Poemas, frases e mensagens sobre terra

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares sobre terra

Fases da lua

 
Seco as tuas lágrimas
Com os meus lábios.

Esses mesmos lábios
Que são fonte dos beijos
Onde sempre tombam
Os teus desejos
São também terra
Para a tua tristeza
Enterrar
E secar.

Sabes que os meus lábios,
Todas as fases da lua,
Podem encarnar?
 
Fases da lua

Da Felicidade

 
 
.

Da Felicidade

Só os grandes sonhos

chegam ao céu

os mais pequeninos

ficam-se pela Terra

para que a Humanidade

seja feliz.


Luíz Sommerville Junior
 
Da Felicidade

Meu abrigo

 
        Meu abrigo
 
Nesse momento tão só com meus pensamentos, ouvindo cada ruído, cada som, cada pingo de chuva, que nesse instante respinga em minha janela.
Um emaranhado de sons e, o cheiro de terra molhada, desperta em mim lembranças, no abrigo de minha casa, no aconchego de seu calor.
Procuro na calma apaziguar minha alma,meu coração. Num simples gesto, desligo o interruptor, desligo minha mente e... adormeço!

Nereide

Imagem do google.
 
        Meu abrigo

Por entre os dedos

 
Por entre os dedos
 
POR ENTRE OS DEDOS

Volto teimosamente ao passado
Deixo-me entre os olivais
e a vinha
Neste amor sempre arrebatado
de suspiros e de ais
E de saudade que é minha.

Piso uvas no lagar
Escuto do sino as badaladas
São seis horas há que rezar
O terço com mãos encardidas e descarnadas.

Que importa se nada esqueço!?
Nem a foice nem a enxada
À seara de trigo regresso
Vejo-a ao vento agitada.

Há-de à memória chegar-me
Voz d'outros ventos segredar-me
Que tudo já teve um fim
Prefiro que não me digam nada
Que tenho o pavor em mim
Da lucidez desafinada.

Mas choro, choro porque sou sobrevivente
E recordação tudo o mais...
Da minha terra da minha gente?!
Só a lembrança, eles partiram
E já partiram meus pais.

Já não vejo outra saída
A vida por entre os dedos, desnorteada!
Só não sei p'ra quando a despedida
Prefiro que não me digam nada.

rosafogo
 
Por entre os dedos

Génesis

 
Aqui
onde quase todas as coisas adormecem
sem nunca terem sentido a força de teus braços
criei pastosas raízes
à terra
à rocha
ao íngreme acutilante da fraga
aos mais ínfimos espaços.

Sento-me na poeira fina libertada pó d’argila
p’lo talhe penetrante da charrua.
Mimo o corpo em residência primeira
na seiva d’erva azeda
póstuma sementeira golpeada p’la enxada.
Deixo que o cheiro doce da madrugada me possua
cada poro
cada camada dérmica
cada película tenra de alma
cada língua d’água libertada gota a gota em deriva.

Há aqui um tempo calmo, amado,
um tempo leve
espessado na frescura voluptuosa de um tule -
tão leve, tão táctil, tão brando -,
um afago azul inverosímil de tão terno
e o registo antigo
das tuas mãos depostas na concha púbica do prazer
a fiar
a cerzir
a tecer
em tear líquido de linho
um orgasmo
um gemido do mais divino bem-querer.

Aqui
onde quase todas as coisas adormecem
sem nunca terem sentido a força anímica de teus braços
há o encantamento reconhecido se provindo do silêncio genésico e uterino.
 
Génesis

Farinha do mesmo saco

 
Urubus têm valor.
Seu destino comer
O que está podre.
Rato de esgoto
Gosta de roer
O que ver pela frente!
O cupim destrói
por onde passa.
E as traças se acham.
O homem um pedaço
de carne podre.
Não vale nada,
E pensa que vale;
Sendo comida da terra.
Que a morte não vomite
Porque os vermes
são assim:
Farinha do mesmo saco!

