Poemas, frases e mensagens sobre sonho

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares sobre sonho

A Minha Carne É Feita De Livros

 
 
A Minha Carne É Feita De Livros

A minha carne é feita de livros...
de histórias da carochinha
vividas no vapor da boca
que no adeus da aurora
cobriam de magia
o tormento do meu travesseiro

A minha carne é feita de livros...
encaixados à força da régua e do carimbo
do "tens que aprender a lição!"
enquanto lá fora...
a saia primaveril que vestia os meus sonhos
me inundava de interjeições...

A minha carne é feita de livros...
e rogo a quem os abriu
o milagre de jamais os fechar...

Luiz Sommerville Junior, 2010

In a Madrugada Das Flores, Edição Waf-Corpos Editora.

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A Minha Carne É Feita De Livros

Chora violão apaixonado

 
Chora violão apaixonado
 
Mais uma noite sem dormir...
A luz acessa; lá fora,
Estrelas a reluzir!
Muito além-distante
De mim a lua sorrir.

Aqui – sozinha na solidão,
Perdidamente apaixonada por ti.
Finges não perceber – por quê?
Zomba do meu querer.

... Tenho culpa se o meu pulsar
Pulsa forte quando te vê?
Dentro de mim toca um bolero
– meu bem como te quero...
Tremulam minhas pernas
- meus olhos resplandecem,
É assim: que te espero.

Todas as manhãs quando passas por mim
– teu olor de menino brejeiro
Nessa hora chegada eu chego primeiro.
Só para contemplar aquele que nunca
Deu-me um cheiro!
Seu perfume denuncia meu espírito rubro
Todo, todo por inteiro.

Até perder-te de vista.
Passados instantes descomunal...
Ponho-me pensativa:
Quando passeio em meu jardim
Caminho a cantar canções de amor,
Dedilhando o pinho irracional,
Chora violão apaixonado,
Os meus dedos já estão ensopados
Lágrimas, lágrimas enfim.

FELIZ DIA DOS NAMORADOS!
 
Chora violão apaixonado

Portal da imortalidade

 
Portal da imortalidade
 
Há uma imunidade nos sonhos
Uma liberdade amorfa e casta
Uma esperança no inatingível
Toda uma veleidade intrínseca
Um indelével mundo surrealista
Na trôpega profusão das imagens

O mar pode ser um rio
O rio pode ser um lago
O lago o sal duma lágrima
E eu navego ao luar na fantasia
Na barca que me embala e alumia
Na vaga âncora da minha alma

Ao longe o céu serve de manta
À paz que engasgo na garganta
À emoção que me acomete
Sempre que o sono me remete
Para o portal da imortalidade

Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos natural: Setúbal
 
Portal da imortalidade

Minha luz quebrada

 
Minha luz quebrada
 
MINHA LUZ QUEBRADA

Quando dei por mim o Sol se punha
Com a Saudade, fiquei desatenta.
A Vida é testemunha
Do meu calar, desta memória sonolenta.
Não sei o que é feito de mim!?
Ouvi rumor trazido pela ventania
Que na estrada, já lá bem no fim!?
Uma silhueta imprecisa se via.

Raio a raio vai-se o Sol a diluir
Cansei de remar contra maré e até de lembrar
Perdi agilidade tropeço ao seguir
Repouso agora na inquietação
Nu trago o olhar e o coração
Apenas os sonhos continuo a desabotoar.

Já se fecha o dia, minha luz quebrada
Os pássaros regressam ao ninho com saudade
Eu sinto-me nesta viragem mutilada
E aos meus dedos vai faltando vontade.
Da terra o cheiro a tojos e giestas
Em mim a estranheza de mais um dia passado
Balouçam as folhas a que o vento faz festas
E eu sou a menina sonhadora,
Num sonho encantado,
Já da Vida perdedora...

rosafogo
 
Minha luz quebrada

... Verdades...?

 
... Verdade...?

Busco na poesia refrigério
Para atender o coração...
Seu devaneio e mistério
Do que surge da vocação!

Fico a sonhar saudade
Vivificando minh’ alma...
Contigo sou realidade
Nada a temer, tudo é calma!

O objetivo é alcançado,
O coração pulsa forte.
É tu meu norte adornado
De esplendor consorte!

Será loucura? Brame d’alma
Vive gritando dentro de mim...
É morte? É vida? Ou trauma?
Trazer a luz é sempre assim!

