Te busquei no infinito.
Te procurei por todos os cômodos da casa.
Te busquei no infinito do meu pensamento,
Não te encontrei, busquei, busquei
Segui meu destino traçados em linhas tortas
Na escuridão das sombras nada restou
Vejo ao longe sombras do passado que
deixei pelo vento ser levadas.
Hoje sei que meus pensamentos jamais te encontrarão,
deixei te perder, deixei seu amor
Deixei-me sozinha
Desisti de ti, desisti de nos.
Ao longo na estrada do amor.
"Retroceder, jamais..."
"Retroceder, jamais..."
Buscava uma estrada...
E sem questionar onde ela me levaria
Rompi a imensidão de asfalto
Atrás do paraiso...
Com expectativas de um desbravador,
Lancei-me nela...
Segura, nas minhas incertezas,
a noite me encontrou sem medo...
Olhar fixo no horizonte...
É lá que está meu destino.
Se as luzes me turvam a visão...
E os faróis me cegam...
A lua segue comigo
Empresta seu brilho
Ilumina o caminho
Me é companheira...
A beleza sutil da densa neblina,
no alto da serra...
É premio que compensa os percalços,
Dessa estrada que desconheço.
Vou...
Olhando em frente...
Seguindo placas que mostram
A direção, o rumo...
Consciente porém,
Que num mundo que surpreende,
A proxima curva pode ser fatal...
E destruir os sonhos que levo na mala.
Mas arrisco...
E sigo.
Retroceder, jamais...
Buscava uma estrada
Agora me deixo ser uma...
Gasta, pelo tempo que me limita...
No porta malas,
meu mundo guardado...
Glória Salles
CORAGEM
Coragem não é a ausência do medo,
Mas capacidade tenaz de enfrentá-lo.
É força incomum dormindo em segredo,
É surda vontade no afã de vencê-lo.
Um passo adiante na lúgubre estrada,
Ferida dolente onde se mete o dedo.
É pura astúcia febril e mais nada,
Um raio de sol nesse engano ledo.
Avante, envolvido em verdadeira gana,
Ao verem pulsante, diriam-lhe insana
Os que não vestiram imponente roupagem.
Há quem não conheça, do filme, o enredo,
Há quem não descanse à sombra do arvoredo,
Há quem não enxergue em si mesmo a coragem.
Frederico Salvo
OLFATO
Meu coração me manda ir por um rumo incerto.
Manda-me prosseguir por uma escura estrada.
Vou e me guio apenas pelo olfato.
Manda-me pisar no barro da incerteza
E eu caminho na segurança do empirismo.
Tortura-se quando sigo para o certo.
Aperta-se no peito, doído, ferimento aberto.
Meu coração, esse louco,
Insiste para que eu caminhe no escuro.
Abro as narinas atento...
...Sigo.
Frederico Salvo.
O fim do tempo
O fim do tempo
Sinto-me como alguém a beira da estrada
A espera de algo que jamais vai chegar
E pensa que já está a procura do nada
Ou talvez na utopia do seu tempo parar
Passam crianças em caravanas brincando
Ninguém sequer olha para a sua tristeza
Lembra-se quando pertenceu a esse bando
E agora em sua vida só resta a incerteza
Assim é a ilusão deste mundo tão louco
Tanto faz se ter muito ou se ter tão pouco
Que o tempo nos leva ao mesmo caminho
No final desta vida a gente para de lutar
Aí que se nota que os bens que amontoar
Não vão poder mudar o nosso destino.
jmd/Maringá, 11.09.14
Minha estrada
Há tantas palavras que calo
Tantas e tão importantes
Como por exemplo, dizer que te amo
Calo, pois creio que se você as ouvir,
pensará que é simples carência o que falo
Ledo engano!
Alguns falam com palavras bordadas
E as admiro, muitas são belas
Eu, sigo apenas o coração e seus fados
Aceito o destino, sigo minha estrada
Mesmo calado, nunca me esqueço de ti
Nunca me perco nela.
Solidão
Solidão
Nesse quarto de saudades
Essa solidão me apavora
Não tenho mais felicidades
Como no tempo d'outrora
Tristes sentimentos meus
Nesta noite de amargura
Eu recordo o seu adeus
Que ainda hoje me tortura
Desde o dia que foi embora
E pôs os seus pés para fora
Aqui nunca mais voltou
Nesse dia foi minha vida
Por uma estrada dolorida
O que foi bom tudo acabou
jmd/Maringá, 09.04.19
Poeta de estrada...
Em tudo o que digo, intento
Desmembro, atiro areia para os olhos
Em altos gemidos
Outras, arrepio caminho
Foi Deus que me deu o condão
De escrever
Cabe a ti a interpretação
Ao ler
Coitados dos burros
Se fossem só ``burros``
Felizes dos espertos
Se não fossem incertos
Bem-aventurados os loucos
Dormem tranquilos
Malfadados os coitadinhos
Tem falta de coragem
Como vês escrevo
Com uma leviandade muito minha
Com vaidade e arrogância
Com carinho e muita dor
De merda, até de flor
Escrevo de olhos fechados
O que desconheces é que falo de ti
Ao escrever de mim
Que falo do medo
Que eu não tenho
Falo de pobres e dos ricos
Aos pobres levo esperança
Aos pindéricos dou a facada
Ou não fosse eu poeta de estrada
Aquela, que corta este país
Onde homens e mulheres
Escrevem o que te desdiz.
E no amanhã, outro que não tu interpreta
Enquanto tu passaste… tão SÓ…
Poesia de Antónia Ruivo
http://porentrefiosdeneve.blogspot.pt/
http://www.calameo.com/read/003383504c2b1a97d22a5
Dos andarilhos
Em meio ao desespero, continuamos...
Na estrada dos andarilhos em júbilo
Pelos corredores obscuros e vazios do caminho
Atravessando faixas de luz e ósculos
Que teimam em ressurgir por encostas.
E os latentes ventos do Sul
Ganharam força demasiada
Ao longínquo avistam-se os seus afluentes
Corriqueiros andarilhos em júbilo
Que percorrem trilhas em aberto
De sutilezas humildes da gratidão
Perfazem o perfil das multidões.
E em meio ao desespero, continuamos.
E continuaremos...
Ao som da orquestra dos mecanismos.
E ainda assim continuaremos
Na estrada dos andarilhos em júbilo.
26/07/07
Rio Branco.
É VERÃO, VAMOS DEVAGAR PARA CHEGAR DEPRESSA
Ora aí está o verão!
Bate bate o coração
A pensar no areal.
Amigo, não tenha pressa
Desejo que não se esqueça
Que o esperam em Portugal.
Fazer férias, é fazer festa
Descansar, fazer a sesta
Á sombra de um bom chaparro.
Á sua familia tenha amor
Protegendo-a do calor
Também protege o seu carro.
E quando chega a noite
Descanse, não se afoite
A guiar sem reposo.
Chegar à terra fresquinho
Com o carro inteirinho
É isso que nos dá goso.
E toda a familia festeja!
Chegaram!... bendito seja,
Vamos lá matar saúdades.
Juntos, bebam um verdinho
Mas jámais pelo caminho
Evite a fatalidade.
Vamos, vamos, vamos,
Vamos lá guiar
Vamos lá levar
A familia em segurança.
Vamos, vamos, vamos
Pela estrada fora
A 80 à hora
Cheinhos de esperança.
A. da fonseca