O tempo estava chuvoso - PARTE III
A seu jeito desajeitado, Maria andava às voltas dentro do roupeiro indecisa com a indumentária para o passeio com o seu Zeus, saias, vestidos, sim o meu vestido vermelho com um salto agulha, fico arrojada, não...não ... não, vou parecer uma tontinha, nem me vou sentir bem comigo própria, o meu Zeus vai olhar para mim como uma pastilha, nem pensar!!!
Maria tu és um reboçado de chocolate com caramelo.
Se gostar vai desembrulhar lentamente para degustar.
Umas calças de ganga uns ténis e uma camisola que deixa espreitar uma pontinha do ombro, perfeito!!!
Quem gostar de mim, terá de me aceitar, tal como sou.
Pontualidade era o lema de Eduardo, que de imediato sai do carro para lhe abrir a porta, como um bom cavalheiro faz, dando-lhe as boas graças de um meigo beijo na face.
Olá, Maria está linda!
Olá Eduardo, muito obrigado...
A minha Vénus delira, ele gostou e hoje calçou uns ténis... boa, dois pontos para ti Zeus, estás vergonhosamente lindo, perfeito, cheiroso hummm... estás divinal.
Também ele hoje escolhera algo mais desportivo os astros deram um empurrãozinho, uma calça de ganga, que salienta um rabo perfeito e um polo desportivo discreto.
Eu quero este Zeus, o meu Deus Grego do amor, a minha Vénus saltitante delira de louvor.
Maria está muito calada, o que me diz de um almoço na serra ao som de umas oitavas?
Perfeito um almoço acompanhado de oitavas, parece-me muito bem.
A serra é linda, passo por aqui todos os dias no caminho do Hospital, não me canso deste cenário, quer dar um passeio no fim do almoço pela serra?
Sim claro que sim, a serra tem locais muito bonitos, divinos.
Sério mostre-me por favor eu vivo aqui há seis meses e não conheço nada.
Deixo a rota por sua conta, pode ser?
Ela sorriu-lhe suavemente, ele arregalou-se por fazê-la feliz.
Zeus meu maroto, sabes como agradar uma mulher... Indecente, de tão cavalheiro que és, falta-te o cavalo branco meu D. Sebastião.
O sol estava tímido e espreitava pelo topo da serra, vestida de verde brilhava com os rastos da chuva, as arvores sorriam, imagem a levar no saquinho das memórias, deixando azeitão para trás, subiam a serra sendo agraciados com imagens retiradas do paraíso. Ao longe o mar envolto com céu, conseguiam avistar tróia.
O restaurante no meio da serra comtemplado por uma casa de campo térrea, um telheiro lindo dentro de um jardim magnífico rodeado de erva verde.
O restaurante brilhantemente bem decorado, com uma típica casa portuguesa, a um canto um gentil senhor que tinha a honra de tocar umas belas sonoras oitavas, uma vez mais degustaram-se de um bom garfo desta o prazer foi dele ao pedir que ela escolhe-se a ementa, a jovem optou por bife de 4 pimentas acompanhado de espargado.
A voz dela era um canto no seu ouvido, deliciava-se a ouvi-la.
Boa escolha, este bife está divinal, Maria merece um ramalhete, estou tentado a oferecer-lhe um grande ramalhete.
Maria entrou em choque,
Que fiz eu para merecer um ramalhete????
Maria ficou vermelha de tanta raiva ter, tinha os olhos em chama quase que saiam para fora, tentada a espanca-lo, saltar-lhe em cima e dar duas valentes estaladas.
“Meu grande asno ramalhete sabes o que é um ramalhete, na minha terra ó minha grande besta, não acredito que este tipo me disse isto. Juro que o espanco.”
Maria não gosta de flores??? De rosas? Um belo ramalhete de rosas?...
AHH rosas claro sim, claro que gosto.
Desculpe, fez uma cara, achei que a tinha ofendido, o que pensou que era?
Na minha terra o ramalhete é o que as raparigas levam na mão na despedida de solteira, entende.
Não, desculpe, nunca tal ouvi.
Quando uma rapariga festeja a sua despedida de solteira, as amigas oferecem-lhe um ramalhete, ou seja um bouquet, entende!!
Claro a moça casadoira leva um ramo de noiva certo?
Não leva um valente ramalhete, é um ramo constituído de genitais … entende…
LOL gargalhadas
Maria com todo o respeito, eu referia-me mesmo a um belo ramo de rosas.
Brancas por favor.
Porque não gosta de vermelhas? É a cor do Amor.
