familiar e civil; à dominação burocrática, legisladora e militar (ou paramilitar) exercida pelo Estado.

2) Apologia à autogestão, que redundaria em uma Sociedade solidária e justa.

3) Concretização e aprimoramento dos meios, métodos e táticas para a realização dos dois itens anteriores.

Em sua origem, o Anarquismo assimilou alguns dogmas do Socialismo. Através do pensamento de Proudhon, seu corpo ideológico constituiu-se como se fosse apenas mais uma variante dentro do espectro comunista e, dessa sorte, não faltaram censuras, por exemplo, "a exploração capitalista sobre os assalariados", a "alienação induzida pela religião", a "coação intelectual, física e cultural promovida pelas elites" etc.
Contudo, à medida que alguns Regimes Comunistas tomaram o Poder e repetiram os usos e os costumes dos Regimes antecessores (com as óbvias diferenças pontuais de cada qual), o Movimento Anarquista não titubeou em mirar as suas baterias para essa outra face da mesma moeda e, com isso, ocupou a posição de "estilingue" para as vidraças da Esquerda e da Direita.
Porém, o fato é que as propostas defendidas pelos Anarquistas reproduzem as intenções apregoadas pelas religiões e pelos Regimes direitistas ou esquerdistas; ou seja, ao cabo e em essência (atenção, eu repito: não estão consideradas as idiossincrasias de cada qual): uma Sociedade igualitária, solidária, justa e feliz.
Ademais, não deixa de ser trágico (embora pareça cômico), o fato de o Anarquismo ser visceralmente estruturado na mais patética (em sentido literal. Não confundir com a estúpida tradução, que faz desse termo um sinônimo para "ridículo") e cândida ingenuidade, cuja "expressão mais visível encontra-se em seus jovens (tanto em termos cronológicos quanto mentais e culturais) adeptos e/ou simpatizantes.
Ingenuidade, talvez inocência, em acreditar em valores como "solidariedade", "sociedade justa", "bem comum" etc.; bem como, na existência de potência, ou de potencial, para modificar comportamentos milenares e, talvez, indissociáveis da psique humana.
Ingenuidade, que se junta à efervescência hormonal dos jovens (tanto os cronológicos quanto os culturais) e se transforma em tentativas violentas (do tipo"blacks blocks") de derrubada do "status quo", com a indefectível contrapartida das forças repressoras, sempre temerosas (sem duplo sentido, ou não?) de que em algum momento, tal inocência amadureça e ganhe objetividade, tomando-lhe as tetas do Poder e as benesses de seus privilégios. Afinal, como disse Bertold Brecheth: a cadela do Fascismo está sempre no cio.
E, por fim, a ingenuidade de em plena manhã de Domingo, escrever um Artigo e acreditar que talvez seja possível uma verdadeira reforma política em seus verdadeiros agentes: os eleitores.
 
Si hay un gobierno, jo soy contra

REALIDADE INCÔMODA

 
Uma das estratégias das campanhas políticas é cuidar dos principais problemas que afligem a população. E a segurança surge como um dos três primeiros, em qualquer pesquisa realizada. Nesse sentido, qualquer um a quem interessasse pesquisar a escalada da violência nas grandes cidades, teria obrigatoriamente que incluir a parcela de responsabilidade do poder público.

Estão resolvidos a combater a violência e a criminalidade, principalmente na capital, mas não é segredo que a população ressente-se da falta de uma atividade policial como no passado e que atualmente tem as mãos atadas. Nada deixam os policiais fazerem, pois se dependesse dos teóricos que nutrem a retórica das atuais elites, sequer seriam revistados veículos e pessoas. Também jamais faltam os críticos, atentos e sequiosos por uma oportunidade de fazer com que acontecimentos isolados generalizem-se e transponham limites.

São momentos atípicos que estamos vivendo e muitos não acreditam que perdurem às próximas eleições. Armas, viaturas e munições estão sendo distribuídas. Será a reposta aos reclamos da sociedade como um todo clamando através de grupos organizados que defendem mais segurança para os cidadãos? Será capitalização da questão e que fatalmente irá render seus dividendos políticos? E as aspirações dos policiais? Foram levados em consideração.

A par desses, é necessário que os investimentos sejam contínuos e também carreados para a infraestrutura necessária - e o que é o mais importante - no menor prazo e da forma mais equitativa possível, pois quando se discute a atuação do poder público o ponto de destaque é o retorno político dos investimentos. Carrear os recursos necessários para a segurança não deve ser visto como um óbolo e sim como um dever do Estado.

