O brilho da lua
A verdade é como a lua
Brilha sem parar
Diz-me o meu sexto-sentido
Que tu cantas ao luar
Nunca me engana
Este aroma ensurdecedor
Rosas de baunilha oitavadas
Uma música vou compor
No piano vou tocar
Uma escala de louvor
Na concha
Inconveniências
Não quero ser arauto da discórdia
Nem postilhão de guerra inglória
Só mensageiro de bons presságios
Estafeta da alegria e da concórdia
Não quero ver a Pátria em estilhaços
Nem fazer vénias a troco de gorjeta
Não sou vassalo, nem lacaio
Nem moeda de troca no bolso dos ricaços
Já não suporto a lei do fazer de conta
Saber viver é o que custa nesta selva
E eu não consigo ser aquilo que não sou
Há todo um logro neste mundo que me afronta
A hipocrisia veste traje a rigor
Não bato a pala a quem me castra a liberdade
Pagam-me em pão um silêncio mutilado
Há muito que passei a ser inconveniente
Mas antes isso que chamado de otário
Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
Verdade
Solta-se a brisa sufocante e amarga
Por fora do calor ouvido nos passos
Que ecoam no meio dos regaços
Vazios com essa saudade tão larga
Abro a porta à chuva dos abraços
Amigos e bebo a embriaguez parda
Porque sei que a felicidade…tarda
Mas chega em forma de laços
Num aperto que solta a bela dança
Da entrega sincera que emudece
O desespero e faz vibrar a balança
Do sonho novo que tanto aquece
Como estremece cada mudança
Mas que a verdade tanto agradece
"Me calar, jamais"
"Me calar, jamais..."
Quando vi que mansidão,com fraqueza é confundida.
E o portador da virtude,tem de tolerar prostrado.
Saí do meu silêncio e vim enfatizar que não temo
Esse Sistema frio, de despotismo infestado.
Ser vítima,não quero e não sou,em nenhum momento.
Faço da dor,meu próprio remédio,esse é meu exercício.
O tempo vai mostrar,aos desprovidos de sentimento.
Quem ignora a dor do outro,não merece sacrifício.
Entretanto,não vou dar palco,nem aplaudir jamais.
Quem se acha no direito,de manter o dedo em riste.
E nem discutir a nuance,da liberdade de expressão.
Com quem nem se dá conta,que somos todos IGUAIS.
Ando sem reconhecer as sutis e velhas estratégias
Dos que em lixos verbais,desvirtuam o que é arte.
A verdade não alardeia,e sem ruído se expressará.
O "lixo” ignoro,do meu repertório, não faz parte.
Declaro,que sancionei na minha vida um decreto.
Não me intimida quem vive nos becos,a bisbilhotar.
Porque “agir na sombra”, é o ato mais covarde...
E quem sente-se SUPERIOR,talvez deva se avaliar.
E como quem sopra, para aliviar a dor das marcas.
Quero “fazer a diferença”,transmiti-la pelo olhar
Não usar a poesia, para ferir quem quer que seja
E marcada,porém inteira,fico, porque AQUI é meu lugar!
Glória Salles
HÁ UMA VERDADE
HÁ UMA VERDADE
Há uma verdade
Resplandecida
Na eternidade
- De olhos imensos -
Pr'a lá de ali e além...
Há uma verdade
Que não é a minha
Ou a qualquer verdade
De um qualquer alguém
Que nesta terra caminha...
Há uma verdade
Belamente desiludida
Sem ego ou vaidade,
Desnudada de mal e bem...
Nela tudo e nada cabem...
Há uma verdade
A despejar vida na vida
Adiante aos conceitos
E direitos escusos
Desse nosso mundo...
Pois há uma verdade
Que jamais tem fome
E lá de onde (não) vem,
Nem jeito ou nome
De verdade ela tem...
Gê Muniz
Futuro incerto
Futuro incerto
Se no passado a gente olhava à frente
No presente não temos essa vontade
Porque nós temos medo dessa verdade
Que não nos deixa em nada contentes
Acho que deveríamos ficar no presente
Porque sabemos que o futuro é incerto
E não queremos que ele fique por perto
Para a gente não se sentir mais cadente
Para o passado não há como se voltar
No presente também não se pode ficar
Então, não sabemos o que se deve fazer
O certo e tentar sorrir para não chorar
Sabemos que como está não vai ficar
E não há um só local para nos proteger.
jmd/Maringá, 04.03.20
Verdades
São tantas as verdades contadas que, somadas, dão grandes nadas!
