Poemas, frases e mensagens sobre escrita

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares sobre escrita

Para todos os Luso-Poetas!

 
Para todos os Luso-Poetas!
 
Não te sintas pequenino,
Se as luzes da ribalta em teus pés não tocarem,
Sente-te feliz como um menino,
Diverte-te escrevendo, vivendo e rindo,
Pois só os cegos, não verão em ti, fascínio!

Não decaias por entre gigantes,
Que nada têm para te ensinar,
Vê-os apenas como os elefantes,
Que há muito cá andam e têm experiência para dar,
Que podem ajudar e momentos partilhar…

Não condenes os vencedores,
Por terem a fama conseguido,
Apenas chamaram mais atenções dos leitores,
Desta vida, deste livro,
Que por eles foi bem merecido!

Não desistas de tentar,
De batalhar por um momento,
Em que possas chorar, rir e contemplar,
Pois de nada serve o sentimento,
Senão for para o mostrar!

Cospe o que sentes, mas deixa para que outro possa pensar e interpretar…

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Dedico a todos os leitores e escritores do Luso-Poemas... Desde os mais lidos aos menos lidos (Sem disitnção).

Pois todos são dignos, e todos são escritores!

Abraços e Felicidades a todos!
 
Para todos os Luso-Poetas!

Serena não sou

 
Serena não sou
 
Escrevo para me manter lúcida
Para espantar o vil alzheimer
Ocupo a mente com desvarios
Fantasio uma saúde de ferro
Não me vejo anfitriã da senilidade
Eu nunca vos disse que temo a idade
Mas quero dela tirar o melhor proveito

Há na poesia um fitness completo
Metáforas feitas de quebra-cabeças
Um puzzle que é o meu predilecto
Palavras que nascem para ganhar vida
Cruzar os braços, não contem com isso
Impávida não fico, serena não sou
São batalhas que venço para estar activa

Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
 
Serena não sou

Dona das Letras

 
Dona das Letras
by Betha M. costa

Minha escrita não é semeadora de flores pelos verdes caminhos. Nem coletora ou pintora de astros no universo das palavras. É cacto que brota aqui ou ali, em terra árida e quente, ao acaso, de mãos preguiçosas, sem precisar de muita água para existir.

Domo os vocábulos para compor um quadro ou quebra-cabeças que diga de mim. Que deixe assinalada para a posteridade, parte dessa existência insípida, inodora, incolor, silenciosa e cega aos olhos, a transbordar de imaginação.

Escrevo como quem arranha as unhas vermelho desvario sobre uma superfície, em que a aspereza causada pelos ruídos, clama como as almas do meu purgatório interior, por alguns segundos no éter para que explodam e fluidas me espalhem no Cosmos.

Não pretendo com as letras redimir-me das dores, amores e mundos de ideias e sensações. Quero queimá-las ou gelá-las, e, através delas excomungar demônios, acercar-me das hostes celestes. Sobre eles exercer adoração, temor e obediência.
 
Dona das Letras

P E R E G R I N A Ç Ã O

 
dispersei o meu ser no desprender das folhas
às suplicas do solstício. talvez assim também fosse
na essência dos verbos da noite. mas fui levado
para as terras inertes da lembrança cega.
não procurava as palavras revestidas.
e julguei-me perdido nas aparências das sombras.

por estas partes,
o desfiar do destino era ausente. assim, esperei
que as orlas enrugassem para me soltar, agora, no desconhecido
e reunir-me nas escarpas suspensas da luz.

foi o facho do farol da saudade que indicou o sentido.
a ânsia do regresso animou-me
e senti os lábios da esperança. até que, escorrido,
nos campos das framboesas laranjas,
o meu alvéolo finito se enxugou.

e, apesar de mortalmente ferido,
permaneço nas avenidas ocres do poente.

ressuscitarei.
uma e outra vez.

sim. ressuscitarei!
uma.
e outra vez.

