longe de acordar

 
revivo o sonho de dias vividos
e tenho esperança nos que resta viver
e os sonhos por mim e por ti tecidos,
tiram o vazio dos nossos olhos
é isso que quero ver acontecer,
quero existir sonhando
arrecado as palavras, e tiro o gelo
do espelho
o tempo vai marcando.
e eu pergunto-lhe se o que vejo
sou eu ou ele que é velho,
enche-me a cabeça de pensamentos
é indiferente aos lamentos
que a saudade não sara,
saudade que faz o sorriso acontecer
que é tristeza e também alegrias
saudade na alvorada ou neste entardecer
que passa à minha porta todos os dias.

e é nas manhãs doces a florir de jasmim
ou nas noites de doce luar
que eu me recordo de ti e de mim
e é então que a saudade vem mitigar.

natalia nuno
 
longe de acordar

DOCE LOUCURA

 
DOCE LOUCURA
 
Pintura do artista Leonid Afremov

Vertem luar os teus olhos
enquanto me ama
um laço
os teus braços
a me enrodilhar a cintura
obstinado domínio
que me atrai ao teu corpo
ai...ai...que doce loucura!...

as mãos poeta deslizam absoluta
em minhas curvas úmidas
e os teus lábios
lavram-me na pele em chamas
um verso libertário
tatuagem lúbrica...

simbiose fálica anuncia o gozo
que se avizinha
as salivas trocadas
poção de Eros é mel
nessa tua boca que desfolha
a minha...

Maria Lucia (Centelha Luminosa)
 
DOCE LOUCURA

Sentado ao Luar

 
 
(Oiça o poema recitado pelo próprio autor, tendo como música de fundo o trecho musical "Sôdade" interpretado em françês por Chris Felix, acompanhado de Armando Cabral, Luís Morais e Cesária Évora)

Sentado ao Luar

Aqui sentado neste vítreo luar de uma lua redonda e cheia,

Medito no trôpego andar desta minha vida vazia e feia;

A minha vida é um luar apagado de uma lua de outra era,

É um vulcão inacabado em profunda cratera;



Assim que este luar tão claro de um brilho tão envolvente,

Não é senão o oposto do meu mundo avaro de uma escuridão ingente;

O meu mundo jaz nas profundezas de um abismo que se abriu fatal,

E aí dorme imerso em cruezas de uma perpetuidade brutal;



A vida não é mais que um breve sorriso que súbito aflora e logo se esvai,

Ou um vago olhar impreciso cuja imagem logo se vai;

O tempo corre e a vida a ele se agarra e corre também,

E o laço que os prende não se olvida de se desprender quando a morte vem;



E a morte sempre a ceifar dia após dia sem punição,

Vive sem nunca se saciar da vida sem norte dos que se vão;

E entretanto a vida vive zombando das pressas inúteis,

Daqueles de quem não se olvida de arrastar para caminhos ínvios e fúteis;



E assim aqui neste luar de uma rara beleza apurada,

Sinto mais forte o vão vegetar desta minha vida parada;

E ansioso espero o vendaval que me há-de arrancar desmascarado,

Das profundezas do abismo fatal onde há muito estou embalsamado!
-------------- // --------------

Este poema reflecte um profundo estado de desânimo. O está triste e desanimado. O está com saudades de momentos felizes que viveu nalgum período do seu passado. Ao contemplar um luar tão belo, a sua alma extasia-se perante um quadro de tão rara beleza. Mas ao mesmo tempo a sua alma mergulha em sofrimento profundo porque sente que não está a desfrutar dos encantos que a Natureza, que a Vida, lhe proporciona. “… A minha vida é um luar apagado de uma lua de outra era…” . E o chega mesmo a ser mais directo e a confessar que o seu mundo está praticamente destruído. “… O meu mundo jaz nas profundezas de um abismo que se abriu fatal…” e prossegue dizendo que o seu mundo está povoado de inúmeras baixezas, falsidades, injustiças, crueldades… que nunca têm fim… “…E aí dorme imerso em cruezas de uma perpetuidade brutal…” Mas o não é de todo pessimista. E, mais uma vez aqui fica provado que a esperança é sempre a última a morrer. O tem a esperança de que a sua vida voltará a ser o que era nos seus tempos áureos, tem a esperança de que uma viragem da sorte, do destino, lhe trará novos ventos e então lança o grito da esperança, o grito que lhe dará a força de que necessita para se erguer do desespero, levantar a cabeça e desbravar ele próprio, sem máscaras, sem falsas aparências, os novos rumos do seu destino… “… E ansioso espero o vendaval que me há-de arrancar desmascarado // Das profundezas do abismo fatal onde há muito estou embalsamado …”
 
