Meu Luso do Mês é...
Senhoras e Senhores, com vocês:
JOSÉ SILVEIRA, poeta, escritor, cantor e declamador...
- Em breves palavras, qual é a história de vida de José Silveira?
Quando nasci há sessenta e dois anos atrás, ainda havia resquícios de guerra no ar. Meu pai, um belo caboclo, era enfermeiro do setor de mutilados do Hospital da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro. Minha mãe; uma linda interiorana, aliás, hoje com oitenta e sete anos ainda é uma graça. Ela, exímia nas prendas do lar. Sabe; aquela coisa de antigamente: bordar, cozinhar, procriar e cuidar da prole; pois é. Como quase todas as mulheres daquela época, minhas tias, também foram criadas no trabalho duro da fazenda, ali, no regime firme do meu avô, português, gordo e fofo qual algodão, e, minha avó, uma fada francesa de olhos de turmalina. Os dois; severíssimos, mas uns doces com os netos. Eles misturavam-se conosco para contar histórias, eram mais duas crianças a brincar. Peguei essas coisas deles; olhar de criança, coração doce, sorrir, cantar e contar histórias. Apeguei-me a esse modo de vida e tento conservar essa dádiva agradecendo sempre, e isso passei para os meus filhos e agora para minhas netas e meu neto.
Quando já estava mais crescido, lá pelos sete anos. Naquela época, na roça, já era idade de se começar a trabalhar. Eu ajudava o meu avô no alambique de aguardente, incentivado por ele para esse trabalho, não só na tarefa pesada no processo de produção, mas também no aprendizado da arte de destilar, no aprofundamento do processo da qualidade, quanto à maturação, sabor e cor. Coisas de cachaceiro, a saber; daquele que fabrica cachaça, muito confundido com os que só bebem; pinguço. Acho que foi a partir daí esse meu gosto por ela (riso). Hoje não chego a ser um “expert” desse destilado, conheço bem, ainda aprecio, só que moderadamente.
Voltando as raízes. De todos da família, dizem, que eu fui o mais querido, o mais levado. Depois o mais vagabundo, o mais sacana e agora o mais maluco. Como um jovem sexagenário, vivo hoje uma situação privilegiada, permito-me ser tudo isso e o que mais “pintar” pela frente sem ter medo de ser feliz. Muito diferente das atitudes que tomara num período da minha infância, quando fui um pouco autoritário. Sendo único filho homem no meio de cinco irmãs, que ajudei a criar com aquele jeitão de gente braba do interior, só desviei o meu olhar de responsabilidade quando elas se casaram, mas paparico-as até hoje de longe.
Assim vivi quase toda a minha infância até o fim da adolescência. Com o meu pai noutra cidade, víamo-nos apenas quinzenalmente, por isso minha mãe sempre contou comigo. Fora esses traços da história que não saiu da minha memória; foi uma infância pobre, mas cheia de devaneios e por isso mesmo felicíssima. Ela é lembrada em todas as fases da minha vida, contada aos meus filhos e agora aos filhos dos meus filhos.
Infância é uma coisa que só acaba; quando a gente se acaba.
Ficarei por aqui, pois minha história de vida em breves palavras, gasto o tempo e o espaço da entrevista só com a introdução.
- José Silveira por José Silveira?
Talvez haja o que dizer só que eu não sei falar de mim. Por exemplo: que eu sou autodidata na maioria das coisas que fiz e que faço; administrador de empresa, consultor de vendas, palestrante, orquidófilo, desenhista, entalhador, projetista arquitetônico, construtor civil, decorador e escrevedor de versos. Em cada uma dessas atividades eu tenho uma grande façanha para contar. Faço, e tudo que fiz foi com amor. Amor pelo que se faz, é o que eu acho indispensável para ser feliz, além da consciência responsável de saber fazer para si e para alguém. Agora... Como todo ser mortal, se eu pudesse não fazer nada, só vagabundear na boemia e no samba e com “grana” no bolso; seria bem melhor.
Lembro que em inúmeras vezes partindo em viajem a trabalho, em pleno verão, sobrevoando as praias de Copacabana, depois Barra da Tijuca e Recreio, rota obrigatória no início do plano de voo dos aviões que saem do aeroporto Santos Dumont, dizia para os meus botões:
– Putz! Quanto vagabundo! Que inveja!