Náufragos de si mesmos!
O amor está um pouco
Além do que entregamos.
Pensamos: um presente...,
Um gesto..., uma festa...? Talvez!
Eis aí, a nossa insensatez.
Como é difícil de ser compreendida...
A alma em sua profundidade. Sim:
Gesto. Presente..., Festa às vezes funciona.
Para alguns visionários de bens materiais
(mesmo estes) são tão carentes bem mais;
Não percebendo que a vida passa, os segundos,
Minutos e não voltam mais. Desejariam retroceder
O ponteiro de um relógio... Quimeras!
Mas trata-se de vida humana e requer um
Pouco mais de sabedoria e estudo quem sabe,
Uma analise, e se prestássemos,
Mais atenção nos outros
Veríamos que apenas um detalhe pode mudar
Uma história de vida. Bem como,
Um telefonema sincero, uma palavra amiga,
Marcar presença faz uma diferença...
Poder dizer você é importante para mim.
Estamos distantes, mas moras no meu coração!
Sou grata a Deus por sua vida, eu te amo amigo (a).
Quantas almas oprimidas...
Em reclusão se sentindo incompreendidas.
Mas, por quê? Por que se sentem sozinhos,
Coisas de seus devaneios!
Em contrapartida - quantos estão no mar do esquecimento...
Passaram por sua vida e te fizeram tão bem...!
Entretanto ficou para trás...
Como águas que se vão rio abaixo.
Como barco singrando nos oceanos das vidas...
Náufragos de si mesmos!
Porque te Amo?
Porque te Amo?
Eu não sei por que te amo
porque você me é tão querida
talvez sei lá, por engano
ou feitiço de alguma sacerdotisa
Eu não sei por que te amo de verdade
mas te amo pelo brilho que teu olhar irradia
eu te amo por uma singularidade
amo-te como uma doce sinfonia
Eu te amo como o lamento das cordas do violino
em catedrais de granitos refulgentes
amo-te como um menino inocente
louco para beijar tua boca e sentir teus dentes
em minha carne ardente
Eu te amo como ao sol nascente
que da luz ao dia a vida
e aquece a terra aonde você pisa
e como a leve brisa
que esvoaçam teus cabelos pelo vento
eu amo teus pensamentos
Eu te amo como a louca ventania
como a fúria das tempestades
como a dor de uma saudades
amo-te como a mais linda
Melodia.
Alexandre Montalvan
storyid=247806 © Luso-Poemas
a flor que chorava pelo bosque
Num canto opaco do mundo esquecida nas trevas do bosque onde o sol nao batia
Longe de tudo isolada da civilizaçao o silencio pairava na solidao compondo com o assobio do vento uma melancolica sinfonia
Ali habitava uma pequena flor de rara beleza solitaria na relva o orvalho da manha demonstrava sua magoa
Longe do calor do sol ela aquecia sua alma aflita com esperança e era regada apenas com lagrimas das nuvens carregadas de agua
Assim era sua vida solitaria...
Certo dia um pequeno escritor passeava pelo bosque procurando inspiraçao para seu poema
E no meio de uma clareira entre arvores secas ele avistou um vulto que tinha uma imagem terna contida numa flor pequena
Ele sentou ao seu lado cruzando as pernas observando a cor de suas petalas
Acariciou as dizendo que sua beleza era inestimavel e apesar de viver no escuro seu brilho era intenso como o brilho das perolas
Começou a escrever sobre a bela flor
E em sua poesia havia tanto ardor que a pequena flor o suplicou
Que lhe tirasse dali para poder ver o mundo que ate entao nao conhecia
O pequeno escritor negou sua suplica pois se a retirasse a mataria
Assim extinguindo sua beleza
Disse que seu amor era tanto que preferia apenas admira la na natureza
Do que por seu corpo sem vida num jarro com agua emcima de uma mesa
Nessa hora um pequeno raio de sol atingiu a flor a transformando numa linda mulher e o pequeno escritor fascinado pode lhe dizer
"So precisamos do calor do amor para florescer e mostrar nossa verdadeira forma "