Poeta nas nuvens
POETA NAS NUVENS
O poeta é uma espécie de doido varrido
Vive e morre cantando dores sem cura
É como um mendigo esquecido,
Feliz, eleva a sua musa às alturas.
Canta a tragédia, vive suspirando
Às vezes não cala a sua indignação
Dia após dia se resignando
Repetidamente se apodera dele a emoção.
Chora e soluça, também sonha, sonha...
O Poeta é um sonhador sem vergonha!
Delicia-se a sonhar, carícias e doçuras
Às vezes sente-se ave acorrentada
Outras solta-se nas alturas,
Ou fica errante p'la estrada
É veloz, tem asas de condor
Tudo ama, tudo o cega, vive de amor.
O Poeta cria seu Mundo à parte
Não se conforma em perder
Com muito engenho e arte!?
Escreve de manhã ou ao anoitecer.
De voz clara fala de outrora
Da distancia infinda, lembranças!?
Fala da flor que murcha agora.
Fala da velhice e da mocidade
Fala dos sonhos, das esperanças
E porque sofre fala também da saudade.
Murmura suas preces sem pausas
Na esperança de respostas receber
Suspira amargurado, indiferente às causas
De tudo julgar ter... e nada ter.
Canta seu Deus, e a Natureza
É fanático p'la liberdade
Mas no seu coração vive a certeza!?
De que um dia morrerá de saudade.
Tem sempre saudades dum bem
Seu coração é de criança sem maldade,
Mas só desse bem lhe vem,
A Poesia com vontade!
Desfia seu rosário em ritmo lento
Finge que a linguagem não é sua
Retém lágrimas ou sorri a cada momento
Imerge da tristeza, e também amua.
Não pára de saciar sua sede ardente
Como um rouxinol, cantando, cantando...
Nas alturas celestes se deixa voando.
Ora se sente ninguém, ora se sente gente.
rosafogo
Poema surgido durante esta viagem, um pouco nas nuvens, mas fi-lo e dedico-o a todos os poetas,
que o venham ler.
Olá aos amigos de quem já tinha saudades.
Um abraço a todos, estou de volta.
DIGA SIM PARA MIM! [1]
O amor é como o sol nascente...
Como quem precisa ser abrasado.
Aos poucos renasce suavemente,
Como quem quer ser desnudado.
Quão bom é desnudar o amor quando
Se instala n'alma transbordando
Como um Vesúvio lavas de amor.
Que encanta,domina 'alma com fulgor.
Assim eu penso em te querer, não
Apenas por uma vez, mas por toda
Vida, meu amor por ti vem do coração.
Já criamos vínculo, sou encantada...
És o meu deus Olimpo, ao teu lado
Ouço canções ao som da lira, sonhos
Mil, delírios: primaveris enamorados...
Entretanto vivemos contentes compomos
A mais bela arte de amar " EU TE AMO"!
Encontrei alguém que transformou o meu viver,
Seguir sozinha já não consigo, meu bem-querer.
Case-se comigo! Porque até agora não? Me amas?
Entrego-te minha vida para ti para sempre sim!
Te enlaço até que a morte nos separe
Ainda trago comigo todo encanto e a magia,
Do encontro primeiro quando te vi pela
Primeira vez...Diga que sim para mim!
E seremos eternos namorados...
Texto criado para o concurso! Seguindo o tema em pauta.
poema efémero
este poema que é meu segredo
e das minhas mãos a pureza
agora o partilho a medo
numa asfixiante incerteza
este poema é meu espelho
minha sombra escurecida
um sonho velho
palavras trémulas... mas com vida!
este poema é meu desejo e
meu capricho, a minha sede
abrasadora
o privilégio de seguir vida fora
com o fulgor do sonho
faz parte de mim, voa no meu sangue
é o meu pulsar na palavra
o sopro da minha voz
meu rio a chegar à foz.
este poema é a harmonia
do meu instante
é o meu mundo partilhado
o agasalho que me cobre
- o meu fado!
este poema tem asas na minha mão
traz com ele a minha história
e sua efémera glória,
de tão vasta imperfeição
ouve-se nele o rumor da tempestade
e da palavra sente-se a inquietude
- que é minha bagagem da saudade.
nnuno
Vai aceitar casar comigo?... Não! Não Diga Não! [1]
A vida, a tempo: quanto tempo...