Mas, se é necessário reconhecer que alguma coisa vem sendo feita, diante do potencial do Estado mais rico da federação e da situação instalada, ainda há muito que se fazer e sem a adoção de uma política séria que coordene as ações nesse sentido, deixará sempre a desejar. A realidade incômoda é que inexiste tanto uma política salarial para as policias quanto uma eficaz política de segurança pública no Estado de São Paulo.

Cala fundo essa dura realidade. Objetivos são delimitados, mas alcançar esses objetivos tornou-se o ponto fundamental da questão.

É necessário um combate direto e efetivo à deterioração dos serviços e à estagnação institucional em que estamos mergulhados. Já é tempo de dar à criminalidade um combate tenaz e isso só será possível se às forças da polícia aliarem-se as demais forças de nossa sociedade e mesmo que todas não façam parte da mesma equipe, ao menos estejam voltadas para o mesmo fim.

Será realmente necessário que toda vez que ocorra uma ação que cause comoção pública, que repercuta na sociedade cada vez mais globalizada, corresponda uma reação açodada, em sentido contrário, mas de maior intensidade?

Um após outro, vieram duros reveses, quer na forma institucional quer na propaganda negativa patrocinada pelos meios de comunicação à serviço de grupos que desejam a total desestabilização do serviço público e já elegeram a iniciativa privada como bálsamo milagroso para sanar todos os males.

Porque não adotar uma política de segurança e corrigir deslizes antes que aconteçam? E assim, aparar as arestas antes que possam ferir.
Continua-se, porém consagrando a atuação de grupos de vigilância internacionais, que sem outra ocupação tem as suas atenções voltadas para as ações internas dos países emergentes. Efeitos da globalização ou incapacidade política dos governos locais em resolver seus próprios problemas sem satisfazer a comunidade internacional?

O que se verifica com os reflexos da globalização nas economias de diversos países é apenas um exemplo dos efeitos que causam a dissonância entre uma rápida evolução tecnológica e mudança de valores não acompanhados por uma atualização institucional e adoção de políticas específicas. Pior ainda quando somados, atos açodados, quase irresponsáveis vem responder a grita geral, às bandeiras globalizadas e resultam em terríveis e irreparáveis desacertos.

Artigo publicados em jornais da região de Piracicaba e no livro " Artigos sem Etiqueta" - Clube de Autores - 2016
 
REALIDADE INCÔMODA

Proteção,respeito e amor aos animais de estimação

 
Eles chegam, invadem nossas casas, conquistam nossos corações, quando percebemos já ocupam nossas camas, instalam-se em nossos sofás, roem nossos sapatos, destroem o que encontram pela frente e etc. É isso que acontece com qualquer pessoa que leva para casa, um animal de estimação. Estes bichinhos encantadores, carinhosos, travessos, às vezes maus humorados, nos enfeitiçam, enchem nossas vidas de alegria e amor. E se não ficarmos atentos, abrimos os olhos, viramos refém de seus caprichos, manhas e pirraças. Uma vez que nosso apego por eles é tão grande, que passamos a tê-los em nossos pensamentos, em nossos corações. De certa forma, eles mudam nossas vidas, nossos hábitos, nos fazem ver a vida com outro olhar.
Uma coisa é certa, você ganha um amigo, alguém que vai se apaixonar por você, lhe seguir aonde você for, e lhe defender, caso seja necessário. Porém, se você não for capaz de amar estes bichinhos, não for capaz de cuidá-los até o fim, não os iluda. Eles têm sentimentos, merecem respeito, dedicação, e se os abandonar é crueldade. Não esqueça que, a atitude que você não gostaria que tivessem contra você, não deve querer para ninguém, ainda que seja um animal de estimação. Portanto, pense antes de ter um, pois você será responsável por, seu bem-estar, a sua saúde, a sua vida. Sim, porque tem pessoas que agem na emoção, e quando se dão conta de todas as responsabilidades que terão de assumir em relação ao animal, se arrependem e por vezes os abandonam covardemente, os deixando a mercê do destino, rompendo com ele o elo de amor que foi criado. Há outro tipo de pessoas que os maltratam, agridem, esquecendo de que estão cometendo violência com um bichinho, que nem sabe se defender. Então antes de pegar um animal de estimação, avalie todos os prós e os contras. Não esqueça que um animal não é uma mercadoria. É uma vida, que a qualquer custo deve ser respeitada e preservada.
E para reforçar este meu olhar, vamos nos transportar para alguns séculos atrás, onde o criador de MONA LISA, Leonardo Da Vinci, com seu olhar revolucionário disse:
“Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem.”
 
Proteção,respeito e amor aos animais de estimação

Clausura

 
Nada mais entendo
Da realidade desta vida fugaz.
Tudo, tudo, me parece desconhecido!