pelo som da mão que molda os gestos da criação.
pela escrita da voz que forma as letras primevas do cosmos.

qualquer dia.
um dia!

in Comentários na face da Noite
 
P E R E G R I N A Ç Ã O

Escrever

 
Escrevo, escrevo, escrevo
com a caneta em minha mão
Para que a minha ansiedade
não consuma a minha razão

Escrevo, escrevo, escrevo
mas eu tenho uma missão
Descarregar meus sentimentos
para não adoecer meu coração

Escrevo, escrevo, escrevo
mas tudo isso não é em vão
Estou salvando a mim mesma
usando a caneta em minha mão...
 
Escrever

O teu adeus

 
Às vezes a escrita começa onde acaba
A música ou o trabalho ou a alegria
Assim o amor e a fome e os novelos
A noite emaranham
E o dia
O teu adeus
Que é dos mais belos
Naufrágios
De poesia
Numa branca página.
 
O teu adeus

Além da Varanda

 
***Para reflexão sobre escrita, comentários e etc e tal...

Além da Varanda
by Betha Mendonça

Acadêmicos de letras pequenas,
Das poucas massagens aos egos,
Não choreis pelas vossas penas!

Uns bebem deliciosos chás de louro,
Como raro prêmio à obediência,
Por curvarem caladas suas penas.

A ponta dos seus parcos versos,
Sejam bem ou mal debruçados,
Tornam-se grandes clássicos.

Vós sois inteligentes e não omissos,
Não deixeis vossos versos tolhidos,
Pelo clero acadêmico da varanda!

A ciranda de letras bem posta,
Não há quem vos tire da mão,
É dom divino – manjar do céu.

(republicação)
 
Além da Varanda

Escrever e escrever

 
Escrevo porque aprendi escrever,
Escrevo cartas,poemas,recados e até lista de compras.
Escrevo porque é gostoso escrever.
Escrevo porque tenho palavras a expressar.
Escrever pra mim é como um orgasmo,
Eu chego ao auge,
Eu chego onde quero,
Escrevo o que quero e o que sinto.
Escrevo não só palavras!
Escrevo magia.
Mania de escrever!
Escrevo porque sou escrava da escrita.
Vício em escrever.
Escrever tudo,
Escrever sentimentos,
Escrever dor,ódio,alegria e satisfação
Escrever não só palavras!
Escrever palavras que levam você a pensar coisas.
Vício em ver você agir com tais palavras.
Palavras em posso levar alegria e tristeza.
É como um feitiço,
Uma palavra escrita enfeitiçada,
E você meu caro!Hipnotizado imaginando
O que levou ela escrever palavras tão irônicas?
Sei lá donde saiu tudo isso!
Simplesmente escrevi o que senti nesse momento.
Só me falta agora você me escrever:
Que copiei de algum lugar e
Que sou um poeta fingidor!
Escrever e fingir ao mesmo tempo é muito difícil
Manipular o que já está escrito é mais difícil ainda
Não tenho hábito de ler poemas de escritores já conhecidos
Prefiro ler os que escrevem com sentimento,
Não sentimento fabricado,
Manipulados com entorpecentes
Para poder escrever algo interessante,
Para ganhar leitores e cliente viciados
em poemas fabricados
Porque escrever é magia!
A mágica mania de escrever me traz paz.
E Nem sei se o que escrevi é um poema!
Talvez eu esteja tentando te hipnotizar
Com palavras irônicas e engraçadas sem sentido.
Escrevi também pra ler as criticas e talvez algum elogio.
Que ironia a minha!Esperando receber elogios escritos
Mal comecei a escrever e já estou me achando escritora ou poetiza.
Mais talvez eu tenha o dom em escrever
Não custa eu tentar escrever mais um pouco,risos
Pra te fazer rir pra não chorar.
Há mas eu senti o que escrevi, viu!
ESCREVI COM SENTIMENTO!!
Se você não sentiu então não sabe escrever .
Há vê se não esquece de me escrever um recado!
Nem que seja pra escrever dizendo: que tudo que escrevi
Não passa de palavras mal escritas ou expressadas.
Que tudo isso não tem nada a ver.
Deixo até você me dar umas dicas,
Pra mim escrever sobre o AMOR,PAIXÃO,SEXO,etc
Mas vou logo dizendo: não vai funcionar hein!
Porque pra mim escrever já é amor,já é paixão,já é sexo.
Eu escrevo porque aprendi escrever.
E escrevo com a mão esquerda
Sou canhota.
Muito prazer meu nome é Valquiria.

