Que celeste rosa
Que celeste rosa, que estranha ternura!
Que delícia teu nome em minha voz rouca,
onde eu grito, e minha alma já quase louca,
respira o perfume de tua doçura...
Lembro ainda aquela mão!
Melíflua a aquentar a minha,
dando a ela o que ela não tinha,
e fogo ao meu coração.
Que júbilo te olhar, que alva criatura!
Que lábios amantes de beijos fervidos,
a jorrar caudais de néctar aos sentidos.
E a sussurrar melodias de ventura.
Vem a noite em véus risonhos.
E pelo amor eu me esvoaço,
e no afã a ti me abraço,
pelas viagens dos meus sonhos.
Tenho o coração dos anjos imortais.
Sinto na terra o amor de um paraíso,
que transcende meu corpo, puro e preciso.
Esquecer-te? Nunca! Nunca! Nunca mais!...
E o olhar... Quanta polidez!
Do mistério do oceano,
que jamais pudera humano,
sondar sua profundez
Rosa rainha, a mística dos florais.
Minha alma levaria este doce afã,
tomada de amor, se eu morresse amanhã...
Esquecer-te? Nunca! Nunca! Nunca mais.