A obscuridade prevalece?
O mundo tornou-se um abismo perdido
Um buraco negro que sangra,

Vísceras são expostas ao vitupério
Levando inocentes a baixar a cova
A critério da perversidade humana (Cemitério).

Oxalá que a pobreza
Da alma se convertesse
A riqueza do amor de Deus...

Sinto saudades dos tempos de outrora
Quando criança brincava feliz
Uma fortaleza havia dentro de mim
Meus pais passavam segurança.

Disciplina, limites,
Éramos tão livres infantis
A cantarolar como pássaros.

Hoje as crianças, os jovens vivem...
Num cárcere isolado cada um em seu
Refúgio desconectado dos pais.

Aonde deveriam ser seu porto seguro!
Dessa forma, a alma se sente desprezada
Rejeitada contrariada passando a viver...

Em conflito, - vem a clausura devaneios
O adversário da nossa alma logo entra
Em ação, sagaz, astuto encontra presa fácil

Que já não se sente amada nem
Pelo os seus e nem pelo mundo levando-os
As piores atrocidades algo assim.

Irreparável que ficamos perplexos...
O que dizer? O que fazer?
Rever os nossos conceitos em relação
A família seria o primeiro passo!

Eu acredito: Que um simples eu te amo,
Você consegue, porque é capaz ....
Isto sim, faz uma diferença!

O mundo pode dizer que não,
Mas você mãe pai jamais! ...
Mesmo que tudo lhe pareça contrário.

22/10/17
Mary Jun,
Guarulhos,
Às 01:20hrs

Refletindo quanto ao ocorrido em Goiânia!
 
Clausura

POR QUE NÃO FALAR DE FLORES?

 
POR QUE NÃO FALAR DE FLORES?
Por EstherRogessi

Essas personagens de peculiar beleza; obra do pintor-mor da natureza, e autor de nuances infindos.
A visão de um campo florido, ou de uma simples flor nascida na fresta de um muro maravilha-me às vistas.
Cada uma delas – às flores – embevece-me, enternece-me. Desde às do campo, até as mais raras. Contemplo-as, preferindo-as sempre, onde Ele as plantou, para que assim, eu possa por mais tempo deleitar-me em vê-las (...) “O verdadeiro amor dá liberdade ao ser amado”. Satisfaz-me mais vê-las bailar ao vento, que prisioneiras em vasos d’ouro. Aliás, grades de ouro cravejadas com brilhantes, não deixam de serem prisões. Dentre elas, uma é rainha: a “rosa”, tão perfeita... que, o Criador decidiu, colocar-lhe uma sebe, proteção natural – os seus espinhos – autodefesa para os percalços do caminho.
 
POR QUE NÃO FALAR DE FLORES?

A QUESTÃO DA MENTE BRILHANTE (EDUCAÇÃO)

 
Cientistas fizeram uma experiência com jovens e crianças, por algum tempo. A experiência tratou-se de retirar estes jovens da sala de aula e da convivência com a família e amigos (por algum tempo), e coloca-las em contato permanente com profissionais brilhantes em algumas áreas do conhecimento, ou seja indivíduos PHD.

Para resumir, depois de algum tempo de convivência e de experimentos junto aos profissionais brilhantes, os jovens demonstraram uma aptidão mental também brilhante e bastante evoluída. Quando os jovens voltaram à sua antiga vivência, na escola e na família, em princípio, pareciam também superdotados. Porém, com o passar do tempo, foram novamente assumindo uma curiosidade limitada, como a de seus colegas, professores e familiares.

Particularmente, entendi que o experimento quis confirmar o fato de que, depende com quem convivemos, e como o fazemos, somos mais ou menos inteligentes.

Creio que, se fosse dado a todos os jovens oportunidades iguais, de convivência com brilhantes profissionais, e fazendo sempre coisas consideradas grandiosas, todos se sobressairiam como superdotados, pois teriam sempre à sua disposição tudo o que precisariam para suas experiências científicas, além de conviver com indivíduos com PHD em alguma área do conhecimento.

Sou da opinião, que essa experiência é relevante, é quase humilhante, pois, nas escolas e na família, como na sociedade, não temos uma estrutura econômica e humana pronta para receber nossos jovens, quando sua mente está em condição de curiosidade, tanto científica quanto em relação a algum conhecimento que pretendem adquirir e confirmar a sua veracidade, ou não.

Nas nossas famílias, o PHD dos pais, se relaciona com o pagamento das contas em dia, pois o salário não oferece uma vida digna, onde se pode ir além e aquém, nos estudos mais evoluídos.

