Parti meu pensamento em mil pedaços... Ouvindo o som que vinha dos espaços Eu olhava incansavelmente a Lua cheia Tremia e o sangue fervia em minha veia... Ah, tornavam-se par de asas os meus braços: Sentia desenlaçar em mim os nós e os laços.
Quantas horas fiquei assim eu nem me lembro, Uma..., duas...., três..., melhor parar não vou lembrar. Era mês de Junho? Julho? Agosto? Ou Setembro?
Chamava ininterruptamente pelo seu nome. Hoje, somente hoje fui voltando a realidade Ontem eu estava transformada do amor que me consome: Relembro que tudo que vivi ontem foi verdade... Ah, devaneios de amor sempre deixam saudade! Mas, a noite morre, o dia nasce e desperta a cidade...
E pouco a pouco a rotina de todos os viventes recomeça.
Assim foi. Assim é. E, assim sempre será. Muitos vivem e contam as coisas que viveram; Alguns se lembram, mas fingem que esqueceram Mas, pela mão de Poeta o verso se eternizará!
Silente à noite, pensamentos vem saudade, Lembranças mil dos tempos de outrora! Todas às noites são sempre assim, saudade. Deixava-me nas nuvens flutuante tua senhora,
Breve instante de desvelo deixava-me flutuante Como bailarina no palco da vida girando suavemente. De olhos cerrados vislumbro-te a me cortejar inocente Tudo, tudo sonho de menina debutante perpetuante.
Hoje estás num palco além, além do horizonte! És eterno nos meus sonhos na alcova gélida, uma ponte Que atravesso levitando ao teu encontro dançando Frente a caixa de música trazida por ti, alimentando,
Alimentando minha alma; vejo-me leve como pluma Deslizando num palco na ponta do pé vestida de tule e véu Rodopiando e tu a me olhar sorridente perdido numa Ânsia louca entre a dança e o desejo, mas estás no céu!
Recolho-me ouvindo a melodia deixando as asas da fantasia! ...
Abril/18 Mary Jun
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O tempo, num piscar de olhos escorre pelos dedos Assim como meus sonhos na areia da velha estação De momentos únicos, esses trilhos guardam segredos Onde atrevida, intrépida, caminhei sem medo ou razão
Burlei a realidade, com o senhor do tempo joguei Pra só mais tarde acontecer, negociei com a vida Resoluta, cuidei de mim, meus caprichos sustentei E a velha estação de trem, regou-me a alma ressequida
Uma paz rara me veio com lembranças grafitadas De velhos trilhos, onde vezes sem conta brinquei E nas profundezas de minhas lacunas me encontrei
Abri mão de compromissos, de estar sem limites atada Como premio, a ambigüidade de ter amor e desafetos Mas a paz buscada, como seiva, drenou meus desertos
Noite serena silenciosa no divã eu estava, Pensativa sonhando... Tudo, tudo mavioso! De repente, um som despertou-me O ponteiro de um relógio antigo, Tão antigo, mas querido por nós dois Nesse instante levou-me a lembranças De momentos tão bons! Aonde ficávamos juntinhos curtindo Aquele som enamorados, Numa sala com móveis rústicos; Da janela vinha um olor suave frescor da noite, Das flores do jardim regado por nós. A luz da lua alumiava o ambiente... Decerto que não resistíamos logo Estávamos nos amando como Da primeira vez, ali é nosso cantinho Preferido, tão querido porque foi Ali - que me tocavas com intimidade Sem medo de ser feliz. Sempre que podemos voltamos lá, Na casa que não é de sapé, nem do campo, Da cidade porém conservada com cara de sítio Mantida para revivermos cada momento ímpar Vividos por nós, saímos de lá como meninos felicíssimos! Quando então brincamos na relva, sorrimos, Falamos de poesias..., Quanta alegria renovados rejuvenescidos. Mas desta vez eu estava só e me pus a pensar No meu vaguear ao apreciar o ponteiro do relógio. Logo pensei: a vida é mesmo assim. Como um ponteiro de um relógio... De repente a bateria (pilha) acaba. Dependendo da sorte pode até ser recarregada, Mas nem todos têm a mesma sorte! Qual será o meu norte nesse giro de vinte e quatro horas? Quanto me resta? Horas, segundos, minutos... Dessa forma, não devemos viver outrora, Mas tão somente agora!