Mas brancas é sinal de respeito.
“Calma Zeus não te entusiasmes com os ramalhetes”.
Um bloco sonoro, de gargalhadas múltiplas soavam no casal.
Maria amanhã é dia de Derby, gosta de futebol?
Gosto.
Estava tentado em convida-la para irmos ver, mas o jogo é no gueto do inimigo.
“Não agora espancaste todo o brilharete que tinhas feito até aqui, tão lindo!!! Zeus és leãozinho? Que horror… ninguém merece, do Sporting”
Pois ninguém é perfeito, não é? Por mim podemos ir ao estádio do Glorioso.
Claro a Maria é de direita, tinha de gostar da equipa do regime de Salazar.
Sou uma mulher de direita e da equipa melhor clube do Mundo a do EUSÉBIO.
O homem deliciava-se a observa-la, tão pequenina, meiga, com um ar angelical, de brilho nos olhos, enquanto alegava com rigor as suas opções.
Defendia os seus ideais com unhas e dentes, de uma forma que era apetecível ouvi-la cantar.
Naquele momento o homem calado sisudo, discreto, parecia feliz e divertido, a observar o oiro do cabelo dela, que se transformava no seu sol, quando a jovem apercebe-se que o olhar dele estava diferente.
Olhou para o seu Zeus que estava intensamente com olhos verdes mesclados arregalados, enquanto ela lambia a colher meigamente, a degustar inocentemente a seu belo prazer, metia-a na boca uma e outra vez repetidamente, tocava-lhe na ponta da colher só com um cantinho quente da língua. De seguida sugava o utensilio cheio de mousse, enquanto se deliciava com o chocolate puro com doçura.
O homem estava a deixar de pensar todo ele era calor, rubor, os seus olhos verdes esbugalhados a brilhar, o animal estava a acordar num canto de bravura volumosa.
Ela tinha o vício desde pequena... Lambia gulosamente as colheres, quer da sobremesa ou do café e fazio-o sem dar conta era terrível... doce, marota… travessura…
Ficara um resto de mousse no canto do lábio feminino, ele sem hesitar com o seu longo braço facilmente o rosto dela alcançou removeu o chocolate, deixou o dedo junto ao lábio, ela estava tentada a chupar-lhe o dedo, lançou-lhe um olhar de malícia que foi entendido na integra, que o deixou corado, em forma de escapatória com as suas mãos grandes e compridas agarrou-a pelo rosto deixando o dedo no lábio levando os restantes ao pescoço junto à orelha o que lhe provocou um arrepio todos os seus shacras que dançavam em círculo, duas luzes se acenderam firme e hirtas, ansiosas de prazer, o seu mar quente e agridoce fluiu.
Olhou nos olhos, o mundo parou o desejo aumentou, desejou possuí-la ali mesmo em cima da mesa, acompanhar o som quente do piano.
Aquela miúda provocava-lhe uma dependência animalesca de desejo, o seu leão despertara, estava rijo volumosamente brutal, queria ninho, quente de águas doces profundas.
O diálogo tinha agora dado o lugar a um silêncio tântrico, um turbilhão orgástico ao som do canto do piano.
Em direcção ao carro ele tocou-lhe no braço e pensou “ela é mesmo à medida do meu sapatinho”
Maria desejou aninhar-se no peito dele, mas a falta de coragem gritou.
Maria travava uma luta com o cinto do carro, mas não conseguia puxa-lo, Eduardo como nobre cavalheiro de enorme grandeza que era. Mais uma vez com o seu longo braço alcançou o cinto para o puxar, sem se aperceber os dois lábios estavam juntos à distância de poucos milímetros, sentiam-se num misto quente com o aroma do chocolate, a jovem fechou os olhos desejou que ele lhe passasse as mãos enormes pelas coxas, ela queria ser agarrada e beijada com toda a sua existência, o homem por sua vez queria passar-lhe a língua pelas coxas, como troféu, ela não queria mas o corpo não obedecia as suas ancas estavam a ganhar vontade própria, enquanto anceia de olhos fechados um beijo quente…
Ele mordisca-lhe a orelha fazendo-lhe, despertar um gemido prazeroso e de seguida ajuda-a a meter o cinto…
@ Na praia à noite ao luar
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O amor é para ser vivido intensamente, mesmo que platónico ou tântrico.
Na vida as oportunidades, são longos caminhos a trilhar, porque a confiança não se compra, constroí-se.
A palavra de um homem tem mais valor, do que uma moeda de ouro.
A história continua
Ana Cristina Duarte