Nas nossas escolas, o PHD dos professores não consegue evoluir além de querer e tentar atender a todos os alunos tanto individualmente, ou em grupos, pois falta tempo, falta material, falta estrutura para que haja um excelente atendimento às verdadeiras necessidades dos alunos. A mente brilhante dos professores, se esgota e tropeça na má vontade dos alunos, na indisciplina, na impossibilidade de oferecer-lhes o que há de última novidade em tecnologia ou mesmo em descobertas científicas, para que eles, por sua vez, produzam uma mente mais bem dotada.

Não se pode, simplesmente, jogar pais e professores em uma vala comum, dizendo que não possuem mentes brilhantes.

Nota-se que a experiência foi feita em total retiro dos alunos de suas famílias e escolas – onde estão problemas de toda ordem – e tiveram plena convivência com mentes PHD, com experiências PHD, e tiveram todo o material necessário à sua disposição para um aprendizado de alta qualidade, todo o tempo do mundo à sua disposição, para poder pensar, raciocinar junto com seus professores PHD, onde, enfim, provaram que a mente humana, na sua totalidade, é bastante dotada, quando tudo está ao seu favor.

Por isso, quando falam em mentes brilhantes, eu me arrepio, de dor e de revolta, porque, como professora, no decorrer do caminho, sinto-me empobrecer daquilo que me considerava perto do brilhantismo, inserida em um sistema que desvaloriza completamente a educação e os educadores, e, desta forma, joga a mente brilhante dos nossos jovens e crianças, no caminho da quase ignorância dos melhores valores e das melhores oportunidades de conhecimento que a vida oferece, a cada instante.

Estamos vendo, dia-a-dia, a mente brilhante dos nossos alunos ir se apequenando diante da insensatez de governos, instituições e indivíduos, que massificam-nos a todos, porque colocam a ambição, o poder e o lucro acima de qualquer ação que traga um benefício real à educação (e, quando digo educação, incluo saúde, infraestrutura, salários, honestidade, etc.)

Não façam mais tantas experiências envolvendo o que os jovens poderiam vir a ser. Deem-lhes condições reais e concretas para que eles desenvolvam a mente brilhante e superdotada que está adormecida dentro de cada um.

Saleti Hartmann
Professora/Pedagoga e Poeta
Cândido Godói-RS
 
A QUESTÃO DA MENTE BRILHANTE (EDUCAÇÃO)

Voltaire e o Iluminismo francês - Parte V - Cândido (o Otimismo)

 
Devido, então, à proibição de voltar à França Voltaire mudou-se para “Les Delices” e logo depois se transferiu para Ferney, uma localidade limítrofe à Suíça e a França, onde ele se fixou até o fim da vida.
Suas constantes idas e vindas anteriores não se deveram apenas à inquietude de seu espírito, mas, também, às perseguições que sofreu; porém, ali, ele encontrou a paz e a segurança de que necessitava. Um plácido refúgio.
E na nova vivenda permitiu-se viver de forma pacata, porém o mundo culto não podia prescindir de sua erudição e não tardou para que o assédio voltasse a lhe perturbar o sossego.
A exemplo de Cirey, a nova casa se tornou a “capital intelectual da França”, para onde acorriam padres céticos, aristocratas libertinos, cultas senhoras, jovens estudantes e estudiosos não tão jovens.
Não eram raras as visitas de homens ilustres, como, por exemplo, as dos historiadores Gibbon e Boswell, da Grã Bretanha; dos Filósofos franceses d´Alembert (1717-1783) Helvetius (1715-1771) e de vários outros adeptos do Iluminismo.
Um fluxo interminável de admiradores que agradava ao filósofo, mas como ele era sabidamente econômico, logo começou a se ressentir pelos gastos que representavam; e seus protestos, feitos com suas tradicionais e espirituosas tiradas, tornaram-se proverbiais, como as que seguem:

“Voltaire para um hóspede: - qual a diferença de vós para Dom Quixote? Ele confundia estalagens com castelos, e vós confundis este castelo com uma estalagem”.
“Deus me proteja de meus amigos; dos inimigos, eu mesmo cuido”.