Pode ser que alguém ache isso um absurdo, mas está no meu sangue de Carioca da gema. O pouco equilíbrio que eu ainda tenho para essas questões, talvez tenha sido por causa da minha infância pobre na fazenda em contato com a natureza, que me deu um aprendizado de vida com valores mais substanciais. Por isso sempre me virei sozinho, meu olhar e meus feitos são calcados em gentes simples e trabalhadoras de sol a sol. De pouca cultura, sim, mas honestas, sinceras e solícitas. Assim moldado, sem arrependimentos, me tornei o homem que sou hoje, comum, perseverante, e um amante das pessoas. Os meus defeitos; eu mesmo os fomentei. Mas sou um cara legal.
- Como a literatura conquistou sua atenção? Do que se alimenta a sua escrita? Existe uma relação entre sua vida e sua obra?
Livro era uma coisa muito cara na minha época, com um agravante; era na roça, local ermo. Mesmo assim, na tenra idade alfabetizei-me, e cedo já lia com desenvoltura, e desde lá sou um apaixonado pela leitura de aventuras e épicos. Tive acesso pela primeira vez a um livro que me marcou muito, ganhei da minha madrinha: As aventuras do Barão de Münchhansem acreditem guardo-o até hoje. Peguei o gosto, na escola primária, preferia fazer gazeta das aulas para ficar na biblioteca. O ódio das professoras é que; mesmo com pouca frequência eu tirava boas notas nas provas, principalmente nas dissertações. Viajei nas aventuras das obras de Monteiro Lobato, Julio Verne, Isaac Azimov. Hoje os meus livros de cabeceira são do Kafka. Leio-os sem pressa. Mas ainda adoro aventuras.
Confesso que já li infinitamente mais do que hoje. Certa vez, respondendo em tom de brincadeira, comentei que quando garoto, gostava de ler da Bíblia a bula de remédio, e não é longe essa afirmação não. Achava interessantíssimas aquelas palavras difíceis das doenças, dos componentes químicos dos remédios e suas associações, e das descrições rebuscadas que os laboratórios punham nas tais bulas. Com o dicionário do lado, ia tentando decifrar os significados das palavras, e ficava possesso quando uma palavra ou termo era eminentemente médico. Podem reparar, até hoje os fabricantes marketeiam seus produtos com novos termos e nomes, quanto mais complexos, mais caros, deixando nós leigos, atônitos. Quis dizer com isso que leio qualquer coisa. Enfim, se foi escrito, é que alguém quis dizer alguma coisa, mesmo que não se entenda. Haja vista as tentativas de leitura das inscrições rupestres, até hoje analisadas.
Creio que o que alimenta a minha escrita é o ler, ouvir e comentar o cotidiano, uma prática que enquanto palestrante eu pude interagir as minhas experiências de vida com o público, me valendo inúmeras vezes da minha história para um aprendizado mútuo. Geralmente eu comento quão benéfica é a leitura, principalmente numa plateia jovem. E mesmo tratando-se de adultos, não menos deixo de enfatizar quão interessante é o conhecimento da literatura na boa comunicação interpessoal. E agora uma declaração que o deixa o meu discurso aqui um tanto contraditório, penso no velho ditado “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, e com isso, espero não dar decepção os meus ledores, e nem fazer com que essa minha declaração seja vista como um ato desmotivador ao confessar que; pelas médias nas estatísticas mundial, eu leio pouco, quase nada, e que verdadeiramente, mal conheço as obras dos mais consagrados. Certamente que a minha curiosidade já me levou e me leva quando em vezes a ler alguns textos no universo da boa e velha poesia brasileira e portuguesa, e até a minha concupiscência me empurra de encontro ao sensual erótico do Kama Sutra e ao erótico satírico de Bocage. Mas só por isso mesmo, por curiosidade. Nada de estudos aprofundados. Não tenho paciência, e ainda mais, o meu olhar sacana contemporâneo, me satisfaz. Satisfaz-me porque, tem satisfeito quem me lê. E para eu que não desejo alcançar degraus literários; basta o prazer que eu tenho ler e escrever. Aliás, a minha praia mesmo é a palavra falada.
- De que forma você encontrou o Luso Poemas? O que você mais gosta no Luso Poemas? Você teria uma “crítica construtiva" para o site e seus participantes?