02/10/2.020
Mary Jun
 
Farinha do mesmo saco

A Distância em Suspensão

 
A Distância em Suspensão

É possível
que o nosso planeta
seja filho de dois astros
talvez o Sol seja o pai
e a Lua a mãe
e porque a Terra que os progenitores
geraram em harmonia universal
é dizimada pelo ser humano
talvez o luar que vemos
seja um redondo largo de sangue
de reflexão
talvez a luz que recebemos
seja uma lágrima com 150 milhões de quilómetros
de extensão

Luíz Sommerville Junior , 140720131743
 
A Distância em Suspensão

Poetrix Diversos (Dueto Caopoeta & Betha)

 
Poetrix Diversos

Uno
by Betha M. Costa

Velha Nau Solidão,
Lágrimas e bruma –
Duas almas em uma.

Retirantes
by Betha M. Costa

Pés ressecados
De sede e fome,
Calçam esperanças.

Leito Materno
by Betha M. Costa

Dá a mãe Terra
O leite da vida:
Rio a rasgar a serra.

Cabeleireiro
by Betha M. Costa

Tímidos raios do sol
Colorem teus cabelos –
Luzes de Outono.

Pro_lixo
by Betha M. Costa

O prolixo,
Escravo da palavra,
Quero a síntese do amor!

Frutos
by Betha M. Costa

Cores e abundância,
Verdes corações –
Pomar da infância.

by Caopoeta

..as ondas e melancolia,
futigam o meu coraçao
desta vez somos corpo!

by Caopoeta

pó e cinza
cobrem o nada
de um cosmos que dorme.

by Caopoeta
beijar-te os seios
de maça
minhas maos em tua anfora
ainda hoje.

by Caopoeta

timidamente assalto
ao adorno na tua cabeça
sao os teus cabelos macios!

by Caopoeta

prefiro a paixao
da tua casa
nao me fales ainda.

by Caopoeta

o meu primeiro corpo
o teu primeiro beijo
a nostalgia roça os nossos labios!

***Obrigada Cao!
 
Poetrix Diversos (Dueto Caopoeta & Betha)

Guerra e Terra

 
Guerra e Terra
 
Guerra e Terra rimam.
Mas a guerra,
só faz destruir a Terra.
A guerra nada constrói.
A guerra só destrói.

A guerra não traz
nada de bom.
A guerra é o som
das sirenes assustando,
e o povo correndo...

soldados atirando,
balas voando,
bombas explodindo,
inocentes morrendo...
Tanques destruindo
em vez de acumulando...

A única coisa abstrata
Que a guerra faz,
É acabar com a paz...
Porque de resto,
É tudo concreto.

A.J. Cardiais
11.03.2022
imagem: Google
 
Guerra e Terra

Os Quatro Elementos(Inédito)

 
Os Quatro Elementos

Sou um temporal que não escolhe tempos nem marés…

Descarrego a minha força sobre rochedos…

Não aceito compromissos nem perdões…

Venho para questionar…

Não quero ouvir o que o homem tem p`ra me dizer…

Vou esperar o tempo necessário…

Partirei tão destro quanto cheguei…

Não deixarei saudades…

Sou o Fogo que queima...

Não lamentarei a minha vida…

Sou a Água que transborda das margens...

Não lamentarei a minha morte…

Sou o Ar que desencadeia as tempestades.

Não lamentarei o tempo perdido…

Sou a Terra profanada...

Não lamentarei o sucedido…

Não nasci para perder…

Livros?

Não vos quero ler…

O que me serve de farol é o arco-íris nas tardes chuvosas.

Neno
 
Os Quatro Elementos(Inédito)

A Fogueira

 
A Fogueira
 
Como uma árvore, que acariciada pelo vento, balança suas folhas em chamados.

Como a chuva, que escorrega maliciosa, nas paredes dos prédios, trajetória seguida por um ponto.

Como a música, que inflama a alma e eleva a matéria.

Como o doce, que lambe-se.

Como pelos, que aquecem, fogem presos e flutuam até pousarem entre nossos lábios.

Como segredos, que aproximam os lábios da pele em sussurros.

Navegar sobre, entre, para, além.

Oceano dos céus. Entre vidas.
Para sempre. Além do bem e mau.
 
