Poemas, frases e mensagens sobre liberdade

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares sobre liberdade

Um Novo Capítulo II

 
Um Novo Capítulo II

Adeus, pela última vez.

Me vou, de vez eu vou embora
Em frente, sem olhar para trás
Tudo já foi bem pensado
Com um só resultado

Eu estou indo ver outras paragens
Sorver essas milhentas aragens
Que me irão fazer renascer

De nada adianta insistires
Já se gastaram todos os perdões
E caso não saibas, os encontrões
Com que fizeste tua vida a me dar

Nos olhos levo pauzinhos a abri-los
Não vás tu me tentar iludir de novo
Vou deixar a cidade e mudar de rio
Esse meu destino é escolha minha

Por uma vez, não irás mais mandar
em todas as minhas razões e ideias
que as décadas passaram tão rápido
e apenas tu comandaste essas rédeas

Vou embora com o espirito livre e
Vou dançar todo o tempo que me apetecer
Com a música aos gritos
Vou voar no trapézio alto de um jardim

E daqui a nada já chego ás estrelas
Ansiosas de me conhecer e brilhar
Já reservei o meu poiso na querida Lua
E tirando o chapéu ao Sol me despedi

Falta-me ir beijar e abraçar o meu Tejo
Que me deu tantas telas mágicas
E agradecer-lhe por todas as nuvens
Passageiras de chuva muito necessária

Adeus, estou partindo e vou em frente
Estou indo pela última vez, vou

Fuuiiiiiiii

Figueira da Foz, 2 Outubro 2016

Maria
a que se cansou de ser flor e se deixou fazer semente
num outro lugar junto a um rio que corre para o mar.
 
Um Novo Capítulo II

Falo de coisas simples

 
Falo de coisas simples
 
FALO DE COISAS SIMPLES

Minha memória é livre
Recordar depende dela não de mim
E é nesta liberdade
Que despertam recordações sem fim.
Surgem sempre trazendo saudade
Repetem-se sem aviso,
até à exaustão.
E sempre que é preciso
Surge lembrança que parecia enterrada,
na raiva dum grito, calada.
E é maior a solidão!

Um rumor já ouvido
Um odor já respirado
E nem o coração ouve o pedido
Do meu espírito cansado.

Trepa o sol pela parede
Sonho eu com a idade dourada
Assim mato minha sede
A dormir ou acordada.
Falo de coisas simples...
Das aves que sempre regressam do mar
Trago os olhos cheios de poesia
E nesta noite escura sem luar!?
Ergo a voz a um novo dia.

Falo das rãs que coaxam canções de amor
Dos pássaros soltando trinados
E se a lembrança me causa dor?!
Ficam meus sonhos desarvorados.

Vivo ao sabor da corrente
Já não me imponho à maré
Nascida dum pobre ventre
Dele mesmo trouxe fé.
Sou flor da maresia
Meu nome é rosmaninho
Cresço de noite e de dia
Meu destino é este caminho.

rosafogo
 
Falo de coisas simples

O JARDIM ONDE NASCEM OS TEUS SONHOS

 
O JARDIM ONDE NASCEM OS TEUS SONHOS

Dissolve da razão o impossível codinome da flor...
Apenas sossega as ondas no carinho de teu dedo
E afaga o botão, em segredo, na comoção d'um gesto
Manifesto à lisa seda carmesim das delgadas pétalas...

Põe dependurada toda dor em tom cinabre...
Larga-as lá, suspendidas à ponta do espinho
A suspirarem a beleza de tua carne tenra e grave,
Ao ar, feito flechas à pele a te perfurarem...

A flor misteriosa soprará tua vida, infinda, tão tua...
Essa flor robusta, brotada em tua terna acolhida
Enfim se abrirá, magnífica, garrida, desimpedida
Pelos caminhos claros e evanescentes da lua...