Vjarski

esse texto é resposta para fogomaduro
que me deixou um recadinho simbólico no poema que escrevi (eu não sou você)em meu primeiro dia de Luso.


Sinceridade/fingimento

Intelectualização do sentir = fingimento poético, a única forma de criação artística (autopsicografia, isto)

Despersonalização do poeta fingidor que fala e que se identifica com a própria criação poética

Uso da ironia para pôr tudo em causa, inclusive a própria sinceridade

Crítica de sinceridade ou teoria do fingimento está bem patente na união de contrários

Mentira: linguagem ideal da alma, pois usamos as palavras para traduzir emoções e pensamentos (incomunicável)
Consciência/inconsciência

Aumento da autoconsciência humana

Tédio, náusea, desencontro com os outros (tudo o que faço ou medito)

Tentativa de resposta a várias inquietações que perturbam o poeta


Sentir/pensar

Concilia o pensar e o sentir

Obsessão da análise, extrema lucidez, a dor de pensar (ceifeira)

Solidão interior, angústia existencial, melancolia

Inquietação perante o enigma indecifrável do mundo

Nega o que as suas percepções lhe transmitem - recusa o mundo sensível, privilegiando o mundo inteligível

Fragmentação do eu, perda de identidade – sou muitos e não sou ninguém à interseccionismo entre o material e o sonho; a realidade e a idealidade; realidades psíquicas e físicas; interiores e exteriores; sonhos e paisagens reais; espiritual e material; tempos e espaços; horizontalidade e verticalidade.


O tempo e a degradação: o regresso à infância

Desencanto e angústia acompanham o sentido da brevidade da vida e da passagem dos dias

Busca múltiplas emoções e abraça sonhos impossíveis, mas acaba “sem alegria nem aspirações”, inquieto, só e ansioso.

O passado pesa “como a realidade de nada” e o futuro “como a possibilidade de tudo”. O tempo é para ele um factor de desagregação na medida em que tudo é breve e efémero.

Procura superar a angústia existencial através da evocação da infância e de saudade desse tempo feliz - nostalgia do bem perdido, do mundo fantástico da infância.

Poemas:



- “Meu coração é um pórtico partido” - fragmentação do “eu”



- “Hora Absurda” - fragmentação do “eu”

- interseccionismo



- “Chuva Oblíqua” - fragmentação do “eu”: o sujeito poético revela-se duplo, na busca de sensações que lhe permitem antever a felicidade ansiada, mas inacessível.

- interseccionismo impressionista: recria vivências que se interseccionam com outras que, por sua vez, dão origem a novas combinações de realidade/idealidade.

- “Autopsicografia” - dialéctica entre o eu do escritor e o eu poético, personalidade fictícia e criadora.

- criação de 1 personalidade livre nos seus sentidos e emoções sinceridade de sentimentos

- o poeta codifica o poema q o receptor descodifica à sua maneira, sem necessidade de encontrar a pessoa real do escritor

- o acto poético apenas comunica 1 dor fingida, pois a dor real continua no sujeito que tenta 1 representação.

- os leitores tendem a considerar uma dor que não é sua, mas que apreendem de acordo com a sua experiência de dor.

