Ahhh o amor... Violentamente manso Chega e ocupa todos os cantos Difícil crer que amar fosse isso A emoção absurda, faminta, escancarada... E então vem a invasão de um desassossego bom
Amor... Arrasando o óbvio, o costumeiro, Amolecendo o juízo... O amor vem em curvas, displicente até Sim, o amor vem rodeando, peçonhento Nada certo ou calculado, ou mesmo planejado. E quando menos se espera: vem o bote!
Domina devagar, cresce qual erva adubada Que nem trepadeira em arames E vem, chega posseiro, cheio de bagagens, Porque nunca é breve, O amor ou fica e te enche o mundo de purpurina Ou faz um estrago que anos não se repara.
Descompassando literalmente o coração, Com seus arranhões, ou cócegas, te faz um bem enorme ou fere sem dó. Mistura de conforto e tormenta ao mesmo tempo Aquece com uma paz que inquieta a alma Capaz de mudar o rumo, quem se é, até quem se foi...
Faz brotar pelos olhos o sentir delicado, a entrega de si Quando chega no peito, instala-se um nó ou um laço... Não sei...
No efeito inebriante, Brinca com os pensamentos E refaz as cenas da memória dezenas de vezes, construindo sonhos... O amor te faz mais apurado, intensifica o observar, Mas também te desconecta do mundo
O sábio age como tolo, e os tolos sempre amam... E tudo fica mais poesia, sons, cores... sabores, sorrisos, gestos, estações... Prioriza tudo que se sente, Revira do avesso e dobra os espaços...
Amor.... Que loucura!!!!! Não há Darwin que teorize ou encontre o elo da sua evolução. Inexplicável, indecifrável, indestrutível... ... coisa de Deus!
O sentimento no coração guardado De um amor no seio contido Craveja o sonho magoado De um romance nunca vivido Um rosto em lágrimas molhado Não dói mais que um violão bandido Se pudesse mandar um recado Através desse triste gemido Acalmaria este peito surrado Pela falta do corpo amigo Quem sabe chegasse calado De mansinho, mas não distraído Na face trouxesse um riso rasgado Nas mãos dedos atrevidos Entregar-me-ía num abraço apertado Recompensar os anos perdidos De sentir meu coração ao teu atado E sussurrar baixinho ao teu ouvido Que és meu eterno amado Que és meu menino querido...
Momento de plena felicidade É quando me sinto poeta. Eu sou poeta. Eu sou poeta. Eu sou poeta. E é a melhor coisa que sou, sendo para mim... Não para ninguém, mas para mim. Ser ou não boa poeta, Isso fica para o amanhã. Hoje EU SOU POETA. Eu teço versos... Com meus sentimentos. Roubo do ar... Momentos. Solvo das pedras... Sentimentos. Descubro paixão... Disfarçada de escuridão. Eu sou poeta, que ri enquanto chora. Que renasce a cada aurora. Que risca em si a fonte de seu existir. Eu fui poeta sem saber Eu sou poeta por querer E serei poeta depois que morrer.
Dizem que todo o poeta tem um quê de louco, Que todo o escritor passa por um sufoco, E que a insanidade habita no tolo, Por falta de consciência, prefere a transparência no consolo.
Dizem que todo o poeta tem um quê de louco, Que quando escreve diz muito e fala pouco, Alguns consideram-no mesmo um parolo, Perdidos estão aqueles, que só têm ignorância no miolo.
Dizem que todo o poeta tem um quê de louco, Que grita com palavras até ficar rouco, Pois deseja ser ouvido, Quem sabe um dia até entendido…
Dizem que todo o poeta tem um quê de louco, Mas para isto terei de pôr um ouvido mouco, Pois não quero ser alienada por amar, De forma diferente, por vezes carente até me libertar!
Dizem que todo o poeta tem um quê de louco, Para isto não posso acreditar, nem acordar… Pois loucos são os que não deixam uma Velha arte entrar… Marlene ( Ghost)
Acrescento o que o amigo poeta FalcãoFerido disse: "se ser poeta é ser louco,louco eu quero morrer!"
Apoderei-me da poesia Assim ela me transporta até você Amor perdido entre tempos e ventos Doido e corrido como o sangue que jorra Apoderei-me da poesia Para que ela me sustentasse ante a dor A dor que me invade e marca Como tatuagem o amor que mora em mim Amor que não consegue morrer Apoderei-me da poesia Para que cada flor ou dia de chuva Que meus olhos vêem Amarguram em não dividir o espetáculo Visto apenas por um único ser nesta platéia. Que assiste triste o passar da vida Apoderei-me da poesia Que me faz fechar os olhos para descanso invadir Que me leva a sonhar com abraços e sorrisos Guardados há tempos Cheios de emoção e saudades Misturados com suspiros e gemidos Nascidos desse verdadeiro amor Que habitou tantos poemas Que nasce e morre todos os dias Em cada palavra que pra ti escrevo neste poema E em outros tantos por nascer...