Muito antes de eu pensar em sites, muitas folhas amareladas e bolorentas jaziam num fundo de gaveta, guardando: rabiscos de pensamentos, poesias, contos, rascunhos de carta para as namoradas e uns ensaios de letras de música; estas últimas sempre foram mais usadas, já que eu sou um cara metido a compositor boêmio e cantor de samba.
E certa vez, numa mesa coletiva de um restaurante conheci o dono de uma editora, conversa vai conversa vem ficamos amigos, sabendo que eu tinha escritos guardados, me convidou pra um concurso de poesia sob os auspícios do Metro do Rio de Janeiro, com direito a edição, diplomas, bla bla bla e cumprimentos. O concurso não era organizado por ele, mas ele é quem editaria a antologia das obras premiadas. Pimba! Não deu outra; fui premiado. Pronto, com muitas reservas, comecei a acreditar que poderia expor mais alguma coisa. Foi ele quem me deu o incentivo de criar um blog, hoje são dois: de poesias - www.palavrasdepoeta.blogspot.com, e de contos - http://www.contei-porai.blogspot.com, e também foi dele a ideia de eu me inscrever num site de poesias, e me indicou o site Escrita Criativa. Disse que era preciso, para que eu exercitasse a minha escrita, que era boa, mas precisava ser sacudida, e uma interação com outros poetas e escritores ia me fazer muito. Fui pra lá, quem me recepcionou foi a poetisa Conceição Bernardino minha madrinha, não a conheço pessoalmente, mas dá pra sentir que é uma doce criatura. Daí para frente, fui descarregando tudo que eu tinha guardado. E cada dia mais, amigos que me incentivavam: Júlio Saraiva, a Adriane Bonillo, Mel de Carvalho, Margarete, a Conceição B. Bom; era muito mais gente, que não consigo me lembrar agora, mas que me incentivaram muito. O site Escrita Criativa de um dia para o outro implodiu, uma pena. Perdi muita coisa escrita lá. Eu tinha a mania de escrever diretamente no site, e pela falta de tempo não fazia uma cópia. Algumas poesias eu me lembrei, refiz. Outras estão por aí viajando pelo espaço.
Bom, aqui no Luso mesmo sendo recente, não me lembro se fui convidado, ou se meti a cara mesmo. De uma coisa eu me lembro; logo no primeiro poema fui recepcionado por um comentário inteligente da Amora, que brinca com o meu ‘afetuoso abraço’, depois de uma fada poetisa, a ÂngelaLugo uma candura e logo depois de uma irmãzinha por afinidade; a Ledalge. E é isso; com tanto carinho assim, peguei logo o gosto de expor os meus escritos, os quais, escrevo com liberdade. Como costumo comentar; “escrevo o que me dá na telha” é só “baixar o caboclo” que misifio escrever, declama, ou cantar. Alguns já conhecem minhas peripécias.
Gosto do Luso Poemas pela liberdade de expressão, e lamento quando alguns contributos num espasmo involuntário ou proposital tentam burlar, e desrespeitam aos que aqui estão em nome da poesia, mesmo cônscios das condições gerais que aceitam para participar do site. Acho que confundem a palavra ‘liberdade’. A crítica é tão somente para não se deixar prosseguir uma celeuma de cunho pessoal ir longe. O transgressor deve ser imediatamente ou num tempo mais breve possível, ser comunicado por PM pelo mediador, ou moderador, ou dono; sei lá, quem for autoridade no site para fazer cumprir o estatuto. Primeiro advertindo-o, indicando qual capitulo ou parágrafo foi infringido. Insistiu... Delete-o. Não há nenhuma maldade nisso. Uma comunidade não sobrevive sem leis, por mais idiotas que sejam.
- Fale sobre: "José Silveira, um poeta cantor e declamador!" (http://www.youtube.com/watch?v=m3WgAnABmew)
Quem canta, o mal espanta. E é bem isso sim. Que é bom lá isso é. Quando você canta sua alma fica fosforescente, o sangue circula com mais velocidade, tem mais oxigênio. Não importa o cantar bem ou mal. Cantar colore a vida, a sua, e a vida a sua volta. Experimentem cantarolarem a média voz caminhando numa rua movimentada. Quem cruzar o seu caminho sorrirá. Eu faço isso frequentemente cantando os meus sambas. Os alienados me chamam de maluco, mas não estou nem aí. Já ri muito por causa disso. Certa vez uma senhora bem idosa cruzou a minha frente, eu estava cantando um samba que acabara de compor, parou e disse: - Adoro esse samba do Cartola. Como não quis desapontá-la, respondi-lhe, que por ela ter lembrado, ele devia estar agora sorrido e dando uma “sambadinha” lá no túmulo. Ela foi embora sorrindo e feliz.
