Poemas, frases e mensagens sobre escrever

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares sobre escrever

O VERSO QUE ARDE

 
O VERSO QUE ARDE

Acredita: Há quem teima
e queima
o corpo todo
ao meter o peito
no esteio do poema

Tu que por aí assopras
a flama de que não há
chama insuflada
no fogo cruzado
das palavras...

Saibas... jamais se apaga
um verso que arde...
Só a relha frase descama...
Escamoteia-se em centelha
esguelha de nova lança

Aquece de vez tua língua leda!
Músculo que ateia poesia
satura fura e tatua
o tímpano incauto
de qualquer orelha!
 
O VERSO QUE ARDE

Quero ser...

 
Quero ser tudo
Quero ser alguém
Quero ser nada
Quero ser ninguém!
Quero ser o Sol
Para toda a gente aquecer
Quero ser a Lua
Para os amantes proteger!
Quero ser o Mar
Para a todos banhar
Quero ser a Areia
Para os meninos comigo brincar!
Quero ser Água
Para a sede matar
Quero ser uma Flor
Para me poderem cheirar!
Quero ser uma Árvore
Para oxigénio dar
Quero ser Erva
Para os animais alimentar!
Quero ser um Pássaro
Para bem alto voar
Quero ser Actriz
Para um palco pisar!
Quero ser Poetisa
Para muito escrever
Quero ser Mágica
Para poder desaparecer!
 
Quero ser...

LEITOR: PERDOA, ACEITA...

 
LEITOR: PERDOA, ACEITA...

Sou poeta maior,
além de metro e oitenta...

Mas as letras esgueiradas,
pequenas.
As rimas incomodadas, confiadas ao nada,
fiadas a duras penas.

Busco - risco assumido -
dobrar primícias,
domar a curva-mor
de incertíssimas contendas...

Leitor: perdoa, aceita.
Pois teu olhar é minha confissão.
Porque a palavra é minha sina,
a poesia, minha prenda.

Encerro-me
Na contra-razão de grafar.
(Isso, olhe lá e apenas...)

Granjeio na imprópria senda
Da minha inóspita contradição
O que tua insólita compreensão
Depreende, sustém e, sem içar mãos, acena...
 
LEITOR: PERDOA, ACEITA...

A Pena Cansada

 
A Pena Cansada
 
A Pena Cansada
by Betha M. Costa

A Pena cansada de dizer das coisas que lhe mandava mão rebelou-se:

-Não escrevo mais nada!

Entortou-se. Toda cheia de teimosia e silêncio escorregava pela mão desanimada em desenhos ininteligíveis e feios feitos hieróglifos num papiro antigo.

Adulador, o tinteiro tentava convencê-la a mergulhar na tinta azul marinho fresquinha.Falava das coisas belas que a Pena já havia escrito e todos os mares de outras idéias luminosas (ou escuras), que ela ainda poderia passar através das palavras por ela escritas para os leitores interessados em si.

O papel branco se pautou caligraficamente para o caso da geniosa senhora resolver trabalhar e assim caprichar nas letras, que se movimentado sobre as pautas ficariam mais agradáveis a leitura.

A mão acariciava a Pena como a uma filha revoltada.Dizia-lhe de seu amor por si e de quanto ela lhe era importante. Que ambas mais as letras que desenhavam palavras formavam um conjunto harmonioso, que criava histórias, poemas, e, expunha toda a sorte de pensamentos e sentimentos.

A Pena acinzentada - de tanto que já fora usada - olhou para a mão com desdém e sem dó nem piedade deitou-se sobre a escrivaninha para descansar.

Enquanto a mão, o tinteiro e o papel se distraíram em questionar os motivos que levaram a Pena a tão drástica e dramática atitude, um forte vento entrou por uma janela. Soprou ao ar a Pena que voou pela outra janela do décimo andar. Depois de muito planar, caiu na mão de uma criança, que aproveitou o que lhe restava da tinta azul para colorir o céu do seu desenho Depois a jogou no chão, onde a pobre pode enfim descansar...
 
A Pena Cansada

Pobre Poesia

 
Há, tenho pena daqueles que se equilibram nas dificilidades das palavras difíceis;

Pensam que são diferentes, mas são apenas comuns, são apenas mais uns;

Escrevem a mesmice e só mudam as letras a embaralhar, tens de esperar, e de suas palavras um quebra cabeças montar;

Mesmo estilo, mesmo suspiro, mesmo luar;

Prisioneiros das métricas, das rimas, das estrofes, são mais do que escravos, tercetos, quartetos, versos a imitar;

Mal sabem que;

De palavras se alimenta o profeta;

Equivocados são os pensantes;

E, desvairados os poetas....
 