Quase morte. É, e a minha sorte?
Esperança que ainda existe.
No meu âmago...
Insiste, persiste nunca desiste.
Nasce todo dia em dias insones.
Um sonho constante de se realizar.
(CASAR)! Mas como encontrar...
Um amor verdadeiro. Não! Não! Eu não
Falo de cara metade, mas de realidade.
Pois a minha cara metade encontra-se
Comigo... Cheia de defeitos e acertos!
Entretanto guardo carinho, amor, o melhor
Perfume que é aquele que vem da minha
Essência doce e aromática.
Guardo o melhor do beijo do pejo do meu sorriso
Que tem o sabor dos favos de mel.
Tenho preferência pela autenticidade (MARIDO)
Normal, não tenho preferência de cor e / ou idade.
Basta-me que seja humano romântico e carinhoso;
...Que não tenha receio de seus medos, sonhos,
E livre do passado... Sem culpas! Um amor de realidade
E liberdade. No enlace desfrutaremos do melhor do vinho
(ALEGRIA) desvendaremos nossos mistérios e desejos
Mais íntimos na intima intimidade. E em cada êxtase...
Sorriremos felizes... Beijamos , brincamos, sorrimos...
E se necessário for: choramos juntinhos.
Vai aceitar casar comigo?... Não! Não Diga Não!
08/06/2014
Texto criado para o concurso.
08-06-14
CARTA A UM AMIGO
Carta a um amigo,
Quero dizer que precisamos acabar com essa amizade.
Você me faz chorar demais.
Aflora minha emoção e me tira sonhos que eu já tinha sepultado.
Por favor se afaste de mim.
Pare de borrar minha maquiagem.
Há muito eu tinha conseguido manter a cara limpa.
A boca calada das palavras que os outros não queriam ouvir.
Que coisa cruel essa amizade com você que me lembra minha insanidade.
Que me fez lembrar que os lilases são meus preferidos.
Que saudade tem sabor de chá no inverno.
Que a vida não deve ser tão séria.
Já tinha esquecido tudo isso.
Agora você vem tomando meu espaço
Invadindo minha cabeça
Minhas horas, minhas expectativas
Não vou me enganar mais uma vez.
Muito cruel me inundar com tanta poesia, traços, cores e música.
Vem derrubando meus muros, minhas fronteiras,
Descobrindo meus desejos
Escrevendo novos capítulos
Sim, difícil continuar isso
Difícil acompanhar o voo das tuas asas
Então finja que eu sou desenho. E use a borracha se quiser.
Não quero gente caçando corações em pedras, nuvens, bolhas de sabão.
Já me basta o meu tão grande, tão apertado que chega a sair pelos poros.
Há alguns meses, alguém surgiu na minha vida e trouxe uma bagagem enorme de presentes para o meu coração.
Essa carta escrevi nos primeiros contatos que tivemos.
Ele é pura emoção, um designer maravilhoso, poeta, ilustrador fantástico!
Foi tanta coisa que vi, ouvi, toquei, que me fizeram rir, chorar, transcender. Viajei pra outros mundos, apreciei novos sons e expandi meu conhecimento quanto a poesia.
Esse encontro foi como uma viagem numa montanha russa, cheia de loopings. Por vezes o carro subia devagar os trilhos e de repente ele descia veloz trazendo todo arrepio na espinha. Mas o passeio nesse brinquedo fez o percurso e terminou. Descemos dos vagões e ele se foi...
Tenho um coração cheio de gratidão por ele. E onde estiver ele saberá que me fez sorrir.
Dedicado a você S.Ribeiro.
Créditos da imagem S. Ribeiro.
Caem sobre mim tantas lembranças
Caem sobre mim tantas lembranças
Hoje o Sol mudou de janela
E meu destino se esqueceu de urdir
Em meu peito pôs uma cancela
Para o coração de lá não fugir.
A tarde partiu tristonha
Deixou meu peito a gemer
Passam horas e se a gente não sonha?!
Nem mais o Sol vai ver nascer.
Emaranha-se na saudade a dor
Bruscamente cresce a solidão
E passa o tempo que é devorador
Que tudo destroça e leva p'la mão.