E além das visitas pessoais, o assédio também se dava por via postal, tornando-o um contumaz correspondente de importantes figuras da Europa, como o Rei Gustavo III, da Suécia, que se declarava privilegiado e honrado por saber que às vezes Voltaire interessava-se por seu reino, o que constituía o estímulo necessário para que os suecos tentassem ser sempre melhores; o rei Cristiano VII, da Dinamarca, que lhe pedia desculpas por não ter conseguido, ainda, implantar todas as medidas que ele preconizara; a grande soberana russa Catarina II que lhe enviava presentes valiosos e sempre se mostrava preocupada em estar incomodando-o; e vários outros luminares da época. E até mesmo Frederico, o Grande, não resistiu à sua genialidade e pediu humildemente para retornar ao “rebanho”, através de uma missiva em que consignava a sua admiração, dizendo que: “serieis perfeito, se não fosses homem”.
Uma verdadeira torrente de loas, de elogios e, talvez, de afeto e de admiração sinceros. Tudo, em suma, que deveria alimentar a conhecida extroversão de Voltaire; mas, para surpresa geral, aquele anfitrião tão alegre, acabou se transformando em um dos expoentes do Pessimismo filosófico. A imagem daquele farrista que brilhava nos salões de Paris, que havia visto e vivido o melhor lado da vida, apesar da Bastilha, ainda estava presente na lembrança de todos, mas já não era real.
Por baixo de sua imperturbável amabilidade e fineza, crescia-lhe um severo sentimento de contestação contra aquele “Otimismo exagerado” que havia se tornado a última moda nos círculos cultos e sociais, sob o patrocínio de importantes Pensadores, dos quais, o exemplo mais claro era o filósofo Leibniz.
As perseguições que sofrera e os desencantos e as desilusões que experimentara haviam desgastado a sua fé na vida e nos homens. E a sua descrença aumentou quando um terrível terremoto devastou Lisboa, Portugal, em 1755, deixando mais de trinta mil mortos e um sem número de feridos, desabrigados, arruinados e desamparados.
E como se não bastasse a extensão da tragédia, amargurava-lhe profundamente a atitude cínica e sórdida da Igreja que logo se pôs a afirmar que o cataclismo era “castigo de Deus” aos pecados do povo lisboeta, que deveria, então, tornar-se mais submisso ao divino, através de “seus representantes”. Mais que a tragédia, doía-lhe ver a exploração que os maus carateres faziam em cima do sofrimento de tantos. Doía-lhe a maldade do homem.
Ademais, para agravar ainda mais o seu sofrimento, poucos meses após aquele terrível desastre, eclodiu a chamada “Guerra dos Sete Anos”, que para ele era mais outra sandice humana; um mútuo suicídio que a França e Grã Bretanha cometiam em troca de um prêmio constituído por somente “alguns acres de neve no Canadá”.
E como ele rejeitava a opinião do filósofo Spinoza de que o “Bem” e o “Mal” são apenas conceitos humanos, nem essa janela ele pôde utilizar para amenizar o seu sofrimento. Pôde, apenas, externar a sua consternação através de um poema que compôs sob o mote do velho dilema: ou Deus pode evitar o mal, mas não quer; ou quer evitá-lo, mas não pode.
Todavia, esse mesmo poema, causou-lhe outro aborrecimento, quando o filósofo Jean Jacques Rosseau o repeliu, argumentando que, em verdade, a culpa pelas mortes em Lisboa era exclusivamente de seus habitantes, pois “se os homens não vivessem agrupados nas grandes cidades, uma tragédia como aquela não atingiria a tantos”; além disso, “se os homens vivessem sob o céu aberto, as casas não lhes cairiam na cabeça”. Argumentos, no mínimo, questionáveis, mas que ainda assim seduziram a maioria da população, para assombro e indignação de quem tivesse um pouco de bom senso.
Para Voltaire essa nova comprovação da estupidez humana foi a gota que faltava para transbordar o jarro da paciência. Transtornou-o completamente. Não lhe era possível aceitar que aquela teodiceia pudesse existir entre Seres que se julgam racionais; tampouco, que diante de tantas tragédias ainda houvesse tanta resignação covarde e tanto otimismo infundado.
De onde vinha esse desejo absurdo de ser ludibriado? Essa ingenuidade de crer num Deus infinitamente bom, incapaz de causar qualquer dano? Por que aceitar que a culpa dos infortúnios seja sempre dos homens? Por que acreditar que esses infortúnios são “produzidos” apenas para aumentar-lhes a coragem e a determinação? Ou, que sejam “Castigos Divinos” merecidos?
Não! Não lhe era possível calar-se frente a tamanha insanidade e a sua resposta foi fulminante, pois em apenas três dias ele escreveu uma de suas obras-primas mais conhecidas: Cândido (ou Otimismo).
Usando a “mais terrível de todas as armas intelectuais já brandidas, o escárnio voltariano”, em meados de 1751, ele compôs esse pequeno livro que conta as histórias do epônimo, um rapaz simples, honesto e ingênuo, filho do Barão de Tlunder-Tem-Trockh da Vestfália e discípulo do “filósofo” Pangloss.
O jovem Cândido vive incríveis aventuras tragicômicas no amor, na guerra, nas amizades, nos negócios etc. E em todos os campos a maldade humana e a severidade da natureza estão presentes, ocasionando-lhe uma série de sofrimentos; os quais, no entanto, segundo lhe assegura Pangloss, só existem em seu beneficio, haja vista que o farão tornar-se mais forte, inteligente, rígido de caráter etc. Ademais, ainda prega Pangloss, todos os sofrimentos são benéficos por mostrarem a infinita bondade do Criador (sic)1.
Em termos literários, o livro é uma joia rara, pois apresenta numa linguagem agradabilíssima e com toda a profundidade necessária a infame hipocrisia teológica, a governamental e a social. Um clássico, sem dúvidas, que mereceu de Will Durant (EUA – 1885-1981) e de Anatole France (França 1844-1924), respectivamente, os seguintes comentários:

“Nunca o pessimismo foi demonstrado de forma tão alegre; nunca se fez o homem rir com tanto gosto enquanto ficava sabendo que este mundo é um mundo de desgraças. E raramente uma história foi contada com uma arte tão simples e oculta; é pura narrativa e puro diálogo; nada de descrições para encher linguiça; e a ação é desenfreadamente rápida”.

“Nos dedos de Voltaire, a pena corre e ri”.

Na sequência abordaremos a obra mais conhecida de Voltaire, o celebrado “Dicionário Filosófico”.

Nota do Autor1 – aqui, o leitor (a) já pode vislumbrar uma prévia da crítica de Nietzsche sobre a moral cristã que prega haver virtude no sofrimento.

Produção e divulgação de Pri Guilhen, lettré, l´art et la culture, Assessora de Imprensa e de Comunicação. Rio de Janeiro, inverno de 2014.
 
Voltaire e o Iluminismo francês - Parte V - Cândido (o Otimismo)

Talentos

 
Talentos

Á antiga moeda grega de prata ou ouro, chamava-se talento.
Seria por isso atribuído aos nossos dons grandes ou pequenos essa mesma palavra? Pelo menos tem um certo silogismo. Qualquer face de ouro, prata, cobre ou lata. De certo modo todos temos talento, mas não temos muitas vezes oportunidade de o demonstrar. Umas porque estamos assoberbadas pelo trabalho, outras, muitas vezes por não os descobrirmos a tempo, mas temo-lo, com certeza. De certo Deus não esqueceu nenhum de nós seus filhos. Pena é que alguns, não tenham tido a oportunidade de os demonstrar, nem tenham a motivação de outros para os ter espevitado nas suas aptidões. O talento tanta vez aparece por pequenos incentivos, coisas ocultas no nosso coração, como a espiritualidade que nos traz graça e alegria para podermos também transmitir a outros menos privilegiados e macambúzios um pouco de felicidade. As artes que às vezes de pequeninas coisas que parece não terem utilidade e transformamos num artefacto engraçado e ornamental, ás artes propriamente mais sofisticadas e artísticas que adquirimos muitas na idade e de que nunca nos tínhamos apercebido como escrever as nossas memórias, fazer poesia, pintar, desenhar, fazer crochet, tricot ou outras variadíssimas proezas. O talento que os nossos jovens têm para tudo que é a tecnologia, biologia e tudo que se relacione com o nosso espaço indefinido etc. São aptidões e até doutrinas esotéricas que estão aprofundando. Mas tudo isto é talento. Reparem como hoje em dia temos habilidade de transpor a falta de recursos financeiros, aproveitando para inventar novos pratos saborosos e com um mínimo de custo e altamente calóricos. Tudo boa gestão e talento,como vêm. Agora, também temos os supra Talentosos! A que se tem de dar os parabéns merecidos, pela sua capacidade intelectual, científica e aptidão que se dão de coração, para o bem dos outros e de mim, também. Helena
 
Talentos

UM CRUCIANTE DILEMA IDEOLÓGICO

 
Sobre uma política de segurança pública - mas nem sempre como parte desta - exerce grande influência a questão do analfabetismo e a da fome que se arrastam anacronicamente a despeito dos esforços das sucessivas administrações. Esta questão agravou-se nos últimos anos, com a urbanização e a realidade das megalópoles. A recessão e o desemprego atrelado, frutos da impotência na administração da crise na balança comercial, as dívidas externa e interna, a crise fiscal, tudo isso criou guetos urbanos, marginalizado os suburbanos nas favelas e periferias e os infra-urbanos nos cortiços e viadutos.