Pobre Poesia

VALA

 
VALA

Palavras
Cavam valas
Profundas
Avisadas

Escritas,
Profetizam
Em redondas
Letras:

- Caia
 
VALA

OS POEMAS QUE ESCREVO É QUE ME LÊEM

 
OS POEMAS QUE ESCREVO É QUE ME LÊEM

os poemas que escrevo
é que me lêem

com mil olhos
de debochada
ironia

compreendem bem
que me ignoram

e, por isso,
de tão ávidos

me devoram
como o errar
de uma charada esquisita...

eles têm o estrito limite
de meu apego

o ágil marejar
de minha mente esquálida

a força de meus dentes
em desassossego

a inútil
e divertida fúria
de minha alma

ainda
guardam por mim,
“zero”
de apego...

encaro-os com prodigiosa mansidão...

são esboços profundos
(ou rasos)
do meu ego

cavam um poço extenso
de desconhecimento
(e reflexão)

entregam ao mundo
o que a eles entrego

: fraseios explícitos
(porém, convictos)
de indistinta confusão
 
OS POEMAS QUE ESCREVO É QUE ME LÊEM

ARQUITETURA DA ESCRITA

 
Arquitetura da Escrita

Nervos, a jato,
Numa só direção
Comunhão
De pontos ermos...

...Vômitos de arremedos...

Desarrumação
- De acerto e erro -

Presságios...
Tempo sem lugar
Lugar sem solo
Contágio sem vírus,
Sem doença, sem curar...

...Dispensar de alfarrábios...

A arquitetura da escrita
Ecoa assim, em desvarios
Em pavios quase acesos...

Desenhos
Insígnias
Virgens ilesas, nuas
Em viagens neurais...

(Quão enormes as latas de tinta
A pichar paredes já extintas
Retintas em brumas desabridas
Pinceladas no arfar de meu peito)

Gê Muniz
 
ARQUITETURA DA ESCRITA

Escrever com Erros graves

 
Vou começar a escrever com erros graves
igual outros por aí
Alguns até propositados.
me comentem que é bom,que gostam
e eu agradeço sem fim

Conteúdo fraco
as palavras encher o saco
nesta anciedade de escrever
com erro propsisitado
talves até seja o mais comentado
_______
-Sua rosa-

Meu amor eu querer mais
muito mais de ti
em tua rosa fundir minhas sementes
rega la com meu lábios umidos,ardentes

Lavrar seu corpo com meu dedos alado
quebrar a linha no orizonte de teu ventre
ver o por do sol em sua semente

Sinto germinar, tua rosa abrir
suas pétala meu corpo cobrir
sentindo me amado,consolado
suavemente adormecer
adormecer no poema a teu lado
 
Escrever com Erros graves

NOVE POEMETOS (E UM SONETO) PARA EU PENSAR NO QUE NÃO ESCREVER

 
NOVE POEMETOS (E UM SONETO) PARA EU PENSAR NO QUE NÃO ESCREVER

- I -

beijei a imagem do sapo doente
(que se transformou
magicamente
num principesco poema carente
de médicos e hospitais)

- II -

graúna fincou no telhado
trinou aguçado assovio
- grave e agourado -
gelado prenúncio
d’um poema apressado

- III -

eis um toque ao avesso de Midas:

às palavras improferidas
se ditas, viram merda

- IV -

jamais sei onde colocar
vírgulas
pontos
e cotovelos

- V -

ah, mas um poema
um poema é outra coisa...
vira essa coisa doída
que pousa nos olhos
e me abre um desnorte
com uns movimentos
de mosca doida...

- VI -

o amor morreu
modorramente
morreu sem cor, sem viço
escafedeu-se sinceramente...

nada mais a acrescentar:

ao contrário da franqueza
a honestidade é apoética

- VII -

sigo os bons descaminhos
os completos nonsenses de sentido

sigo firme rumo ao buraco retorcido,
estripado, pelancudo
do cavado do meu umbigo

sigo consumido.

sigo enfartado. farto
de não ser poeta

(todo fodido)
apesar de tudo, sigo.

- VIII -

no solo dos meus dias crescem ervas daninhas
de subtrair poesias de pequeninas pedras rachadas...