Sentado ao Luar

ONDAS DE UM LUGAR

 
ONDAS DE UM LUGAR
Pedras
Ondas magras

Reclusão
Das águas

Fina areia
Aos joelhos

O luar
Incendeia

O mar

Enxágua
As veias

Olhares
Em febre

Pousos
Em ares

Amores
Fugazes

Intenções
Comuns-lugares

Bom aqui
Estares...
 
ONDAS DE UM LUGAR

Cantar das marés

 
     Cantar    das  marés
 
Ouço o cantar
das areias do mar
águas profundas onde
as sereias estão à dançar
//
Um ritual misterioso, frenético
e voluptuoso
Ouço o cantar das marés
ondas prateadas,refletem o luar
um convite para se amar
//
Deixar-se embalar em ritimo
de acalanto, encanto, aragem que
beija meu corpo
um convite para me banhar
//
Como a me chamar
suavemente deixo-me levar!

Nereida
 
     Cantar    das  marés

À VIDA (Quase Nada)

 
À VIDA (Quase Nada)
 
À VIDA (QUASE NADA)

Vou no silêncio,sigo, palavras quebradas!
Num instante minha esperança se apaga
Volto a cair, minhas ideias desmembradas
Alma exilada, coisa alguma me afaga!

Regresso ao caminho donde parti
Num Sonho, mas tão exausta da Vida!
Sem bussola, minha sorte não descobri
Foi só ilusão! Agora é tempo de partida.

O pouco que me resta é já quase nada
Resto de noite escura,tão pobre de luar!
De tal negrura, nunca por mim sonhada

Já tão inútil este tempo todo ansiedade
Este sonho entre chamas a perpassar
Uma voz sómente me embala a da saudade

rosafogo
 
À VIDA (Quase Nada)

Perdi-me...!

 
Perdi-me...!
 
Nesta imensidão da noite,
que se faz sentir em meu peito,
perdi-me...
Não consigo enxergar nada,
meus olhos
parecem ter uma venda sobre eles...!
Só ouço meu respirar,
o ego do vento a passar e,
meu corpo resfriando,
ninguém a quem possa pedir auxilio.
Sinto-me como num labirinto,
só vejo negro em meu redor.

Já ouço carros a passar,
mas meus sentidos não funcionam;
o que faço aqui Senhor!
Perdi-me neste arvoredo,
nesta onda negra,
que me deixa estar com medo,
nem um clarão consigo avistar,
como assim:
ouço uma vóz me chamando;
quem será, pergunto a mim mesma,
será o eco do vento que passa,
serei eu a sonhar,
nesta loucura que me arrasa,
ou serei eu apenas a murmurar.

Luisa Zacarias
 
Perdi-me...!

Grito ao mar

 
Grito ao mar
 
Grito ao mar

Quem quiser que sua dor o vento leve
Vá à praia em uma noite clara de luar
Grite aos Deuses que a sua alma ferve
E peça com fé que a refrigere no mar

Dê um grito que se ouça em toda orla
Destes que a quilômetros possa ecoar
As angústias irão para sempre embora
Pois serão levadas pelas ondas do mar

Quem fez isto diz que é uma realidade
Vai-se a tristeza e retorna a felicidade
Tal aos tempos que não voltam mais

Feito isto pode se despedir da tristeza
Pois o seu mundo volta ser uma beleza
E se vão pra sempre todos os seus ais.

jmd/Maringá, 23.05.12
 
Grito ao mar

FASCÍNIO DA LUA!

 
FASCÍNIO DA LUA!
 
 
FASCÍNIO DA LUA!

by FatinhaMussato

Ah! Que estranho fascinio
A lua exerce sobre mim!
É como se eu fosse a maré
Sobre quem ela atua...