E a canção multisuave dum amor, desta flor, saltará ao coração
Galopando à montaria d’um alazão de estrelas de prata...
Pousará manso, em sorrisos, ao prado da tua imaginação
Só para buscar-te, só para mostrar-te, num indelével improviso
Quão fantástico é o jardim onde nascem os teus sonhos
 
O JARDIM ONDE NASCEM OS TEUS SONHOS

Quero ser feliz do meu jeito

 
Quero ser feliz
não sentir mais cicatriz
entender a falta de ar
ter o peito a palpitar
quero entender o envelhecer
não me desesperar ao entardecer
ficar à rua
amar à lua
dançar nua
ao sol nascer
deixar o vento lamber meu corpo
perceber que o mundo é vivo
e que não sou morto.

Quero ser feliz
encenar esta peça
chamada vida
e bem depressa!

(O tempo não para
ser feliz é coisa rara)

Quero viver a felicidade
perder-me em qualquer cidade
beber até cair
subir no palco
falar alto,rir
quero ser feliz
mesmo que para isso
precise ser atriz
sorrir ao invés de chorar
soltar todo o ar
jogar-me no mundo e voar.

Não acredito no último eclipse
vivo hoje o apocalipse
cavalgo neste negro cavaleiro
planto uma flor no coração do guerreiro
e sou luz!

Esta é minha felicidade
num mundo só meu
que feliz me produz!

Este texto foi inpirado no poema FELIZ DE QUALQUER JEITO, de Gê Muniz.

A isto que refiro-me quando falo de interação literária. De escrita criativa. Para mim este é o principal sentido do site, inspirar-me e poder inspirar.

Se por acaso houverem erros, caros amigos, por favor corrijam. Sou médica, não escritora.
 
Quero ser feliz do meu jeito

Legitimidades

 
Legitimidades
 
Doidos são os ventos que me arrasam a alma
Devastam o que resta da minha lucidez
Insana a voz que se arrepende de nascer
Por entre o furacão das vidas sem sentido

Fui debutante em máscara sem rosto
Esvoaçei numa dança ainda que sem par
Meus medos foram minha única companhia
Desci a um inferno desprovido de luar

Há no vácuo um limbo onde afogo as emoções
Lembranças de um espectro fluído de um nada
Na lacuna onde submergem débeis corações
Esquecidos de saudades, alegrias e ideais

Que...surja invicta a matriz da esperança!
Que...se alinhem todos os astros a contento!
Que...sopre doce a brisa da bonança!
Que...a poesia seja auspício da verdade!
Que...seja sempre livre o pensamento!

Maria Fernanda Reis Esteves
51 anos
natural: Setúbal
 
Legitimidades

Ser do Mar

 
Ser do Mar
by Betha Mendonça

viver sem hipocrisia
a partir e chegar
roubar odor da maresia
amorenar-se a luz do luar

inveja de ser do mar...

olhar distância sem igual
alimentar-se de vento e sal
leme em destino incerto
exceto, o agora desenhado.
 
Ser do Mar

MINHA BORBOLETA

 
Tu és a minha borboleta luminosa
Que iluminou o caminho do amor
E em te poisando numa linda rosa
Tuas asas se fundiram nas flores.

Tu voas em liberdade no meu jardim
E como tem tanta graça o teu voar.
Voando muito airosa vieste até mim
E nos meus lábios te vieste poisar.

Soboreei o mel que neles tu deixaste
Trazido pelas tuas asas tão formosas
E no meu coração tu te instalaste

Nele tu deixaste as belas rosas
Perfumadas de amor entre nós dois
Com a tua luz, borboleta luminosa.

A. da fonseca
 
MINHA BORBOLETA

Monólogo

 
Monólogo
 
MONÓLOGO

Hoje as palavras se atropelam
Baralhando meus sentimentos
Que fale do passado me apelam
P'ra quê acoitar os ventos?!
Meus passos são de passarinho,
hesitantes,
Razão acrescida à minha tristeza,
perco palavras, perco caminho
Somam-se os dias inquietantes
Que me enchem de incertezas.

