Naufrágio
No silêncio dos teus olhos
Vi dois lagos tranquilos.
Procurava o meu mar,
Agitado.
Triste,
Percebi,
Que tinha naufragado…
A procura da Serenidade
Serenidade flui dos teus olhos,
preciso partir, ao longe você me busca.
sentindo soprar o vento nos meus cabelos,
quando cai a tarde, sereno molha meu rosto
Nesse caminhar da luz me perco na escuridão dos
meus pensamentos
Onde vou, quando vou, irei chegar?
Partirei a caminho da sua serenidade
quem sabe assim não ficarei na escuridão.
Partindo estou, ao encontro da paz do seu sorriso.
Do aconchego dos seus braços, do calor do seu corpo.
E do mel de seus beijos.
Me de a serenidade desse seu sorriso.
Olhos tristes
Tristes e chorosos estão os meus olhos,
Que já nem em mim vêm o infeliz reflexo,
Outrora feliz, irradiava perplexo,
O brilho do sol com um simples olhar,
Que eram para ti (Vós) te amar.
Tristes e chorosos estão os meus olhos,
Que nada temem, nada querem recear,
A mágoa profunda que insiste em ficar,
Trilho caminhos que em tempos desviei,
Que agora percorro, para os quais voltei…
Tristes e chorosos estão os meus olhos,
E por nada querem vir a secar,
Por dentro a alma que fica a sangrar,
Este sofrimento, tormento que não me quer largar,
Que continua, o meu corpo, coração… A abraçar!
Tristes e chorosos ainda estão os meus olhos,
E a noite com eles quer pernoitar,
Mas o mundo, não gira! Não há meio de acordar!
Que venha a luz do dia, é com ela que quero estar,
E a ti, meu amigo eu quero Amar…
Pois no Amor eu me irei consolar,
Seja ele qual for…
Basta me aceitar!
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Olhos imperfeitos
Nestes olhos imperfeitos
de íris iridescente
palpo nuvens, faço escolhas
e solto sóis
Deixo que a cor se propague
por entre o ver-te
insinuante
Acaricio o cio de tocar-te
em cristalinos de ternura
E o meu destino
é lembrar-te
nestes olhos que te procuram
30-01-2024
Felisbela Baião
Foram cruéis os teus olhos
São cruéis os teus olhos,
Que me olham com pudor...
Que me fazem uma vénia incrédula de horror,
Que alcançam a minha carcaça e para ela transmitem dor,
Que me arrancam a alma do meu corpo, já morto e já sem cor...
São cruéis os teus olhos,
Que outrora me abraçavam e aconchegavam docemente,
Como me olhavam melosos... Não de costas mas de frente,
E me pediam um carinho amigo, um sentir quente,
Que me fizeram pedidos floris de uma primavera contente.
Foram cruéis os teus olhos,
Que me entristeciam com a raiva que me lançavam,
Nas horas de paz, nos tempos de calma que esmiuçavam,
Que me agrediam com palavras... Que me violentavam,
Que não tinham génio e que já não lá estavam...
Foram cruéis os teus olhos,
De uma forma ultrapassada e até fantasiada,
Os quais que fecharam a minha estrada,
Impediram a minha passagem, mataram o meu lar de fada,
Que me colocaram trancada numa caixa enfeitiçada.
Já não são cruéis os teus olhos,
Pois neles já não encontro vida,
Partiste sem uma conversa, sem uma despedida,
Deixaste uma dúvida perdida...
Se teria sido algum dia tua menina querida?
Ghost
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Venda-me
Venda-me
Venda-me os olhos para a luz do dia
Venda-me para que eu te veja com mãos de escutar
Venda-me com mãos que não matem
Com mãos que sufoquem
Com mãos que me agitem o desespero
Liberta-me
Desata-me o corpo e ata-me
Amarra-me aos teus pensamentos
Arrasta-me por nus momentos
De encontro às esquinas dos teus sentidos
Larga-me
No chão dos teus labirintos
Desamparadamente
E descaradamente
Atreve-te na minha carne
Consome enquanto arde
Enquanto é morna
Enquanto é sobra
Enquanto é gente
viver eternamente em mim
ajoelho-me perante a tua imagem
nos meus olhos eu já senti os teus
puro encanto de tão esbelta paisagem
ah! como fui eu um dia dizer-te adeus!
o que sonhei amei a dor o amor
pusesse eu os meus sonhos em sangue
para poder dar-lhes o seu devido valor
quantas vezes pensei nesse instante
os meus olhos nos teus assim choraram
e senti estranha tristeza em tanta mágoa
que meus olhos em tal pranto cegaram
hoje por saber de tudo isto morria por ti
afogava meu corpo dentro de tua alma
para poderes viver eternamente em mim
RUMO (Letra/Vídeo)
Título: RUMO
MPB - Samba
Autor: Letra/Melodia/Voz/Violão - ZéSilveira
(inspirado numa obra da poeta Karinna)
www.youtube.com/watch?v=wlnr5zoKv-0
Ainda te serei `blue`
Do luar farei concha
E num Leito de prata
Singrarei rumo ao sul...
Entre véus, céus e pompas
Eu te desnudarei
Deitarei ao teu lado
Meu pensar não desmonta
No teu sono sem tempo
Dormirei te adorando
Num oráculo, sem máculas...
E na tua enseada
Então eu rasgarei...o vento...
Ainda serei de ti
Vou colher mar de estrelas
Cirandar de olhares...
Alma, pele, adornos
E o toque perfumado
Vidas, flores e luz
E colares de pérolas
De tudo que seremos
Aos teus olhos azuis..
veja nos meu olhos
Entao veja meu amor refletido em meu olhos...e o que veras e voce mesma
Visão Periférica
E ela olhava, e olhava, e olhava... Obstinadamente. Quem sabe jogasse um solitário jogo, buscando vencer a distração e o cansaço... Tinha nesse instante uma expressão nublada, talvez apática, da qual seus olhos pesados sobressaltavam por um lacrimejo excessivo. Perturbava-lhe a balbúrdia em sua visão periférica, enquanto o pensamento, imaterial e genioso, escapulia, subvertia, evaporava... Multiplicava o mundo em outras possibilidades, coroando e destronando intensos reis: o amor, a arte, o visceral, o sensual. E então ela não tinha limites, ela não tinha medo afora de si mesma, pois absorta em anomia a moça adiava a míngua do gozo, a urgência pelo significado que se desprendera nas passagens: da vontade para o toque, do pensamento para a linguagem, do sentimento para a atitude...
Pois foi que, de repente, naquele olhar, alguma revolução de sentidos estourou na cara dela, e desde então desvaneceu, murchou, e já não é tão bela quanto ontem, tão simples como outrora. Uma vida roubada. Seus olhos avermelharam, correu em disparada com as mãos premidas no cordão do tempo, sujou-se de poeira cósmica, dançou em giros, cruzou paredes; caiu diante de mim. Fiquei demente, catatônico, e bem quis tocá-la, mas não soube como.
O que sei é que entre o sonho e a realidade existe apenas um cinismo...
E que grande cinismo.