- A dor surge em 3 níveis: a dor real, a dor fingida e a “dor lida”

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O fingimento poético

A poesia de Fernando Pessoa Ortónimo aborda temas como o cepticismo e o idealismo, a dor de pensar, a obsessão da análise da lucidez, o eu fragmentário, a melancolia, o tédio, a angústia existencial , a inquietação perante o enigma indecifrável do mundo, a nostalgia do mundo maravilhoso da infância.

O Fingimento poético é inerente a toda a composição poética do Ortónimo e surge como uma nova concepção de arte.

A poesia de Pessoa é fruto de uma despersonalização, os poemas “Autopsicobiografia” e “ Isto” pretendem transmitir uma fragilidade estrutural ,todavia, escondem uma densidade de conceitos.

O Ortónimo conclui que o poeta é um fingidor : “ finge tão completamente / que chega a pensar se é dor/ a dor que deveras sente/”, bem como um racionalizador de sentimentos.

A expressão dos sentimentos e sensações intelectualizadas são fruto de uma construção mental, a imaginação impera nesta fase de fingimento poético. A composição poética resulta de um jogo lúdico entre palavras que tentam fugir ao sentimentalismo e racionalização. “ e assim nas calhas de roda/ gira a entreter a razão / esse comboio de corda/ que é o coração”.

O pensamento e a sensibilidade são conceitos fundamentais na ortonímia, o poeta brinca intelectualmente com as emoções, levando-as ao nível da arte poética.

O poema resulta ,então ,de algo intelectualizado e pensado .

O fingimento está ,pois, em toda arte de Pessoa. O Saudosismo que se encontra na obra de Pessoa não é mais do que “vivências de estados imaginários” : “ Eu simplesmente sinto/ com a imaginação/ não uso o coração”.
Se quiserem ler mais:
http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/Port/pessoa_orto.htm

Odeio ter que ter razão
Não sou tão ignorânte como pensava ser
 
Escrever e escrever

A sua Procura

 
A sua Procura
 
A sua procura

Apenas um caderno de brancas folhas,
sem pautas, sem linhas, sem regras,
a ausência ilibada de qualquer escrita,
no vão das páginas que me perseguem.

Caminho entre diversos espaços vazios,
delineio sobre tudo e apenas sobre tudo,
como jardim sem flores e sem mato,
se fosse boca, esse caderno era mudo.

Divina inspiração, onde estas?
Me falta anseios para te buscar em casa,
sendo assim nem saio da cama,
nem na lareira eu tenho mais brasa.

Se tu não apareces e não queres,
não vens me dar um livramento,
de fato eu deito e descanso,
assim durmo e sou pensamento.
 
A sua Procura

Clube de escrita

 
Deambulo pelas avenidas das letras buscando o significado da dor, da tristeza, da agonia, da alegria, da partilha, do despeite, do amar. O poeta escreve o que sente, passa para o papel o que lhe vai na alma, com ou sem tempo, para cá ou para lá das experiências, sendo verdadeiro nas mentiras ou mentiroso nas verdades, mas está lá sempre...
E assim acontece com todos os que escrevem.
Neste clube de escrita, encontra-se a tristeza de algumas, o desespero de outros, o despeite de mais, o amar de muitos, enfim o que quisermos sentir pelas palavras, cá está disponível a todos, aí reside o seu mérito.
 
Clube de escrita

Dormente sonhar

 
Dormente  sonhar
 
Minha vós se calará
Um dia cessará minha escrita
Haverá uma oração na cripta?
Mas tardia não valerá!

O tempo sendo inclemente
Deixará palavras esquecidas
Dormente sonhar aquecidas
Não terá germinado a semente.

Minha vós emudecida
Não mais terá validade
Desculpa mas, sem humildade
Escrita no canto, sem encanto
Falecida!
Nereida
 
Dormente  sonhar

A MODERNA ESCRITA.

 
A MODERNA ESCRITA.

