PARTILHAS
PARTILHAS
Eu poderia dizer o que gostarias de ouvir
Mas isso é o que tu gostarias
Não o que se pode ter
Eu poderia ser a pessoa dos teus sonhos
Mas nunca perguntastes quem habita os meus
Se tu carregas um desejo de partilha, eu também
Mas nem todas as partilhas são com quem queremos
Ou podemos...
Poderia tu ir pra nunca mais voltar
E não encontrar pouso
Talvez eu possa ser ninho temporário
E te dar colo amparando tuas lágrimas na minha mão
Mas nada será mais que isso
Porque somos uma quimera
Um amor sonhado
Um capítulo que sabemos como terminar.
Momentos Perfeitos
Há momentos que nascem perfeitos na candura desse sorriso que me acalma a alma e a invade de sensações de plenitude e esperança.
Mais uma vez entraste dentro de mim e arrancaste-me a angústia instalada no meu peito, com a facilidade com que partilhas a afeição e a emoção, e por momentos tive-te e foste meu, num quieto silêncio que me pertence.
Transformas-me aos poucos numa pessoa melhor e abres-me portas outrora fechadas na minha existência, deixando o sol entrar e aquecer-me a consciência.
Por vezes perco-me, mas sei que tu me encontras sempre e me guias a um porto seguro onde a mágoa não fica ancorada, e tens sempre a bússola pronta para me apontar o melhor caminho.
Há momentos que nascem perfeitos porque tu fazes parte deles, nessa perfeição e pureza que te completam e que eu amo avassaladoramente, num segredo partilhado contigo, e orgulho-me de te amar, neste amor que ninguém entende por ser apenas meu.
Há momentos assim, como este, em que te toco e me aconchego em ti e mesmo sem que o sintas…
E todos os dias agradeço que estejas aqui.
Nasceste para o mundo, com Paulo Afonso Ramos
Abre-se o mar à passagem
de ondas de espuma e marés
abertas ao sol e à lua
que se quedam em estrelas cadentes
incendiadas no teu olhar
Esse olhar ternurento
de quem abre o mundo...
Esse mar, envolto, foraz
que o teu corpo trás
de olhos rabugentos
e gritos expressivos...
Hoje! Nasceste para o mundo.
Solta-se o riso veloz
nas janelas da alma
enfeitadas de conchas,
e a calmaria nasce-te no peito
a cada novo respirar
no teu mundo perfeito.
Sorris. Nas dunas
entrelaçada nas areias de mim
há um luar que segreda
- "És tudo para mim!"
E a noite inicia a romaria
desse caminho sem fim...
Um dueto com Paulo Afonso Ramos
Caminhos
Caminhos
Os dias passados não voltam jamais
Os dias futuros ainda estão ausentes
Melhor é viver os dias agora presentes
Em todas manhãs ou horas vesperais
Tudo um dia passa e tudo há de passar
E nesse caminho vai toda a humanidade
Não adianta pensar n'outra possibilidade
Que por certo nunca se vai encontrar
Quem já se foi não sente mais dores
Não sente o perfume e nem vê flores
Melhor e o visitar durante essa vida
Pois todos irão nos mesmos caminhos
Que possui flores e também espinhos
Até que chegue o final dessa corrida.
jmd/Maringá, 26.02.20
O Por-do-Sol
Apenas aquele que conhece os enigmas de Deus é sabedor dos caminhos do sol.
Nossa atuação de meros espectadores
não nos impede a generosidade de dar a forma e
validar sem receio algum
a 'viagem do sol" - pois,
as esperanças apenas adormecem em seu ciclo
sem com isto
interromper uma nova manhã e
toda alegria que nos permite um pouco mais de vida/felicidade.
foto: LL (Lapa-Pr)
[...]Nossa atuação de meros espectadores
não nos impede a generosidade[...]
estamos no escuro do verso
que adianta dizer-te mais?
resplandecemos como paisagens
outonais,
entramos em caminhos de incertezas
de onde não regressaremos jamais.
a alegria iluminava-nos
hoje deixa-nos ao abandono
pede aos pássaros que tragam sempre a primavera,
e ao sol que a seara amadureça,
esqueçamos o outono
vamos adiando o final que se espera
enquanto a gente não esqueça.
a vida ainda em nós existe
o coração resiste,
que mais podemos fazer
se nosso amor está cansado,
e este nosso dia acabado?
estamos sós no escuro do verso
ao frio, foice violenta do nosso espaço
que nos deixa indiferentes ao desejo,
a poeira do caminho agiganta-se
mas, teremos sempre um abraço,
um beijo, sempre um bom momento
até ao ventre do esquecimento.
natalia nuno
rosafogo
Portas encerradas que se abrem de mansinho
Existem caminhos, nunca outrora percorridos,
em que a esperança desce o sopé da colina
e como um riacho toca-me e alcança-me.