Amo tua beleza cheia de leveza, Tens traço bem definido conciso Teu aroma tem cheiro da natureza, Mas teu lado sombrio nos deixa sem tino. Apreensivo, quase de contínuo... Comum às noites lúgubres. O bom é que sempre amanhece, O sol nasce e nos surpreende nas frestas... Renascendo a esperança momento que se faz por toda a vida! A alma triste se veste de roupagem dourada do teu luxo. Que muitos ignoram, amo as intempéries da vida simplesmente por ser vida! Sim, mesmo no meio do seu desencanto.
Há momentos em que as palavras fogem Desaparecem simplesmente no ar Há tanto a falar e tão poucas palavras Que desalento, tento, mas há só o calar.
Há momentos que os pensamentos explodem Rebentam como as ondas no mar Há tantos fragmentos e cacos Que me perco, tento, fazê-los colar.
Há momentos que as lágrimas desobedecem Empalidecem meu semblante sem par Há tanto para chorar e tão pouco alento Que suspiro, tento, em vão fazê-las secar.
Há momentos que a dor é tanta Que as palavras fogem...
“Tropeço em tantos momentos vividos Lembranças que seguem comigo na estrada Tropeço nesta paixão que não dissimula Mas é clara, límpida e escancarada.
Tropeço na saudade que me cerca, espreita. Que ao meu encontro vem nua e se lança Tira-me o sono, inunda-me os olhos. E planta em mim, falsa esperança.
Tropeço na tua voz ritmada e rouca Cujas palavras ecoam em meus ouvidos Iluminando-me os olhos, tirando os sentidos.
Tropeço em tuas mãos que deixam rastros Marcando a pele com caricias, provocando. E esse amor, louco, sem medida tatuando.
soubesse eu que eras ténue! brisa dos cinco elementos. formada no rompimento dos tecidos humanos ou em desejos momentâneos. já idos! em Março.
vislumbrei-te sem halo. intacta! como a lua despida ao Outono. e aceitaste-me com um sorriso de estrelas.
foi no hausto do instante, inebriado pela miríade dos sentires, que me deixei, despercebidamente, sucumbir. o tempo foi-se, exausto. e nem sequer, os teus lábios provei.
Soubesse eu que eras ténue! mas não soube. e despojando-me das vestes artificiais, fui pregar às areias do vento.
o voo das aves corria no fluir das lágrimas ou na força vital que pulsa nas artérias, e foi nas águas do deserto que reencontrei a dupla hélice da vida.
a lembrança? deixou de estar corrompida.
falhei o teu breve partir. mas sei-te ténue, sei-te minha. no profundo das sequóias vermelhas.
Frente à lareira Minha alma vagueia Lembranças tantas, Eu, tua centelha, Tu, meu cobertor, Naquela noite gelada Hoje aqui - quedada Desejando ser amada Por onde anda aquele Que por um tempo me amou? E me deixou! Passou como um vento Impetuoso fogoso Enchendo minha vida de gozo Olhando as cinzas nem acredito! Nesse dia tenebroso. Mais uma vez, Uma noite gélida Não fulgura a lua Só eu e a dor, dor de uma... Saudade explicita e nua!
Mary Jun Maio/18
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escrevo-te palavras que se perdem por aí, enquanto a noite avança a recordar momentos que vivi e a saudade me perturba e sempre me alcança.
meu mundo era entre teus braços tanta vez procurado, os cansaços esquecia e o amor resplandecia.
com o corpo recuperado era o fogo secreto da noite
resgato do esquecimento palavras de fumo que conheceram a ternura ardente hoje me sinto sem rumo foi-se da alma a alquimia e na mente restou a lentidão
as primeiras folhas caídas na minha mão e a amargura, neste papel solitário.