N’uma escrita moderna
Alguns aguardam umas bizarrices
Umas novas neologias
– perdoem-me a redundície -
Subalternas das orgias antigas

Aguardam d’eu entrar de cabeça
na rabeira dessa briga
Porque,
Agora, tem de a poética ser nova
Mesmo a idéia seja antiga

Gê Muniz
 
A MODERNA ESCRITA.

Metáforas Voadoras

 
Metáforas Voadoras
 
Metáforas Voadoras
by Betha M. Costa

Ser poeta é um dom com o qual a pessoa nasce e com interesse e estudo aprimora-se. Colocar num texto um monte de metáforas bonitas não faz de um texto poema.

O poema é um conjunto de idéias, sentimentos e/ou impressões, que disposto em versos tenha à leitura ritmo, musicalidade e dispare uma emoção (positiva ou negativa). Sem ritmo, o máximo que se escreve é uma prosa vertical, onde palavras e/ou imagens bonitas dão prazer ao leitor

Hoje uma competente colega de letras notou um poema meu que não passa de um amontoado de metáforas manjadas e que foi bem lido e comentado. Deu-me o toque que eu esperava quando o publiquei. O que é cheio de palavreado bonito e rebuscado, com um enorme “no sense” as pessoas acham diferente, algo reflexivo, de uma grande profundidade subtendida ou escondida. O poema direto, bem escrito, muita gente nem enxerga.

Sou escritora amadora, pois considero escritor profissional quem ganha dinheiro com a escrita. Eu escrevo por que gosto e dou-me ao trabalho de estudar um pouco, até em respeito as pessoas que vão perder seu precioso tempo lendo.Mas, há quem julgue ser arrogância tentar escrever melhor e sem ao menos passar um corretor ortográfico, publica nos sites de literatura qualquer meia dúzia de palavras. E ai de quem der um toque para que melhore!Se não for para aplaudir as garatujas que se cale para sempre!

Devemos pensar que muitos leitores vêm ao site a procura de distraírem-se com boa leitura, outros são estudantes em pesquisa para trabalhos escolares. Nós temos que primar pelo que escrevemos para que tais pessoas não aprendam de modo errado.

Meu "pseudopoema" Tiara de Estrelas foi muito apreciado: um monte de nada que vai a lugar nenhum. Já o Canto ao Tirano Senhor, todo em redondilha ninguém nem "tchuns", exceto a colega Roque Silveira que viu hoje o primeiro e foi direto ao ponto. Coisas da literatura: por ser amador, não se preocupe em estudar e escrever direito, por que pode sempre usar a desculpa de que a escrita para si é um hobby. Mas, até para hobby é necessário dedicação!

Por fim todo mundo fala de Camões, mas não percebe que na sua genialidade, em “Os Lusíadas”, todos os versos são decassílabos heróicos (tônicas na 6ª e 10ª sílabas poéticas).

Ninguém precisa ser um Camões, fazer poema metrificado e rimado. Existem versos livres que dão de mil em outros dentro das regras formais. Mas, mais cuidado com a escrita não faz mal para ninguém. Como já disse, volto a repetir: um poema não é feito só de metáforas voadoras.
 
Metáforas Voadoras

Obrigando-me a escrever

 
Vasculho á pressa o meu intìmo.
Necessito de motivos válidos que me forcem a pena.
Deixando-me enlear pelo fumo que sempre me rodeiou constato, sem mágoa, que já pouco tenho a dizer a mim mesmo.
Descanso a mente, adormeço o ego e arregaçando as mangas parto para aquilo que pede para ser feito e não descrito.
Poderão ser as palavras aquilo que nos afasta do que desejamos?
 
Obrigando-me a escrever

O Meu Mundo das Palavras

 
Brinco com as palavras
E com elas tento tocar no céu.
Enfeitiçar-me com o brilho das estrelas,
Alcançar um mundo que não é o meu.

