Estou sem voz
sem vontade se escrevinhar
pois se em nós
algo doí e faz magoar
para quê deitar
no caderno algo que ficará eterno
Olho cá dentro
no peito
mexo e remexo
e fico logo assim
olhando em mim
e vejo palavras sem fim
Que me falam
e inspiram
em momentos
sem parar
passam-me em tempos
e deixo-as falar
Pois continuo sem voz
distante da vontade
com que tive no passado
agora é apenas saudade
de falar
o que apenas sei escrevinhar