Palavras que trago anoitecidas
Que sempre escrevo com emoção
Andam por aí perdidas, caídas
Pousadas noutro olhar, noutra mão.
Porque as soltei em liberdade
Enquanto a chuva alaga meu chão.

Do meu coração abalam e deixam saudade
Voam como pássaros, deixando-me na solidão.

Mas ainda assim não me calo que me afogo
Já a tarde começa a apagar-se
E eu aqui neste monólogo
Vendo a Vida a enredar-se.
 
Monólogo

Tranças ao vento

 
Eu tinha tranças.
Longas tranças feitas de textos,
seiscentos fios de textos
que brotavam de minha cabeça
trançados com a perfeição do destino.
Todo dia, o feiticeiro
o malvado, Angus Verbus,
gritava-me lá de dentro do cérebro:
-Joga as tranças!
E eu as jogava,
balançavam em cabalhotas pelo céu
cinza de meus hemisférios,
até caírem, barulhentamente no chão vermelho
do tálamo.
Ele subia, rindo, e balançando-se
como criança malvada.
E assim foi, por muito, muito tempo.
Até que um dia,
Alopécia, a fada, disse:
-Vá!
E eu fui. Saí dançando pela janela
(sem o peso das tranças eu flutuava...)
Nunca pensei que ser careca fosse tão maravilhoso.
Desde então meus textos ficam espalhados ao céu, flutuando em uma nuvem de papel. Girando pelos giros na substância branca, límbicos.
Minha cabeça solta fios ao infinito, soltos, eu vejo eles se enrolarem ao nada, apenas divertindo -se às correntes de vento que os levam a passear no arrebol.
 
Tranças ao vento

Não tirem-me o que não podem dar.

 
Não quero, nada, mais nada,
tenho tudo que quero,
tenho tudo que posso.
Apenas quero paz.
Quero que deixem-me
nesta minha jaula
de letras e ansiedade
a me deliciar com meus versos.
Não preciso de inspiração,
nem de sentimento,
nem de tsunamis,
de tormentos ou calmarias
nem de sinceridades
muito menos hipocrisias
Não preciso de nada e de ninguém
preciso apenas de um alfabeto.
Meu requiém é eu que faço a cada dia
não preciso que exaltem minha beleza
(se é que há)
nem que chorem minha tristeza
nem que me prometam amor
não me outorguem dor
nem que me ofertem quimeras
nem que façam versos belos
não quero mais castelos ao ar
Não tirem-me o que não podem dar
não digam-me da vinda
nem do vinho da vinha
nem do sangue do sacrifício
nem da saúde frágil da sanidade
nem da última viagem
nem do avassalador vício
nem do início, nem do meio, nem do fim,
nem do rei, nem do querubim,
nem do sargento, nem do nojento, nem do soldado,
nem do anjo, nem do principado, nem de nada.
não me expliquem a estrada
muito menos me interessa a volta
nem a revolta ou a submissão
não me falem de estrelas
ao cáustico sol do meio dia
pois sou curiosa, sempre olharei
com minha natural esperançosa cegueira
esperando as respostas cauterizarem
minhas retinas de sensatez
pela luz estrelar de um momento fictício
Só peço um favor,
não me empurrem mais ao precipício
pois depois desta última queda
quebrei minhas asas:

Não sei mais voar.

Não me tirem o que não podem me dar

PAZ!
 
Não tirem-me o que não podem dar.

Esperas...

 
Estou cansada da porta fechada.
Perdida no tempo de outras eras
Em que Primaveras eram lufada
De ar fresco, após longas esperas.

E o sol que brilhava era quente
Pintando as frutas verdes, de cor
As flores abriam e lentamente
Cobriam os campos sem qualquer pudor.

Eram os amores nascidos ali
Regados no orvalho da madrugada
Manhã plena, repleta só para ti.