Não sou poeta,
Nem tão pouco sou escritor,
Apenas sou um sonhador.

Não sei os truques da escrita,
Nem tão pouco os quero conhecer.
O verdadeiro deixaria de ser a pepita,
E o malabarismo era apenas o que iriam ver.

E não sendo poeta,
Nem tão pouco escritor,

Com as letras continuarei a brincar,
E com elas criar um mundo só meu.
Sem importar-me do que os outros vão achar,
Nem se o meu mundo é diferente do teu.
 
O Meu Mundo das Palavras

O poeta sem a sua escrita

 
O que é um poeta sem poder escrever?
Uma águia sem asas,
um imortal numa terra mortal,
que dá e destroí a própria vida,
nada...
um simples copista a escrever banais versos de amor,
um apaixonado que perdeu as suas musas,
um sucumbir doloroso em direcção ao Inferno.
 
O poeta sem a sua escrita

Escreve

 
Chiu… não fales mais!…
Escreve.
Escreve para mim,
Escreve para nós,
Escreve para todos.
Que o teu dizer te enaltece.
E o nosso ser se engrandece.

Bebemos a tua poesia
Com mais ou menos cegueira
Conjugamos os adjectivos
De outra maneira

Escreve
Escreve raiva
Escreve nojo
Escreve-te todo

Que eu escrevo apenas para ti
E leio-te em mim.
 
Escreve

POEMA-DESLUSTRE

 
POEMA-DESLUSTRE

cá vai o estranho
poema-deslustre
declamo-o fanho
(inconteste embuste)

linha que (extra)vasa
e sempre se acuse
de verso que não casa...
de rima que se lambuze...

descabimento obscuro
de provocar sevícia
em frases de desapuro...

nunca me soa delícia
o meu trovar inseguro
(à escrita me falta a malícia)
 
POEMA-DESLUSTRE

Nada

 
Nada
 
Nada

Esse poema que a todos dedico
É muito simples e fácil de se ler
Em suas rimas que eu simplifico
Bem poucas coisas tenho a dizer

Quatorze linhas que escrevo agora
Não dizem nada pra engrandecer
Não são alegres, porém embora
Nem irão servir para entristecer

É um soneto que nada acrescenta
E desta passagem nada lamenta
Também o futuro não vai prever

A pessoa que ler e não achar nada
Não deve ficar triste nem abalada
Estou sem assunto pra escrever.

jmd/Maringá, 03.09.17
 
Nada

Ideias

 
Encontro as palavras do tempo, descrevo-as nas insustentável leveza do ser numa explosão de caprichos e enganos.Estas ficam escombros da saudade, testemuhas em branco papael.
Emergo nas folhas do vento, levadas pela maré da inspiração, no ar mais belo do mundo,um extâse de sonhos.Guio-me pelo roteiro das palavras cegas, e procuro-as, e surdas, só sentindo-as.No caminho fluído que a água me mostra as suas asas, num chamamento longíquo que acorda os de espirito aberto aos perigos do destino.
Todos os dias, tenho uma leve expansão, vitíma da minha imaginção, mas esta é tão fértil como as planícies do rio Ganges envolto em mitologia.
Dou-me acesso a mim próprio, numa viagem sem limites e também à minha vida para agarrar-lhe num gesto simples.Pinto as palavras com caneta e papel, transcendo-as para um sítio melhor, Canto os meus poemas que nem fado ,como amália,sem destino marcado.
mas o que escrevo é nicotina de viagem, um vício do dia-a-dia, com o perigo de infiltrar-me em estranhas ideias.As minhas intenções negras são de alquimia para chegar á perfeição em cada letra , em cada verso, analizada matematicamente sem equações desérticas.
Enfim,
concentro-me no silêncio, para evitar a essência do vazio na minha mente, o maior obstáculo dos poetas.
na minha profunda confidência, um tumulto lírico tomei, como caminho a seguir, nas viagens que se seguem.
 
Ideias