Esta noite ao adormecer escrevi uma sentença por dentro dos meus olhos - chuva abraça a minha visão! e a chuva amainou com seus orvalhos de prismas e de paz meu coração apertado e ao despertar com o sol raiando em mim lembrei de ti e da tua voz, do teu andar e das coisas nossas... escrevi (percebi)uma trovoada no meu olhar: duas tempestades diferentes e tão iguais mais logo, quando eu me deitar com estrelas piscando a me ninar sonharei com dois sóis no leito do desfalecimento e com a chuva, a chuva que traz e leva...
(forçando o futuro a gerar os sonhos que eu desejar!)
mas a minha chuva hoje é carne , suor , sangue e alma : de fora para dentro vertendo emoções, invadindo minha mente e minhas mãos acariciando o pensamento: de dentro para fora e desejo mudar o sentido do que penso (sinto): que a dor seja o perfume das tuas lições e das minhas mãos liberto a pomba branca desta saudade. porque sonhei com dois sóis trazendo um novo dia e quando abri as cortinas da sala todo o meu ser se iluminou e lembrei-me das orquídeas no centro da mesa tão perfeitas como a vida! porque há um novo dia todos os dias. e porque sei que os anjos sorriem ao tenor que agora chega ao céu
Ao meu pai , In memoriam
Luiz Sommerville Junior 28 03 2013
Meu pai : 19 Março 1930 - 28 Março 2013
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PS:uma imagem Google + 1 imagem de meu pai em fusão numa só edição de Luíz Sommerville Junior
Eu era criança, ainda me lembro aquele pai levando seu filho na escola num fusquinha branco de janeiro a dezembro pelo mesmo caminho até virar um rapazola
O tempo também foi seu passageiro acompanhou sua luta e sua história os filhos casaram, levando um exemplo verdadeiro daquele pai trabalhador na sua geração e na memória
Os netos nasceram e o Vovô também com eles fizeram do seu colo o seu porto seguro e o pai pela segunda vez ouviu seus quereres tirou das suas lutas diárias, o sonhado futuro
E agora, os netos agradecidos abrem passagem para seus filhos, bisnetos daquele primeiro pai pela terceira vez, deixou de herança na linda imagem o sentido das suas vitórias, enquanto o tempo se vai
De todas as homenagens que nesta vida já recebeu a melhor de todas foi a que Deus lhe deu balançar sua vida ao lado da bisneta amada feito criança, ao lado do anjo, de alma alada
Das horas, o silêncio de repente posso entender Vi no acúleo das palavras amarrado meu sonho Destino impreciso, alheios ao meu frágil saber E a luz tênue me impede de ver o futuro risonho
Adestro as linhas, e traço versos na madrugada Como se pontos e vírgulas fossem sujeição à dor Uso as rimas como escudo, me protejo desse nada Faço pacto com as palavras, ato lúdico, sonhador
Porque esgoto todo o verbo nessa ânsia de alento E como quem rege a vida, reputando o pensamento A chama do candeeiro derruba a noite no horizonte...
Ainda que atras das nuvens, o sol reacende a crença Molhando a claridade que impõe do dia, a presença Traz a lucidez das respostas no calor de sua fonte...
Glória Salles 04 dezembro 2008 Santa Casa de Adamantina SP 03:33 hr
Meu rosto é palco de todos os mundos... Os lábios em batom cor de boca, esboça um sorriso, ainda que triste... Olhando-o através dos olhos daquela miúda segura por tua mão... Não consegue disfarçar a nudez desconcertante, que da alma, traz outras versões. Hoje seguro as tuas mãos, tentativa de trazer o ontem, que estampa imagens que ao longe se movem, soletram palavras quase inaudíveis, como se escrevesse por linhas tortas. Nos olhos uma sutileza que conheço bem, mostrando-me novas versões de uma mesma verdade... O exposto é o que menos incomoda. A verdade dos olhos são os detalhes que leio. Essa verdade sem códigos... Da cadeira dessa varanda vê o mundo. Teu olhar deixa minhas trilhas expostas, me traduz, meu coração vira território aberto, pastos verdes,e meus pesadelos abranda, emprestando a frágil luz. Não deveria ser o contrário? Mas o frágil coração sabe... Que seu olhar é remédio preciso e forte, para curar ausências. E suas palavras, ainda que as vezes sussurradas, promessas de fartas colheitas. Seguro tuas mãos... Sentindo a força de um cavalo zaino, cujo destino é vencer. Nesse momento tenho a certeza de que o futuro, mora detrás destes óculos...