Depois abriam-se caminhos em nós.
Rolava o calor por essa estrada.
Os hinos… cantavam-se a uma só voz…
 
Esperas...

Inconveniências

 
Inconveniências
 
Não quero ser arauto da discórdia
Nem postilhão de guerra inglória
Só mensageiro de bons presságios
Estafeta da alegria e da concórdia
Não quero ver a Pátria em estilhaços
Nem fazer vénias a troco de gorjeta
Não sou vassalo, nem lacaio
Nem moeda de troca no bolso dos ricaços

Já não suporto a lei do fazer de conta
Saber viver é o que custa nesta selva
E eu não consigo ser aquilo que não sou
Há todo um logro neste mundo que me afronta
A hipocrisia veste traje a rigor
Não bato a pala a quem me castra a liberdade
Pagam-me em pão um silêncio mutilado
Há muito que passei a ser inconveniente
Mas antes isso que chamado de otário



Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
 
Inconveniências

Os olhos da revolução

 
Os olhos da revolução
 
Há um parto eminente nos meus sonhos
Uma placenta a romper os meus sentidos
As águas rebentam nos meus olhos
Nascem escorreitos os filhos bem paridos
Há um choro alegre na palavra liberdade
Uma criança que não conhece crueldade
Há um Abril feito de cravos envaidecidos
Um punho orgulhoso ergue-se da mão
Uma esperança nata, chamada revolução

Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
Natural: Setúbal
 
Os olhos da revolução

Quadras - Afagos

 
Quadras - Afagos
 
QUADRAS- «AFAGOS»

Já o Sol vai nascendo
Trazendo côr à minha Vida
Fico a Deus agradecendo...
Poder olhá-lo embevecida.

Se é tão curta esta Vida
Chorosa logo ao nascer
Não me quero saber cativa
Quero ser livre até morrer.

Sou triste, me aflijo tanto
Mas ninguém suspeita sequer!
Vou chorando este meu pranto
Sofro cá dentro! Sou Mulher!

Já usei tranças um dia
E ninguém mais se lembrou
Da Mocidade me despedia
Silenciosa a dor não curou!

Minhas tranças eram escuras
Com laços côr de solidão...
Agora nas horas das ternuras?!
As lembro com comoção.

Meus sonhos eram futuro
De Amor trazia o peito cheio
Ainda agora procuro...
Mas Sonhos? São devaneio!

rosafogo
 
Quadras - Afagos

Sábios Ignorantes

 
Ignorante é aquele que pensa aquele que sente, aquele que se importa, somos todos filhos, pais e avós, somos todos, aquilo que querem que sejamos, somos nós mesmos poucas vezes;
Sábio é aquele que pisoteia, se entrega a tudo que é repugnante e sujo, são todos filhos da prostituta mais fedorenta, nascidos nos porões infectos não se importam com nada;
Ignorante segue regras, obedece, tem medo, respeita, faz o que se é necessário, não são eles mesmos quando querem, são manipulados pelos desejos dos sábios que comandam a ordem, hahahaha, bendita ordem, bendita ordem;
Os sábios se deliciam, despejam, desperdiçam, cobiçam, ignoram, esnobam, invejam, são todos poderosos, são todos dejetos de si mesmos;
Mas uma coisa os ignorantes e os sábios tem em comum, nem um deles saberia o que ser se não fossem ignorantes ou sábios;
Eu, eu prefiro ser livre, prefiro os pensamentos da liberdade, prefiro seguir o caminho onde eu possa passar sem incomodar a ninguém, prefiro a luz durante o dia e o escuro quando esta noite, prefiro pensar que o certo é pedir desculpas, é fechar a porta, apagar a luz, cumprimentar se despedir, agradecer, chorar, ajudar, dividir, amar, ter filhos, educa-los, proteger, carregar no colo;
Devo ser um alienígena, pois, não me encaixo entre os ignorantes e os sábios, devo ser o diferente, mas nasci assim, de uma mãe que me pariu e me disse tudo isso bem baixinho em meu ouvido, com suas últimas palavras: “entendeu tudo meu filhinho querido”...
... Sim, mamãe Liberdade.
 
