Escrever e escrever
Escrevo porque aprendi escrever,
Escrevo cartas,poemas,recados e até lista de compras.
Escrevo porque é gostoso escrever.
Escrevo porque tenho palavras a expressar.
Escrever pra mim é como um orgasmo,
Eu chego ao auge,
Eu chego onde quero,
Escrevo o que quero e o que sinto.
Escrevo não só palavras!
Escrevo magia.
Mania de escrever!
Escrevo porque sou escrava da escrita.
Vício em escrever.
Escrever tudo,
Escrever sentimentos,
Escrever dor,ódio,alegria e satisfação
Escrever não só palavras!
Escrever palavras que levam você a pensar coisas.
Vício em ver você agir com tais palavras.
Palavras em posso levar alegria e tristeza.
É como um feitiço,
Uma palavra escrita enfeitiçada,
E você meu caro!Hipnotizado imaginando
O que levou ela escrever palavras tão irônicas?
Sei lá donde saiu tudo isso!
Simplesmente escrevi o que senti nesse momento.
Só me falta agora você me escrever:
Que copiei de algum lugar e
Que sou um poeta fingidor!
Escrever e fingir ao mesmo tempo é muito difícil
Manipular o que já está escrito é mais difícil ainda
Não tenho hábito de ler poemas de escritores já conhecidos
Prefiro ler os que escrevem com sentimento,
Não sentimento fabricado,
Manipulados com entorpecentes
Para poder escrever algo interessante,
Para ganhar leitores e cliente viciados
em poemas fabricados
Porque escrever é magia!
A mágica mania de escrever me traz paz.
E Nem sei se o que escrevi é um poema!
Talvez eu esteja tentando te hipnotizar
Com palavras irônicas e engraçadas sem sentido.
Escrevi também pra ler as criticas e talvez algum elogio.
Que ironia a minha!Esperando receber elogios escritos
Mal comecei a escrever e já estou me achando escritora ou poetiza.
Mais talvez eu tenha o dom em escrever
Não custa eu tentar escrever mais um pouco,risos
Pra te fazer rir pra não chorar.
Há mas eu senti o que escrevi, viu!
ESCREVI COM SENTIMENTO!!
Se você não sentiu então não sabe escrever .
Há vê se não esquece de me escrever um recado!
Nem que seja pra escrever dizendo: que tudo que escrevi
Não passa de palavras mal escritas ou expressadas.
Que tudo isso não tem nada a ver.
Deixo até você me dar umas dicas,
Pra mim escrever sobre o AMOR,PAIXÃO,SEXO,etc
Mas vou logo dizendo: não vai funcionar hein!
Porque pra mim escrever já é amor,já é paixão,já é sexo.
Eu escrevo porque aprendi escrever.
E escrevo com a mão esquerda
Sou canhota.
Muito prazer meu nome é Valquiria.
Vjarski
esse texto é resposta para fogomaduro
que me deixou um recadinho simbólico no poema que escrevi (eu não sou você)em meu primeiro dia de Luso.
Sinceridade/fingimento
Intelectualização do sentir = fingimento poético, a única forma de criação artística (autopsicografia, isto)
Despersonalização do poeta fingidor que fala e que se identifica com a própria criação poética
Uso da ironia para pôr tudo em causa, inclusive a própria sinceridade
Crítica de sinceridade ou teoria do fingimento está bem patente na união de contrários
Mentira: linguagem ideal da alma, pois usamos as palavras para traduzir emoções e pensamentos (incomunicável)
Consciência/inconsciência
Aumento da autoconsciência humana
Tédio, náusea, desencontro com os outros (tudo o que faço ou medito)
Tentativa de resposta a várias inquietações que perturbam o poeta
Sentir/pensar
Concilia o pensar e o sentir
Obsessão da análise, extrema lucidez, a dor de pensar (ceifeira)
Solidão interior, angústia existencial, melancolia
Inquietação perante o enigma indecifrável do mundo
Nega o que as suas percepções lhe transmitem - recusa o mundo sensível, privilegiando o mundo inteligível
Fragmentação do eu, perda de identidade – sou muitos e não sou ninguém à interseccionismo entre o material e o sonho; a realidade e a idealidade; realidades psíquicas e físicas; interiores e exteriores; sonhos e paisagens reais; espiritual e material; tempos e espaços; horizontalidade e verticalidade.
