Poemas : 

Ó indolente clarim!

 
Se eu fujo de mim
Na omissão das horas
Ó indolente clarim…
Porque é que tu não choras?

Nada se assemelha
Ao teu som incontido
No envolto da centelha
Do ódio já conhecido

Que carências bordejam
O teu mar de revolta?
Que os teus olhos nunca vejam
A minha fúria à solta

Olhas-me…
Mas não me vês
Não conheces esta tortura
Vê o que o desdém me fez
No passado que ainda dura

E se no passado já assim era
Que ânsia poderei eu ter
Ao sentir no peito esta fera
Que me reprime de viver?

Manuela Fonseca


Manuela Fonseca
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http://ensaios-poeticos.blogspot.com

 
Autor
Manuela Fonseca
 
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