Filho da fantasia, alegria amor
Dor da solidão d’onde dá vida...
Desmedida no papel ou computador
Traço atemporal, tela vencida!

Desfolho o passado enamorado
Voo de um lado para o outro...
Tal qual um colibri noutro
Tempo esquecido e chorado!

Naquele luar fulgurante
Por teus olhos perdidos...
Na constante noite cintilante
Por meu amado querido!

Deu-me toda, toda a liberdade
Em minhas noites insones...
Vivo dupla dualidade codinome:
Poemas, utopia, ou verdade...?

Mary Jun
 
... Verdades...?

longe de acordar

 
revivo o sonho de dias vividos
e tenho esperança nos que resta viver
e os sonhos por mim e por ti tecidos,
tiram o vazio dos nossos olhos
é isso que quero ver acontecer,
quero existir sonhando
arrecado as palavras, e tiro o gelo
do espelho
o tempo vai marcando.
e eu pergunto-lhe se o que vejo
sou eu ou ele que é velho,
enche-me a cabeça de pensamentos
é indiferente aos lamentos
que a saudade não sara,
saudade que faz o sorriso acontecer
que é tristeza e também alegrias
saudade na alvorada ou neste entardecer
que passa à minha porta todos os dias.

e é nas manhãs doces a florir de jasmim
ou nas noites de doce luar
que eu me recordo de ti e de mim
e é então que a saudade vem mitigar.

natalia nuno
 
longe de acordar

Poema estrelado

 
Poema estrelado
 
Fiz de um poema um colar de estrelas
Passei-lhes uma linha, agrupei-as
Dei-lhes a forma de constelação

Tirei-as do céu, pu-las ao pescoço
Iludi-me, pensei que eram jóias
Roubei-lhes o brilho, cobri-me de ouro

A noite sombria vestiu-se de luto
Sem luz, lá no alto... um escuro de breu
Sorte que o poema era um sonho meu

Maria Fernanda Reis Esteves
54 anos
natural; Setúbal
 
Poema estrelado

Há-de restar uma centelha viva

 
HÁ-DE RESTAR UMA CENTELHA VIVA!

Falo dum sonho que é lenha p'ra me aquecer
Falo dum tempo que se está a escapar
Falo da memória que mantém vivo meu querer
E falo do meu querer que é lume a crepitar.
Há-de restar uma centelha viva!
E na lembrança aquela última vez
Por mais que a Vida se faça altiva?!
Eu não me humilho e mostro altivez.

Em meu peito trago ainda vontade
Trago saudade,o sonho dentro de mim.
Trago inquietude, quero a paz alcançar,
e não deixo meu ânimo abalar.
Quero ir assim até ao fim!
Levanto-me abandono meus dias vãos
Traço o presente com minhas mãos!
Dentro de mim há-de atinar aquilo que é
o futuro... presente que há-de vir?
- Quero sentir,
uma parcela de felicidade
Quero ser brasa ateada, não carvão!?
Adormecer docemente a saudade
E deixar falar alto meu coração.

rosafogo
 
Há-de restar uma centelha viva

No meu SONHO

 
No meu SONHO
 
 
No meu SONHO

Neva no chão...

A Mãe natureza perfumada
Foi se revestindo com um avental branco
Uma malha de renda bordando o tempo
Sobre o vento

A luz me atravessa...

Um ser iluminado com uma voz de seda
Que afugenta o outono da minha vida
Chega à primavera me traz
Um mundo maravilhoso

Neva em meu coração...

Levado pelos ventos
A brancura do horizonte
O meu coração dança juntamente
Com os flocos da valsa de sonhos

Momento eterno...

Em fevereiro de cada ano
O amor quer me beijar
Trago na memória o momento
Que me disse “TE QUERO”.

Rosangela Colares
 
No meu SONHO

escrevo à sorte

 
tenta-me o impossível
correr atrás das constelações
quando começo a sonhar,
cruzam-se clarões no pensamento
desfraldam-se as palavras
há música no ar...

vivo então a perfeição das horas
ouço o estrondo do trovão
o som da dança das folhagens
o fervor da alma e do coração
e pelos meus olhos passam mil imagens

bom saber que nunca estou só
apesar da solidão me atingir forte,
mergulho nas palavras, enlaço-me,
dou um nó e,
no papel nevado escrevo à sorte...

natalia nuno
rosafogo
 
escrevo à sorte

Poeta nas nuvens

 
Poeta nas nuvens
 
POETA NAS NUVENS

O poeta é uma espécie de doido varrido
Vive e morre cantando dores sem cura
É como um mendigo esquecido,
Feliz, eleva a sua musa às alturas.
Canta a tragédia, vive suspirando
Às vezes não cala a sua indignação
Dia após dia se resignando
Repetidamente se apodera dele a emoção.

