Metade!
Eu sou assim, mesclada,
cheia de amor e temor.
Mas tenho imperfeições...
Busco me aperfeiçoar!
Sou sujeita às paixões,
mas estou sempre a me policiar.
Não perco o meu jeito de amar
muito menos o de ser e sonhar
Sempre tentando melhorar,
mas há quem só me enxergue
com os olhos da carne, pela metade!
Mary Jun
Abril/18
Desfolhada
Na desfolhada da vida,
Parto-me em duas e fico dividida,
Altero-me, modifico-me e fico no meu meio,
Sem um trautear, sem andar em rodeio.
Na desfolhada da vida,
Fui amada e maltratada, mas também fui querida,
Abandonei uma das minhas almas,
Caminhei para margens mais calmas.
Na desfolhada da vida,
Olhei para mim de frente, espelhei-me torcida,
Uma face aparecida era demente,
A outra tinha um entendimento permanente.
Na desfolhada da vida,
Fui esventrada e enfraquecida,
Morta pela consciência,
Separei a minha essência.
Na desfolhada da vida,
Tu que lês foste homicida,
Não de mim mas de outra causa perdida,
Pois preferiste a saída fácil, arrependida.
Marlene ( Ghost)
Read more: http://ghostofpoetry.blogspot.com/
Eu...
Sou estranha, dizem
Um enigma
Difícil de entender
Porque choro?
Porque rio?
Não sei...digam lá!
Quero atenção, igualdade!
Amigos de verdade
Sem falsidade, sem mentira
A verdade ...
Que não doa
Esquisita, eu?
Serei!
Sedução,
Paixão inacabada,Intensa,
Devoradora de sensações
Calmas, inspiradoras
Reguladoras dos sentidos
Dizem!Dizem!
Que interessa
Sou o que sou,
Mãe, Mulher, trabalhadora...
Amante da vida!
Caminhando, sentindo
A brisa, a tempestade e por fim
A bonança,
Tenho esperança
Neles,na vida que lhes irá sorrir!
este é o dia
haverá um dia
em que te darei a mão
e levar-te-ei comigo
ao outro lado do infinito
haverá um dia
em que te irei dizer
sussurrando baixinho ao ouvido
o lado de lá do verbo divino
haverá um dia
em que eu te darei o beijo
que guardo nos lábios (mais não pode ficar)
onde está um outro lado do sentido de amar
haverá um dia
em que eu queria ser o outro lado de mim
este é o dia
O eterno de nós
Neste tempo, neste mundo
somos o que somos,
um pouco de nós
Na pertença do cosmos
somos o verdadeiro nós
esse que perseguimos
no eterno de nós
Neste instante, aqui…
existe um pouco de nós
na ambivalência das coisas
onde o equilíbrio
desequilibrado
equilibrante,
reina, no reino da vida
Aqui…
neste preciso momento
tu és o que és
eu sou o que sou
e o nós… quase não existe
Mas lá….
o tu não existe
o eu não existe
e o nós prevalece
na união de todas as vidas
Escrito a 29/09/09
Conversa com a alma aflita
Porque me gasto em redemoinho casto
de decência forçada, amargo pasto,
onde me posto, me mostro, nua postada,
meia mulher negra, vestida, negada.
Meu pequeno cubículo de segredo
meu sereno currículo sem medo
serias tu meu veneno, meu fim, ledo,
serias tu meu ameno sopro de degredo.
Que te definas, pois minh'alma definha
que te termines, pois minh'alma caminha
e não espera, tem pressa, aflita berra.
Anda, vai em frente, chega ser dormente!!!