- IX -

tudo o que gostaria de escrever
Quintana já o fez...
resta-me queimar a cachola
para ser menos “eu mesmo”
de quando em vez
(e escrever algo como “ninguém”)

- X -

SONETO TÃO QUEBRADO QUANTO MEDIÚNICO

uma música queima
o contorno das ricas rimas
ausentes neste poema
tal fosse praga minha...

que, cínico, chora as cordas,
ao longe, o velho Stradivarius
anímico, sobre as hordas
d’uns versos doidivanas vários

ah, aos meus micos, bananas!
esse som afetado e raso, caduco,
no tom atoleimado de roer prepúcio...

mesmo se rompa o fonograma:
seja ele ruim, podre ou translúcido
decerto é meu lado medi_único
 
NOVE POEMETOS (E UM SONETO) PARA EU PENSAR NO QUE NÃO ESCREVER

... de Maria

 
... de Maria
 
... de Maria

Desfolho a minha alma
Em versos e rimas...
Serenada como o orvalho da manhã, calma!
Num prazer avassalador que me anima.
Quiçá não fosse quimera minha poesia.
Que me põe em paz, contentamento de Maria!

14/8/18
Mary Jun
 
... de Maria

UM BOM POEMA

 
UM BOM POEMA

Um bom poema
Mora no tempo do mundo
Funde-se na lava
Banha-se nas chuvas
Toma a fresca,
Mora ao relento
Para poder respirar, ventilar...
Dissolve-se no húmus para
Semear cada frase, cada palavra

Um bom poema
Converge idéias vagas
Tão desconectadas
Quanto, céu e terra...
Mas há o horizonte
E os olhos
De quem quer sonhar
Sempre estão
Apontados para onde
O desligado se une...

Um bom poema
Não nasce do querer
Nem do poder inerente
De quem escreve
Nasce de uma luta...
Um lutar sem contendas
Por uma liberdade arguta
Desnutrida de oferendas

Um dia, se eu puder
E o tempo deixar
Eu vou fazer
Um bom poema...
E o mundo conseguirá falar
Ao meu coração
Chamando-me de poeta
E eu irei, enfim, ouvir e aceitar.
 
UM BOM POEMA

Escrevendo... no livro da vida...

 
Escrevendo... no livro da vida...
 
Escrever é a arte de criar
Um mundo onde podemos sonhar
A vida é ícone digital
Que nos faz fado traçado
De um fardo poetizado
Onde tudo temos
E tudo podemos...

Num livro de páginas em branco
Onde todos os dias
Temos o direito de escrever
Novas páginas,
E neste livro em branco
Onde escrevemos nossas emoções
Contidas e incontidas...

Folhas escritas de toda uma vida
Recheadas de amor,
alegrias,
Saudades,
Tristezas
E dores...

Nuances de todas as cores
Pintadas na tela dos sentimentos
Num despertar em plenitude
De um livro chamado vida
Aquarelado pela poesia
Do nosso dia a dia...

Onde no solstício do inverno
Temos o acalorado sol
Inda que um oceano que inunda
Nossas veias de átomos de dor
Nas vertentes do coração
No prazer ardente
Que nos faz vibrar
Na energia vital...

No verão que o sol impera
No leste do existir
E nos faz ver o motivo
Do existir
Multiplicando as moléculas
De ar que nos faz respirar...

No outono que as folhas secas
Caem da árvore da vida
E nos faz renovados
Como águia em sua renascença
Olhando tridimensionalmente
Com 3 fóvias do olhar...

E na primavera do existir
Que nos faz habitantes
De um jardim,
Que precisa ser regado,
Cuidado todos os dias
Para que possamos renascer
No amanhecer feliz
E mostrar o que viemos
Fazer aqui...
Decifrar a esfinge do ser
E...
AMAR...
 
Escrevendo... no livro da vida...

Inferno dos poetas

 
Inferno dos poetas

Liberdade de criar
No cárcere dos sentimentos.

Terno inferno

Arte de projectar
Ilusórios pensamentos.

.......................Sombrio Céu

Mistura com a realidade
Momentâneo desconhecimento
Da verdade.

........................................Sentimento

Transmitido de outro ser
Tão fácil de sentir…
Lágrimas a escorrer.

...........................................................Destino

O mundo colorir
Na chama da esperança.
Rostos a sorrir
Alegria de criança.

....................................................................Transformar o mundo

Lutar pela justiça
Consciente da desigualdade.
Abandonando o comodismo
Agradece a humanidade…!
 
Inferno dos poetas

Palavra

 
Palavra
 
Palavra
by Betha M. Costa

Faço da palavra arte
E com ela me divirto
Ora sou pássaro escarlate
Ora oceano infinito

Brinco com ela e tenho dom
Ela canta, geme, dança
De acordo com a mudança
Do acorde ou do tom

A palavra tem espírito
De princesa encastelada
De moleca levada
Em sua alegria ou martírio...