Esta paz que me envolve leve e solta
tatuada em mim, traz-me versos de alegria
que chegam de mansinho e me tomam
como aquela pequenina flor plantada no meu sorriso e a melodia da minha alma agora sarada, chega estridente.
Caminhos fechados que se desbravam,
portas encerradas que se abrem de mansinho,
como quem escuta a voz do amor.
Reconheço-o pelo perfume e beleza que jorra,
cuja fragrância é envolvente como
o eco que se faz na alma.
Existem caminhos inimagináveis,
caminhos que são aprazíveis
que nos fazem sentir os odores da infância,
da inocência e da verdade.
Sentada no caminho, ouço vozes, muitas vozes mas no meio deste turbilhão ensurdecedor apuro a audição e a tua voz soa inconfundível, no meio da multidão.
Existem caminhos aplanados pela espera,
caminhos que são como morada,
casa alva do pensamento!
(Alice Vaz De Barros)
Espinhos x Flores
Prefiro andar entre os espinhos,
mesmo que me perfuram...
A dor da carne um dia cura.
Que caminhar entre as flores do teu jardim.
E sentir seu desprezo.
A dor da alma não tem cura...
É ETERNA.
Autor; Nelson Martins
QUEM ERA EU
Aqui sentado nesta biblioteca a ler este livro "IMPERIUM",e a ouvir as crianças no recreio a gritar,sinto uma nostalgia e o cheiro do refrigerante SUMOL no ar,pareço que volto outra vez a ser criança..
Que bom percorrer antigos caminhos..
Que bom percorrer antigas memórias..
Que bom ser outra vez menino...
Que bom reviver a minha história...
Quem era eu ?
…E então faço o caminho da minha 1º escola..sento-me na mesma pedra junto á entrada sinto as sensações de carregar com a sacola …o 1º dia de aulas , os gritos , os choros dos outros , a ansiedade , o que será isto ? Porque estou aqui ? para onde vou ? O que vou fazer ? Para que isto serve ? Recordo o recreio , o barulho da campainha tocar e eu os outros a correr céleres para o pátio…jogar á apanhada , as corridas , as 1ºs bulhas ,jogar ao berlinde , jogar á sirumba , aprender a ler , escrever rebolar na relva junto á escola ; apanhar cromos á sarrabulha de tudo e mais alguma coisa , comer pastilhas gorila , os almanaques do Tio Patinhas , o medo das coisas , o nervoso miudinho ,a timidez , os 1ºs beijos ás namoradas , os amigos de infância , os amigos da escola , a ingenuidade , jogar á bola no verão ás 3 h da tarde , com um calor de rachar as musicas dos xutos a minha casinha nos contentores …jogar ás cartas , ao monopoly , ao xadrez e ainda jogar ás escondidas... ter a sensação que a nossa energia é infinita…
SEMEANO OLIVEIRA
Escolhas
A tudo neste mundo efêmero
onde há uma vida entre a multidões
serei fiel ao meu sentimento
que resvala, tropeça, ao tomar decisões
Sentimento inolvidável, puro, imaculado
que teima em nunca parar de lutar
com algo inexorável, neste instante machucado
que por vezes se confunde ao amar
Dois caminhos e uma escolha
Luta travada de emoção
Como ser fiel a dois sentimentos, dizendo:
- Vá, e escolha coração!
Por ora menina me sinto,
Por ora me faço mulher,
Meu sonho é encontrar o caminho
Que me faça saber o que é:
Fidelidade aos sentimentos
Que em vicissitudes nos juramos.
Que não se perca os momentos
Que todo o amor nós envidamos
Mas, se escolher é preciso
que tão verdadeira seja ela
Conter isto, não mais consigo
Minhas escolhas serão sempre sinceras