Assim sou eu, poeta cantor, e é assim mesmo que costumam me chamar. Tem hora que preciso cantar meus poemas, por que eles pedem para serem cantados, não todos, mas aqueles que já nascem com música quando estão sendo escritos. Por favor, não me peçam explicações de como, pois não saberia as dar. É um negocio em eu e minhas composições.
CANTO QUANDO FALO DE VOCÊ
Já cantaram que as rosas não falam
E que elas perfumam também
E falaram que são amorosas
Mas que espinhos todas elas tem
Acontece que eu tenho um amor
Bem guardado aqui dentro do peito
É uma rosa e tão especial
Flor de amor sem defeitos
Seus espinhos arranham o ser
Mas com jeito pra não machucar
Só poesias carícias de amor
Faz meu corpo gritar...
Da sua boca os beijos molhados
E na cama jogos sensuais
Com você meu amor não tem jeito
O deleite é demais...
Não fujo a regra, na idade média a poesia era cantada, sei lá, não tenho explicação desta minha vontade de musicar meus poemas. Só sei que cantada ou declamada a poesia fica colorida. Como disse anteriormente quando declarei que alguns dos meus poemas já nascem com letra e música. Outro motivo; a declamação também tem um cunho social importante, pois, se a poesia não estiver em Braile pode ser ouvida, e é muito bem aceita desta forma. Gosto de interpretar textos, não só meus, mas todos os que tenham musicalidade.
- Quando você pretende nos presentear com um livro ou um CD? Quais são seus planos para o futuro?
- A sua maior conquista até hoje foi...
Um livro! Juro, não penso nisso. Sou preguiçoso e desorganizado com papéis. Minha escrivaninha é uma “zona”. Se agora tenho algumas coisas mais ou menos organizadas é graças ao computador, um Ctrl C aqui, um Crtl V ali, e assim, aos poucos vou arrumando. Devagar eu chego lá. Dizem que até tenho bom material, isso dito por amigos, e por serem meus amigos, creio que seja uma declaração sincera, até mesmo diante dos muitos poemas premiados em antologias, em concursos de declamação, poesias editadas em jornais e revistas de bairro, publicadas por colégios em provas de interpretação e literatura. E por aí vão minhas obras.
Agora; essa coisa de CD é invenção dos meus filhos. Mas gostei, pois além de vocal, sou percursionista. Viu; mais uma faceta minha. O filho mais velho é flautista e violonista, e o mais novo violonista e arranjador, todos amadores. Eles eram roqueiros quando adolescentes, agora estão tomando gosto pela bossa nova e pelo samba. Será minha influência? A verdade é que eles tiveram acesso às minhas letras e músicas e acharam qualidade (sorriso) e que valia a pena editar um CD Demo. Estamos ensaiando dezenove músicas, sambas é claro. Em maio vamos para o Studio. Está sendo muito divertido. Ainda mais sendo com os meus filhos. Quero mais o quê? É só cantar e sair para o abraço da galera? (sorriso)
Ah! O livro; quem sabe um dia? Você minha querida entrevistadora, está me cobrando isso sempre, disse que vai ficar no meu pé. Pode ser que por você insistir tanto ele saia. E também porque você me convenceu que é muito bom ter uma obra editada em livro. Senti isso no brilho dos seus olhos, e na minha emoção de abraçá-la aí em Sorocaba, me juntando ao carinho dos seus entes e amigos no lançamento do seu “Um coração no oceano”. Agradeço a acolhida e a atenção da qual você, sua família e amigos me dispensaram.
Não queria pôr esse desabafo aqui, tentei fugir, mas, dentre muitos feitos na minha vida, tem um que eu considero hoje a minha maior conquista. Foi de eu ter lutado desde novembro do ano passado contra um Adenocarcinoma (câncer prostático), que foi vencido após um tratamento radical de radioterapia durante dois meses. Ainda não tenho todos, mas de acordo com os resultados preliminares, tudo leva crer que valeu a pena, a batalha foi vencida. Agora é bola pra frente. Muito Samba e Poesia até que a morte nos separe.