Filho que pegaria numa estrela e com ela escreveria no teu sorriso, se possível fosse, toda a luz que antes nunca havia avistado mas tive que morrer antes para que o sonho por todo o tempo ansiado me ressuscitasse ... e me tranformasse no querer das tuas queridas e delicadas mãos, estendidas! a mim!ó minha Páscoa!
e, o que aconteceu outrora que o pão e o vinho - o corpo e o sangue -, celebração ! me entregou nos braços de tantos judas ? traindo a memória da mais bela e divina mensagem ? não sei! ou será que sei, mas não me lembro ? porque uma multidão de falsos servidores dos templos trajados d´oiro com amuletos ao peito e livros escritos em hebraico debaixo do braço escondia nas dobras das túnicas a ignóbel adaga da hipocrisia ? e às escondidas em becos sem luz negociavam com os senhores do mundo a vida que queriam ceifada por soldados cumpridores cegos de quem com césares lhes pagava e, contudo, em quarta-feira santa, mundo em trevas, os jardins celestes de tão altos já abriam as portas ao novo tempo do qual ninguém suspeitava e que em glória - voava ! quantos tolos não escutaram as minhas parábolas para depois as orarem ferverosamente ? riram-se, em ironia,cinismo,apelidaram-me de rei da loucura deixai-os com a sua embriaguês... apontado-lhe o erro fatal na contabilidade da vida já me esperam e ainda nem sequer arrefeci! já me acreditam e ainda nem sequer me (re)viram, ó paixão!
agora que cheguei de verdade para que se cumpra o beijo podes, deves, preparar uma festa com todas as palavras, apostólicas ! abençoados os que sabem esperar ! o amor escreve-se em cruz, aleluia !
Ao Rucka, com amor
Luíz Sommerville Junior, Domingo de Páscoa, 20 Abril 2014
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Ao Luso, seu Webmaster, administradores, colaboradores e leitores apresento os meus votos duma Páscoa muito feliz.
Foi há tanto tempo que os astros faleceram que já não lembro do sol incerto que ontem em ícones estelares, tantas vezes, destruindo as loucuras (im)previsíveis e eternizando o que no universo é imortal, brilhou! - para rasgo da pele de tantos e perdidos poetas? - desse tanto que era muito mais-do-que tudo há um amor que sobrevive em mérito dum lado cravejado por punhais firmes do teu sangue mais que abastados de transbordantes do teu corpo que foi (e eternamente será) todas as canções do tudo ou nada que eu quero ouvir a queimar toda a vida que me resta para te glorificar orgulho desnecessário de quem te ama em todos os passos titubeantes das conversas surdas e mudas com Deus quando o céu da boca se posiciona minuto a minuto na via-sacra do teu timbre do qual nascia a magia dum templo respirado de borboletas e desde que o sagrado existe talvez mesmo antes do nascimento dos ventos tu que te foste para nunca te ires embora permanecerás em tudo o que há de mais belo por ...que ... nenhum deus dominará o altar de luzes sopradas nas tuas preces tal como apenas tu dominaste em absoluto o dom abençoado do que é mais meu de teu : - A tua voz cantando
(Entre o norte e o sul ao centro da rosa-dos-ventos há um coração que é direcção das tuas escolhas e no qual se agita a questão - para onde vai a morte quando a alma é vida ?)