A Fogueira

ruas da memória

 
as ruas da minha memória
eram de terra batida, chovia
ainda recordo o cheiro a terra
desse tempo de nostalgia
tudo incrivelmente distante
brincávamos na rua
vivíamos sem medo
a aldeia era minha e tua
e a amizade o segredo,
banhávamo-nos no rio
para aguentar o calor de verão
e no inverno à lareira vencia-se o frio
café ao lume, fatia de pão
na mão...
ouvia-se o vento
enquanto a tempestade passava
e com Deus no pensamento
pedia-se em oração
e a tempestade amainava.

tudo era simples assim
o pai tratava da horta
e a mãe dos filhos e do jardim.

havia fotos penduradas
na parede
antepassados que não conhecia
olhava-os dia após dia
«dali ninguém os arrede
que à avó são familiares
tios, avós, pais, e netos
ali nas fotos aos pares»

tempos de poucos afectos
de reprimidas emoções
de sufocados desejos
também de desilusões
alimentando-se ansejos

mas recordar me alimenta
guardo sempre esta vontade
e nesta manhã cinzenta
de silêncio vazia, chega a mim
a nostalgia
tudo lembro com saudade.

natalia nuno
rosafogo
 
ruas da memória

Rios tortos

 
Todas as árvores no olhar
fizeram sentir
deixaram-me a chorar

O brilho do estio
naufraga a ave
de pio fatigado
descarnado
de um cadáver adiado
em pedaços
pensamentos
sem leveza
para chegar ao céu
acercam-se da terra
que os alimenta
de rios mortos.
 
Rios tortos

O Astronauta no quintal

 
Com os pés rijos no chão
Alinho-me acima do horizonte
Contemplo o infinito
E as minhas trivialidades
Laços indissociáveis
De minhas contradições

Alçar voo
E carregar o planeta sob meus pés

Hora sou Fênix
Hora avestruz

Caminho reticente
Entre meus sonhos e minhas realizações
Sonhar rotinas
E realizar fantasias
Parece o quinhão da vida sem o "hoje"

O carpe diem do café da manhã
O inesquecível do molho na camisa
O indecifrável cheiro de lar...
 
O Astronauta no quintal

LOCAIS E LATITUDES

 
LOCAIS E LATITUDES
 
LOCAIS E LATITUDES

O frio milenar dos chãos nos pólos
O calor aerado dos trópicos
Insetos que permeiam os solos
Lágrimas claras a molharem colos...

O sol a pino a perfurar a mata
A chuva aguda ao regar das ruas
A lua e seus refletidos de prata
As caídas damas das noites nuas...

Tantos tentam inglórios alterar
Os retos destinos inevitáveis
Dos andares das carruagens
Mas a humanidade os ignora...

Nada, em verdade, neles reage
E tudo age por mãos de ávaros
Seguindo um minucioso plano
Traçado desde os povos bárbaros...

O amores não correspondidos
Os pobres carentes de rotas
Os ranhosos meninos perdidos
Os engraçados nas anedotas...

Choram como almas que brincam,
Amam ou odeiam ao relento...
Só crianças cantam em cirandas
Replicando o bom fluir do tempo...

Relógio de vento a um só lugar
Rodas-vivas de vidas que giram
Entre férteis terras e agitados mares
Desertos quentes e inquietos bulevares...

Não, não são os locais, nem as latitudes!
É o homem e sua retorta interpretação
De que ele mesmo não pertence à esta natureza!
Ele é o todo de tudo que aparenta não ter solução
 
LOCAIS E LATITUDES

LIDA CAMPONESA

 
LIDA CAMPONESA
 
LIDA CAMPONESA

Na lida dura do dia
Não vejo o tempo que passa
Talvez ainda haja graça
No cansaço que vicia
No suor caindo do rosto
Alimento o sabor de viver
Os dissabores, esquecer
No trabalho que dá gosto
Mãos sujas coração limpo
Pele de escura tez
Revela meu tino camponês
Traduzindo o que sinto
Remexendo a terra amiga
Abrigando tantas sementes
O céu abençoado assente
Com o fruto que mina a fadiga
E porventura alcançar
O dia que a lida termina
A terra incessante germina
Meu corpo que nela deitar
Então carrego minha gratidão
Pela terra que alimenta
Tantos famintos sustenta
Sem cobrar pela missão
Que esteja ao meu alcance
Na lavoura trabalhar
Meus dias eu possa terminar
E nela meu corpo descanse
 
LIDA CAMPONESA

RESPEITO!