Mas eu sigo confiante,
Levo no peito uma força que nem sei!
Às vezes caminho um pouco errante
E a força fui talvez eu que a inventei.
Já se anuncia a morte do dia
O Sol varreu todo o horizonte
Deixa meu coração abatido de nostalgia
E deita-se na janela ali defronte
Chega a saudade de coisas perdidas
Dos olhos me cai uma lágrima represada
Na memória há coisas já esquecidas
E no rosto lê-se a idade que é já demasiada.
A tarde é agora de mel e canela
Despede-se de mim tal qual como a vida
Enquanto o Sol adormecendo muda de janela
O destino, vai urdindo a despedida.
rosafogo
Aos confins do universo
Deslizo o olhar sequioso
Pelas águas salpicantes
Das vagas silenciosas e irrequietas
Desnudadas pela carícia do sol
Desta ilha enfeitiçada por ti
As escarpadas encostas brilham
Ante os meus olhos marejados
Pelo salgado cristalino do mar
E fustigados pela brisa arisca de mim
Meu corpo sulca as ondas
Guardiãs de vastos segredos
Imobiliza-se, insensível …estático
Abandonado por mim naquele barco
Perco-me em pensamentos delirantes
Translado-me para outra dimensão
De liberta comunhão existencial
Perco-me mais e mais, sem pudor
Nessa voluptuosa viagem
Aos confins do universo
Onde nada é proibido
Nada é recalcado
Tudo emerge na realidade
Da consciência consciente
Dos corpos e das almas.
Escrito a 13/11/08
Sonho ou pesadelo
SONHO OU PESADELO?
Desenlaça-se da tua a minha mão
Ficam para trás os sorrisos
A dor chega ao coração
A saudade vem sem avisos.
Desfazem-se os ùltimos abraços
A despedida é lenta e dolorosa
Já ao longe ouço passos
O gemido duma alma silenciosa.
Sufocam-se os gestos
Ao rubro emoções
Só nos sobram restos
Prevejo angústias e provações.
Olho os retratos a sépia de outrora
Recordo momentos p'la vida fora
E a vida a nos deixar, bem chegando a hora.
Pesadelo, que me castiga com maldade
Ou sonho onde desfolho lembrança!?
À minha alma chega o bálsamo da saudade
Enquanto me debruço na janela da infancia.
Uma gota de àgua faz transbordar
Uma nuvem cinzenta do meu interior
E as minhas faces ela vem regar
Levando-me ao meu infantil frescor.
Não sei do meu tecto,
do meu chão
O meu silêncio é tudo o que sei
Nem onde perdi afectos,
onde tenho o coração
Sei apenas da saudade, esta que guardei.
rosafogo
*Sonhei com você*
Em sonhos fugidos te busquei
Na saudade que era imensa
E nesta noite com você eu sonhei
A alegria do encontro foi intensa.
Olhamo-nos com tanta ternura
Querendo a saudade matar
Abraçamo-nos com loucura
Desejando loucamente se amar.
E assim realizou os sonhos
E deixamos o tempo correr
Nossos olhares risonhos
Amamo-nos com muito prazer.
Uma noite sem censura
Desatando sentimento guardado
Ainda sinto em mim sua procura
Neste lindo sonho apaixonado.
Amenizou aquela louca saudade
Que estava a me enlouquecer
Foi uma noite cheia de felicidade
Que jamais irei esquecer.
peabo bryson - if ever your in my arms again
O derradeiro ato
Ando fugida de mim...
Já patenteei a minha insanidade
Não corro o risco de me ver invadida
Pela curiosidade alheia
Se nem eu me sei desvendar
Por baixo do véu dissimulado
Da minha insensata imperfeição
Se eu me encontrar...
Desafio a lei da gravidade
Caio do pedastal onde me escondo
E uma vez revelada a minha pequenez
Quem sabe, não solto a borboleta que há em mim?
E vivo a ilusão da efemeridade
Num voo que me leva à conquista do meu sonho...
Longe de mim querer evadir-me de quem sou
Se é meu o direito à metamorfose
Qual mariposa em verso e prosa
Ensaiando o derradeiro ato da fição
Nas margens do rio da liberdade.
Maria Fernanda Reis Esteves
52 anos
natural: Setúbal