Teus beijos, que o sabor nunca provei, Teu corpo, que jamais acariciei, Hoje povoam minha fantasia. Tudo que não tenho... o que mais queria! Utópico prazer, fora da lei.
Falar-te do meu amor... nunca ousei. Tão belos sonhos que não realizei... Tanto te quis dizer quanto queria
Teus lábios nos meus... minha fantasia!
São minha alucinação de hoje em dia As tuas mãos em mim - doce agonia! – A arrepiar meus pelos, mas bem sei Que essa emoção jamais sentirei! Cismo-me em teus braços ... e à revelia,
Se me quer, converta o caminho e volte. E dos meus lábios maduros, colha o fruto. Pois descobri, será sempre você meu Norte. E dessa necessidade estranha, não me furto.
Vem, sussurra os versos da tua poesia. Derreta o gelo dessa longa madrugada. Soletrando meus sonhos, a pele acaricia. Mergulha tua latência na alma represada.
Então entrarei em tuas frestas, teus vãos. Te acolhendo feliz,lânguido em meu regaço. E deitaremos às margens do nosso cansaço.
E quando outra vez na desmedida amplidão. Se for e me deixar no silêncio abissal, no breu. Leve meu coração, que será para sempre teu.
Da tristeza das folhas mortas Sopradas pelos lábios do vento Surgem as vestes pigmentadas Entre os verdes e vermelhos. Calor nas mãos Paixão no olhar Puro olhar de anjo Entre os pincéis Filetes de amor emoldurado Derradeiro sonho Papoulas, calêndulas Lírios e delírios das tintas No calor da cera Eterna primavera sobre a pele.
Empilhados sobre o céu em sorrisos, brilham pomares de loucuras renovadas.
São eles que me alimentam os dedos plenos de volúpias e que se acercam dos teus lábios, paraíso onde as folhas me desnudam o azul do eclipse solar.
Embriago-me no mel do poema que tens na voz e enrosco-me paulatinamente ao tronco das tuas raízes, como serpente, coroando-te o peito de beijos impunes, incólumes, de desejo…
Langorosamente roço os dedos na maçã e as veias segredam-me o quão maduro está o teu perfume…
E as folhas lavadas pela lavanda intrínseca ao mundo sabem o nosso segredo… suspiro suave, que nos impele rumo ao pecado do amor.
Vertem luar os teus olhos enquanto me ama um laço os teus braços a me enrodilhar a cintura obstinado domínio que me atrai ao teu corpo ai...ai...que doce loucura!...
as mãos poeta deslizam absoluta em minhas curvas úmidas e os teus lábios lavram-me na pele em chamas um verso libertário tatuagem lúbrica...
simbiose fálica anuncia o gozo que se avizinha as salivas trocadas poção de Eros é mel nessa tua boca que desfolha a minha...
Quando de pés nus caminha intocável Palmeando o percurso evasivo das veias Entornando o que vicia veneno dolente Agonia que alimenta a insana ternura
Na ânsia branda com gosto de urgência Divisando brumas por entre os atalhos No doce das palavras projeta horizontes Mitigando a sede na candura dos lábios
Pelas urbanas noites desliza o sonho Espalhados cacos em forjados planos No silencio da curva tenra dos seios Onde emergem vivos todos os silêncios
" É meio fora de modo usar expressões como “ doce veneno”, “escorpião não dorme sob pedras roladas” ou “ canta a musa quando tudo lambuza”, principalmente quando a felicidade existe, apesar dos meus lábios serem silenciosos. "