“O momento certo...” - Soneto
"O momento certo..." - Soneto
O momento era certo moço querido
E o tecer de palavras, num dia qualquer
O peito aberto, servindo como abrigo
No abraço concedido, toda paz que vier
O descanso contrito nutriu sem intenção
Mas deu alento ao andar pérfido e perdido
Olhar mavioso ao encontro do coração
Enigmaticamente cuidou do peito ferido
Mas confesso, não quero trocar figurinha
Quero o gosto indiscutível do corpo no teu
Nas veias a doce mistura do sangue no meu
Não quero só a lembrança, apenas uma “historinha”
Do filme que conhece, não tenho idéia definida
Quero só o afago sincero sem visão distorcida.
Glória Salles
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* Morte da Alma*
“Invadida da minha escuridão,
Dançando descalça e nua ao som da música,
Balançando com a brisa névoa a canção,
Que me despedaça e quebra em solidão,
As notas afinaram para lá da minha verdade…”
Para lá dos sentimentos outrora contidos,
Agora espelhados num chão que calco,
Esmagando em pedaços de vidro,
O que outrora fui e alberguei,
No coração que giro a morte que tomei.
Já não há melodia que me desvende,
Pois eu já não conheço mais o amor,
Agora derramo no meu sangue,
Espesso e sem cor!
O veneno da amargura e dor!
E morri! Com lágrimas de sangue,
Que preencheram o meu rosto,
Esvaziando o meu corpo,
Da essência que mantinha a luz ténue acesa em mim,
Virando num cemitério o que em tempos foi o meu jardim…
Marlene
Vampira
Tu mesma dizias:"Eu adoro vampiros....",sim, Marquise de Merteuil,
Terrivel libidinosa vampira,
Mesmo os teus suspiros,
Exalavam a busca incessante do sangue alheio,
Mesmo a forma enigmática como sorrias,
Qual Gioconda,no seu pensamento sordido que ninguém adivinha,
Para por vezes me frustares os impetos com o teu "...quero estar sozinha!"
Mas tu eras uma insaciável libertina,
E quem sabe quantos homens haveriam ao dobrar da esquina...
Tu mulher madura e vivida,eu homem jovem,
já com brancos ainda de vida mal resolvida...
Sinto que queres sugar o meu sangue e eu em surdina digo"..oh sim lambe...!"
Já estava em teu poder..
E sou então mais uma vez sugado por esse teu urgente prazer!
SEMEANO OLIVEIRA
Vampira
Vampira
Na escuridão daquela noite tão fria
Pudera sentir teu corpo sobre o meu
Tua boca escarlate que me inebria
Covardemente meu pescoço mordeu
Dor negra! Que em nada se compara
Jorra o sangue e a banha em prazer
A visão escurece... Meu coração para
Condenado a eternidade irei viver?
Ó vampira... Tua sede que elevas
E me levas ao doce delírio obsessivo
Da vida onde só havia dor e trevas
Para um mar de espinhos onde vivo
Caminhos cruzados... Predestinados
Espíritos solitários... Atormentados
Sangrar a Vida
Sangrar a Vida
por Betha Mendonça
...a vida sangra,
sangue é vida...
...vermelho rutilo
colore o amor,
esquenta o corpo,
rebenta vasos...
...em fuga se põe,
se ferido o coração,
e explode o útero,
na menstruação...
...sem seu aporte:
frieza e lividez,
silencio e morte!...
CICATRIZ
Vejo a mente cega
Guiando a pele que grita
Em eterno interlúdio
De dor e prazer
Na ferida que verte
O sangue do seu sal
Onde tempera com cores
A tela do mundo real
E canta e grita
Debate-se em si
Cadeias se mostram
Grilhões que nem vi
Giram em torno
Engrenagens diversas
Hoje tenho meu encaixe
Depois não conheço tua peça
O corte estancado mostra
Ali ter estado alguém
Cicatrizes que não se calam
Coisas de eterno refém.