Te levanta, te olha, te enxerga,
Vês de uma vez a luz que tua alma enverga.
eu sempre volto numa qualquer biografia
preso a esta vida
ando por ai ambulante
com mortes súbitas nos solstícios
socorrido com choques
para me reanimarem nos equinócios
e assim vivo entre estações
imigro para universos vazios
numa viagem cheia de sentidos
e descanso em oásis perdidos
onde sou quem sou e não sou
alma e corpo e body and soul
e entre as noites e os dias
acumulo e consumo energias
em frenéticas viagens
onde sou predador ou presa fácil
sonho a fantasia disfarçada
num qualquer silêncio solitário
e grito a realidade vivida
por entre a multidão insulada
este ciclo de vida
faz-me regressar sempre um dia
mesmo depois da minha morte
na luz do sol ou na noite fria
entre um equinócio ou solstício
eu sempre volto numa qualquer biografia
TENHO SAUDADE DE MIM
TENHO SAUDADE DE MIM
Tenho saudade de mim. De quando não precisava ser assim ou assado. Eu não possuía qualquer tipo de definição ou prumo. Somente provava do sabor do eterno sem preocupar-me em obter impressões ou enriquecer-me de experiências. Agia sem sequer imaginar o que era a vida e que ela tivesse esse nome esquisito de “vida”. Vagava por aí como um anjinho imortal, um desencarnado trajando carne. Viver era prosaico: acordar, ser caprichosamente eu mesmo e por último dormir um sono pesado, inviolável como a morte. Cada dia era um ciclo completo constituído de um nascimento, uma vida e uma morte, perfeitos em si, porque totalmente ausentes de significado. Ah, se a felicidade existe, ela está assentada na falta de significado das coisas... Quando as coisas são o que são sem necessidade de explicação estamos no Éden. A partir do momento que ansiamos entender algo, mordemos a famosa maçã da árvore do bem e do mal. Somos automaticamente expulsos do paraíso tendo que levar no lombo dicionários, enciclopédias e o resto da biblioteca. Nem precisa de qualquer Jeová para consignar a extrusão. Daí para o inferno é só um pulo: finalmente chegamos nele quando algo que considerávamos que compreendíamos perde seu significado (que nem lhe deveria ser atribuído inicialmente, diga-se de passagem) e ingressa no terreno da incerteza. O certo é que tudo ia muito bem até que eu começasse a brincar com os assuntos dos adultos, fingindo ser um deles. Brinquei bem demais, treinei bastante, anos a fio, desejei ardentemente ser homem e deu no que deu. Resultado é que aqui discorro verborragicamente sobre a vida sem saber mais o que ela não é; aonde ela não irá me levar; até quando. Os psicólogos dizem que pensar nisso causa depressão... Muitas pessoas dizem que sou doentio por ficar pensando muito nisso. Então sou, pronto. Mas o outro “eu” do qual tenho saudade, choraminga sua solidão aqui por dentro. Nas entranhas, eu o sinto. Porém tão extraviado está nessa mata densa, fechada: a floresta negra de minha experiência. Não se nasce de novo sem jogar a totalidade do que se foi adquirido fora, sem piedade, sem remorsos. É... Talvez exista mesmo a reencarnação. E para nascer de novo numa mesma vida é preciso “desvestir-se” com o máximo de coragem. Ah, mas como isso dói. Porque o desvestir-se é jogar fora uma pele (e eu não sou cobra). É assim, deste jeitinho que a vida passa e ninguém por si muda. Mas a mudança "acontece" por sua conta e risco e apesar de nós, incrível; aliás, sempre acontece.
Estou Errado, Estou Confuso
Olho para muito longe
E vejo reflexos de mim.
Iguais a muitos por onde passo,
Iguais a muitos por onde nunca estive.
Sinto tudo,
Mesmo o que está longe.
sentimentos,
Que vivem em mim,
Que partiram de mim.
Estou errado,
Estou confuso,
Não sei se vivo em mim,
Se vivo fora de mim.
Já não vejo azul
No que azul via.
Já não consigo ouvir,
O que outrora ouvia.
Já não sei quem sou,
Nem tão pouco o que um dia fui.
Estou errado,
Estou confuso,
Não sei se vivo em mim,
Se vivo fora de mim.
Penso em Ti
Penso em ti
e parece
que tudo aquilo que é
e não é
acontece,
existe
e permanece.
Simples
e selvagem.
Tal e qual a natureza,
plena de sensação.
Cuja mensagem,
perfumada em pureza,
é uma visão
de tanta beleza,
que o meu ser
agradece
esta tua dádiva
que a minha vida
enriquece,
e o Meu Teu
enaltece.
in 30 Mensagens de Amor e Uma Recordação