Só
Só
podia ser
um laivo
do que nasce
só
a palavra
como o sol
nascente
só
a memória
iluminasse
o presente
podia ser
um laivo
de saudade.
A ultima tela que matizo
Sento-me no sótão das recordações
Na frincha consciente da alma
Num recanto abandonado pelo tempo
Permanece altiva, tímida, silenciosa
A ultima tela que matizo
Em cada pincelada
Em cada cor, em cada esbatido
Pulsa sentires desmedidos
Ciente do tempo que não perdura
Tonalidades coloridas e acinzentadas
Desabrocham tal estados de alma
Ensombradas pelas agruras da vida
E a tela colora-se lentamente
Com cada pedaço de alma latente
Mistura-se as cores do arco-íris
Com o negro da noite
No branco pérola do presente.
Sentada no sótão das recordações
Pinto a ultima tela, lentamente
Escrito a 2/11/09
Tornar
Intenso
É o momento
Que se faz presente
O que passou
Está alí, está aqui
Está na retina
Na palma da mão
No degrau da escada
Intenso
É refazer o caminho
Tornar
Do olhar trocado
Mais que voar
Voar pra lá, voar pra cá
Voar de mãos entrelaçadas
Voar no sorriso da foto
Gerúndio de mim
Sentindo que o tempo
estava passando
assustei-me um pouco
por vê-lo fugindo
Disse à juventude:
não te vás embora!
mas ela enganando-me
acabou partindo...
Deixou-me inquieta,
mesmo angustiada,
pretérito verbo
do meu desencanto
que quero encerrar
O pavio da vela
quase se apagando
implode de novo,
renovando os votos
de manter a chama
da vida latente.
Renasce de novo,
gerúndio de mim,
escolhendo o presente.
Maria Fernanda Reis Esteves
48 anos
Natural: setúbal
MEU PRESENTE
Dar-te-ei um presente
Pequeno ou grande, não sei
Queria dar o que se sente
Mas seria tolo pensei
Uma mão cheia de sementes
Onde feliz aprisionei
Sonhos em forma de grãos
De palavras que não te falei
Que semeados no coração
Com tantos outros que semeei
Falaria-te minha verdade
De palavras que há tanto guardei
Tão grande que a alma invade
E tão pequeno que relutei
Resolvi então dar-te o sol
Que teu coração abrasei
A lua fria e distante
Que mirava onde deitei
Minha cabeça de criança
Que inocente não segue leis
Dar-te-ei então uma esperança
Que em beleza criei
Minha certeza gritante
Que só tu eu amei...
Presente
Meu encanto desvairou-se em pranto
Foi como poucos emergindo
E convergindo
Com algo estranho que vinha vindo...
Colidiu com o futuro
Dinâmico e obscuro,
E que eu nem juro
Que consigas pular o muro!
Meu encanto foi-se em pranto
uniu-se com o passado...
com armaduras, agarrado!
em pensamentos fechados.
Foi-se com o vento, foi-se com a
Descoberta, de que no mundo
Não existe presente puro
Sem auxilio de passado e futuro.
APScheffer.
NÃO QUERO SER ENGANADO
Corro, corro, corro
E não estou apressado
Corro na vida
Corro nos anos
E já nem vejo o passado
Está a ficar tão longe
Que já não me acompanha
Ainda tento parar
Não consigo travar
Esta velocidade tamanha.
Corro, corro, corro
E não estou apressado
Corro para o futuro
Que não vejo, está escuro
Não quero ser enganado.
A. da fonseca
A RESPEITO DA FAMÍLIA DE ONTEM E DE HOJE
Tornou-se uma raridade aquela avó acolhedora que cuidava dos netos quando os pais iam trabalhar. Aquela avó, que era quase uma ou às vezes até mais que a mãe para seus netos. Aquela avó que além de cuidar, fazia todo tipo de vontades com um sorriso de dar inveja. Mas, os tempos são outros, quando a avó não tem ocupações de diversos tipos, mora longe; hoje é comum que as “modernas avós” não tenham muito tempo para os netos, como não tiveram para os filhos; são comuns avós profissionais liberais, empresárias e por aí vai. Não existem mais as avós dos nossos sonhos, ficaram num tempo que ninguém quer de volta. Só querem, de volta por estranho que pareça, aquela avozona, tudo presta, só não prestam as avós modernas... A vida contemporânea exige de todos um distanciamento físico, os filhos partem para destinos distantes, um mora em Deus me livre, outro na Groelândia, o caçula casou e mora não sei onde. Partem para onde existem melhores oportunidades de ganhar a vida. Os pais modernos, também, quase não participam da vida dos filhos, que são criados em creches ou por empregados. Aquele pai que almoça e janta com os filhos, é exceção ao que o mundo vem exigindo de todos. São raros indivíduos, que podem trazer de volta, um pouco desse mundo antigo. Filhos premiados são esses com certeza! Conheço uma família que conseguiu essa proeza! Houve a opção de não deixar ir embora essa parte boa da vida. Filhos pais e avós vivem numa cidade de aproximadamente 300 mil habitantes, a família não se desfez, pelo contrário aumentou com os agregados, netos, etc. Os que estudaram fora preferiram voltar e exercer suas profissões, médicos, engenheiros, empresários, por perto. São raros os dias em que não ocorrem almoços familiares, com a balbúrdia costumeira Três gerações diariamente no almoço, um sonho para muitos, ali é comum. Mas, quase todos tiveram oportunidade de partir atrás de ocupações com melhores remunerações. Existiu a opção por ficar ganhando menos e ter realmente uma família. Para muita gente” moderna” isso é falta de ambição ou outras besteiras de quem só pensa em ganhar mais. É claro que a opção de ficar perto da família, de morar perto do trabalho, nem sempre é possível, todavia tem muita gente que pode fazer essa opção, mas prefere a modernidade, prefere ver os filhos crescerem sem os pais, aceitam que avós sejam apenas visitadores dos netos. Ser “moderno” ou ultrapassado, como sempre, eis a questão.
O QUE EU PODERIA SER
O QUE EU PODERIA SER
Por ora, o que sei
Sei desconhecendo.
Compreendo tudo
De não saber.
Dispensei
O que eu poderia ser
Pelo ser contingente
Em que agora estou...
E o futuro deste outro
Que não mais me tornarei
Trouxe-me de presente
Já no presente momento
Um perfeito discernimento
: O que jamais serei,
Já vingou
FELIZ ANIVERSÁRIO BETHA COSTA*
FELIZ ANIVERSÁRIO BETHA COSTA*
Receba a minha alegria
É seu niver Betha Costa
E expresso a minha folia
Pois sua festa está posta
Esta data está composta
Por tão belas companhias
Receba a minha alegria
É seu niver Betha Costa
Encontro que é só magia
Junto de quem você gosta
Tudo é brinde neste dia
E esta amizade se imposta.
Receba a minha alegria...
Ibernise.
Indiara (GO), 22.12.2008.
Poema Inédito.
*Núcleo Temático Romântico.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.
Parabéns pra vc nesta data querida...
Muitas felicidades...
Muitos anos de Vidaaa. Viva!! Betha Costa, querida amiga e ilustre poeta.
Viva!! 26 de dezembro data fraterna que nos toca o coração, pois nasceu uma poeta magnífica que nos comove o coração. Bjs amiga. Seja muito feliz.
Feliz 2009!!!
Bye
Ibernise