Momento de plena felicidade É quando me sinto poeta. Eu sou poeta. Eu sou poeta. Eu sou poeta. E é a melhor coisa que sou, sendo para mim... Não para ninguém, mas para mim. Ser ou não boa poeta, Isso fica para o amanhã. Hoje EU SOU POETA. Eu teço versos... Com meus sentimentos. Roubo do ar... Momentos. Solvo das pedras... Sentimentos. Descubro paixão... Disfarçada de escuridão. Eu sou poeta, que ri enquanto chora. Que renasce a cada aurora. Que risca em si a fonte de seu existir. Eu fui poeta sem saber Eu sou poeta por querer E serei poeta depois que morrer.
" ... de um momento apenas em que tenhamos nos amado. ... sentimento cinzelado,no mármore entalhado ..." ===============================================================
Lembra-se? Dos palácios encantados, dos gigantes subindo em pés de feijão, dos mares azuis, de peixes prateados, das baleias gigantes, e do cruel capitão.
Torres tão altas, de blocos de pedra esculpidas, um cavalo alado em muralhas de marfim, estrelas brilhando, como um punhado diamantes.
Lembra-se ? As nuvens sobre os montes quase tocando o azul, do unicórnio tão alvo, levantando-se sobre as patas traseiras e empinando rumo ao céu.
Agora, me fale sobre nós. Você e eu, não somos mais um só, talvez estejamos apaixonados, o amor é sempre forte e mais ousado, mas somos sonhos de outras pessoas.
Lembra-se de um momento apenas em que tenhamos nos amado. Nós, como uma só alma sentimento cinzelado, no mármore entalhado, diferente do momento agora, o tédio opressivo à alma ascendeu.
Lembra-se? Ainda não esqueci. Embora longe agora, sempre consigo lembrar. Lembra-se dos momentos mágicos, quando éramos capazes de voar?
Por um momento pensei. Ser uma tela multicor! Pintada por mãos de um pintor. Uma paisagem rustica, nostálgica, fiquei fascinada! Cores místicas, ares frescos... Levou-me a lembrar-me de um momento de desvelo estranho, mas me faz tão bem. O vento frio seu sussurro... Meus cabelos assoprando, folhas secas adejando. E, eu ali – sonhando! Vivendo a mesma emoção no mesmo arrebol... Tão longe de mim o sol, mas, aquecia nosso corpo na relva ressequida, Meio as folhas mirradas! Nossas almas unidas... Delírio insano gemidos. ... beija-me, meu amor... Na tarde sombria seguia... Mais uma história de amor!
26/03/17 Mary Jun Guarulhos,SP
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levam-me os pensamentos a lugares onde nunca estive quando a noite avança e a saudade me alcança me perturba e em mim vive
lembro todos os momentos vividos junto a ti agora mais lentos, como água morta!
parecendo levar-me no voo perdido das folhas através do olhar perdido - quando me olhas.
procuro-te no fogo secreto da noite resgato-te do esquecimento com palavras de fé e esperança - entranço a alquimia na tua mente e irrequieta como criança sonho de olhos fechados faço da alegria, presente, que te ofereço docemente.
Momentos atônitos Dias incessantes Que transpiram poentes, Atravessam pontes e, Sorrateiramente... Adormecem em alguma estação. Partem, dividem-se em Rumos variado, multiplicados, Fragmentados e transitórios.
São momentos descabidos Aqueles que queremos sem querer Momentos fugidios, ás vezes meio perdidos, Que por vezes, até nos fazem sofrer Quando os reencontrámos, são momentos queridos, Mas só o sabemos, quando nos fazem vêr Que nunca estiveram perdidos Nós, é que não os sabiamos reconhecer.
Dedicado á minha querida amiga Cremilde com um beijinho de @mizade.