Resguardo-me no silêncio fusco da noite Oculta entre palavras indizíveis E quedo-me na extensão Dos sentimentos condoídos Que me abarcam…
Cerrei a passagem ao meu peito E aos meus actos Numa atitude de percepção Da crueldade alheia E fico-me nestas razões Protectoras da sensibilidade Que me pertence secretamente.
Não mais ouvirás teu nome Gritado pela minha alma (já selada por feitiço).
Deixo-te entregue à luminosidade Do tempo que te seduz E reclino-me no desprezo A que me votaste amargamente.
Não me peças sorrisos… Dispensar-te-ia apenas os pérfidos (e morreria por dentro).
Há uma génese, um começo um mar bravio, que professo um caudal onde transbordo a foz onde desagua o rio dos meus sentimentos gaivota livre e desperta maresia que inalo um vento que adivinho e escurece a minha pele deixa-lhe o sal entranhado
Há uma estrela divina um astro rei de calor uma fonte de energia um sorriso encantador toda a luz que me alumia clorofila em sol maior a vida em seu esplendor
Há gotas que regam esperanças que juntam forças e correm livremente para o mar é vida que se renova esta chuva que me afaga e faz a semente brotar
3º prémio no Concurso de Poesia "O Sol, o mar e a chuva" das Edições Ag
Maria Fernanda Reis Esteves 50 anos natural: Setúbal
Durante muito tempo vens jogando tuas palavras ao vento. Sendo o causador do presente sofrimento. Por tantas vezes, por medo, escondeste teus verdadeiros sentimentos. Com destreza e astúcia; omitia a verdade dramatizando com potes cheios de elogios que não condiziam com a realidade.
Que hoje deságuam em rios, pois se antes fossem em lagos (parados!); tantas mentiras ainda estariam me causando calafrios com enorme intensidade. E o teu abraço jamais me aqueceria naquelas noites frias em que aparentemente estávamos em sintonia, prisioneiros da própria ingenuidade.
Nas saliências dos segredos Ouvem-se os brados longínquos Das vozes passadas Que nos restam na memória E nos marcam o espírito. Profusas palavras Ecoam pelos sentidos Vazando a razão E preenchendo o sonho, E, num verso ausente, Entregamo-nos unos, Inquietos, perfeitos... Silenciamos o compasso Do coração perene, E nada nos resta, Para além da vida e do amor.
...Ademais, Estou muito rouco, Fatigado, falaz Para citar minhas Cotidianas frases, Tontas, surreais, Desentendidas Por tanta gente Que se esquiva da vida Vá lá, eu sei, Para lá de impessoais...
Pois sim, Que de mim também sei, Que desta mesma vida fujo, Que nela sou degredado, Deslocado, intruso, Olhando tudo, ao meu modo, Buscando um bando, Esperando um sinal De alguém... Por enquanto: Ninguém, ninguém...
Uso como escudo Estes versos animais Profundamente boçais Que, no raso, dizem nada, Mas se olhados com calma Revelam toda Minha derme calada... Escorro-me refletido à larga Pelos difusos vitrais Do que considero ser Minha alma...
Suportem vocês estes Versos caramujos, Iracundos, meninis, anciãos... Quero me ocultar Muito mais do que Entoco nas linhas Conflituosas Dos destinos Destas minhas Mãos indecorosas
Mãos... Como tudo em mim, São artefatos banais Sonhando pelo prazer A abraçar bacanais, Procurando mais e mais, Acenando apenas sim, sim.
**********************[/img] Quais as razões E desrazões... De uma alma Fecunda, Pescando Palavras, Buscando Sentidos, Na imensidão De uma noite Insone E solitária... O pensamento Feito barco A deriva... Em um mar De palavras Aos turbilhões Da ansiedade. Ao ser poético, Cada símbolo Alfabético, Tem em si, A imensidão Inexorável Do construir. Cada letra, Cada silaba, Cada palavra, É semente Plantada No sentido Fecundo Das idéias, Da alma Poética, Que dela Germina E faz poesia Brotar. Poema único E singular, Essência Do sentimento. O poeta Utiliza-se Do estado De poesia Em inspiração. Poesia é Sentimento Do belo, É estado elevado. No encanto, Na graça Das pessoas E das coisas. O poeta cria E escreve O poema, E à poesia Revela-se No sentimento, Na grandeza E na melodia. Na arte Do poetizar. Lufague