Ao meu pai , um ano de saudade
Luíz Sommerville Junior , 280320142351 , A Minha Carne É Feita de Livros
Enquanto as manhãs ensolaradas espreguiçam nos lençóis da noite meus olhos noturnos visualizam os pequenos orvalhos da saudade deitando sobre a relva das almas no sereno da solidão presente. Ao longe, um pescador debruçado sob a sombra de um salgueiro centenário olha sua existência renascida passar nos reflexos das águas cristalinas diante da margem do rio onde aprendeu a pescar seu alimento. Eu tirei o meu chapéu branco enfeitado com pequenas margaridas para saudá-lo numa daquelas manhãs e quando ele se virou para olhar quem era a emoção inundou os seus olhos acompanhada por um sorriso iluminado. Ele pronunciou meu apelido de infância: - Toco! Depois daquele encontro existencial eu aprendi a pescar meus sonhos e alimentar minha alma com sorrisos enquanto meus pensamentos viajam pelos caminhos eternos da esperança de poder reencontrá-lo um dia numa das manhãs ensolaradas de setembro.
Meu pai: Estejas onde estiveres Eu sei que este poema vais ler Sei que também vais gostar. Conheci-te sem te conhecer Vi-te sem te ver Tinhas 31 anos e eu 4 meses, Mas vi-te morrer. O destino foi cruel para ti Para a minha mãe E para mim também. Não chores, não foste culpado Mas sim o teu relógio do tempo Que se avariou e despertou o momento. Tanta falta nos fizeste! Passamos a ter uma vida agreste Mas minha mãe contra ventos e marés Soube levar o nosso barco a bom porto. E sei que onde estás, foste o homem do leme O capitão do nosso barco Que o conduziste ao conforto
Quando eu morrer... Que seja sem aviso, Que seja breve e bem longe de olhares. Porque eu não quero ter que ouvir de alguém o tempo que me resta. Um, Dois, Três meses para viver à pressa. Não! Que seja breve! Não quero ter tempo para despedidas, Telefonemas consecutivos, Ter a pressa, De novo a pressa, De contar aos amigos. Não quero ter que pedir à minha esposa Que cuide bem dos meus filhos, Que arranje um marido. Não quero ter que reuni-los E um a um lhes fazer um pedido. "Cuida dos teus irmãos". Não quero ir assim, Escondendo aos netos. Não quero ter que ouvir os talheres à mesa, O silêncio, Ver lábios tremendo, Olhares desviando. Não quero ter a família me limpando a casa, Fazendo o pouco que podem fazer por mim. Não! Não quero ficar olhando para a televisão, Vendo o jogo da jornada, A novela que já não diz nada, Sentir o quanto insignificante tudo se torna de repente. Ver o meu futuro. Não, não quero ter que ir trabalhar para pagar Os medicamentos e cada prego do meu caixão. Não quero chegar à terceira semana de "vida" em que tudo é cãibra, Em que o ar não chega e a dor não passa E pedir morfina, Cura e sentença. Meter cunha e pedir ao filho Que a vá buscar à pressa. Pois há pressa. Ver meu amigo condoído, Chorando, Me injectando, Consciente do perigo. Ambulâncias. Noite que nem imagino. Madrugada. Premonição. Dia de visita. Desorientação. "Senta-te". "O Pai morreu". Como pode? Não! Não quero isso! Quero morrer bem longe. Que ninguém me encontre. Não quero voluntários para reconhecer meu corpo. "Meu Deus! Pai?!" P'ra quê? Não! Não quero velório. Fato velho e caixão pobre. Onde tudo é amarelo, algodão e morte. Onde o silêncio só se quebra com uma mão no peito (como que cobrando vida) E o choro de um adulto. Foto em café, Hora marcada, Gente de pé, A corda levando, Uma mão de terra, Uma pá de terra, Dez pás de terra, Um monte inteiro de terra pelas mãos de um estranho, A pedra tapando, As flores rodeando, O regresso a casa, Um nó me apertando, A roupa dobrada, A prateleira meia de leite vitaminado, (Que não serviu para nada) Um sem fim de saudade A lágrima que não me lembro de ter chorado.
E ... podias ter outras mãos, mas não tens. e ... podia ter sido tudo tão diferente, mas não foi. mas jamais poderias ser outra voz ... ou não... porque todo o teu corpo é a expressão musical do teu belo canto ...
... vou procurando por lugares ... onde os meus olhos cegam por verem mais o que não é para ver ; cegam por não verem a vibração do teu ar no meu olhar(te) que guarda com carinho e saudade as escutas das tuas árias. - Aqui!... - o meu sangue enquanto rio na interpretação magistral da tua primeira ópera : - filho !
