Fases da lua

 
Seco as tuas lágrimas
Com os meus lábios.

Esses mesmos lábios
Que são fonte dos beijos
Onde sempre tombam
Os teus desejos
São também terra
Para a tua tristeza
Enterrar
E secar.

Sabes que os meus lábios,
Todas as fases da lua,
Podem encarnar?
 
Fases da lua

O brilho da lua

 
 
A verdade é como a lua
Brilha sem parar
Diz-me o meu sexto-sentido
Que tu cantas ao luar
Nunca me engana
Este aroma ensurdecedor
Rosas de baunilha oitavadas
Uma música vou compor
No piano vou tocar
Uma escala de louvor

Na concha
 
O brilho da lua

Desafias-me...

 
Desafias-me
Como a lua desafia
As marés

Rasas e calmas
Molham os meus pés
Que descalços e nus
São como duas almas
Que se refrescam em fés
De paixões que não pus
Entre nós…

Vivas e revoltas
Fustigam a minha pele
Que despida e nua
Nas ternuras que soltas
Nada mais é que papel
Amolecida e tão tua
Sem nós…
 
Desafias-me...

“O doce enredo da lua” – Soneto - Duo

 
    “O doce enredo da lua” – Soneto - Duo
 
\\"O doce enredo da lua\\" - Soneto - Duo

Contei para a brisa e para um doce luar,
As coisas mais sagradas de meu coração.
Bordei minha lenda com os beijos do mar
E com todos os belos sentidos da paixão.

Imagens e saudades fizeram-me chorar
Pérolas em gotas em meu delicado chão.
Sozinha, lembrei de teu profundo olhar
Envolvendo-me em paz, flor e fascinação

Desnudei-me, levada pelo doce enredo da lua
Aos versos confessei toda minha insensatez
Senti entre as rimas, desejada paz, languidez

No contorno da alma, tatuada a imagem tua
Sinto a espuma das ondas, que meus pés acaricia.
Deixei-me levar, pela mão do mar,que tem pele macia.

Quartetos: Karla Bardanza
Tercetos: Glória Salles

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    “O doce enredo da lua” – Soneto - Duo

Na Madrugada

 
Na Madrugada
 
A madrugada é pra mim
o arroubo de súbito encanto
de algum lugar
suave canto...

não sei e ninguém sabe
de onde vem pra onde vai
misteriosa, discreta
liberando rocios...

frescores aromas, seus pendores
alvorada livre e nua ao lume
argêntino da lua
geme os amores...

quando intento frui-la
p'ra inspiração, desvanece
rompe novo dia
o sopro adormece...

Maria Lucia (Centelha Luminosa)
 
Na Madrugada

Apenas Mulher

 
Apenas Mulher
 
se eu tivesse que ser flor, com certeza
não seria rosa e nem dália...
seria bromélia.
nasceria pendurada
na árvore que faz sombra
pra tua janela.

seria tua sentinela!

velaria teu sono a noite inteira,
e ao amanhecer, saudaria teu despertar
espreguiçado... teus braços estirados...

se eu fosse brisa...
seria arejos de montanhas,
que invade vales
deslizando por baixo de ramas...
despentearia teus cabelos
e abrandaria o calor
do teu corpo quente
e cansado...

se eu fosse água...
não queria ser de mar
e nem de rio,
tampouco de cascatas...
queria ser água de chuveiro,
pois assim, desceria todos os dias
no teu corpo inteiro...

se eu fosse fogo, queria ser de lareira...
aquelas chamas que aquecem
em tardes de inverno...
ficarias aconchegado e quentinho,
com vontade de degustar vinho...
e se fosse pra ser bebida,
com certeza seria este vinho
pra te aquecer mais ainda...


se eu fosse sol...
se eu fosse lua...
se eu fosse estrelas...
surgiria na cor azul
do céu de baixo da clarabóia
do teu quarto

se sol eu fosse,
não deixaria teu pensamento
escurecer. de amanhecer a
amanhecer sempre irias
me perceber.

se tivesse que ser lua,
faria festa em todas as fases
quarto crescente nos beijos,
pra quando ficar cheia,
ser prato sedutor de ceia...

quando minguante,
[interessante...],
ficaria seminua aos poucos,
até ficar nova... e nua!

eu sendo estrela,
seria cadente no teu corpo
deixando rastros de fogos
com afagos ou explosões de luz...

queria ser tudo a ti...
qualquer dia, hora... minuto qualquer
super poderosa sempre!
mas não posso...

sou apenas mulher!
 
Apenas Mulher

Vitrine

 
Vitrine
 
Sob a luz do luar
Fulguro o teu olhar
Vitrine d'alma tua
Desnudando-me na rua.

Louco por me amar
Ri-se o meu olhar
Pois sei o que pensa
Na alcova sem pedir licença!

Mary Jun
 
Vitrine

Além do Céu

 
Além do Céu
 
Além do Céu
by Betha M. Costa

Olho para além do céu estrelado,
A doer nos olhos, à lua cheia oculta,
Por flocos de algodão doce azulado,
Tímida donzela, de longe escuta.