A análise dessa situação extrapola o modelo clássico da reengenharia dos monopólios e latifúndios para a distribuição da riqueza e obtenção da justiça social. Autoriza uma visão pessimista da impossibilidade da resolução a um curto prazo dos problemas da segurança pública. A questão adquire contornos de uma catástrofe anunciada. Esta se apoia principalmente nos altos índices de violência urbana, agravada pelo tráfico e consumo de entorpecentes por um número cada vez maior de usuários engrossando as fileiras dos agentes do crime.

Contudo, se por um lado há os que defendem uma organização policial que atue de forma enérgica e eficiente, por outro, os teóricos continuam exalando suas ilações românticas, propondo que se aguarde pacientemente a resolução daqueles problemas crônicos para a erradicação da criminalidade. De certa maneira, o que se propõe é a rendição espontânea dos agentes do crime ao serem conscientizados que são inocentes vítimas da injustiça social. A observação e o reestabelecimento das garantias individuais proporcionariam essa rendição, posto que, o exercício da cidadania revela-se o bálsamo que sana todos os males. A inconsistência desse modelo torna-se a cada dia mais visível. A fragilidade da premissa parte da intima relação entre o cruciante dilema ideológico do triunfo do bem sobre o mal, acima de qualquer outra consideração. Porquanto na atuação da organização policial deva haver o respeito às garantias individuais e a observância às outras forças envolvidas, é necessário que as pseudocontradições ideológicas não venham a constituírem-se nos obstáculos. Ao contrário do que afirmam os ideólogos das elites, a atuação da organização policial não é o problema e sim uma parte da solução da questão da segurança pública.

Uma organização policial moderna, perfeitamente adaptada aos aspectos institucionais sempre se constituirá no fator decisivo para a manutenção da ordem pública e a sustentação da harmonia entre os cidadãos. Deve-se considerar a atuação eficiente e baseada nos verdadeiros parâmetros da cidadania e não nos chamados direitos das minorias marginais. A atuação isolada da organização policial, posto que contraproducente, sempre será mais eficiente que uma atuação marcada incisivamente pela ingerência de forças externas e não direcionadas ao mesmo fim, quer dizer, enquanto a organização policial combate o crime e os agentes criminosos, existem forças direcionadas a combater a organização. Para legitimar essa gestão espúria e descabida está a ênfase ao aspecto teórico da prevalência dos direitos individuais sobre os direitos coletivos, mas inegavelmente, o combate ao crime parte da atuação das organizações policiais que jamais poderão triunfar enquanto existirem tantas forças atuando em sentido contrário.

(Luiz Antônio de Morais, Escrivão de Polícia, ex-presidente da Associação dos Funcionários da Polícia Civil de Piracicaba).

LM.Remora é heterônimo de Luiz Antonio de Morais
 
UM CRUCIANTE DILEMA IDEOLÓGICO

FRAÇÃO GERATRIZ

 
O nosso cotidiano, caracterizado por ações e fatos vividos por nós habitantes orbitantes desta aldeia global chamada terra, tão atomísticamente dividido em função de nossas atividades, principalmente temporal, não nos imune de algumas regras basilares, incluindo aí as matemáticas, do tipo as famosas e inconvenientes divisões que têm como quocientes sequenciais numéricos do tipo: 0, 307692307692… (Período: 307692), ou ainda; 0, 833333 … (Período: 3 ; parte não periódica: 8).

O inconveniente dessas divisões traduz dissabores múltiplos: quem ficou com a maior parte? Todo mundo recebeu o mesmo valor, a mesma quantia? Disseminando, inclusive, a sensação de desconfiança e quebra inconteste da labuta sadia entre os entes envolvidos no processo.

O desafio apresentado pela sequência de números, às vezes ininteligíveis, traduz entendimentos conturbados da essência, da raiz, do nascedouro das razões e, que de forma displicente pode produzir consequências terríveis e devastadoras para todos os participantes do corrido dia-a-dia mundano.

A matemática, na condição de ciência mãe, dirime todas essas dúvidas apresentando formas e fórmulas capazes de resolver os imbróglios outrora relatados e, de quebra garante que a anomalia verificada é possível de ser explicada e traduzida em resultados justos e dentro do entendimento numérico desejado.

A busca numérica e exata do valor quando nos deparamos com uma dízima periódica seja ela simples ou composta, consiste em se determinar a sua fração geratriz determinando-se assim a mensuração do significado escalar da grandeza de momento considerada.