Gosto de brincar com a palavra
Pois poeta é quem lida
Brincando com letras lavra
Em palavras sua vida.

Imagem Google
 
Palavra

Poesia do mar

 
Poesia do mar
 
No exato momento, 
O céu custa a olhar
o sol pendente a deslumbrar;
o mar com este belo comportamento, 
Se desembravecendo com as rochas!
Um sigilo, um silêncio, um segredo! 
O mar é o meu resguardo, 
Onde escondo os meus mistérios
Porque um enigma faz entoar o choro dos rios!

Os meus conselheiros, 
sem hesitação é a escrita e o mar!
Só eles sabem o que estou a pensar, 
Nem as roseiras dos meus lindos canteiros,
Sabem a felicidade das minhas lágrimas, 
que agora se ajustaram em simples rimas!

Não vivo sem esta maresia 
sem estas folhas soltas 
que o vento irá levar a uma poesia, 
que faz sentido todas as voltas, 
voltas e voltas assim para não enjoar; 
É só imaginar,gravar e amar!

Agora espero que esta folha, 
se inspire na inspiração do mar 
e transforme o meu caminho
da forma que estou a pintar, 
Lembrando estes versos
de uma poesia do mar!

Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
 
Poesia do mar

Para você,agora,que me lê

 
Para você,agora,que me lê
 
Não durmo,fantasio,procuro-te
escrevo,escrevo para ti que me lês
quero fazer-te sonhar
sonhar com o amor ,a paixão
aquela coisa que todos procuram
mas poucos encontram,nos faz “arder sem se ver”
fazer-te vibrar,esquecer o que te atormenta
quando teus olhos tocam minhas palavras
quero que sintas meu corpo,meus dedos
acariciarem-te,meus lábios quentes pousarem nos teus
timidamente florear teu sorriso ,desfolhar suavemente
o desejo que emoldura teu olhar
quero que te sintas rei..
 
Para você,agora,que me lê

só de caneta na mão

 
só de caneta na mão
 
Não tentes escutar-me
nada ouvirás
antes,dá-me uma caneta

só de caneta na mão falo
só de caneta na mão exprimo-me

só sei dizer,escrevendo.

ana silvestre
 
só de caneta na mão

POEMAS DESENHADOS

 
POEMAS DESENHADOS
 
POEMAS DESENHADOS

Acordei apinhado de versos.
Os poemas desenhavam-se
Aos sentidos verticais
Como papéis de parede
E as rimas fibrilavam furta-cores
Num sincopado balé cardíaco
Pareando-se aos hemisférios,
Ao púbis, pendulado aos ilíacos
Reboleando, críticas, seus mistérios
Beijavam-me ao contrário, um ósculo onírico...
Bocas carmins ao baço, aos tratos urinários
Aos intestinos, pulmões, nervo vago...
Refestelavam-se, dionísicos, por ossos cavernosos
Pelas entranhas ocas dos vasos
Correndo com leves pés alados, libertários...
Flanavam montados em buquês de raios...
Mas eu, ai de mim. Pobre consciência precária
Não estava em nada preparado
Para entender dos próprios confins
E perdi meu chão de sonhos ao primeiro gole
De café, indo da cozinha à sala...
O que a memória desconsolada vos relata
É, agora, migalha, restolho
A omoplata da história conflitada, fragmento
Do sons diluídos desta magnífica sinfonia inata...
 
POEMAS DESENHADOS

escreve hoje por mim

 
escreve hoje por mim
 
hoje não consigo escrever
e talvez nunca tenha escrito
o que o verdadeiro poeta sabe fazer

as palavras já escritas
podem ter nascido de um corpo aflito
de fortes dores líricas
de não sentir o toque de ninguém

as palavras já escritas
podem ter nascido de uma alma silenciosa
que caiu do céu da solidão
por entre um e outro sonho em vão

hoje empresto-te a caneta
para eu ter esta certeza
que não é mais uma falsa faceta
estas palavras de amarga tristeza

por isso peço-te tanto e tanto
escreve a minha eterna saudade
das lágrimas por amor choradas
das estrelas vermelhas da noite
feitas da cama das paixões passadas

pega na caneta por mim
pois eu sou tão imperfeito
a escrever o meu sentimento
e não o consigo fazer sem ti

é este imenso tormento
que me impede o momento
de saber escrever o que sinto

...já te dei a caneta
- por favor
escreve hoje por mim...

«imagem da net sem que o nome do autor visse mencionado»
 
escreve hoje por mim