Ao Que Não Me É
Ao Que Não Me É
by Betha M. Costa
não são meus os olhos, brilhos dos teus,
a leva-te ao distante sonho d’além-mar,
nem a delicadeza e os modos europeus,
que te fazem um cativo na noite a clamar.
as costas que viram o rosto e não te veem,
não se quedam ante a chama dos sussurros,
não se apiedam pelos anos que te absorvem,
nem do sangue em tuas mãos pelos murros;
esses, que cego por um passado que não te é,
ferem e abrem-te espírito e corpo em chagas,
por um amor amaldiçoado, que de ti não apagas!
esse, que tens o prazer lançar-me em rosto e fé,
manchar de vermelho a esperança que eu tinha,
de que cada sentir e palavra tua fosse só minha.
*Imagem do Google
... Maratona... O fim!
Foi de graça, meu Deus!... Sim! ...[Foi de graça].
Seu amor, através da dor – ensinando amar e ser amado.
Tão modesto; não se exaltava com seus prodígios...
Chorando no arrebol outrora na aurora espargindo seu sangue.
Passaram tempos... Séculos de seu esplendor.
Divina primazia em noites frias que agonia ao sentir...
A hora próxima do ápice do que seria..., Sua entrega na cruz!
... Ali expirou, mas ao terceiro dia ressuscitou -, subiu nas nuvens...
Partindo disse – voltarei! Ficarei com meu Pai! Deixo-vos o consolador!
O meu Espírito que te habilita a seguir a minha cruz...
Mas um dia volvi aos amados meus, Hei! Estou voltando
Já estou chorando, quantos não creem no que fiz por amor.
Sim. É chegada a hora – desperta talvez ainda haja um pouco
De tempo – eis que já estou com vestes reais, aguardando...
A ordem de meu Pai; - eis aí, os sinais...! Do martírio da cruz.
Eu sou real – ah, não me negues! Não sou sonho é debalde
Quem pensar assim: minha alma ainda geme e lamenta,
Tenho ovelhas fora do aprisco – que me oprime sentido no âmago.
Quando penso. Minhas mãos sangram gotículas jorrando
Da marca que trouxe comigo da terra que o meu Pai criou e formou.
Ora, chegue agora, tenha pressa está no fim à maratona...
Eu Sou a luz do mundo – antes que eu retorne só me resta à dor.
Ah, aqui já está preparado um cerimonial – anjos, arcanjos, querubins,
Serafins esperando por ti; diz-me, ah, não me negues fui real Sou real!
Lucas 12: 54 ao 59.
Vitis Vinifera
Vitis Vinifera
by Betha Mendonça
Sou o vinho tinto entornado,
Rútilo e esvaído como sangue,
Trago escondido no passado,
A atmosfera de um mangue.
Como um fruto bumerangue,
Entre tuas mãos amassado,
Sou o vinho tinto entornado,
Rútilo e esvaído como sangue.
No infindo desejo de ser amado,
Homem solitário e exangue,
Tens comigo prazer dobrado,
E ao saciar o teu corpo langue,
Sou o vinho tinto entornado.
Remidor
O sol se deteve perdeu
Seu esplendor quando
O sangue do remidor
Caiu, ali – no calvário.
Quando então seu espírito
Entregou por resgate de:
Nós pobres pecadores...
O ato foi público,
Mas poderia ter sido
No cartório; quem resgataria?
Ele não se intimidou havia
Um patrimônio muito caro
A receber; cédula não compraria...
Essa propriedade eleita
Só poderia ser resgatada
Com puro sangue,
Sangue remidor fonte de amor!
Amor imensurável ...
Jesus... Nasceu. Viveu. Morreu.
Ressuscitou... O nosso remidor!
Somos domínio de Deus o sangue
De Jesus comprou; negro, branco,
Amarelo, pardo... Autenticou,
Selou, carimbou com sangue!
Mary Jun 11/1/2017
Imagem Google