Senhor, com a minha alma vazia, Aqui me exponho entre meus irmãos, Para que pelo menos neste dia, Lhes venha alguma alegria, Que lhes acalente o espírito com melodia.
Senhor, com o meu corpo desdenhado, Por tanta vida e tanta solidão, Peço que a estes amigos lhes seja dado, Mais uma chance, uma hipótese de redenção, E que venham com compaixão pelo Outro coração.
Senhor, com o meu espírito imperfeito, Eu peço por aqueles que também o são, Para que melhorem o seu jeito, Se elevem à sua grandeza, imensidão, Que se rendam a esse amor, deleito!
Senhor, Pai de toda esta multidão, Como Criador deste evento, Eu imploro por aqueles que ainda vêm com apreensão, O respeito, o amor recebido, o alento, Que tem dado mesmo quando falam de si em Vão.
Senhor, Deus do amor, Visitai nossas casas, Ignorando aqueles que ainda assim pregam à dor, Ajudai-nos com paz, para criarmos asas, E nisto perdoarmos quem nos tem feito tanto horror. Que assim seja.
Os velhos trilhos me esperam fieis. Dúbios sentimentos esse lugar provoca. Emoções inexatas, vagas... Uma busca por mim. Andando nos trilhos, dispersa. Braços abertos... Sensação boa de estar indo ao encontro de possibilidades viáveis e futuros possíveis. Beleza bucólica, que me deixa embevecida como se vislumbrasse os portões do Éden. Aqui jamais sou figurante... Faço parte desse mundo. O silêncio grita o nome da “miúda” de fita no cabelo, protegida pela forte mão do pai. E as lembranças de cenas disformes querem espanar a poeira de um passado, que sempre estará impregnado na retina dos olhos... Que hoje olha a cena sentindo os efeitos do vento nos cabelos já sem fita. Brisa que arrepia como beijo na nuca... Realidade estridente, que faz o passado tanger o futuro... E traz à consciência minhas verdades. O céu tingido de laranja, a grama na sola dos pés. Aqui será sempre minha casa... A força sempre estará não mão do meu pai. Aqui serei sempre menina...
Jaz a manhã gregoriana na revolta dos genitais regaço onde o tempo extingue a origem do tu és, apesar da resistência em consequência amiga do “ainda sou” * ancorada na escuridão que de alucinada faz renascer a tua voz – sem som ...
Jaz a tarde sobre a dobra do mar na linha queimada pelo pôr-do-sol sem horizonte ... em loucura furiosa ejacula a última menstruação d´estrelas de todas as ausências que me esvaziam ave (des)falecida algures noutra morada agora que a noite é trovoada a minh´alma ou vida espera-te em vão ...
Nunca pensei porque te levantavas tão cedo todos os dias Mesmo quando era domingo, acordava e tu não estavas. Pai, nunca pensei porque tinhas que ir e voltar meses depois ….agora sei, e agora dói Pensei que fosse possível deixar a dor nas palavras Em cada letra, escrevia Pensei que fosse possível deixar a dor na música Em cada nota solta, então cantava Pensei, eu juro que pensei que pudesse deixar a dor na tela A cada pincelada, então pintava Pensei, afinal para que serve tudo isso se não sai Se me amarga o peito, doi, doi doi A cada lágrima a dor aumenta Quem inventou isto, quem… Nas letras mais complexas das notas mais difíceis a pintura mais crítica Porque, porque, porque! Como uma seta no peito choro por todas as razoes que nunca entendi Da tristeza a repulsa , do que sou e quero ser o que esperam de mim e o que posso dar, Porque nada e certo e tudo parece errado Pai, tenho saudades tuas. Admiro-te tanto. Desculpa
É possível que o nosso planeta seja filho de dois astros talvez o Sol seja o pai e a Lua a mãe e porque a Terra que os progenitores geraram em harmonia universal é dizimada pelo ser humano talvez o luar que vemos seja um redondo largo de sangue de reflexão talvez a luz que recebemos seja uma lágrima com 150 milhões de quilómetros de extensão