Na baía, chacoalhar das águas,
Música a propagar os ruídos,
E a dança de barcos coloridos,
Moças ao farfalhar das anáguas...

Do alto da sacada eu tudo vejo,
E a brisa tépida da noite de verão,
Arrepia-me a nuca como um beijo,
Ou um carinho morno de tua mão.

Enfim, a lua extravagante se desnuda,
Iluminam-se as flores no canteiro,
Eu em gritos de saudade muda,
Apago os meus sonhos por inteiro.
 
Além do Céu

Devaneios

 
Sou mulher, sou sonhadora... às vezes desisto, em outras sou lutadora...
Ando com a cabeça na lua, mas também ponho os pés no chão, na rua..
Gosto do som e cheiro de chuva, do cheiro de quem eu amo...
Chego às nuvens quando feliz, mas vou ao calabouço, por um triz...
Que coisa, olha quem me diz
que tudo isso não é o bastante
pra viver e seguir?
A vida é bela, mas todos sabem que tem horas que o coração gela.
A vida é fogo, e todos sabem que todo mundo de louco tem um pouco.
O afago de um cão, o canto de um passarinho,
o farfalhar das folhas nas árvores, o caminho de um lagartinho....
O bailar das borboletas, em dias cheios de sol, um girassol...
Carinhos nos cabelos, um beijo roubado...
Tudo vale a pena quando, um dia, o sonho torna-se real...
Quando o que se espera sai do virtual...
E entra na nossa vida, entra para ser eterno, imortal.
 
Devaneios

Meu segredo

 
Meu segredo
 
 
" Não contes a mais ninguém esse segredo,
em confidências, um dia, só a ti revelado,
foi instante de arroubo, esquecido o medo,
ou talvez pela emoção de estar ao teu lado."

Convido a todos para visitarem minha página de divulgação no Facebook
e conhecerem meus 25 livros publicados pela Clube de Autores

PAGINA DE DIVULGAÇÃO DO ESCRITOR LUIZ MORAIS

PAGINA DO AUTOR - CLUBE DE AUTORES E LIVROS PUBLICADOS
 
Meu segredo

NO COLO DA LUA

 
NO COLO DA LUA
 
 
No colo da lua

Aconchegada no colo da lua
Ouvindo cantigas de ninar
Parecia que eu era filha sua
Comigo ficava a embalar

As estrelas fiquei admirando
Refletiam mil cores ao luar
Emolduravam a noite enfeitando
Um belo quadro com seu cintilar

La na rua um poeta versejava
Para encantar a sua namorada
Na janela a mocinha suspirava
Feliz o escutava apaixonada

O sereno escorregou pelo meu rosto
Na madrugada querendo me beijar
Para mim tinha o mesmo gosto
Do beijo com o qual vivo a sonhar.

Carol Carolina
 
NO COLO DA LUA

estampa e tecido

 
és o céu?

dar-te-ei o sol na ponta de um beijo

e se sorris nascerão estrelas
e afastarei nuvens
pra deitar-me lua

prata líquida de unção
derramar-me-ei
em tua pele nua

plena de luz
em ti
resvalarei seios
raios que
meneio
feito serpentinas
ou água cristalina
descendo de ribanceiras,
feita cortina
em teu peito
o véu do meu olhar
se romperá em mar
para enxaguar teus cabelos
encaracolados novelos...

és o sol?

deitar-me-ei céu
pra sentir teu roçagar
no corpo inteiro
 
estampa e tecido

Ode à lua

 
E cai pois tudo cai enquanto cai
E cai caíndo o mundo à sua volta
E volta nessa volta em que se vai
Soltando de uma queda que a não solta

E doi pois tudo doi quando se cai
E cai soltando um ai que se revolta
E vira e se revira e nunca sai
Do negro do queixume que a escolta

É livre sem ser livre, na verdade
É presa sem ser presa, que a prisão
Se estende a toda a sua liberdade

Mas usar da liberdade de expressão
Para prender-me, a lua, à sua mão
É um assunto de extrema gravidade
 
Ode à lua

Quero ser...

 
Quero ser tudo
Quero ser alguém
Quero ser nada
Quero ser ninguém!
Quero ser o Sol
Para toda a gente aquecer
Quero ser a Lua
Para os amantes proteger!
Quero ser o Mar
Para a todos banhar
Quero ser a Areia
Para os meninos comigo brincar!
Quero ser Água
Para a sede matar
Quero ser uma Flor
Para me poderem cheirar!
Quero ser uma Árvore
Para oxigénio dar
Quero ser Erva
Para os animais alimentar!
Quero ser um Pássaro
Para bem alto voar
Quero ser Actriz
Para um palco pisar!
Quero ser Poetisa
Para muito escrever
Quero ser Mágica
Para poder desaparecer!
 
Quero ser...

