Jardim Secreto
Jardim Secreto
by Betha Mendonça
Fico sentada aqui na varanda
Olhos de ver a grama crescer
Parada diante da vida que anda
Lágrimas regam o entardecer
A noite chega nublada e branda
Ventos e chuvas de bem-querer
À terra que mui molhada manda
Ao Jardim Secreto florescer
As folhas e galhos em demanda
Pedem às flores tudo esquecer
E unidas se abracem em guirlanda
Para perfumar o anoitecer
*Imagem Google
Caminhar na alma
Saiu sozinha. Meteu-se no seu carro.
Acelerou, como sempre fazia naqueles dias em que queria que o mundo a deixasse em paz.
Gostava de carros potentes que a levassem rápido ao “seu cantinho da solidão”. Desceu a serra alimentando o prazer de fazer e desfazer as curvas.
Depressa, chegou ao mar.
Estava revolto e espumava a sua ira em gigantescas ondas brancas.
Nem sequer havia sol. Estava tudo deserto, como ela queria.
Sentou-se numas rochas e sentiu-se dona de si.
Caminhou no fundo da alma e encontrou as suas flores preferidas.
Estavam murchas de tristeza. Regou-as com lágrimas.
Sorriram-lhe e arrebitaram. Tinham saudades da sua atenção. Sorriu também.
Em paz consigo própria (mas não com o mundo), ali ficou olhando o mar…
Nascem flores nas minhas mãos
Toco a tua pele macia.
Sinto que nascem flores
Nas minhas mãos.
São pétalas perfumadas
Com odores
Do teu corpo
Após ser inundado
Pelas ondas tresloucadas
Da minha paixão
Vadiando em ti,
Sem rumo
E sem razão.
Poema do meu 2º livro: "azul que não se sabe se é de céu ou de mar"
AMOR FEITO DE RENDA
Apenas um segundo,só, são séculos não vividos contigo.
São sombras numa vida de sorrisos em que vivemos.
Pois sabes que o meu coração é tanto, tanto teu amigo
E quando não estamos juntos no vazio nos perdemos.
Temo que algumas nuvens negras te possam esconder.
Sombras essas que esconderiam a esperança e o amor.
Quando estás ao meu lado sabes o nosso amor enaltecer
És a minha vida, a minha alma és o Sol que nos dá calor.
Folgando o corpo cansado da nossa insanabilidade
Demonstrei por momentos as minhas belas fraquezas
Fraquezas que o amor tem mas que deixam saudade.
As mais lindas orquídeas acompanham o meu amor.
Eu as ofereço com o meu amor todo feito de renda.
Pois eu quero que o meu amor em ti seja minha dor.
A. da fonseca
Entre Papoilas
Abro a porta,
Percorro os campos descalça,
Abro os braços…
Como é bom sentir-me em ti e correr,
Libertar-me de mim e perder pensamentos, esquecer,
O que fui, o que vivi e o que poderei conhecer,
Percorrer estes suaves campos que me sorriem,
E que não me deixam morrer!
Ah! Como gosto de sentir a brisa,
Que me envolve e me balança,
Que faz das papoilas suas bailarinas na sua dança,
Já coradas com as vestes que esvoaçam na esperança,
De se soltarem perante Gaia em mudança.
Ah! Tristeza libertina que fugiste!
Que outrora em mim esculpiste,
A estátua em meu campo que gritava pela glória!
Em tempos tiveste a tua vitória,
Mas agora eu corro e perco-te em minha memória!
Ah! O Sol que queima minhas faces,
Na expectativa de um doce beijo,
Que o contempla nos meus sonhos, nos enlaces,
Que faz reluzir a minha pele, num corpo que se desnuda,
Gritando pela Felicidade, pelo Amor e por essa Ajuda!
Como é bom soletrar o Amor,
Que me despiu por entre belas papoilas,
Balançar por entre brisas e cor,
Rejuvenescer em mim o caule e a flor,
Adormecer vigiada pelo Sonhador.
Fecho os olhos…
O Sol ainda queima,
Despede-se com um Beijo.