Sábios Ignorantes

Hoje deu-me para assobiar

 
Não é uma questão de compostura
Há valores que me incutem com defeito
Mulher que assobia é olhada com despeito
Pior um pouco se a dita já for madura...

Há um sibilar, um silvo agudo, um desvario
uma porta que se abre à liberdade
Coisas de impulso, um capricho ou veleidade
é só um som, nada mais que um assobio

Eu também canto quando o sol me acaricia
ensaio um trinado, um hino à alegria
Largo o soneto, já não quero terminá-lo

Que culpa tenho eu, se hoje me deu para assobiá-lo?

Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
 
Hoje deu-me para assobiar

QUADRAS (CRISTALINAS)

 
QUADRAS (CRISTALINAS)
 
QUADRAS (CRISTALINAS)

Fosse eu Poeta a valer
...Outro galo cantaria
...A todos faria ver!
Não se brinca com Poesia.

Meu forte não é escrever
Mas castigo não mereço
É chama para me aquecer
Sem Poesia eu desfaleço.

Se me quereis dar sentença
Dai em torrentes de Poesia
E a minha sorte será imensa
Deixar-me-ei presa na magia.

Meus versos são de ouro fino
... Com cheiro a naftalina
São fios do meu destino
Me acompanham desde menina.

...Já um pouco desbotados?!
Mas com o brilho de outrora
De fino ouro estão bordados
Envoltos na saudade toda hora.

Não os renego seguem radiantes
Canto-os à aurora e à liberdade
Versos, que ergo triunfantes
Por entre sonhos feitos saudade.

São meu livro e minha verdade
Às vezes tristes como a voz do sino
Falam de risos, lágrimas e saudade
São gotas de água sem destino.

rosafogo
 
QUADRAS (CRISTALINAS)

Solto-me das amarras

 
Não me digam que o céu é azul
Se posso sonhá-lo da cor que eu quiser!
Não me falem do cheiro das rosas
Se lhes posso dar o aroma do meu perfume!
Não me tentem calar
Porque posso gritar histericamente o teu nome!
Não me prendam os pulsos
Porque mais tarde ou mais cedo
Solto-me das amarras e mostro-me...
Sou frágil como um copo de cristal
Mas forte como o mar enraivecido.
Não me acusem do que não faço
E não erguerei os punhos.
Não me obriguem a nada!
Deixem-me ser assim...
Solta, livre,
Apaixonada pela vida e de riso fácil!
Não me peçam para dormir
Se tenho tanto para escrever
E ainda não sei as letras todas do meu nome!
 
Solto-me das amarras

Mágoas

 
MÁGOAS

Nas asas do vento bordei
Mensagens de Liberdade
No Sonho quando acordei
Já só havia saudade.

Saudade vai e regressa
Tão breve como o pensamento
Que o nosso dia atravessa
Sem ter nosso consentimento

Calou o vento, perdeu a voz
Partiu e levou a saudade
Se a Vida está contra nós
P'ra quê haver liberdade?!

Porque não me levas ò vento?
Que de saudade estou morrendo!
Encarcerada já sem alento
À mágoa já estou cedendo.

Quero correr em campo verde
Daquele de tom de esperança
A esperança que ninguém perde
Quando livre, pássaro ou criança.
 
Mágoas

Por linhas tortas

 
Trago um punhado de sal
Para afastar o mau olhado
O cabelo desgrenhado
Um aspecto desleixado
Cheiro a colónia banal

Mas, nada disso me importa
No fundo faço batota
Sou gente que ninguém nota
Passo assim despercebida
A alma está bem escondida
Protejo-a dos males do mundo
Levo a vida como quero
Escrevo-a por linhas tortas

Maria Fernanda eis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
 
Por linhas tortas