Mistérios entre a lua e o mar

 
Mistérios entre a lua e o mar
 
A lua faceira recostou-se no mar,
hipnotizou-se pelas ondas inconstantes
e o brilho das águas,
e assim quis logo o mar, que lhe jurou noites de amor,
Mas sem amarras, o mar era liberto e nada lhe podia prometer !

A lua entristecida resolveu então,
só admirar as intrigantes e misteriosas
águas do mar ...
Entreter-se suas madrugadas com a melodioso som das águas,

E o mar não contentado
tenta conquistar a lua romântica,
e enternecida de ilusões,
a mostrar-se numa exuberância,
chamando-a, e envolvendo com suas ondas insaciáveis...
Sem forças para resistir a lua pergunta :
Para onde mar, queres chegar ?

" Tu lua descobrirás o meu verdadeiro mundo,
e saberás meu verdadeiro amar,
e lá poderemos reinar ... "

...E assim sucede-se o eterno mistério entre a lua e o mar ...
 
Mistérios entre a lua e o mar

Coração Saltimbanco

 
Coração Saltimbanco
 
Coração Saltimbanco
by Betha Mendonça

Senhora dos pés descalços da lua,
Descri dos cantos e contos de ser,
E ao que ousou iludir-me e tomar-me sua,
Na adaga cortei-lhe a raiz de prender.

Desceu o céu, caíram velhas estrelas,
Minipapéis laminados mil cores...
Lancei-as no fogo às cinzas fazê-las,
E ao mar espalhei os restos sedutores.

O louco desejo por ar e sonho,
No viver tingido de preto e branco,
À visão de grande prazer ou ganho,
Atira-se a razão d\'alto barranco.

Na vida nada me dói tão estranho,
Quanto esse tal coração saltimbanco!

Imagem Google

Lembras Ulisses?
E nada tu podes dizer...
Bem feito!
 
Coração Saltimbanco

"Ciclo"

 
"Ciclo"
 
"Ciclo"

Tão fugaz viver às vezes...
É um ciclo diário esse vai e vem
E assim sigo...
Tão apressada nem percebo
Que muda o formato da lua...
Que mudo constantemente...
Dentro e fora.
Urgente ansiedade
Em saber exatamente
O momento de abrir o coração
Sigo sem pressa...
Quase nenhuma bagagem.
Num infinito ir e vir,
E de tantas idas e vindas
A vida parece interminável
E um morrer, faz parte do ciclo
Que parece um renascer o dia seguinte
Ocultos anseios enfatizam
Ainda que surdinos, falam
Deixar a transparência vir à tona...
Para que se renovem às emoções
E recomece o ciclo...
Reinicie a vida.

Glória Salles
 
"Ciclo"

"Incisiva"

 
"Incisiva"
 
"Incisiva"

Não sabe administrar os vácuos.
Menos ainda trabalhar as perdas.
Nesse deserto, os oásis são áridos.
A luz do olhar, não mantém acesa.
Rascunha idéias que ficam no papel
São espectros de versos concretos
Desejos paridos em prosa poética
Pelo manto prata da lua, cobertos.
E assim, absurdamente fora de tom.
Por hoje desiste de tentar entoar.
Guarda na gaveta todas as frases
Deixa só a figura de linguagem falar.
Quem sabe amanhã, o cinza vira azul.
Abre a gaveta, onde aprisiona a poesia.
Solta as palavras, deixa o amor voar.
E vai com ele, nas asas da fantasia.

Glória Salles
 
"Incisiva"

Seresteira do nosso amor

 
Seresteira do nosso amor
 
Esta noite está radiante
Não foi como ontem:
Noite, sombria fria
vestida de negro!

Quanto medo na alcova.
Sem tua companhia...
Sem o calor dos teus
beijos frementes minha alegria.

Sem o perfume do teu corpo...
senti-me como um beija-flor
sem o néctar de uma flor!
Hoje tudo é diferente cheia de calor.

Tua presença tudo, tudo é luz,
quanto esplendor o nosso amor.
Pela fresta da janela a mais bela,
meio a um firmamento estrelado.

Estrelas tantas, mas nenhuma
delas fulgura como ela a (lua).
Só o nosso amor brilha com a mesma
grandeza quão bom tê-la como seresteira.

Tão distante de mim, mas tão
perto junto a mim, alumiando
quem eu tanto amo, serenado
de tanto amor; verdadeiro céu!




Mary Jun
Março/17
Barreiros,Pe

Imagem Google
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Seresteira do nosso amor

Luto pelo afogamento das palavras não-ditas

 
Escapa-me a lucidez
nesse oceano de palavras não-ditas:
rosas indomáveis querem transbordar de mim;
o superego soberano as afoga; eu choro minha perda...
Nado em luto nos vãos estreitos
entre meus pensamentos paradoxais;
preciso respirar um instante de sanidade oxigênica.
Vislumbro o céu, refúgio das estrelas;
a lua, rainha dos amantes, brilha.
Enfim um pouco de ar...
 
Luto pelo afogamento das palavras não-ditas