Chora e soluça, também sonha, sonha...
O Poeta é um sonhador sem vergonha!

Delicia-se a sonhar, carícias e doçuras
Às vezes sente-se ave acorrentada
Outras solta-se nas alturas,
Ou fica errante p'la estrada
É veloz, tem asas de condor
Tudo ama, tudo o cega, vive de amor.

O Poeta cria seu Mundo à parte
Não se conforma em perder
Com muito engenho e arte!?
Escreve de manhã ou ao anoitecer.
De voz clara fala de outrora
Da distancia infinda, lembranças!?
Fala da flor que murcha agora.
Fala da velhice e da mocidade
Fala dos sonhos, das esperanças
E porque sofre fala também da saudade.

Murmura suas preces sem pausas
Na esperança de respostas receber
Suspira amargurado, indiferente às causas
De tudo julgar ter... e nada ter.
Canta seu Deus, e a Natureza
É fanático p'la liberdade
Mas no seu coração vive a certeza!?
De que um dia morrerá de saudade.

Tem sempre saudades dum bem
Seu coração é de criança sem maldade,
Mas só desse bem lhe vem,
A Poesia com vontade!

Desfia seu rosário em ritmo lento
Finge que a linguagem não é sua
Retém lágrimas ou sorri a cada momento
Imerge da tristeza, e também amua.
Não pára de saciar sua sede ardente
Como um rouxinol, cantando, cantando...
Nas alturas celestes se deixa voando.
Ora se sente ninguém, ora se sente gente.

rosafogo

Poema surgido durante esta viagem, um pouco nas nuvens, mas fi-lo e dedico-o a todos os poetas,
que o venham ler.

Olá aos amigos de quem já tinha saudades.
Um abraço a todos, estou de volta.
 
Poeta nas nuvens

DIGA SIM PARA MIM! [1]

 
DIGA SIM PARA MIM! [1]
 
O amor é como o sol nascente...
Como quem precisa ser abrasado.
Aos poucos renasce suavemente,
Como quem quer ser desnudado.

Quão bom é desnudar o amor quando
Se instala n'alma transbordando
Como um Vesúvio lavas de amor.
Que encanta,domina 'alma com fulgor.

Assim eu penso em te querer, não
Apenas por uma vez, mas por toda
Vida, meu amor por ti vem do coração.
Já criamos vínculo, sou encantada...

És o meu deus Olimpo, ao teu lado
Ouço canções ao som da lira, sonhos
Mil, delírios: primaveris enamorados...
Entretanto vivemos contentes compomos

A mais bela arte de amar " EU TE AMO"!
Encontrei alguém que transformou o meu viver,
Seguir sozinha já não consigo, meu bem-querer.
Case-se comigo! Porque até agora não? Me amas?
Entrego-te minha vida para ti para sempre sim!

Te enlaço até que a morte nos separe
Ainda trago comigo todo encanto e a magia,
Do encontro primeiro quando te vi pela
Primeira vez...Diga que sim para mim!
E seremos eternos namorados...

Texto criado para o concurso! Seguindo o tema em pauta.
 
DIGA SIM PARA MIM! [1]

poema efémero

 
este poema que é meu segredo
e das minhas mãos a pureza
agora o partilho a medo
numa asfixiante incerteza
este poema é meu espelho
minha sombra escurecida
um sonho velho
palavras trémulas... mas com vida!
este poema é meu desejo e
meu capricho, a minha sede
abrasadora
o privilégio de seguir vida fora
com o fulgor do sonho
faz parte de mim, voa no meu sangue
é o meu pulsar na palavra
o sopro da minha voz
meu rio a chegar à foz.

este poema é a harmonia
do meu instante
é o meu mundo partilhado
o agasalho que me cobre
- o meu fado!

este poema tem asas na minha mão
traz com ele a minha história
e sua efémera glória,
de tão vasta imperfeição
ouve-se nele o rumor da tempestade
e da palavra sente-se a inquietude
- que é minha bagagem da saudade.

nnuno
 
poema efémero

Vai aceitar casar comigo?... Não! Não Diga Não! [1]

 
Vai aceitar casar comigo?... Não! Não Diga Não! [1]
 