O tempo e a degradação: o regresso à infância
Desencanto e angústia acompanham o sentido da brevidade da vida e da passagem dos dias
Busca múltiplas emoções e abraça sonhos impossíveis, mas acaba “sem alegria nem aspirações”, inquieto, só e ansioso.
O passado pesa “como a realidade de nada” e o futuro “como a possibilidade de tudo”. O tempo é para ele um factor de desagregação na medida em que tudo é breve e efémero.
Procura superar a angústia existencial através da evocação da infância e de saudade desse tempo feliz - nostalgia do bem perdido, do mundo fantástico da infância.
Poemas:
- “Meu coração é um pórtico partido” - fragmentação do “eu”
- “Hora Absurda” - fragmentação do “eu”
- interseccionismo
- “Chuva Oblíqua” - fragmentação do “eu”: o sujeito poético revela-se duplo, na busca de sensações que lhe permitem antever a felicidade ansiada, mas inacessível.
- interseccionismo impressionista: recria vivências que se interseccionam com outras que, por sua vez, dão origem a novas combinações de realidade/idealidade.
- “Autopsicografia” - dialéctica entre o eu do escritor e o eu poético, personalidade fictícia e criadora.
- criação de 1 personalidade livre nos seus sentidos e emoções sinceridade de sentimentos
- o poeta codifica o poema q o receptor descodifica à sua maneira, sem necessidade de encontrar a pessoa real do escritor
- o acto poético apenas comunica 1 dor fingida, pois a dor real continua no sujeito que tenta 1 representação.
- os leitores tendem a considerar uma dor que não é sua, mas que apreendem de acordo com a sua experiência de dor.
- A dor surge em 3 níveis: a dor real, a dor fingida e a “dor lida”
topo
O fingimento poético
A poesia de Fernando Pessoa Ortónimo aborda temas como o cepticismo e o idealismo, a dor de pensar, a obsessão da análise da lucidez, o eu fragmentário, a melancolia, o tédio, a angústia existencial , a inquietação perante o enigma indecifrável do mundo, a nostalgia do mundo maravilhoso da infância.
O Fingimento poético é inerente a toda a composição poética do Ortónimo e surge como uma nova concepção de arte.
A poesia de Pessoa é fruto de uma despersonalização, os poemas “Autopsicobiografia” e “ Isto” pretendem transmitir uma fragilidade estrutural ,todavia, escondem uma densidade de conceitos.
O Ortónimo conclui que o poeta é um fingidor : “ finge tão completamente / que chega a pensar se é dor/ a dor que deveras sente/”, bem como um racionalizador de sentimentos.
A expressão dos sentimentos e sensações intelectualizadas são fruto de uma construção mental, a imaginação impera nesta fase de fingimento poético. A composição poética resulta de um jogo lúdico entre palavras que tentam fugir ao sentimentalismo e racionalização. “ e assim nas calhas de roda/ gira a entreter a razão / esse comboio de corda/ que é o coração”.
O pensamento e a sensibilidade são conceitos fundamentais na ortonímia, o poeta brinca intelectualmente com as emoções, levando-as ao nível da arte poética.
O poema resulta ,então ,de algo intelectualizado e pensado .
O fingimento está ,pois, em toda arte de Pessoa. O Saudosismo que se encontra na obra de Pessoa não é mais do que “vivências de estados imaginários” : “ Eu simplesmente sinto/ com a imaginação/ não uso o coração”.
Se quiserem ler mais:
http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/Port/pessoa_orto.htm
Odeio ter que ter razão
Não sou tão ignorânte como pensava ser