Manda em meu coração,
Atua sobre minha emoção,
Qual se fora minha imperatriz!

Como são vazias as noites sem ela...
Que falta seu brilho me faz!
Sinto-me a própria escuridão,
Sem seus raios a me iluminar!

Poema INÉDITO Nesta Data
Jales (SP), 06/julho/2009 – segunda-feira – 01h39m.
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Imagem: NET

Música: All of you / McFly
 
FASCÍNIO DA LUA!

Vejo-os nítidos

 
Esta noite, o luar,
laranja esborrachada a Ocidente
em forma largada ao contraforte raso do mouchão.

Descalça(o corpo e a alma) avanço o veio feérico do verbo
ao peso rítmico do esvoaçar d’asas de mil crisálidas;
Domino a sede, extinta. Trilho-me então, pé ante pé,
no rio salgado aqui ao lado … no (a)braço de mar
e caminho a estrada escura iluminada por flamingos
no caminho divino da Senhora d’Alcamé.

Índigos os mantos e os medos
se de Canan se memoriam rubras as pontas das horas
se se explodem em ânforas
em bodas núpcias
em vinhos perfumados e densos d’outrora cristalinas águas.

Vejo-os nítidos de pés desferrados às sandálias.
[nada ou quase nada já me importa ...]

São pássaros sem asas. Debicam grainhas verdes,
pevides baças e frutas suspensas ao fundo do lagar,
coisas pequenas de esquiço cinza e forma crepuscular.
Esgrimem-se na dança alquímica das gentes bravas
sobre tear de açucenas…
[o compasso passa agora à tua porta...].

Vejo-os nítidos e, se negra a fraga,
esta noite abjuro o luar, fogueira primeira a lampejar
a cal branca d’ermida em chama.
 
Vejo-os nítidos

Ávida de luar

 
Ávida de luar
 
Onda do meu Mar
Na arrábida chove de enxurrada, sem cessar
Corro rumo ao infinito, ávida de luar
Sinto o medo do desafio, sem nunca parar
O tormento faz o meu quadril dançar
A chuva dá-me alento, vénus a saltitar
Desejo intenso de uma Bruma beijar

*
 
Ávida de luar

BEIJAREI SIM !

 
 
MOMENTO ROMÂNTICO!

________________________________

Beijarei um pedacinho de luar que me espreita pela janela e soprarei até você.
 
BEIJAREI SIM !

"Só saudade"

 
"Só saudade"
 
"Só saudade"

As lembranças
Tomaram-me de assalto...
Quis fugir.
Quis negar.
Quis calar o coração.
Que descompassado quase saia do peito.
Porem, refém da lembrança.
E da presença tão palpável.
Me permiti sonhar.
Da luz do luar me banhei.
Fiz-me dona das estrelas...
Voei na serenidade da noite
Que se alongou lasciva
E abandonou-se sobre mim
E o inevitável aconteceu...
Borboletas voando na barriga...

Glória Salles
 
"Só saudade"

Um Beijo ao Luar

 
 
(Oiça o poema recitado pelo próprio autor com música de fundo de Wanderley Cardoso)

À luz de um luar resplandecente, os impulsos amorosos tornam-se irresistíveis...

Um Beijo ao Luar

E deleitada a noite que nascia,
Despiu o escuro manto torturante,
E vestia agora fulgurante,
Um luar tão claro como o dia.

E logo em nós um férvido desejo,
Forte... ingente...
De um primeiro beijo
Na noite fulgente.

E em redor um silêncio estagnado
Desperta exóticas sensações…
E é apenas perturbado
Pelo bater dos nossos corações.

E em nós se cumpre o desejo,
E tão veementemente,
No nosso lúbrico beijo,
Longo e quente!
 
                              Um Beijo ao Luar

NA TORRE DO CASTELO!

 
NA TORRE DO CASTELO!
 