Aproveitando a oportunidade que o tópico dá. Quero agradecer de grande, as orações, os PMs e emails que continuo recebendo diariamente com mensagens de otimismo e de amizade. É uma corrente de solidariedade tão grande, que me leva a emocionar-me muitas vezes. É uma multidão de amigos que me querem bem, e que eu não sabia que tinham tantos. Se eu pudesse abraçaria um a um, num abraço forte e fraterno de amizade e agradecimento, especialmente aos que se comunicavam diariamente comigo. Um beijo de carinho para todos vocês.
- Deixe uma mensagem para os novos autores...
Se você recebeu o chamado, seja da poesia, conto, crônica, ou qualquer outra forma de comunicação escrita. Acredite no seu sonho e vá. Vomite suas palavras no papel, incruste os seus versos na alma qual pedra preciosa encravada na rocha. E você será feliz. Há um pensamento premiado, escrito por mim que diz: ”O escritor com sua obra tanto pode ascender num salto, como de degrau em degrau. As duas concedem a ele o mesmo prazer. O de ter escrito".
- Cite uma poesia de sua autoria, que cala seu coração:
Que me cala o coração?... São muitas! Sou um poeta apaixonado por natureza. Mas há uma que é especial. E isso é uma grande verdade minha querida entrevistadora e poetisa Helen De Rose. Primeiro por você ser um pessoa muito querida. Segundo pela oportunidade proporcionada por você, de eu ter experimentado pela primeira vez um poetar em dueto, e que por ter sido contigo, foi maravilhoso. E como foi o primeiro, e ficará sendo a minha eterna homenagem a você. Eis em revival, a nossa obra. Obrigado de coração.
DUETS IN, TON SUR TON
Penetra em mim com teu olhar masculino
Desejando descobrir todos os meus desejos
Fazendo-me de musa nos teus pergaminhos
Escrevendo nas madrugadas dos teus lampejos
Fecunda em mim a sensação de ser amada
Nos versos que revelam minha essência feminina
Poeta com olhos de anjo e alma de luz alada
Serei tua musa, tua deusa e inocente menina
Despindo-me sem pudor nas tuas fantasias
Alcança pra mim as estrelas com a força do amor
Voando sem fronteiras até o amanhecer dos dias
Estarei no teu coração com meu sorriso fruta-cor
Minha musa... Minha musa como eu te amo!
Encantaram-me o colorido dos seus versos,
Seus escritos misturaram-se aos meus traços,
Invadindo com poesia o meu ser, o meu espaço.
Passei a esculpi-la dia a dia em pensamento,
Sonho que moldo no mais precioso metal,
Faço os talhos serem sutis, suaves e sinuosos,
Adentro à noite, num átimo atemporal.
Pinto-a por meio dos meus olhos cor ray-ban,
Usando como tela as minhas cansadas retinas,
Dando pinceladas em tons “de rosè” e “silver”,
Um querer diferente, de matiz mais vivo e sensual.
Acordo exausto, mais uma vez dormi sobre os meus versos,
Como sempre, debruçado na mesma velha escrivaninha,
Poema que agora encerro para que se eternize.
“Minha musa... Eu te amo, como te amo musa minha”.
Helen De Rose e José Silveira
Quanto ao futuro, como a ele Deus pertence, tomei uma decisão... “Vou deixar a vida me levar”. E neste final de entrevista, eu deixo o meu abraço a todos que me acarinham aqui no Luso-Poemas, é um prazer grande fazer parte dessa grande família amantes da escrita e apaixonados pela poesia.
- Quem é o teu Luso do mês de ABRIL?
Dentre muitas, uma também muito querida amiga, a poetisa TÂNIA MARA CAMARGO.
Muito obrigada, meu querido José Silveira, por ter aceito e compartilhado conosco esta entrevista. É sempre um prazer ver seu sorriso saindo do seu coração. Sinta-se abraçado.
*Esta entrevista foi realizada em "Meu Luso do Mês de Março é José Silveira", dando continuidade à proposta do nosso amigo Alemtagus. Entretanto, para que haja um novo link para todos poderem ler a entrevista, em concordância com o idealizador Alemtagus, com o entrevistado José Silveira e com o administrador deste site Trabis, estou reeditando a entrevista.