GIZ
GIZ
Paixão inexplícita escrita em giz
Traçada e apagada todo dia
Brota tênue, semente em raiz
E arde em fogo brando pelo correr da vida
Conquisto-te inteira e por um triz
A cada mínima entrega, a cada acolhida
Adormeço em teu beijar aprendiz
Que, fremindo, dá-me paz e guarida...
Em mim, devoção que jamais iria supor
Em nós o real sentido da palavra amor
Por ti o melhor que pr'a ninguém fiz...
Entrego-me aos teus olhos, teu rubor
E deliro no sonho d'um sol se por...
Será que entendo o que é ser feliz?
O Ultimo Adeus
Minh'alma assiste sem nada entender
Toda multidão que agora se aglomera
No triste e pequeno espaço da capela
Onde jaz um corpo inerte ao perecer.
Gente que esqueceram que eu existia
Agora rezam um terço com santidade
Dizendo que sentirão muita saudade,
Mas na verdade vejo que é hipocrisia.
Mundo que um dia cheguei chorando
E que hoje deixo sorrindo e levitando
Liberto da matéria carente de afeição.
Trazem em mãos flores que negaram
Sobra o tempo que não dispensaram
Pegando firme as alças de um caixão.
Falcão S.R - Rio de Janeiro - RJ
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Orgulho e Vaidade
Orgulho e Vaidade
Recua ante o orgulho que te exalta o lume,
Cessa a vaidade tola neste mundo
Onde as mazelas de ser infecundo
Já corroeram-te o inexpressivo cume.
Deserta das fileiras – e te assume,
Deste lôbrego ócio tão profundo...
Volta, Mas abandona o lodo imundo
Que te serve por vagas de perfume.
O tempo não te espera desta alcova
E exige imperativo que se mova
À humilde condição de ser homem,
Outro César que a vida retempera!
E grita na lápide, vocifera...
Qual relegado aos vermes que lhe comem.
Álvaro Silva
SONETO DE UM ALGO PURO
SONETO DE UM ALGO PURO
Basta o dobrar da esquina para ganhar o mundo
Basta um só passo bem dado, mesmo descalço
Para submeter qualquer alma a viajar profundo...
(Apenas o último andar investe-se ao cadafalso)
De nada adiantará o olhar enfurecido, iracundo
De nada servirá aquele objetivo meramente falso
Melhor é devanear pelas ruas sujas, errabundo...
(Mesmo que se estanque o tronco num rebalso)
Ainda descobrirei o sentido em que a roda gira...
Irromperei da garganta um rouco bramido imaturo
(Até mais fácil aceitar o porquê um homem pira)
Nesta vida não há nada que seja mesmo seguro
A gente acerta o que não vê, e atira, atira, atira...
(Pois há algo guardado em mim que ainda é puro)
Poema de Mar e Amar
Poema de Mar e Amar
by Betha M. Costa
Ondas espumam em desenhos no ar,
Harmonia, leveza, pura magia,
Eu rubro barco na costa a remar,
Coração acelerado, em euforia...
Lanço minhas mãos ao clarão do luar,
Com os braços abertos e alegria,
Rogo ao Deus e Senhor do meu Altar,
Orientação através de um Anjo-Guia.
Sou uma pobre e pecadora Maria,
A suplicar aqui deste triste lugar,
Que na tua vida possas me aceitar...
Teu calor aquecer-me a noite fria,
Navegar ao bel prazer do teu mar:
Ah, doce felicidade de amar!...
Imagem do Google
Teu Meu Brasil
Teu Meu Brasil
Cumpre seja todo fim mais belo que o meio
Não é a presença, mas a falta que faz....
Exprime-se, a arte, por variados canais
E nesta questão mediocremente permeio.
Nada espero dum povo que avessa altura
Atado ao solo só de vermes entendem,
Balcões e bares são para isso que tendem.
Que curtem os “drinkes”, aversão a cultura?
O teu Brasil dos carnavais e do samba
Uns às fantasias, outros, anéis de bamba.
Na verdade outro Brasil desejo pra mim.
O meu Brasil seria da cultura e da arte
Mas ai delas, meu Deus, nesse país de aparte!
Como o lírio e a rosa num plantio de capim.
Álvaro Silva
Soneto de Inverno
Soneto de Inverno
by Betha M. Costa
Madrugada...Muito tarde na vida!
Os gélidos ventos da solidão,
Arrastam os passos da dura lida,
E espalham as saudades pelo chão.
Nas mãos morenas e nuas de esperanças,
Luvas de lãs vermelhas aquecem,
O que alma e coração não esquecem:
Dores d’amores ou velhas lembranças.
Com face rubra de vergonha e frio,
Envolta no gorro de abas viradas,
Reflito na água gelada do rio...
Senhor Deus, escute meu triste apelo:
No inverno, lágrimas enclausuradas,
Não tarde para mandar-me o degelo!
Poema da Ciumenta
Poema da Ciumenta
by Betha M. Costa
Não sou ciumenta inata ou contumaz!
Acostumada aos amores bandidos,
Por um fogoso e traiçoeiro rapaz,
Não me privo de todos os sentidos...
Dizem que sou desconfiada demais...
Mas, tenho culpa de me arder nas veias,
O sangue português e índio em florais,
Canais onde de barcos tu passeias?
Tens visgo humano que escorre na pele,
Que expele veneno no corpo doente,
E me impele ao desassossego a mente.
Àquele que ama de verdade zele!
Com seu puro amor viva bem contente,
Deixe dores e ciúmes... Ao que mente!
Para Quem Amou Sem Ser Amado
Para Quem Amou Sem Ser Amado
by Betha M . Costa
Um grande tapete florido e belo,
Tingido pela vermelha paixão,
Para essa louca Rainha sem castelo,
Expuseste o teu nobre coração.
Com ouro puro, do mais amarelo,
Respeito, carinho e muita atenção,
Beijos, doces olhares em anelo,
Ungiste-a de mágica poção...
Deste-lhe tua vida, amor em elo,
Tanto apego, zelo e dedicação,
Aos teus bons olhos: só desilusão.
Bela na aparência, jeito singelo,
O peito era só fel e perdição,
Amar sem ser amado: maldição!
E Das Vezes
E Das Vezes
Quero-te sem medo e sem receios!
Condensarei teu murmúrio ao meu alcance
Na mais pura extasia desse lance
Quando a perfeita simetria dos teus seios
Alcançar minha pele então desnuda,
Nada mais entre nós, nada mais...
Só o belo arrebol dos pantanais
A querer-te mais que eu e mais sisuda...
E das vezes que o beijo incoercível
Sulcá-la às raias do inconcebível,
Certamente novo beijo pedirá;
E das vezes que seu corpo estremecer
Em choques delirantes de prazer,
Novamente a outro extremo se dará.
Álvaro Silva.₢
Peço desculpas pela falta de métrica. Sou apenas um amante dos sonetos e apenas isso, não domino essa técnica. sei que métrica é uma das regras para a escrita de sonetos, mas vos confesso nunca a estudei!