 
RESPEITO!
 
Respeita cada palavra minha
Cada sílaba que eu deposito aqui
Com amor e dignidade
Respeito quem me comenta

Cada palavra minha é uma oração
É a minha saudade a falar mais alto que o meu ser
Cada palavra é um sentimento
Que nem sei explicar!

Mas fica para tu leres com respeito
Com amor
Pois só com amor me entenderás!

Cada momento de nossas vidas
É e será uma palavra cheia de amor...
Cada sentimento nosso é uma luz de esperança...
Cada dia de nossas vivências é uma sabedoria...

Então fica com estas minhas palavras
De reflecção e me dis o que achaste delas!

Autora:LuiZacarias
 
RESPEITO!

vizinho das nuvens

 
As horas que passei sentado à espera...

Um dia compreenderás porque trago uma lança
atravessada lado a lado...

Vizinho das nuvens,
vivo algures entre o céu e a terra
e não sei de que terra sou,
pois nas minhas mãos não existe lama que me possa identificar.
Terra minha, meu céu.

Por debaixo dos meus pés, só basalto e calcário, chão
demasiado hermético para me identificar.

E eu que gosto tanto de andar sem ferir as pedras...

Queria ter granito e terra e lama e flores e arte e amores,
tocar em farrapos de nuvens que lentamente se desprendem
do lado do mar
e formam formas que atemorizam os bandos de andorinhas
que voam cá dentro, no céu de mim...

Um dia...

Um dia saberás o que te quis dizer...
 
vizinho das nuvens

A Volta ao Mundo

 
A Volta ao Mundo

O mal domina nas encruzilhadas da vida.
Abri os olhos na China, e não gostei do que vi;
Homens escravizados... mão-de-obra a um Euro/dia.
Soletrei o Mandarim incompreensível e continuei.

Na noite de Las Vegas fui jogador de Pocker,
Mas tanta Luz fez de mim um mendigo.
Acordei meio nu na casa de uma mulher
De reputação duvidosa.
Pedi desculpa no país do Tio Sam.
Tomei banho na piscina municipal e apanhei o autocarro.

Acordei na terra de Simon Bolívar.
Escorreguei no pó e fiz uma trip de heroína.
No convés de um barco clandestino,
Acordei em Cádis;
Seguiram-se os trâmites da praxe,
Com pontapés e coronhadas à mistura.
Maldita Espanha!Me voy para Francia:

Terra de Liberdade, Fraternidade e Igualdade.
Tumultos de cores variadas:
Tanto descontentamento, tanto ódio,
E tão pouca Fraternidade.

Estarei acordado? Com clareza,
Mas não é uma certeza.

Tenho de partir clandestino
Para uma floresta tropical,
Fazer valer o meu saber de ocidental.

Poesiadeneno
 
A Volta ao Mundo

Quem conta um conto gosta de fazer de conta que não aumenta um ponto.

 
 
Vão se os anéis, ficam se os medos.
Antes tarde do que mais tarde ainda.
Água mole em pedra dura, pare com o desperdício!
Quem avisa, algo quer!
Quem tem boca, que fique bem quietinho em Roma.
Antes só, do que abandonado.
Mas vale um pássaro na mão, do que dois extintos.
Não dá pra agradar Russos e Americanos.
Em terra de certo, o ignorante é Rei!
A esperança cometeu suicídio.
Simplesmente através dos ditos podemos dizer aquilo que não é dito, e assim sempre repetido como se fosse um lazer.
Mas como não sou Santo e nem Bendito ou Benedito, assim me farei!
Pois só depois de ter vivido poderei dizer quem sou eu!
 
Quem conta um conto gosta de fazer de conta que não aumenta um ponto.