Os acordes sonoros do violão tocando Abismo de Rosas, fundo musical de uma mensagem que recebi e estou assistindo, trouxeram ao meu coração uma saudade enorme, dolorosa, difícil de passar. Saudade de quando, estando eu já deitada para descansar, você se sentava próximo à cama com seu violão e começava a tocar! Desfiavam as notas em melodias inesquecíveis para meu coração de mãe! Nessa época, você ainda adolescente, era meu melhor e maior amigo, companheiro de todas as horas, alma querida que de retorno confortava os meus dias atribulados e consolava minh’alma dorida que sofria com a solidão! No dia em que você nasceu eu recebi o maior tesouro, a mais bela jóia que eu jamais ousara pedir ao Pai. Minha vida nunca mais foi a mesma, pois meu jardim florescia com a mais bela flor: seus cachinhos dourados eram pura graça; suas palavras eram sempre de carinho e sabedoria, que me devolviam a alegria de viver... Você foi crescendo, sempre tão carinhoso e dedicado! Na pré-escola fez amizades que persistem até hoje, tão generoso e dedicado sempre foi o seu coração! Na primeira série do curso básico, iniciou-se no mundo da música através do violão e nossas conversas ficaram ainda melhores, porque musicadas... Andamos sempre juntos, caminhando sempre lado a lado, até que chegou o dia da sua partida, há muito esperada, desejada e temida: sua ida para a faculdade, fazer o curso de medicina que desde pequenino havia sido o seu sonho! Foi como perder um pedaço de mim quando te vi indo embora, pois eu sabia que nunca mais a vida seria do mesmo jeito, era uma mudança para sempre! Hoje, você tem sua família: Rejane, Bruna e Lucas, jóias muito preciosas ao meu coração... Minha razão entende e aceita sua ausência, por fazer parte do ciclo da vida, mas meu coração ainda sofre com a falta que você me faz... Marco, meu filho, te amo desde a eternidade e sou muito agradecida a Deus por poder ser sua mãe e ter compartilhado tantos momentos felizes a seu lado! São emoções que eu nem desconfiava existirem em mim... É o poder que a música tem e exerce sobre minh’alma sensível de poeta, apaixonada pela vida, pela musicalidade que ela tem e pela poesia que a natureza nos oferece a cada dia, com suas manifestações de beleza, suas cores, odores, texturas e sabores... A vida é, realmente, uma grande sinfonia que o Divino Mestre rege com sabedoria e que nós, músicos relapsos, insistimos em desafinar!
Repostei este poema, acho que muitos pais agem assim: fazem de tudo pra colorir o mundo para os filhos e tentam ensinar, às vezes, o que mal sabem.
Nas fezes de um passarinho.
Filha, Preciso te mostrar que a vida é linda, Mesmo tendo que ignorar meus olhos. Que vale a pena sonhar e acreditar nos sonhos, Ainda que frustrado, chorando o luto dos meus. Que é preciso coragem e determinação, Apesar dos meus medos, do meu desanimo. Te ensinar o que é certo, Mesmo não sendo o exemplo. Se hoje disfarço os meus erros, Se tento ser o que não sou, É porque eu te amo. Só espero, quando perceber, Que tudo que te ensinei esteja arreigado E que, já independente de mim, Siga o caminho certo, Como uma árvore rumo ao céu: Busque Deus, sempre. Neste dia, Mesmo me percebendo hipócrita, Terei cumprido meus propósitos. Será como a árvore frondosa Que germinou da semente que veio Nas fezes de um passarinho.
Enfeitei um vasinho, dando adeus, Coloquei flores brancas em volta, As Reguei com choro, dizendo a Deus: Há de germinar na nuvem que é horta!
Plantou no ventre da mãe seis sementes, Só uma não vingou, secou bem nova, As outras floresceram saudáveis e contentes! A vida é jardim que sempre se renova!
Minha mãe natureza se pôs a chorar, Com as pétalas dele nas mãos, em vosso lar... Abracei mãe Maria, afaguei o choro dela, E Disse: Ele agora é alma no vaso da vossa janela!
Pergentino Júnior
Enviado por Pergentino Júnior em 12/08/2011 Código do texto: T3156009