A vida, a tempo: quanto tempo...
Quase morte. É, e a minha sorte?
Esperança que ainda existe.
No meu âmago...
Insiste, persiste nunca desiste.
Nasce todo dia em dias insones.
Um sonho constante de se realizar.
(CASAR)! Mas como encontrar...
Um amor verdadeiro. Não! Não! Eu não
Falo de cara metade, mas de realidade.
Pois a minha cara metade encontra-se
Comigo... Cheia de defeitos e acertos!
Entretanto guardo carinho, amor, o melhor
Perfume que é aquele que vem da minha
Essência doce e aromática.
Guardo o melhor do beijo do pejo do meu sorriso
Que tem o sabor dos favos de mel.
Tenho preferência pela autenticidade (MARIDO)
Normal, não tenho preferência de cor e / ou idade.
Basta-me que seja humano romântico e carinhoso;
...Que não tenha receio de seus medos, sonhos,
E livre do passado... Sem culpas! Um amor de realidade
E liberdade. No enlace desfrutaremos do melhor do vinho
(ALEGRIA) desvendaremos nossos mistérios e desejos
Mais íntimos na intima intimidade. E em cada êxtase...
Sorriremos felizes... Beijamos , brincamos, sorrimos...
E se necessário for: choramos juntinhos.
Vai aceitar casar comigo?... Não! Não Diga Não!

08/06/2014

Texto criado para o concurso.

08-06-14
 
Vai aceitar casar comigo?... Não! Não Diga Não! [1]

CARTA A UM AMIGO

 
CARTA A UM AMIGO
 
Carta a um amigo,

Quero dizer que precisamos acabar com essa amizade.
Você me faz chorar demais.
Aflora minha emoção e me tira sonhos que eu já tinha sepultado.
Por favor se afaste de mim.
Pare de borrar minha maquiagem.
Há muito eu tinha conseguido manter a cara limpa.
A boca calada das palavras que os outros não queriam ouvir.
Que coisa cruel essa amizade com você que me lembra minha insanidade.
Que me fez lembrar que os lilases são meus preferidos.
Que saudade tem sabor de chá no inverno.
Que a vida não deve ser tão séria.
Já tinha esquecido tudo isso.
Agora você vem tomando meu espaço
Invadindo minha cabeça
Minhas horas, minhas expectativas
Não vou me enganar mais uma vez.
Muito cruel me inundar com tanta poesia, traços, cores e música.
Vem derrubando meus muros, minhas fronteiras,
Descobrindo meus desejos
Escrevendo novos capítulos
Sim, difícil continuar isso
Difícil acompanhar o voo das tuas asas
Então finja que eu sou desenho. E use a borracha se quiser.
Não quero gente caçando corações em pedras, nuvens, bolhas de sabão.
Já me basta o meu tão grande, tão apertado que chega a sair pelos poros.

Há alguns meses, alguém surgiu na minha vida e trouxe uma bagagem enorme de presentes para o meu coração.
Essa carta escrevi nos primeiros contatos que tivemos.
Ele é pura emoção, um designer maravilhoso, poeta, ilustrador fantástico!
Foi tanta coisa que vi, ouvi, toquei, que me fizeram rir, chorar, transcender. Viajei pra outros mundos, apreciei novos sons e expandi meu conhecimento quanto a poesia.
Esse encontro foi como uma viagem numa montanha russa, cheia de loopings. Por vezes o carro subia devagar os trilhos e de repente ele descia veloz trazendo todo arrepio na espinha. Mas o passeio nesse brinquedo fez o percurso e terminou. Descemos dos vagões e ele se foi...
Tenho um coração cheio de gratidão por ele. E onde estiver ele saberá que me fez sorrir.
Dedicado a você S.Ribeiro.
Créditos da imagem S. Ribeiro.
 
CARTA A UM AMIGO

Caem sobre mim tantas lembranças

 
Caem sobre mim tantas lembranças
 
Caem sobre mim tantas lembranças

Hoje o Sol mudou de janela
E meu destino se esqueceu de urdir
Em meu peito pôs uma cancela
Para o coração de lá não fugir.
A tarde partiu tristonha
Deixou meu peito a gemer
Passam horas e se a gente não sonha?!
Nem mais o Sol vai ver nascer.

Emaranha-se na saudade a dor
Bruscamente cresce a solidão
E passa o tempo que é devorador
Que tudo destroça e leva p'la mão.