 
NA TORRE DO CASTELO!

by FatinhaMussato

(parte I)

Música suave,
Sons de alaúdes...
O vento cantará
Em surdina ao nosso amor!
Mais,
Muito mais eu pedirei,
Meu amor!
Quando a Sorte nos reunir enfim...
Será a glória,
A apoteose
Deste nosso amor!
Serão momentos
Da mais pura felicidade!
Sim, muitos momentos mais...
Para sempre!
Mas estamos agora tão distantes...
Por que tem que ser tão longe?
Entendo que a dificuldade
Para apanhar um fruto,
O torna mais saboroso,
Embora isso doa muito!
Sou feliz por te amar,
E saber que me amas também...
Estar aqui,
Nesta torre confinada,
Já não é mais dor...
É puro deleite!
Ficar à tua espera
É meu maior prazer...
Pois sei que tu virás...
Virás para mim...
Meu amo e senhor!
Este amor é minha maior riqueza,
Meu tesouro!
Este amor me faz assim feliz!

(parte II)

Como fera acuada,
Aconchegar-me-ei a teu corpo,
Enrubescido
Pelo calor das labaredas,
A suspirar,
À espera de mais uma vez
Fazer-te minha...
De mais um momento,
Único e sublime...
Só nosso, meu amor!
Como o luar,
Em réstias pela janela...
Em dimensões fantásticas...
Como tudo nesta alcova
Do Castelo Gonçalino...
Para nós
Não há tempo,
Nem espaço,
Apenas amor,
O mais sublime amor...

INÉDITO
Jales (SP), 09/agosto/2008 - sexta-feira – 22H00M.

Imagem: NET

Música: A Day Without Rain / Enya
 
NA TORRE DO CASTELO!

Moonlight

 
Quando adormeces em meu colo
Tão menino,sereno
Embevecida fico
Pelo fascínio do teu belo rosto
A Lua,ciumenta
Resplandece inteira
No intento de te ofuscar
Tola,não percebe
Que seu despudorado luar
Só faz tua beleza
Ainda mais luminar
 
Moonlight

Luar

 
Da luz nasci e das sombras me criei,

O escasso tempo sempre sonhei,

Perco-me e encontro-me no mesmo caminho,

Toco as folhas e oiço uivar de mansinho.

A vida chega até nós quando menos se espera?

Sim, a vida!

Cada passo que dou é motorizado,

Não abro os olhos por abrir

E o que sinto tenho que sentir…

Medo…

Será que tenho medo de viver?

Morrer já para mais não sofrer?

Repentinamente recordo que tenho coração,

Bate, bate…

Oh Inferno que prazer me dás!

Estou louco pelo medo,

Quero morrer,

Veneno!

Já levado pelo sangue me engano,

Foi nada mais que um momento insano!

Agora nasce o sol,

O uivar fugiu mas o lobo ficou

E o coração que em mim jazia,

Ressuscitou...
 
Luar

...etéreo brilho

 
Irrompe as densas nuvens,
em goles de luz âmbar,
o luar,
irradiando o etéreo brilho,
sob a deslumbrante irís,
do teu olhar...
 
...etéreo brilho

Qual o sabor do luar?

 
Existem luares salgados que rasgam a boca no uivar do céu.
São peitos encrespados pelo sal das lágrimas
que escorrem em gritos entre as estrelas.
De braços abertos a terra recebe o fruto do medo
enquanto os olhos se fecham, um a um…
A esperança está em ti, que sente o luar doce,
e recebe o amor em segredo, como a brisa que se recolhe na face quente.
 
Qual o sabor do luar?

DESPERTANDO EMOÇÕES!

 
DESPERTANDO EMOÇÕES!
 
DESPERTANDO EMOÇÕES!

by FatinhaMussato

O orvalho que vem caindo,
Trazendo recados do céu,
Deixa as flores reluzindo,
Realçando a noite com o brilho seu.

As damas da noite, cheirosas,
Perfumam tudo a seu redor,
Trazendo uma sensação gostosa,
Enchendo o mundo de amor!

A lua, tudo observa do alto,
Pastoreando as estrelas,
Brilhando na lagoa e no salto,
Desde as horas primeiras...

São tantas emoções despertadas
Pelo orvalho da noite,
Que brilha na madrugada,
Mesmo que o frio o açoite!

Poema INÉDITO Nesta Data.
Em viagem, 23/novembro/2012 – sexta-feira – 21h38m.

Imagem: Google Imagens
 
DESPERTANDO EMOÇÕES!