Transportando toda a linha de raciocínio até aqui desenvolvida, baseada essencialmente na lide numérica para o cotidiano do país, vivenciamos várias e várias atrocidades; trágicos e lamentáveis episódios classificados como: degradantes, ultrajantes e lastimáveis; protagonizados principalmente por nossos políticos que, ao se elegerem transformam-se em administradores, gestores públicos, incontestavelmente, contudo, o resultado dessa gestão traduz-se na vergonha e na inconveniência administrativa testemunhada por todos nós, cidadãos de bem e inquestionáveis em toda e qualquer linha de pensamento inicial.

O momento atual se reveste de questionamentos de toda ordem: será que os nossos políticos dormem? Será que todo político compactua o processo vigente de campanha eleitoral? Será que para ser político considera-se como condição “sine qua non” a perda da vergonha, do brio, da honradez e da honestidade? Será que todo gestor público tem que se corromper e ser corruptor? E tantas outras inquirições que certamente caberiam e encheriam diversos outros parágrafos deste artigo.

Sensações calorosas e tempestuosas advêm das dízimas: “Prefeito juntamente com seu Secretário Municipal de Educação desviam recursos da merenda escolar”, ou, “Governador em conchavo com o seu Secretário de Saúde superfaturaram aquisições de remédios, sendo que a maioria estava vencida”; acabou o repertório? Não, que tal: “O Presidente da República desviou bilhões de reais do orçamento federal”.

Na busca por uma resolução simplória para as dízimas acima relatadas encontramos um conjunto de frações geratrizes trágicas, frágeis, que incluem uma argumentação sádica e amoral do naipe: “eu não sabia”; “o relatório estava pronto”; “eu só assinei”; “o meu assessor reponde por seus atos e não pelos meus”; e, arquitetonicamente sincronizadas com doutos do direito, que ávidos por estratégias de defesa dos interesses da trupe, formalizam peças e mais peças, cada vez mais robustas e potencializadas pelas brechas institucionais, produzidas pelo conjunto de leis que normatizam a peleja jurídica.

Sistematicamente, incrementado a todo o processo, encontramos em um dos termos da fração um denominador comum chamado corrupção; entranhado, entrincheirado, emoldurado, farejado e, incondicionalmente degustados por ratos e ratazanas ocupantes dos mais diversos e importantes cargos, no âmbito dos três poderes e esferas constituídos e instituídos da república.

De resto, ainda temos frações anômalas do tipo: os chefes dos poderes constituídos e garantidos pela nossa constituição possuem nos seus termos: tanto numerador como denominador distorções toscas e rudes; desvios robustos de condutas, a priori imorais, materializados por diversos processos judiciais nas mais variadas instâncias, onde, preponderantemente nunca se questionam a prática do crime perpetrado por eles, mas sim, os meandros de como dissimulá-los, de como camuflá-los, de como torná-los inverossímeis ante aos olhos e ouvidos do povo, deturpando todo o processo de apuração e julgamento dos fatos.

Concluindo, pois, presenciamos uma busca incessante da resolução dos problemas do nosso país, partindo sempre do seu resultado, da sua consequência, e nunca de sua fração geratriz, da sua raiz, promovendo uma engenharia nefasta, uma constante fragilidade de propósitos, de atitudes e de posturas, tendo como genetriz a corrupção, o descalabro e a falta proeminente da vergonha na cara, promovendo-se assim um grande e imensurável desserviço ao povo brasileiro.

Por fim, esse mesmo gentílico, vivifica tempos de encurralamento em situações incontáveis de adversidade, onde tende: a padecer, a sucumbir, a se enfraquecer; e, como epílogo: se desesperar ante a tudo e a todos e o que é pior; como resultado dessa fração geratriz desastrosa, o povo encabresta-se, decepciona-se; imerge na inapetência e na falta de resiliência, tornando-se presa fácil para a horda insaciável e garantindo-lhes um confortável, verdadeiro e legítimo valhacouto.

LAMENTÁVEL O MOMENTO POLÍTICO QUE VIVEMOS, LASTIMÁVEL.
 
FRAÇÃO GERATRIZ

Escritor carioca radicado na Bahia, ganha mais um prêmio!

 
Escritor carioca radicado na Bahia, ganha mais um prêmio.

O escritor carioca radicado na Bahia, Marcelo de Oliveira Souza, organizador do Concurso Literário Poesias sem Fronteiras e Prêmio Literário escritor Marcelo de Oliveira Souza,iwa; autor dos livros Conto & Reconto; A Sala de Aula; Confissões Poéticas e Sobrevivendo; do Blog maarceloescritor2 e site poesiassemfronteiras; acaba de entrar no Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa, recebendo uma linda comenda e diploma, onde agradece seus amigos e colaboradores pela honraria.

Marcelo de Oliveira Souza,iwa
 
Escritor carioca radicado na Bahia, ganha mais um prêmio!