Mas eu sigo confiante,
Levo no peito uma força que nem sei!
Às vezes caminho um pouco errante
E a força fui talvez eu que a inventei.
Já se anuncia a morte do dia
O Sol varreu todo o horizonte
Deixa meu coração abatido de nostalgia
E deita-se na janela ali defronte
Chega a saudade de coisas perdidas
Dos olhos me cai uma lágrima represada
Na memória há coisas já esquecidas
E no rosto lê-se a idade que é já demasiada.

A tarde é agora de mel e canela
Despede-se de mim tal qual como a vida
Enquanto o Sol adormecendo muda de janela
O destino, vai urdindo a despedida.

rosafogo
 
Caem sobre mim tantas lembranças

Aos confins do universo

 
Aos confins do universo
 
Deslizo o olhar sequioso
Pelas águas salpicantes
Das vagas silenciosas e irrequietas
Desnudadas pela carícia do sol
Desta ilha enfeitiçada por ti
As escarpadas encostas brilham
Ante os meus olhos marejados
Pelo salgado cristalino do mar
E fustigados pela brisa arisca de mim

Meu corpo sulca as ondas
Guardiãs de vastos segredos
Imobiliza-se, insensível …estático
Abandonado por mim naquele barco
Perco-me em pensamentos delirantes
Translado-me para outra dimensão
De liberta comunhão existencial
Perco-me mais e mais, sem pudor
Nessa voluptuosa viagem
Aos confins do universo
Onde nada é proibido
Nada é recalcado
Tudo emerge na realidade
Da consciência consciente
Dos corpos e das almas.

Escrito a 13/11/08
 
Aos confins do universo

Sonho ou pesadelo

 
Sonho ou pesadelo
 
SONHO OU PESADELO?

Desenlaça-se da tua a minha mão
Ficam para trás os sorrisos
A dor chega ao coração
A saudade vem sem avisos.

Desfazem-se os ùltimos abraços
A despedida é lenta e dolorosa
Já ao longe ouço passos
O gemido duma alma silenciosa.
Sufocam-se os gestos
Ao rubro emoções
Só nos sobram restos
Prevejo angústias e provações.

Olho os retratos a sépia de outrora
Recordo momentos p'la vida fora
E a vida a nos deixar, bem chegando a hora.

Pesadelo, que me castiga com maldade
Ou sonho onde desfolho lembrança!?
À minha alma chega o bálsamo da saudade
Enquanto me debruço na janela da infancia.
Uma gota de àgua faz transbordar
Uma nuvem cinzenta do meu interior
E as minhas faces ela vem regar
Levando-me ao meu infantil frescor.

Não sei do meu tecto,
do meu chão
O meu silêncio é tudo o que sei
Nem onde perdi afectos,
onde tenho o coração
Sei apenas da saudade, esta que guardei.

rosafogo
 
Sonho ou pesadelo

*Sonhei com você*

 
*Sonhei com você*
 
Em sonhos fugidos te busquei
Na saudade que era imensa
E nesta noite com você eu sonhei
A alegria do encontro foi intensa.

Olhamo-nos com tanta ternura
Querendo a saudade matar
Abraçamo-nos com loucura
Desejando loucamente se amar.

E assim realizou os sonhos
E deixamos o tempo correr
Nossos olhares risonhos
Amamo-nos com muito prazer.

Uma noite sem censura
Desatando sentimento guardado
Ainda sinto em mim sua procura
Neste lindo sonho apaixonado.

Amenizou aquela louca saudade
Que estava a me enlouquecer
Foi uma noite cheia de felicidade
Que jamais irei esquecer.

peabo bryson - if ever your in my arms again
 
*Sonhei com você*

O derradeiro ato

 
O derradeiro ato
 
Ando fugida de mim...
Já patenteei a minha insanidade
Não corro o risco de me ver invadida
Pela curiosidade alheia
Se nem eu me sei desvendar
Por baixo do véu dissimulado
Da minha insensata imperfeição

Se eu me encontrar...
Desafio a lei da gravidade
Caio do pedastal onde me escondo
E uma vez revelada a minha pequenez
Quem sabe, não solto a borboleta que há em mim?
E vivo a ilusão da efemeridade
Num voo que me leva à conquista do meu sonho...

Longe de mim querer evadir-me de quem sou
Se é meu o direito à metamorfose
Qual mariposa em verso e prosa
Ensaiando o derradeiro ato da fição
Nas margens do rio da liberdade.

Maria Fernanda Reis Esteves
52 anos
natural: Setúbal
 
O derradeiro ato