Marlene
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Um poema que contempla a natureza, os campos, as flores... E as papoilas, que adoro! E nesta altura do ano, enfeitam os campos para os meus olhos!
Abraços e Felicidades.
Despierta
Cuando te despierte
Te besaré los ojos
Y te diré:buenos dias mi amor!
El dia está a nuestro gusto
Levantate! y saliremos por el campo
Con las manos juntas corriremos entre los arbolitos y las flores
El sol nos abrazará y nos besará
Depierta mi amor!
? Porque no despierta?
Nereida
https://novanereide.blogspot.com
sombras
murcham as flores que coloquei
num verso onde não havia água,
morreram os amores que amei
no coração, a sofrer de mágoa.
chegou a minha vez
agora murcho eu
murcha a minha tez.
por tanto tempo correu
a vida que Deus me deu,
que resta,
este poema sem valor
e aperta-se no peito a dor.
na memória momentos partilhados
recolho todos os instantes
gestos e ternuras não esquecidas
e tuas mãos acompanhantes
fazendo de meu corpo avenidas
intensas madrugadas,
estremece a claridade
quando nos vê abraçados
amanhece, e aos ouvidos a música
de sonhos sonhados
perdura nos meus olhos a sombra
que os ameaça
desvanece o coração e o tempo passa.
natalia nuno
rosafogo
Caminhos
Caminhos
Os dias passados não voltam jamais
Os dias futuros ainda estão ausentes
Melhor é viver os dias agora presentes
Em todas manhãs ou horas vesperais
Tudo um dia passa e tudo há de passar
E nesse caminho vai toda a humanidade
Não adianta pensar n'outra possibilidade
Que por certo nunca se vai encontrar
Quem já se foi não sente mais dores
Não sente o perfume e nem vê flores
Melhor e o visitar durante essa vida
Pois todos irão nos mesmos caminhos
Que possui flores e também espinhos
Até que chegue o final dessa corrida.
jmd/Maringá, 26.02.20
Coisas da Primavera
Coisas da Primavera
by Betha M. Costa
Canta feliz colibri,
Já não estou tão só,
Grita o bem-te-vi,
Responde o curió!
No tapete de grama,
Desfila o girassol,
Na parede em trama,
A papoula toma sol.
O brinco-de-princesa,
Baila alegre ao vento,
Com rosa vermelha acesa,
E o cravo fica ciumento...
De tão florido o jardim,
Sobe na grade a hera,
Lança perfume o jasmim,
Para saudar a primavera.
Canta feliz colibri,
Já não estou tão só,
Grita o bem-te-vi,
Responde o curió!...
Um Adeus
Cheguei, toda eu era ternura!
Mas logo vi com amargura
E as açucenas me vieram dizer;
Porquê as rosas deixáste morrer?
Também as margaridas cheias de penas
E os goivos murchos, de coração partido
Me falaram, tal qual as açucenas.
Morreram as petúnias, por te teres ído!?
Me aprontei a matar-lhes a sede.
Mas era tarde, foram morrendo de calor
E agora só há tristeza nos meus olhos. Vê-de!?
Na verdade nesta despedida houve dor.
A jacarandá está verde! Mas nega-se a dar flor!
E os orvalhos também disseram adeus, sem rancor.
Só as hortências esperaram por mim, resistiram ao calor.
Mais a um cantinho ainda encontrei as capuchinhas
E bem ao lado, as zínias suas vizinhas.
Prepara-se agora o cacto para sua flor abrir
Bem à noitinha quando chegar o luar
Só prara ver o meu olhar sorrir.
Sabendo que eu vinha, que estava para chegar.
Também a buganvília estava aborrecida!
Por não saber o que fazer à Vida.
E a palmeira? Essa estava bem altaneira!
Olhando lá de cima a vizihança
Nem bulia...sem vento, pois era dia de bonança.
Espalhavam música as cigarras cantadeiras
Bem escondidas nas dálias, ou nas folhas das trepadeiras.
E no céu nuvens escuras de lágrimas contidas
Hoje choram comigo, com saudade
das minhas rosas perdidas.
rosafogo
Ausente alguns dias, confrontei-me com muitas flores já mortas e outras já a despedirem-se.